Uma marcante e inovadora série de ficção científica! |
No final da década de 1960, o produtor Irwin Allen, aclamado por seus vários filmes e séries de ficção científica, inicia seu mais novo projeto televisivo, a série Terra de Gigantes (Land of The Giants). O novo show apresentaria uma trama fantástica, envolvendo viagem dimensional, onde os protagonistas chegariam a um mundo muito parecido com a Terra. Porém, doze vezes maior. Este foi considerado o projeto mais ousado de Allen, já que para a produção de cada episódio custaria em média 250 mil dólares. Um valor bastante elevado para os padrões da época.
Alguns dos trabalhos de produção mais marcantes de Allen foram os filmes "O Mundo Perdido" (1960), "Viagem ao Fundo do Mar" (1961), "O Destino do Poseidon" (1972) e "Inferno na Torre" (1978). Porém, suas séries de ficção científica, produzidas na década de 60, sempre estão entre as obras mais lembradas pelo público, sendo "Viagem ao Fundo do Mar" (1964), "Perdidos no Espaço" (1965), "O Túnel do Tempo" (1966) e, finalmente, "Terra de Gigantes" (1968).
O produtor Irwin Allen (1916-1991) |
A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1983. Nesta época o uso de naves para voos entre países era algo comum. Em um destes voos estava a nave Spindrift, que partiria de Los Angeles, Estados Unidos, à Londres, Inglaterra. A nave era comandada pelo Capitão Steve Burton (Gary Conway), contando com o co-piloto Dan Erickson (Don Marshall) e a aeromoça Betty Hamilton (Heather Young). Dentre os passageiros estavam o engenheiro Mark Wilson (Don Matheson), a modelo Valerie Scott (Deanna Lund), o trapaceiro Alexander Fitzhugh (Kurt Kasznar) e o garoto órfão Barry Lockridge (Stefan Arngrim).
Durante a viagem, a nave é atingida por uma misteriosa névoa, ocorrida durante uma tempestade magnética, levando-a a uma dimensão paralela. Assim, os tripulantes caem em um mundo de aspecto semelhante à Terra, mas doze vezes maior que a mesma, assim como seus habitantes. Uma das diferenças era a tecnologia daquele mundo, atrasada em cerca de 20 anos, se comparada à Terra dos anos 80. Porém, o que os viajantes não imaginavam era o risco de vida que correriam naquele mundo misterioso, pois seriam caçados pelo governo local, que os chamava como "pequeninos".
A cada episódio o público acompanhava a desesperada fuga da tripulação, comandada pelo Capitão Burton, escapando das armadilhas dos gigantes, tendo que aprender a conviver entre si e trabalhar em equipe. Dentre os gigantes, destaca-se como vilão principal o Inspetor Kobick (Kevin Hagen), um homem frio e calculista que dedica todo seu tempo e energia em busca dos pequenos fugitivos. Trabalhava para o departamento de polícia local, denominado SID (Special Investigation Department), que tratava até mesmo à população de gigantes de forma rude, caso não seguisse suas ordens.
A icônica nave Spindrift. |
O principal temor do departamento de investigação era a avançada tecnologia dos pequeninos, claramente exposta em sua nave, representando uma ameaça ao governo local. Eram oferecidas grandes quantias em dinheiro como recompensa a quem capturasse os pequeninos, tornando ainda mais difícil a sobrevivência da tripulação naquele local. Os pequeninos viviam escondidos em florestas e suas idas à cidade dos gigantes ocorria apenas em ocasiões de extrema necessidade, como resgatar algum membro capturado pelo SID.
Além dos excelentes roteiros, pode-se dizer que os grandes atrativos da série são os cenários e objetos gigantes, construídos com grande fidelidade ao mundo real, passando a impressão de que os atores eram realmente pequenos. Muitas cenas de escaladas em mesas e outros objetos gigantes eram feitas pelos próprios astros do programa, dispensando o uso de dublês, o que tornava os roteiros e drama dos protagonistas ainda mais verossímeis. Até mesmo uma mão humana em tamanho gigante foi construída para as cenas em que os pequeninos eram capturados, tendo um resultado final impecável para a época.
Carretel construído em grande escala. |
Outro fator que chamava a atenção nos episódios era a realção entre os protagonistas. Liderados pelo enérgico e honrado Capitão Burton, sempre precisavam superar seus medos e proteger o grupo, mesmo que isto lhes custasse a própria vida. Geralmente os problemas eram causados pelo arrogante e trapaceiro Fitzhugh, que sempre pensava apenas em si mesmo. O único que tentava compreende-lo era o garoto Barry, sendo seu melhor amigo. As características e amizade de Fitzhigh e Barry lembram muito os personagens Will Robinson e Dr. Smith da série Perdidos no Espaço, também criada por Allen.
A série foi produzida pela 20th Century Fox, sendo exibida originalmente pela rede ABC entre 22 de setembro de 1968 e 6 de setembro de 1970, totalizando 51 episódios, divididos em duas temporadas. O cancelamento da série, ao final da segunda temporada, se deveu aos altos custos de produção. Ainda assim, Terra de Gigantes será sempre lembrada como uma das melhores e mais inovadoras séries de ficção científica de todos os tempos.
Estreou no Brasil em março de 1969 pela TV Record, fazendo grande sucesso. Nos anos 70 passou a ser exibida pela Globo, sendo reprisada nos anos 80 pela Bandeirantes e nos anos 90 mais uma vez pela TV Record. Nos anos 2000 foi exibida na TV paga pelos canais FX e TCM. Atualmente está sendo reprisada na TV aberta, com imagem remasterizada, pela Rede Brasil de Televisão. Também está disponível em DVD pelo selo World Classics, que lançou a série em boxes de forma completa.
A dublagem foi realizada no extinto estúdio paulista AIC, contando com as vozes de Dráusio de Oliveira como Capitão Steve Burton, João Paulo Ramalho como Mark Wilson, João Ângelo como Dan Erickson, Isaura Gomes como Valerie Scott, Sandra Campos como Betty Hamilton, Aliomar de Matos como Barry Lockridge, José Soares como Alexander Fitzhugh e Osmiro Campos como Inspetor Kobick.
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