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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

"Viagem ao Centro da Terra", publicado pela Editora Hemus em 1972.

[*] Por Alexandre Nagado
 
Um tema recorrente na cultura pop é o da possibilidade de encontrar seres pré-históricos e mundos fantásticos nas profundezas da Terra. Como no clássico O Elo Perdido (1974) e em inúmeras outras produções, o misterioso centro do planeta oferece tanto mistério e fascinação quanto as profundezas do mar ou a imensidão do espaço cósmico.
 
A ideia sobre grandes aventuras em cavernas e vales muito abaixo da superfície do planeta remete a um dos maiores clássicos da literatura juvenil: Viagem ao Centro da Terra (“Voyage au centre de la Terre”, 1864), do francês Júlio Verne, ou melhor, Jules Verne (1828~1905). Histórias sobre mundos subterrâneos envoltos em mistérios e perigo é algo que já existia na literatura bem antes de Júlio Verne, mas foi sua obra que se tornou a grande referência sobre o tema, influenciando autores como J.R.R. Tolkien, Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs. A história é uma aventura leve e extremamente criativa, com boas doses de suspense e mistério.
 
Júlio Verne (1828-1905)
 
Em pleno século XIX, na Alemanha, o excêntrico mineralogista e professor de Geologia Otto Lidenbrock encontra um misterioso manuscrito dentro de um antigo livro que adquiriu. Lá, uma mensagem instigante de um homem chamado Arne Saknussemm dava pistas de um possível caminho para o centro da Terra, a partir da cratera do Sneffels, um vulcão inativo na Islândia. 
 
Empolgado com a possibilidade de descobertas inimagináveis, Lidenbrock resolve partir rumo à Islândia, em busca da passagem misteriosa. Sem muita convicção, seu brilhante, porém nada aventureiro sobrinho Axel (o narrador da história) o acompanha. Para ajudá-los na difícil jornada, o professor contrata o caçador local Hans, um homem quieto, forte e de grande dedicação e lealdade. O trio enfrenta um longo e tortuoso caminho, até que encontram galerias que vão descendo cada vez mais. Sem enfrentar o calor incandescente que se esperava de acordo com as teorias científicas da época, os exploradores vão adentrando um mundo isolado da civilização e cheio de mistérios. 
 
Versão da Editora Principis (2019)

Clássico da ficção científica, Viagem ao Centro da Terra foi publicado originalmente em 1864. De lá para cá, foi editado e republicado incontáveis vezes em vários países, inclusive no Brasil.
 
Versão cinematográfica, produzida pela 20th Century Fox em 1959.

No cinema, ganhou famosas adaptações em 1959 e 2008. Direta ou indiretamente, inspirou quadrinhos, filmes, séries e jogos, sendo uma obra icônica da cultura pop mundial. Repleto de informações sobre mineralogia, botânica e biologia, a obra oferece especulações que fascinaram os leitores da época, e soam instigantes até hoje. Júlio Verne não era apenas um escritor habilidoso e criativo, era também dono de uma cultura colossal, com múltiplos interesses em suas pesquisas.
 
A viagem em si ocupa a maior parte da obra, que se detém pouco nos cenários, criaturas e situações extraordinárias que Lidenbrock, Axel e Hans encontram no centro da Terra, mas a narrativa do autor é envolvente. Os personagens são carismáticos e a química entre o impulsivo, obstinado e temperamental cientista e seu sobrinho prudente ao extremo (para dizer o mínimo) tornam a leitura deliciosa.
 
Viagem ao Centro da Terra é uma das obras mais conhecidas de Júlio Verne, ao lado de clássicos igualmente cultuados como Cinco Semanas em Um Balão, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em 80 Dias. É leitura indicada, não somente para adolescentes, mas para qualquer um disposto a mergulhar em uma obra que tem atiçado a imaginação de muitas gerações, com um genuíno senso de aventura e encantamento. 

 
[*] Alexandre Nagado é autor do Blog Sushi POP




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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ENCURRALADO (1971)


O primeiro grande sucesso de Steven Spielberg.

No início da década de 1970, o jovem cineasta Steven Spielberg, até então desconhecido do grande público, teve sua primeira oportunidade de dirigir um longa-metragem. Tendo experiência com alguns curta-metragens premiados, viu na ocasião sua chance de mostrar todo o seu talento atrás das câmeras, pois o roteiro que tinha em mãos contava com poucos diálogos, sendo que praticamente todo o filme girava em torno de uma perseguição em autoestrada, necessitando de ângulos de câmera e timing perfeitos. O título do longa era Encurralado (Duel).

O filme fora escrito por Richard Matheson, tendo sido inspirado em uma situação real, vivida por ele mesmo. O roteiro era bastante simples, mas com uma boa direção poderia manter o público atento, além de aflito, durante seus 90 minutos de duração. Spielberg cumpriu sua missão de forma excepcional. As filmagens ocorreram em apenas 13 dias, e o resultado final foi espetacular, consagrando Spielberg como um diretor de primeira classe. O longa recebeu nota máxima pela crítica especializada, tornando-se um clássico lembrado até os dias de hoje.

Para interpretar o protagonista da trama, foi convidado o ator Dennis Weaver. Spielberg admirava seu estilo de atuação. Nas poucas cenas com falas, e até mesmo nos momentos de tensão durante a longa perseguição, Weaver demonstrou grande talento, especialmente no que se refere a expressão facial, transmitindo o clima de pânico e medo, de tal forma que o espectador sentisse na pele o drama vivido na tela. 

O nome do personagem principal era David Mann. A pronúncia do sobrenome "Mann" (que possui a mesma sonoridade de man = homem, traduzido para o português) foi escolhida propositalmente, a fim de mostrar que a situação apresentada no roteiro poderia acontecer com qualquer pessoa.

Cartaz do filme, cuja estreia ocorreu em 13 de novembro de 1971 .

A trama tem início com um homem de negócios, chamado David Mann, voltando para casa, após concluir seu trabalho, dirigindo seu Plymouth Valiant em uma estrada deserta. Já cansado da longa viagem, tenta ultrapassar um velho caminhão que andava muito devagar à frente de seu carro. O motorista do caminhão não parecia estar disposto a facilitar a ultrapassagem, o que irritou David e o fez forçar a passagem.

Após passar pelo caminhão, David passou a ser aterrorizado durante todo o restante da viagem, já que o mesmo caminhão voltava a aparecer em sua frente a todo momento, sem uma explicação plausível. Para piorar a situação, o caminhão não apenas aparecia, mas também passou a perseguí-lo, em uma caçada mortal, a fim de matá-lo. O que era um simples retorno para casa, após o trabalho, torna-se um grande pesadelo.

Durante a fuga, David ainda consegue fazer algumas paradas, sempre com o caminhão em seu encalço. O mais estranho de tudo, era o fato do protagonista nunca conseguir identificar o misterioso motorista do caminhão entre as pessoas que o cercavam. A jornada gradativamente torna-se mais desesperadora, pois os ataques do velho caminhão à David e seu veículo, tornavam-se cada vez mais implacáveis.

O simpático Plymouth Valiant e seu algoz.

O filme prende a atenção do público, de tal forma, que é possível sentir o medo, a angústia e a curiosidade em conhecer real identidade do inimigo, além da causa de sua motivação destruidora, juntamente com o protagonista. 

A fase final da trama torna-se ainda mais desesperadora, levando-a a um final intrigante, mas ao mesmo tempo grandioso. "Encurralado" possui um roteiro aparentemente simples, mas que tornou-se um marco na história do cinema, graças a uma excelente atuação de Dennis Weaver, que atua praticamente sozinho em grande parte do tempo, e a uma primorosa direção de Steven Spielberg.

Atualmente, o filme está disponível em DVD, Blu-ray e para aluguel nas plataformas Google Play, Apple TV e YouTube. Por vezes é reprisado na TV aberta, pela Rede Brasil de Televisão, com sua clássica dublagem realizada no extinto estúdio carioca Herbert Richers.

David Mann em sua fuga desesperada.

FICHA TÉCNICA:

Título original: Duel

Companhias produtoras: Universal Studios

Ano: 1971

Duração: 90 minutos

Direção: Steven Spielberg

Roteiro:  Richard Matheson

Classificação: 12 anos


ELENCO:

Dennis Weaver .... David Mann

Jacqueline Scott.... Sra. Mann

Eddie Firestone.... Dono do Café

Lou Frizzell.... Motorista de Ônibus 

Gene Dynarski.... Homem no Café

Tim Herbert.... Frentista

Shirley O'Hara.... Garçonete

Carey Loftin.... Motorista do Caminhão



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terça-feira, 23 de maio de 2023

O CALHAMBEQUE MÁGICO (1968)

 

Chitty Chitty Bang Bang

Na década de 1960, os musicais para cinema ainda faziam grande sucesso entre o público em geral. Para o público infantil, produções como o premiado longa-metragem Mary Poppins (dos estúdios Walt Disney - 1964), chamavam muito a atenção. Nesta mesma linha, foi lançado em 1968 mais um longa-metragem com enredo fantasioso, personagens carismáticos e canções que marcariam o público para sempre. O Calhambeque Mágico (Chitty Chitty Bang Bang) - (Estados Unidos / Reino Unido). Baseado no livro homônimo de Ian Fleming (criador do agente James Bond), o filme foi produzido por Albert Broccoli, em parceria com os estúdios MGM e United Artists. O roteiro ficou à cargo de Roald Dahl (autor de clássicos como "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Matilda") e Ken Hugues. Este último também dirigiu a produção.

A trama apresenta um excêntrico inventor, chamado Caractacus Potts (Dick Van Dyke), que vive em uma velha casa com seu pai, chamado como Vovô Potts (Lionel Jeffries), e seus dois filhos, Jeremy (Adrian Hall) e Jemima (Heather Ripley). As crianças viviam brincando em um velho calhambeque, que fora incendiado em uma corrida, no ferro velho do Sr. Coggins (Desmond Llewelyn). Até que um dia chega um comprador para o carro que tanto alegrava as crianças. Desanimadas, por não poderem mais brincar no veículo, fazem o velho dono do ferro velho prometer que não o venderá até que falem com seu pai, que sem dúvida cobriria a oferta.

Ao voltarem para casa, correndo, quase sofrem um acidente ao passaram à frente de um carro na estrada. A motorista era a simpática Senhorita Truly Scrumptious (Sally Ann Howes), que após verificar se as crianças estavam bem, as leva para casa em seu carro. Ali chegando, conhece o laboratório do Professor Potts. Porém, ao tentar lhe dar conselhos sobre não deixar seus filhos correrem sozinhos na estrada, acaba criando uma discussão, deixando o inventor muito irritado. Ainda assim, Jeremy e Jemima dizem que gostaram muito da moça, não guardando ressentimentos.

Cena musical na fábrica de doces

Na mesa do jantar, contam ao pai sobre o combinado com o dono do ferro velho, já contando que poderiam comprar o calhambeque. O problema era que não tinham dinheiro para isto. Ainda assim, Potts diz a seus filhos que poderiam trabalhar para ganhar o dinheiro necessário, mantendo a esperança das crianças. À partir de então, vemos Potts usando suas inveções, sem muito sucesso, a fim de arrecadar o dinheiro. Em uma destas tentativas vai a uma fábrica de doces, levar suas balas que apitam para negociar sua produção. O que ele não esperava era encontrar Truly no local, pois seu pai era dono da fábrica. Mesmo após a discussão do primeiro encontro, a simpática moça ainda tenta ajudá-lo, mas sem sucesso.

O Professor volta para casa, um tanto desanimado por não conseguir realizar o sonho de seus filhos. Até que tem a ideia de levar sua máquina automática de cortar cabelos ao parque de diversões, que acabara de chegar à cidade. Ali também não tem muito sucesso, pois sua invenção não funcionou corretamente, deixando o primeiro cliente careca. Ao fugir do homem, que estava furioso, entra por acidente em um camarim de dançarinos, que entrariam em cena para uma apresentação. Acaba participando do número, cantando e dançando por acidente. Ao final do espetáculo, o público jogou muitas moedas ao palco, pois a apresentação havia sido um sucesso. Assim, o Professor Potts consegue o dinheiro necessário para comprar o velho calhambeque para seus filhos, que ficam muito felizes.

Truly, Jemima, Jeremy, Potts e Jeremy no calhambeque reformado

Ao chegar em casa com o veículo, passa dias seguidos em seu laboratório para reformá-lo. Até que, quando Jeremy e Jemima menos esperavam, o pai abre a porta da garagem com o carro totalmente restaurado. Logo saem para um passeio na praia, a fim de estrear o calhambeque, o qual apelidaram de "Chitty", devido ao barulho que seu motor fazia. No caminho acabam encontrando Truly mais uma vez. O carro da moça havia ficado atolado na lama. Assim, as crianças a convidam a passear com eles, com o consentimento do pai.

Chegando à praia as crianças pedem ao pai que lhes conte uma história. Potts vê um barco se aproximando da praia, passando a inventar um conto fantástico, envolvendo a eles mesmos. Na narrativa, o barco pertencia ao Barão Bomburst (Gert Fröbe), que reinava como um tirano na Vulgária e tentava roubar o calhambeque da família, por se tratar de um carro mágico, que podia voar e boiar sobre a água. Assim, inicia-se uma aventura ao reino de Bomburst, que sequestou o Vovô Potts, achando que ele era o inventor do carro maravilhoso. 

Ao chegarem na Vulgária, Potts e sua família descobrem que o reino não possuia crianças, já que todas eram mantidas como prisioneiras. O Barão queria que todos os brinquedos do reino pertencessem somente a ele, obrigando o fabricante do vilarejo (Benny Hill) a se desdobrar em criatividade nos presentes em cada um de seus aniversários. A situação fica ainda mais complicada após Jeremy e Jemima serem sequestrados pelo terrível Caçador de Crianças (Robert Helpmann), a mando do Barão. Assim, Potts e Truly partem em direção ao castelo de Bomburst, a fim de resgatar as crianças e o Vovô Potts.

O terrível Barão Bomburst e seus homens

O filme conta com várias canções marcantes como "Chitty Chitty Bang Bang", "Toot Sweets", "Me 'Ol Bam-Boo", The Roses of Sucess", "Truly Scrumptious", entre outras. A atuação do comediante Dick Van Dyke é brilhante, sobretudo nas cenas em que mostra todo o seu talento como cantor e dançarino. Os cenários são muito bonitos. O roteiro é envolvente e traz uma bela lição sobre o valor da família. A trilha sonora é impecável. Sem dúvida, um dos melhores musicais infantis de todos os tempos. Recomendado para assistir com toda a família.

Foi exibido nos cinemas brasileiros no final da década de 1960, sendo reprisado por diversas vezes na televisão na década seguinte. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Newton da Matta como Caractacus Potts, Miriam Ficher como Truly Scrumptious, Magalhães Graça como Vovô Potts e André Luiz "Chapéu" como Barão Bomburst. Atualmente está disponível em DVD, para aluguel no serviço de streaming Prime Video e por vezes reprisado na TV aberta pela Rede Brasil de Televisão.



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sábado, 14 de janeiro de 2023

SUPER GRAND PRIX - ANIMÊ (1977)

O animê sobre automobilismo que chegou ao Brasil em DVD.

Entre as décadas de 1980 e 2000, o Brasil conheceu várias animações japonesas, tanto pela televisão quanto em fitas VHS e DVD. Porém, muitas dessas lançadas em home video ficaram esquecidas pelo tempo, já que nem todos tinham vídeo cassete em casa e alguns títulos não chegavam às locadoras de bairro. Assim, apenas as séries exibidas na televisão se popularizavam a nível nacional. Entre os títulos menos conhecidos está Super Grand Prix (Arrow Emblem Grand Prix no Taka), uma série com temática automobilística que chegou ao Brasil no ano de 2003, apenas em DVD, editado como um filme de 90 minutos.

Embora o animê tenha chegado aqui no início dos anos 2000, foi produzido na década de 1970 pela Toei Animation, com um total de 44 episódios de aproximadamente 25 minutos, exibidos entre 22 de setembro de 1977 e 31 de agosto de 1978 pela Fuji TV, às quintas-feiras, na faixa das 19h00. 

A série foi criada por Kogo Hotomi e escrita por Masaki Tsuji, Keisuke Fijukawa e Shozo Uehara. A direção ficou à cargo de Rintaro e Nobutaka Nishizawa. A animação foi feita por Kenzo Koizumi e Takuo Noda. Dois destes nomes trabalharam em obras muito conhecidas do público brasileiro, sendo Shozo Uehara e Rintaro. O primeiro escreveu roteiros para séries como Ultraman e O Fantástico Jaspion, enquanto o segundo dirigiu animês como Kimba, O Leão Branco e Jet Marte: O Menino Biônico.


Dainishi, Rie, Suzuko, Takaya e Hangarou.

Na série original, intitulada Arrow Emblem Grand Prix no Taka, acompanhamos a trajetória do jovem Takaya Todoroki, que tem personalidade forte e sonha em se tornar um grande piloto de Fórmula 1. Para isso constrói um carro de aparência rústica, mas com boa mecânica, o que faz com que um grupo de competidores, que possuem carros melhores, zombem dele. Mesmo com poucos recursos, Takaya mostra que sua grande habilidade ao volante pode lhe garantir um futuro promissor. Porém, ao disputar uma corrida e estar a ponto de vencer, seu carro derrapa em uma poça de óleo e acaba batendo em uma murada.

Após o acidente, Takaya é levado às pressas ao hospital para tratar de seus ferimentos. Quando tudo parecia perdido, surge um sujeito mascarado, chamado Nick Lauda (uma referência ao famoso piloto homônimo), oferecendo-lhe uma oportunidade de voltar a correr, agora pela equipe Katori Motors de propriedade do Sr. Katori. O que o jovem não esperava é que os pilotos que zombaram dele antes do acidente também faziam parte desta equipe. Entre estes estavam a filha do presidente local, Rie Katori, e seu namorado Dainishi Houshou.

Takaya aceita o convite do misterioso mascarado, sendo levado até a casa de pilotos da Katori Motors. Ali conta com a ajuda e amizade da jovem Suzuko Ouse e seu irmão caçula Hangarou Ouse. No decorrer da trama, ainda surgem outros personagens baseados em renomados pilotos reais, entre eles o brasileiro Emerson Fittipaldi.

Takaya recebe o convite de Nick para voltar a pilotar.
 

Durante a saga, Takaya participa de vários rallies e corridas, sempre demonstrando sua grande habilidade, mas enfrentando problemas por não possuir carro próprio e cair em armadilhas de pilotos rivais. Após um período, ganha a simpatia do Sr. Katori, que lhe concede permissão para montar seu próprio carro na fábrica Katori Motors. Porém, tem dificuldades em conseguir peças com os funcionários do local, por não contar com um supervisor para assinar seu projeto.

O jovem piloto tem a ideia de juntar peças descartadas em um velho galpão do local, montando um potente carro conversível que o ajudaria a provar à diretoria que além de ser um grande piloto, era também muito habilidoso em engenharia e mecânica. Assim, foi convocado a participar da mais aguardada competição automobilística, o Rally de Monte Carlo.

Após vencer o Rally de Monte Carlo, contando com Suzuko como sua auxiliar, passa a ganhar o respeito dos demais pilotos. Na ocasião participou da competição como o terceiro piloto da equipe. À partir de então, passa a focar em seu grande sonho de chegar à Fórmula 1, contando com um apoio de Nick.

 

Capa de LP japonês com músicas da série.

 O ANIMÊ NO OCIDENTE

Ao chegar nos Estados Unidos, em 1983 pela Century Video Corporation, o animê foi editado e reduzido para um filme de 90 minutos, intitulado Super Grand Prix, onde foram alterados os nomes dos personagens e a trilha sonora. O protagonista, Takaya, agora foi chamado como Shawn Corrigan (por vezes chamado como “Chash” Corrigan pelos pilotos rivais, devido ao acidente com seu carro). Suzuko foi chamada como Millie. Hagarou como Joji. Rie como Sumiko. Finalmente, Dainishi como Ases Tanaka.

O tema de abertura original, intepretado por Ichiro Mizuki, foi substituído por uma música instrumental que combinou bem com o clima da trama, assim como os demais fundos executados durante a animação. Os caracteres em japonês, presentes na abertura e créditos, foram substituídos para o padrão americano, embora ainda sejam creditados os nomes originais da produção japonesa.

A edição americana praticamente não alterou o roteiro original, sendo o longa-metragem um resumo da primeira fase da série. Quando se adapta uma série animada para filme o resultado não costuma ser satisfatório, vide vários casos de produções que chegaram em VHS nos anos 80 e 90, que acabavam deixando suas respectivas tramas com pontas soltas. Super Grand Prix foi uma exceção, pois conseguiram fazer uma edição coesa, com começo, meio e fim bem amarrados, destacando a luta de Shawn para alcançar seus objetivos, assim como suas dificuldades para vencer corridas e rallys sem o apoio dos colegas, tornando clara a mensagem de superação e perseverança da obra original. O filme termina deixando no telespectador um sentimento de vontade de continuar acompanhando a saga do jovem piloto.

 

Capa do DVD lançado no Brasil pela Spot Films

A série original foi exibida em alguns países da América Latina com o título Grand Prix, porém nunca no Brasil, que só veio a conhecer o título em 2003, quando a distribuidora Spot Films lançou o longa-metragem em DVD, com o mesmo título americano Super Grand Prix. A edição era bem simples, contando apenas com opção de áudio em português e nenhum conteúdo extra. A dublagem foi realizada no estúdio carioca Brasil Corp, que escalou um ótimo elenco de vozes, combinando perfeitamente com a personalidade de cada personagem. Infelizmente, o filme nunca chegou a ser exibido na televisão brasileira ou disponibilizado em algum serviço de streaming, sendo ainda possível encontrar exemplares em mídia física em sebos ou sites de venda. Vale a pena conferir este excelente clássico da animação japonesa, que infelizmente é pouco conhecido no Brasil. 

 


 

Leia também no Blog Sushi POP:

Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos

A História do Animê



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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

UMA FAMÍLIA FULEIRA (1965)

O filme que destacou a versatilidade de Jerry Lewis

Um dos maiores e mais influentes comediantes da história do cinema, sem sombra de dúvida, foi Jerry Lewis. Um artista completo que além de atuar com maestria, escrevia, produzia e dirigia muitos dos filmes em que protagonizava. Entre estes casos está Uma Família Fuleira (The Family Jewels) de 1965, onde o ator mostrou todo o seu talento interpretando um total de sete personagens, em atuações inspiradas, cheias de caras e bocas no melhor estilo pastelão clássico que só ele sabia fazer.

Este foi o décimo oitavo longa-metragem de sua carreira solo, já que iniciou no cinema em 1949 ao lado do ator e cantor Dean Martin. À partir de 1957, após o fim da dupla, começou a atuar sozinho no filme O Delinquente Delicado (The Delicate Delinquent), o qual protagonizou e produziu. "Uma Família Fuleira" foi o penúltimo filme de Lewis com a produtora Paramount Pictures, para quem trabalhava desde 1949, sendo que à partir do filme Três em um Sofá (Three on a Couch), de 1966, passou a trabalhar para a Columbia Pictures.

Na trama conhecemos uma garota orfã, de 9 anos de idade, chamada Donna Peyton (Donna Butterworth), herdeira de 30 milhões de dólares, que agora teria que escolher um entre seus tios paternos para se tornar seu pai adotivo, tendo para isso um prazo de duas semanas determinados pela justiça. Para cuidar da garota e levá-la até cada tio foi designado o bondoso e desastrado chofer Willard Woodward (Jerry Lewis), que era também guarda-costas e o melhor amigo da garota. Assim ela inicia sua trajetória visitando seu tio mais velho, James Peyton (Jerry Lewis), um velho e simpático capitão de navio. Em seguida Willard leva a garota até um circo, onde vivia seu tio Everett Peyton (Jerry Lewis), que trabalhava como palhaço, embora fosse extremamente mau-humorado e detestasse crianças. O terceiro tio a ser verificado era Julius Peyton (Jerry Lewis), um fotógrafo de modelos, totalmente concentrado em seu trabalho, o que fazia com que se esquecesse totalmente do que se passava a sua volta. Na sequência a garota foi ao aeroporto conhecer o tio Eddie Peyton (Jerry Lewis), um educado e desajeitado piloto de avião. O próximo tio era Skylock Peyton (Jerry Lewis), um grande detetive que lembrava muito o próprio Sherlock Holmes. O ultimo da lista era o tio Bugs Peyton (Jerry Lewis), um gangster que rapta a própria sobrinha e realiza atentados contra o chofer Willard.

Durante as visitas aos tios, todos brilhantemente interpretados por Lewis, vemos sequências grandiosas e totalmente hilárias, com o típico humor exagerado e ao mesmo tempo refinado que caracteriza os filmes do comediante. Algumas que se destacam são, por exemplo, a história contada pelo Capitão James, que se passava durante a Segunda Guerra Mundial. O fotógrafo Julius tão focado em seu trabalho, que confunde a própria sobrinha com uma modelo. As peripécias do atrapalhado detetive Skylock e o ato final em que Willard torna-se herói contra o tio gangster, Bugs. Porém, a cena do tio Eddie tentando levantar voo com seu velho avião é, com certeza, a melhor sequência cômica da produção. Curiosamente todos os tios eram baseados em personagens de outros filmes de Lewis, por exemplo o tio Julius, que era idêntico ao Professor Kelp do clássico O Professor Aloprado (The Nutty Professor) de 1963.

O filme é extremamente divertido e indicado para se ver com toda a família, apresentando um roteiro simples, mas funcional, além do humor leve, não apelativo, que faz tanta falta no cinema das últimas décadas. No elenco se destacam grandes nomes, ainda que poucos, já que Lewis interpreta a maioria dos personagens, mostrando todo o seu talento e versatilidade nas várias personalidades dos tios de Donna. Entre os demais atores estão Sebastian Cabot, Neil Hamilton e Anne Baxter.

No Brasil o filme teve duas dublagens, sendo mais conhecida a versão exibida na televisão, realizada no estúdio carioca Herbet Richers, que fez a maior parte dos filmes do comediante, até mesmo em redublagens, para padronizar a voz de Nelson Batista no mesmo. A outra versão atualmente é bastante rara, pois saiu apenas em VHS, sendo realizada no estúdio paulista Alamo, contando com a voz de Nelson Machado no protagonista. Atualmente o filme está disponível em DVD, pelo selo World Classics, contando com a dublagem da Herbert Richers. Vez por outra é reprisado na TV aberta pela Rede Brasil. Vale a pena ver ou rever este clássico da comédia, pois sem dúvida o bom humor e grande talento do genial Jerry Lewis é imortal e agrada pessoas de todas as idades.



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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O FALCÃO JUSTICEIRO (1980)

 

Um clássico filme de batalha medieval

Em 1980 estreou nos cinemas um filme britânico, sobre cavaleiros e lutas com espadas, que marcaria toda uma geração, O Falcão Justiceiro (Hawk The Slayer). Escrito e dirigido pelo inglês Terry Marcel, apresentava um roteiro simples, mas contundente, além de elenco com alguns nomes de peso, como Jack Palance, que interpretou o vilão da trama. A trilha sonora também é muito marcante, trazendo uma mistura entre épico e efeitos eletrônicos dos anos 80.

O roteiro se inicia com a chegada do terrível cavaleiro Voltan (Jack Palance) ao castelo de seu pai (Ferdy Mayne), a fim de reclamar um antigo segredo que lhe traria grande poder, a Chave da Força dos Patriarcas. Porém, Voltan era um homem muito cruel e temido em seu país, o que fez com que seu pai lhe negasse este segredo. Revoltado por não conseguir seu objetivo, Voltan fere seu pai mortalmente e se retira do castelo. Em seguida seu irmão mais novo, chamado Falcão (John Terry), chega para ver seu pai, que antes de morrer lhe entrega o segredo, já que ao contrário de seu irmão tinha um coração nobre e procurava proteger as pessoas. O segredo estava em uma pedra mágica, de cor verde, que se une a uma espada, concedendo grande força a Falcão, que agora passaria a defender o reino contra as maldades de seu irmão.

Assim vemos a chegada de um homem chamado Ranulf (William Morgan Sheppard) ao covento Irmandade da Palavra Santa, pedindo ajuda, já que seu vilarejo havia sido atacado por Voltan e seu bando. Logo Voltan chega ao convento, acompanhado de seu filho Drogo (Shane Briant), exigindo que as freiras lhe entregassem o ouro que havia no local. Devido a recusa das freiras, sequestra a Abadessa (Annene Crosbie), até que lhe entreguem o ouro. Assim, Ranulf vai atrás do único homem capaz de fazer justiça contra a tirania de "Voltan, o Sombrio". Este justiceiro era o próprio Falcão.

Gort, Ranulf, Feiticeira, Falcão, Baldin e Arqueiro

Após a introdução do filme, já vemos o tempo adiantado, dando a entender que Voltan se tornara ainda mais cruel e conhecido por destruir vilarejos, assim como o herói Falcão com um tom de mais experiência no uso de sua poderosa espada. Antes de socorrer Ranulf e as freiras que precisavam resgatar a Abadessa, Falcão salva uma mulher que seria queimada por homens maus. Esta tinha poderes mágicos e o ajudaria a encontrar alguns de seus notáveis amigos, que acompanhariam na luta contra Voltan. Estes companheiros de Falcão eram o gigante Gort (Bernard Bress Jaw), o elfo Arqueiro (Ray Charleson) e o anão Baldin (Peter O'Farrell). Ainda descobrimos no decorrer da trama que Voltan usava um elmo que lhe cobria um dos olhos, pois no passado havia sido ferido pela noiva de Falcão, Eliane (Catriona MacColl).

O filme conta com poucos efeitos visuais e cenários bem construídos. A filmagem feita com poucas luzes passa a sensação dos dias sombrios vividos naquele reino aterrorizado por Voltan. As atuações são muito boas, tendo o protagonista Falcão com um ar bastante heróico e seguro, enquanto o vilão Voltan passava um ar insano e cruel, demonstrando toda sua maldade e arrogância. O final deixa uma ponta solta para uma continuação, que estava planejada pelo diretor, mas nunca saiu do papel.

Falcão e Voltan em sua luta final

O Falcão Justiceiro não foi exibido nos cinemas brasileiros, mas teve grande destaque quando foi exibido na televisão pelo SBT, que o reprisou algumas vezes entre os anos 80 e início dos 90, tornando-se um dos mais lembrados entre os filmes exibidos no auge da emissora. Foi lançado também em VHS, porém nunca em DVD ou Blu Ray por aqui. A dublagem foi realizada pelo estúdio paulista Alamo, contando com um ótimo elenco de vozes da época. Vale a pena ver ou rever este clássico, que com certeza agradará o público nostálgico, assim como os amantes de filmes com batalhas medievais.



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