quarta-feira, 27 de setembro de 2023

EPISÓDIO PERDIDO MUNDIAL DE CHAVES É ENCONTRADO

Cena do episódio "Las Trampas de la Chilindrina"

A série Chaves (El Chavo Del Ocho) é um grande sucesso em vários países, incluindo o Brasil, desde sua criação nos anos 70 até os dias de hoje, mesmo estando fora do ar em todo o mundo desde 2020 por questões contratuais entre a emissora que a produziu e os detentores de seus roteiros. O garoto do barril, criado e interpretado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito), logo conquistou o público, por seu bom humor, trapalhadas e simpatia.

Porém, como muitos sabem, esta série, assim como a produção irmã Chapolin Colorado (El Chapulin Colorado), sempre despertou a curiosidade de seus admiradores também por uma outra questão, os chamados "episódios perdidos". No Brasil os programas foram exibidos entre 1984 e 2020 pelo SBT, passando também por emissoras da TV por assinatura como Cartoon Network, TBS, TLN e Multishow. Durante vários anos apenas uma parte dos episódios de ambas as séries foram transmitidos no Brasil, pois nem todos haviam sido adquiridos, além de alguns que misteriosamente haviam desaparecido da programação do SBT entre os anos 80 e 90, voltando aos poucos à partir de 2005, no caso da série Chapolin. Apenas em 2018 todos os episódios disponíveis foram exibidos no Brasil, pelo canal pago Multishow, que mandou dublar os episódios inéditos até então.

A questão é que ainda assim existem episódios perdidos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Tanto na série Chaves, como em Chapolin e até mesmo no programa Chespirito, produzido entre 1980 e 1995, existem episódios que não são distribuídos pela Televisa desde os anos 80. Entre estes estão a primeira parte do episódio em que o ator Héctor Bonilla aparece em Chaves, intitulado "Um Astro Cai na Vila - Parte 1" e a terceira e última parte do episódio "Os Piratas" em Chapolin. Curiosamente no Brasil foram exibidos alguns episódios que não estão disponíveis em nenhuma emissora de outros países, como "Muitas Marteladas - Parte 2" e "Um Festival de Vizinhos - Parte 2" em Chaves e "Aventuras em Vênus" e "Dr. Chapatin e o Contrabando / Com essa pulgas não se brinca de pula-pula!" em Chapolin.

No início de 2023, os fãs brasileiros das séries, organizados em vários sites e fóruns, encontraram um episódio perdido da série Chapolin Colorado, intitulado "O Bandido do Hospital" (No por mucho amenazar, nos madrugan más temprano), gravado e exibido originalmente em 1974. Nos últimos anos em que a série vinha sendo exibida, nenhuma emissora em todo o mundo transmitia o citado episódio, já que não era mais distribuído pela Televisa após remasterizar os programas. O arquivo foi encontrado à partir de uma gravação feita em fita VHS no ano de 1985 em Cancún.

Já no segundo semestre deste ano, os fãs econtraram mais um episódio perdido, desta vez da série Chaves, intitulado "As Trapaças da Chiquinha" (Las Trampas de la Chilindrina), gravado e exibido originalmente em 1978. Tal episódio havia deixado de ser distribuído pela Televisa desde meados dos anos 90. O arquivo foi encontrado à partir de uma gravação feita em fita VHS no ano de 1993, quando o episódio foi exibido pela emissora América Television, do Perú. O arquivo foi disponibilizado através de um colecionador peruano.

Confira o episódio na íntegra no YouTube:


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"CHAVES" E "CHAPOLIN": SUCESSOS QUE CHEGARAM AO BRASIL POR ACIDENTE 

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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

NOVA SESSÃO DE FILMES ALTERA HORÁRIOS DE SÉRIES NA REDE BRASIL

A Rede Brasil de Televisão, emissora conhecida por exibir várias séries e filmes clássicos em sua programação, estreia mais uma sessão de filmes, denominada Cine Rede Brasil Especial. Desde a última segunda-feira (25), vai ao ar semanalmente às 22h00.

Deste modo as clássicas séries exibidas nas noites de segunda-feira mudaram de horário, indo ao ar um pouco mais tarde. Os novos horários são: Columbo às 23h35, Terra de Gigantes às 00h35, Mulher Maravilha às 01h30 e Missão Impossível às 02h20.

A Rede Brasil pode ser sintonizada em todo o país através de seu sinal aberto, TVs por assinatura, aplicativo RB Play para smartphones e site oficial https://www.rbtv.com.br/



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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

CHAVES (1973)

 

Chaves e a vizinhança mais querida da televisão!

Em 26 de fevereiro de 1973 estreava na televisão mexicana uma das séries de maior sucesso em toda a América Latina, Chaves (El Chavo Del Ocho). Apresentava as aventuras de um garoto que vivia em uma vila. Embora muito pobre, estava sempre brincando com seus amigos da vizinhança e gostava de se esconder em um barril. O personagem foi criado e interpretado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Embora a série tenha estreado em 1973, a primeira aparição do personagem ocorreu em 1971, dentro do programa Chespirito, onde vários personagens de Bolaños estrelavam seus próprios quadros humorísticos. Dentre estes quadros, dois se destacaram a ponto de chamar a atenção dos executivos da emissora, tornando-se séries independentes, sendo o próprio Chaves e o Chapolin Colorado.

A série apresentava o dia a dia do personagem homônimo, juntamente com os demais moradores da vila de propriedade do bondoso Sr. Barriga (Edgar Vivar). Sempre que este chegava para cobrar os aluguéis dos inquilinos, era recebido acidentalmente com uma pancada pelo garoto Chaves. Dentre os moradores está a rabugenta Dona Florinda (Florinda Meza), conhecida por seu mau humor e por mimar seu único filho. A prestativa Dona Clotilde (Angelines Fernández), mais conhecida pelas crianças como a Bruxa do 71. Finalmente, o simpático, porém preguiçoso, Seu Madruga (Ramón Valdéz). Um homem viúvo que vive com sua filha e está sempre fugindo do Sr. Barriga para não pagar os 14 meses de aluguel que lhe deve.

Quico, Chaves e Chiquinha 

Entre as crianças da vizinhança estava Quico (Carlos Villagrán), o filho de Dona Florinda, que embora não gostasse de emprestar seus brinquedos era o melhor amigo de Chaves. Chiquinha (Maria Antonieta de las Nieves), a esperta filha de Seu Madruga, que sempre pregava peças em Chaves e Quico. Nhonho (Edgar Vivar), filho do Sr. Barriga, que embora não fosse morador da vila, frequentava o local em algumas ocasiões para brincar com as crianças. Pópis (Florinda Meza), a sobrinha de Dona Florinda, conhecida por sua fala fanha e carregar sempre sua boneca, Serafina. Finalmente, Godínez (Horácio Gómez), um garoto de poucas palavras, colega de classe das demais crianças. Não era morador da vila, aparecendo em raras oportunidades.

Outros personagens fixos eram o egocêntrico Professor Girafales (Rúben Aguirre), mestre das crianças na escola que estava sempre visitando a casa de Dona Florinda, por quem apaixonado. A resmungona Dona Neves (Maria Antonieta de las Nieves), bisavó da Chiquinha, que foi morar com a garota após a partida de Seu Madruga. Finalmente, o carteiro Jaiminho (Raúl "Chato" Padilla), sempre tentando "evitar a fadiga" e fazendo questão de que todos saibam que nasceu em Tangamandápio.

Seu Madruga e Sr. Barriga

A maior parte dos episódios se passava no pátio principal da vila, onde ficavam as casas de Dona Florinda, Dona Clotilde e Seu Madruga. Nestes também haviam algumas cenas internas nas casas dos citados personagens, exceto de Dona Clotilde, onde em apenas um episódio é mostrada a parte interior, como se fosse uma casa de bruxa, já que o acontecimento era fruto da imaginação de Chaves, Quico e Chiquinha. Outros episódios se passavam na rua, no segundo pátio e na escola, onde o Professor Girafales tentava ensinar seus alunos da melhor maneira, embora as trapalhadas dos mesmos tornassem tal tarefa praticamente impossível.

Na temporada final, gravada em 1979, boa parte das histórias se passavam no restaurante de propriedade de Dona Florinda. Tal mudança ocorreu em decorrência das saídas dos atores Carlos Villagrán e Ramón Valdéz, interpretes de Quico e Seu Madruga, respectivamente. A solução encontrada por Bolaños foi mudar o ambiente em boa parte dos episódios, tirando o foco das ausências destes personagens tão marcantes.

Dona Clotilde, Professor Girafales e Dona Florinda no restaurante

Ainda houveram episódios específicos que se passavam em outros ambientes no decorrer das temporadas, como uma barbearia no episódio "Confusão no Cabeleireiro" e o terreno da esquina no episódio "O Futebol Americano", ambos de 1976. O parque central no episódio "O Fotógrafo" de 1977. O cinema em "Vamos ao Cinema?" de 1979. E finalmente, o icônico  episódio que se passava no Hotel Continental em Acapulco, na saga "Os Farofeiros" de 1977.

Os episódios geralmente tinham seus roteiros encerrados em uma única parte. Porém, haviam várias sagas marcantes, contendo de duas à quatro partes, que marcaram a memória do público, como a já citada "Os Farofeiros", "Nem Todos os Bons Negócios, São Negócios da China", "A Sociedade" "Os Espíritos Zombeteiros", "O Festival da Boa Vizinhança", entre outros.

Chompiras e Peterete

Nas primeiras temporadas costumava-se apresentar pequenos esquetes dos ladrões Chompiras e Peterete, interpretados por Chespirito e Ramón Valdéz, respectivamente, antes da história principal com a turma do Chaves. Assim como ocorria com as esquetes de Dr. Chapatin na série Chapolin Colorado. Os personagens deste quadro foram chamados no Brasil como Beterraba e Carne Seca.

A série foi exibida na televisão mexicana, pela Televisa, entre 26 de fevereiro de 1973 e 7 de janeiro de 1980, quando deu lugar à nova fase do programa Chespirito. Ainda assim, Chaves seguiu sendo gravado como uma esquete do citado programa, tendo seu último episódio exibido em 1992, exatamente três anos antes do encerramento do programa na emissora.

O título original do programa era El Chavo Del Ocho ("O Chaves do Oito" em português), pois o programa Chespirito foi exibido inicialmente na TV Tim, canal 8 do México, que ainda na primeira metade da década de 1970 uniu-se à Televisa, canal 2. Assim, para justificar o "Ocho" do título, usaram o argumento de que o garoto Chaves vivia na casa número 8 da vila.

Capa do LP nacional da série

Chegou ao Brasil no início da década de 1980, quando a recém inaugurada emissora TVS (atual SBT) adquiriu um pacote de novelas com a Televisa. Neste mesmo pacote vieram as séries Chapolin Colorado e Chaves (ler matéria sobre a chegada das séries ao Brasil no link ao final do post). A princípio foram dublados alguns episódios como teste nos estúdios da própria emissora, que contava com empresas terceirizadas cedendo dubladores para suas produções. No caso de Chaves e Chapolin, a empresa responsável foi a MAGA, de propriedade de Marcelo Gastaldi

Nestes episódios de teste, nota-se uma diferença nas vozes de alguns personagens, como Chaves, Quico e Chiquinha (inicialmente dublada como "Francisquinha"), pois os dubladores ainda não haviam encontrado o timbre ideal que seria mantido até o final da dublagens. Por tal razão, alguns episódios como "O Leiteiro" e "Na escola...Domingo!" apresentam os citados personagens com vozes mais agudas.

Estreou na TVS em 24 de agosto de 1984, tornando-se destaque na programação em poucos meses de exibição. Foi exibida em programas como TV Poww e Sessão Premiada, logo ganhando horário próprio, passando por praticamente todos os horários da grade. O sucesso junto ao público fez com que a encomenda de novos lotes de episódios fossem realizadas em 1988, 1990 e 1992. Ficou no ar, quase que ininterruptamente, entre 1984 e 2020, quando saiu do ar em todo o mundo devido a um impasse de direitos autorais entre a emissora que produziu a série e os detentores dos roteiros e personagens.

Logo da série na abertura exibida pelo SBT até 1993

Durante os anos de exibição, o SBT produziu algumas aberturas alternativas para a série. Sendo que a última alteração ocorreu em 1993, quando foi padronizada a abertura com a contagem regressiva mostrando os rostos dos personagens, ao som da música "Aí Vem o Chaves". Esta canção era o tema principal do LP da série lançado no país em 1989.

A dublagem da MAGA contou com as vozes de Marcelo Gastaldi como Chaves, Nelson Machado como Quico, Carlos Seidl como Seu Madruga, Marta Volpiani como Dona Florinda/Pópis, Sandra Mara (1ª voz) e Cecília Lemes (2ª voz) como Chiquinha/Dona Neves, Potiguara Lopes (1ª voz) e Osmiro Campos (2ª voz) como Professor Girafals, Silton Cardoso (1ª voz) e Élcio Sodré (2ª voz) como Godinez e Older Cazarré como Jaiminho. 

A exibição não se limitou à TV aberta, pois em meados de 2010 foi exibida em alguns canais da TV por assinatura, como Cartoon Network, Boomerang, TBS e Multishow. Este último foi o único a exibir todos os episódios disponíveis, pois além de exibir todos os que possuiam dublagem MAGA, mandou dublar os que ainda estavam inéditos no estúdio Rio Sound. Ainda teve passagem pelo serviço de streaming Prime Video.

Chaves em desenho animado.

Em 2007 ganhou uma adaptação em desenho animado. Na ocasião a personagem Chiquinha não apareceu no desenho por questões de direitos autorais. Atualmente a série animada conta com mais de 130 episódios, divididos em 7 temporadas.

Ganhou vários produtos no mercado nacional como brinquedos, LP, fitas VHS, gibis e álbuns de figurinhas. Em 2005, a distribuidora Amazonas Filmes lançou uma coleção em 8 boxes de DVDs com episódios das séries Chaves, Chapolin e Chespirito. Estes foram lançados com nova dublagem realizada no Studio Gábia, onde o protagonista foi dublado por Táta Guarnieri.

Isso, isso, isso!!!

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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

TEATRO DOS CONTOS DE FADAS (1982)

 Os contos de fadas são histórias que fazem parte da vida das pessoas de modo geral. Desde a infância o contato com este tipo de contos é muito comum através de livros, filmes e até mesmo o fato de ouví-los diretamente dos pais ou avós. Quem nunca ouvir falar em personagens como Chapéuzinho Vermelho, Pinóquio ou Os Três Porquinhos? Estes são protagonistas de alguns dos mais famosos contos de fadas. Ainda existem muitos outros títulos pertencentes ao gênero, até mesmo alguns desconhecidos do público em geral.

Na década de 1980, a atriz norte-americana Shelley Duvall, grande admiradora de tais contos, produziu uma série que popularizou ainda mais o gênero entre crianças e adultos. O programa se chamava Teatro dos Contos de Fadas (Faerie Tale Theatre) e contava com grandes atores e diretores de Hollywood. A produção apresentava os contos mais populares, assim como outros menos conhecidos.

Shelley Duvall no papel de Rapunzel.

Shelley teve a ideia de produzir a série em 1980, durante as gravações do filme live-action do icônico Marinheiro Popeye, onde atuava ao lado de Robin Willians. A atriz estava lendo o conto A Princesa e o Sapo e conversando sobre o mesmo com o citado ator. Curiosamente, a série estreou em 1982, tendo como seu primeiro episódio justamente o conto lido pela atriz durante as gravações de Popeye, estrelando o próprio Robin Wiliians como o Príncipe Sapo.

A série de antologia (que conta com elenco e histórias diferentes a cada episódio) estreou na televisão americana, pela rede Showtime, em 11 de setembro de 1982, contando com produção da Gaylord ProductionLion´s Gate Entertainment Corporation e Platypus Productions. Foi exibida até 14 de novembro de 1987, totalizando 27 episódios com duração de 39 à 58 minutos, divididos em 6 temporadas.

A apresentação das histórias era feita pela própria Shelley Duvall, que também atuava em alguns episódios. A série contou com grandes nomes do cinema para estrelar os contos, como Peter MacNicol, Billy Crystall, Christopher Reeve, Susan Sarandon, Eric Idle, Melissa Gilbert, Leonard Nimoy, entre outros. Entre os diretores dos episódios estiveram nomes como Francis Ford Copola, Eric Idle e Tim Burton.

Cena do episódio "Os Três Porquinhos"

Um fato interessante foi a fidelidade dos roteiros aos contos originais, já que Shelley fazia questão de não fazer muitas adaptações às obras. Diferente do que se vê em adapatações para cinema, como nas animações de Walt Disney, onde muitas vezes até mesmo os finais dos contos são alterados para que sejam sempre felizes. Um bom exemplo é comparar a animação A Pequena Sereia de Disney com o episódio homônimo da série Teatro dos Contos de Fadas, onde vários elementos, especialmente o desfecho, são totalmente opostos.

Dentre os contos mais populares, destacam-se na série os episódios Os Três Porquinhos, João e o Pé de Feijão, Chapéuzinho Vermelho, Pinóquio, Cinderella, O Gato de Botas, entre outros. Há também contos menos populares, como O Dorminhoco (Rip Van Winkle), O Menino Que Saiu de Casa Para Saber O Que Era o Medo, As Princesas Dançarinas, A Polegarzinha, A Princesa que Nunca Sorria e A Rainha da Neve. Ainda há outros considerados quase, ou totalmente, desconhecidos pelo público, como O Rouxinol.

Dentre os episódios, há um especial que não apresenta nenhum conto específico, mas um reecontro dos personagens apresentados nas primeiras temporadas do programa. Ainda neste especial, Shelley é julgada pelos Irmãos Grimm, por ter adaptado seus contos para a televisão. Este é o episódio de número 19, intitulado Grimm Party, pertencente à quarta temporada do show. Infelizmente, este foi o único episódio nunca exibido na televisão brasileira.

A ideia de Shelley era trazer um clima realmente teatral para a televisão, o que conseguiu realizar com louvor, já que os cenários e iluminação dos episódios possuíam aspectos que levavam o telespectador a usar sua suspensão de descrença. Assim como ao se assistir uma peça no teatro, a série contava cenários visivelmente longe da realidade, mas que traziam uma sensação fantasiosa e convincente.

Cena do episódio "O Gato de Botas"

Estreou no Brasil em meados da década de 1990, pela TV Cultura, sendo exibida semanalmente com grande sucesso. Retornou à emissora no ano 2000, onde foi apresentada nas tardes de sábado, na faixa das 16h00. Neste período muitos puderam rever, ou até mesmo conhecer, o programa. O público aguardava ansiosamente pelo episódio do sábado seguinte, anunciado durante toda a semana em chamadas especiais da emissora. Ainda teve uma última reprise entre 2010 e 2012, sendo exibida diariamente na faixa das 12h00.

A dublagem foi realizada inicialmente no estúdio BKS, contando com a voz de Dráuzio de Oliveira como narrador e Cecília Lemes como Shelley Duvall nas apresentações dos contos. A segunda leva de episódios a chegar no país ganhou dublagem no estúdio Álamo, contando com as vozes de Nano Filho como narrador e Neuza Azevedo como Shelley Duvall. Os demais personagens não eram fixos, portanto o elenco de vozes também variava a cada episódio.

Foi lançada no Brasil em DVD em duas ocasiões, nos anos 2000, sendo a primeira pela editora Empire, que disponibilizou todos os episódios da série em volumes avulsos. Posteriormente, a distribuidora Vinyx Multimídia lançou todos os episódios em um único box composto por 5 discos. Em ambos os lançamentos não consta o episódio 19, que permanece inédito no país.



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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

"OS MONKEES" E "ZILLION" EM NOVOS HORÁRIOS NA REDE BRASIL

No último sábado (02), a Rede Brasil de Televisão surpreendeu o público, ao divulgar alterações na grade de sábado. Anteriormente o bloco de animês Sessão Oriental, assim como a série Os Monkees, era exibido em horário nobre, na faixa das 18h00.

A emissora vem fazendo várias alterações em sua programação, trazendo novas atrações e retirando outras do ar. Entre as estreias destacam-se os animês Beyblade e Yeloli, que substituíram os clássicos Samurai Warriors e Shurato

Os novos horários da série Os Monkees e do animê Zillion foram 12h00 e 12h30, respectivamente. Resta saber se a mudança será temporária ou definitiva. 


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sábado, 2 de setembro de 2023

"AS AVENTURAS DE SONIC" NA PLAYTV

A primeira série animada de um dos personagens mais famosos e queridos do mundo dos videogames, Sonic, está de volta pela PlayTV. Produzida pela DIC Entertainment entre 1993 e 1996, As Aventuras de Sonic (Adventures od Sonic the Hedgehog), teve uma temporada com um total de 65 episódios.

A trama gira em torno de Sonic e seu amigo Tails, uma pequena raposa. Vivem no planeta Móbius, onde enfrentam o terrível vilão, chamado Dr. Robotnik. A dupla desfaz os planos do inimigo com muito bom humor, sempre se utilizando do poder de Sonic, que pode correr em grande velocidade.

Sonic ainda teve outras adaptações para desenhos animados, como Sonic, o Ouriço (1993), Sonic Underground (1999), o animê Sonic X (2003) e Sonic Boom (2014). Em todas estas o clima dos episódios é mais sério que a primeira adaptação, que apresenta boas doses de humor pastelão.

Estreou no Brasil em meados da década de 1990 pela Globo. Nos últimos anos passou por vários serviços de streming, como NOW, Looke e Vivo Play.

Esta sendo exibido às quintas-feiras, na faixa das 20h30 na PlayTV. A emissora está disponível em várias operadoras de TV por assinatura, como ClaroTV, OiTV, Sky e NossaTV. Também pode ser assistida pelo site oficial: www.playtv.com.br

 

 

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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

"Viagem ao Centro da Terra", publicado pela Editora Hemus em 1972.

[*] Por Alexandre Nagado
 
Um tema recorrente na cultura pop é o da possibilidade de encontrar seres pré-históricos e mundos fantásticos nas profundezas da Terra. Como no clássico O Elo Perdido (1974) e em inúmeras outras produções, o misterioso centro do planeta oferece tanto mistério e fascinação quanto as profundezas do mar ou a imensidão do espaço cósmico.
 
A ideia sobre grandes aventuras em cavernas e vales muito abaixo da superfície do planeta remete a um dos maiores clássicos da literatura juvenil: Viagem ao Centro da Terra (“Voyage au centre de la Terre”, 1864), do francês Júlio Verne, ou melhor, Jules Verne (1828~1905). Histórias sobre mundos subterrâneos envoltos em mistérios e perigo é algo que já existia na literatura bem antes de Júlio Verne, mas foi sua obra que se tornou a grande referência sobre o tema, influenciando autores como J.R.R. Tolkien, Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs. A história é uma aventura leve e extremamente criativa, com boas doses de suspense e mistério.
 
Júlio Verne (1828-1905)
 
Em pleno século XIX, na Alemanha, o excêntrico mineralogista e professor de Geologia Otto Lidenbrock encontra um misterioso manuscrito dentro de um antigo livro que adquiriu. Lá, uma mensagem instigante de um homem chamado Arne Saknussemm dava pistas de um possível caminho para o centro da Terra, a partir da cratera do Sneffels, um vulcão inativo na Islândia. 
 
Empolgado com a possibilidade de descobertas inimagináveis, Lidenbrock resolve partir rumo à Islândia, em busca da passagem misteriosa. Sem muita convicção, seu brilhante, porém nada aventureiro sobrinho Axel (o narrador da história) o acompanha. Para ajudá-los na difícil jornada, o professor contrata o caçador local Hans, um homem quieto, forte e de grande dedicação e lealdade. O trio enfrenta um longo e tortuoso caminho, até que encontram galerias que vão descendo cada vez mais. Sem enfrentar o calor incandescente que se esperava de acordo com as teorias científicas da época, os exploradores vão adentrando um mundo isolado da civilização e cheio de mistérios. 
 
Versão da Editora Principis (2019)

Clássico da ficção científica, Viagem ao Centro da Terra foi publicado originalmente em 1864. De lá para cá, foi editado e republicado incontáveis vezes em vários países, inclusive no Brasil.
 
Versão cinematográfica, produzida pela 20th Century Fox em 1959.

No cinema, ganhou famosas adaptações em 1959 e 2008. Direta ou indiretamente, inspirou quadrinhos, filmes, séries e jogos, sendo uma obra icônica da cultura pop mundial. Repleto de informações sobre mineralogia, botânica e biologia, a obra oferece especulações que fascinaram os leitores da época, e soam instigantes até hoje. Júlio Verne não era apenas um escritor habilidoso e criativo, era também dono de uma cultura colossal, com múltiplos interesses em suas pesquisas.
 
A viagem em si ocupa a maior parte da obra, que se detém pouco nos cenários, criaturas e situações extraordinárias que Lidenbrock, Axel e Hans encontram no centro da Terra, mas a narrativa do autor é envolvente. Os personagens são carismáticos e a química entre o impulsivo, obstinado e temperamental cientista e seu sobrinho prudente ao extremo (para dizer o mínimo) tornam a leitura deliciosa.
 
Viagem ao Centro da Terra é uma das obras mais conhecidas de Júlio Verne, ao lado de clássicos igualmente cultuados como Cinco Semanas em Um Balão, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em 80 Dias. É leitura indicada, não somente para adolescentes, mas para qualquer um disposto a mergulhar em uma obra que tem atiçado a imaginação de muitas gerações, com um genuíno senso de aventura e encantamento. 

 
[*] Alexandre Nagado é autor do Blog Sushi POP




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