sexta-feira, 1 de setembro de 2023

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

"Viagem ao Centro da Terra", publicado pela Editora Hemus em 1972.

[*] Por Alexandre Nagado
 
Um tema recorrente na cultura pop é o da possibilidade de encontrar seres pré-históricos e mundos fantásticos nas profundezas da Terra. Como no clássico O Elo Perdido (1974) e em inúmeras outras produções, o misterioso centro do planeta oferece tanto mistério e fascinação quanto as profundezas do mar ou a imensidão do espaço cósmico.
 
A ideia sobre grandes aventuras em cavernas e vales muito abaixo da superfície do planeta remete a um dos maiores clássicos da literatura juvenil: Viagem ao Centro da Terra (“Voyage au centre de la Terre”, 1864), do francês Júlio Verne, ou melhor, Jules Verne (1828~1905). Histórias sobre mundos subterrâneos envoltos em mistérios e perigo é algo que já existia na literatura bem antes de Júlio Verne, mas foi sua obra que se tornou a grande referência sobre o tema, influenciando autores como J.R.R. Tolkien, Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs. A história é uma aventura leve e extremamente criativa, com boas doses de suspense e mistério.
 
Júlio Verne (1828-1905)
 
Em pleno século XIX, na Alemanha, o excêntrico mineralogista e professor de Geologia Otto Lidenbrock encontra um misterioso manuscrito dentro de um antigo livro que adquiriu. Lá, uma mensagem instigante de um homem chamado Arne Saknussemm dava pistas de um possível caminho para o centro da Terra, a partir da cratera do Sneffels, um vulcão inativo na Islândia. 
 
Empolgado com a possibilidade de descobertas inimagináveis, Lidenbrock resolve partir rumo à Islândia, em busca da passagem misteriosa. Sem muita convicção, seu brilhante, porém nada aventureiro sobrinho Axel (o narrador da história) o acompanha. Para ajudá-los na difícil jornada, o professor contrata o caçador local Hans, um homem quieto, forte e de grande dedicação e lealdade. O trio enfrenta um longo e tortuoso caminho, até que encontram galerias que vão descendo cada vez mais. Sem enfrentar o calor incandescente que se esperava de acordo com as teorias científicas da época, os exploradores vão adentrando um mundo isolado da civilização e cheio de mistérios. 
 
Versão da Editora Principis (2019)

Clássico da ficção científica, Viagem ao Centro da Terra foi publicado originalmente em 1864. De lá para cá, foi editado e republicado incontáveis vezes em vários países, inclusive no Brasil.
 
Versão cinematográfica, produzida pela 20th Century Fox em 1959.

No cinema, ganhou famosas adaptações em 1959 e 2008. Direta ou indiretamente, inspirou quadrinhos, filmes, séries e jogos, sendo uma obra icônica da cultura pop mundial. Repleto de informações sobre mineralogia, botânica e biologia, a obra oferece especulações que fascinaram os leitores da época, e soam instigantes até hoje. Júlio Verne não era apenas um escritor habilidoso e criativo, era também dono de uma cultura colossal, com múltiplos interesses em suas pesquisas.
 
A viagem em si ocupa a maior parte da obra, que se detém pouco nos cenários, criaturas e situações extraordinárias que Lidenbrock, Axel e Hans encontram no centro da Terra, mas a narrativa do autor é envolvente. Os personagens são carismáticos e a química entre o impulsivo, obstinado e temperamental cientista e seu sobrinho prudente ao extremo (para dizer o mínimo) tornam a leitura deliciosa.
 
Viagem ao Centro da Terra é uma das obras mais conhecidas de Júlio Verne, ao lado de clássicos igualmente cultuados como Cinco Semanas em Um Balão, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em 80 Dias. É leitura indicada, não somente para adolescentes, mas para qualquer um disposto a mergulhar em uma obra que tem atiçado a imaginação de muitas gerações, com um genuíno senso de aventura e encantamento. 

 
[*] Alexandre Nagado é autor do Blog Sushi POP




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