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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

MEDABOTS (1999)

Um clássico animê repleto de ação e aventura, protagonizado por simpáticos robôs de combate!

No início dos anos 2000, uma grande leva de animês com temática de batalhas entre monstros e disputas de jogos, tendo crianças como protagonistas, tomou conta da televisão brasileira. O sucesso iniciado com as séries Pokémon e Digimon logo trouxe outros títulos, como Monster Rancher, Beyblade e Yu-Gi-Oh. Dentre estes, estava um animê diferenciado, pois não apresentava duelos com monstros, cartas ou piões. Desta vez as batalhas eram entre pequenos robôs que davam título à série, Medabots.

Baseado no jogo para Game Boy, Medarot (originalmente "Medarotto"), lançado em 1997, o animê foi produzido pelo estúdio Bee Train. A exibição na televisão japonesa ocorreu entre 2 de julho de 1999 e 30 de junho de 2000 pela TV Tokyo, totalizando 52 episódios. Uma sequência, intitulada Medabots Spirits (Medarot Damashii) foi exibida entre 7 de julho de 2000 e 30 de março de 2001, com um total de 39 episódios.

Durante a exibição da série original, a franquia ganhou também uma versão em mangá. Publicado na revista Comic Bom Bom, da editora Kodansha, entre 6 de julho de 1999 e 6 de junho de 2000. O sucesso da franquia ainda lhe rendeu outros jogos de videogames, sendo lançados para consoles como Game Boy Advance, GameCube e Nintendo DS.

Medabots para Game Boy Advance.

A distribuição ocidental da série ficou à cargo da empresa canadense Nelvana, que fez alterações em nomes de personagens e adaptou novos temas para abertura e encerramento dos episódios.

A trama se passa no ano de 2122, quando os robôs denominados Medabots serviam à humanidade, desenvolvendo os mais variados tipos de tarefas. Porém, entre as crianças, a função favorita para os robôs era a disputa de Cyberlutas. O protagonista da série era o garoto de 10 anos, Ikki Tenryou, sendo o único aluno de seu colégio a não possuir um Medabot, apesar de sempre pedir para que seus pais lhe dessem um de presente.

Certo dia, ao caminhar perto de um rio, Ikki encontra uma rara medalha. Tal peça era utilizada como a alma dos medabots, contendo suas habilidades e características. Esta medalha havia sido perdida pelo misterioso Fantasma Renegado. Mesmo sem um Medabot, o garoto guarda a medalha com muito cuidado.

Ikki já havia tentado comprar um Medabot na loja em que trabalhava o jovem Henry. Porém, o único exemplar que poderia comprar com suas economias era um antigo modelo KBT, que estava no estoque da loja há muito tempo por ser ultrapassado. Assim, o garoto prefere esperar para adquirir um modelo mais recente. Até que sua melhor amiga, Erika, a fotógrafa do jornal do colégio, se encontra em apuros com a terrível Gangue dos Roqueiros, fazendo com que ele tenha que reconsiderar e adquirir o velho Medabot para assim salvar a garota. Erika era a dona do Medabot Brass.

Henry, Metabee e Ikki.

A princípio, Ikki tem problemas com a personalidade forte de seu novo Medabot, a quem chamou como Metabee. O robô era muito teimoso e não queria obedecer às ordens de seu dono, devido as características contidas em sua rara medalha, que também lhe conferia uma Medaforça extraordinária. Com o passar do tempo as coisas começam a mudar, e a amizade entre garoto e seu robô começa a ganhar novos rumos, abrindo caminho para que Ikki se torne um grande medalutador e ambos participem do esperado Torneio Mundial de Cyberlutas.

Entre os personagens ainda se destacam Koji, um grande medalutador e rival de Ikki. A garota rica, Karen, por quem Ikki é apaixonado. O trio Samantha, Spyke e Sloan, conhecido como a Gangue dos Malucos. O irritante garoto Rintaro, que está sempre seguindo Ikki e Metabee. Dr. Aki, presidente da Corporação Medabot. O hilário Sr. Juiz, árbitro das cyberlutas que sempre surge dos lugares mais inesperados. Ainda os principais vilões da série, conhecidos como a Gangue dos Robôs de Borracha, liderada pelo Dr. Meda-Malvado, que está sempre em busca de medalhas raras.

No decorrer dos episódios surgem vários mistérios e revelações sobre o passado dos Medabots, que tinham ligação com a antiga civilização dos Medalorians. Algumas passagens marcantes envolvem o surgimento do Medalutador Espacial X e os temidos 10 dias de escuridão.

Mesmo sendo uma série contemporânea à Pokémon e Digimon, Medabots possui um estilo de animação que remete à animês mais antigos. Seus traços, longe de depreciar a produção, tornam a animação ainda mais simpática e interessante, apresentando um estilo próprio.

Erika, Ikki, Samantha e Koji com seus respectivos medabots.

A série estreou no Brasil em 19 de novembro de 2001 pelo extinto canal pago Fox Kids. A exibição ocorria no bloco Invasão Anime ao lado de vários outros títulos nipônicos. No ano seguinte chegou à TV aberta, pela Globo, estreando em 22 de abril no programa infantil TV Globinho com muito sucesso. Posteriormente, foi exibida também pelo extinto canal Jetix, que substituiu a Fox Kids em 2004. Consta que a série Medabots Spirits nunca foi exibida na TV aberta.

A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Mastersound. Contou com as vozes de Diego Marques como Ikki, Wendel Bezerra como Metabbe, Melissa Garcia como Erika, Silvia Suzy como Brass, Fábio Lucindo como Koji, Márcio Araújo como Henry, Gabriel Noya como Rintaro, Carlos Silveira como Sr. Juiz, Tatá Guarnieri como Fantasma Renegado, Luiz Laffey como Medalutador Espacial X, Walter Breda como Dr. Aki e Luiz Carlos de Moraes como Dr. Meda-Malvado. A narração ficou à cargo de Júlio Franco. O tema de abertura foi cantado por Nil Bernardes.

Vários produtos foram lançados no país, como bonecos, figurinhas (no chiclete Ping Pong Ploc), revistas de atividades, mangá (pela Editora Abril), fitas VHS e DVDs com os quatro primeiros episódios.


== EXTRAS ==

Abertura em português:


 Comercial de brinquedos (áudio latino):




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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

AS AVENTURAS DE TINTIN


Tintin, o repórter belga mais famoso dos quadrinhos e desenhos animados!

Na década de 1990, estreou no Brasil, pela TV Cultura, um desenho animado inovador, trazendo tramas detetivescas e personagens cativantes que chamou a atenção de crianças e adultos. A série animada As Aventuras de Tintin (originalmente em francês "Les aventures de Tintin") é tida por muitos, até os dias de hoje, como uma das animações mais bem elaboradas de todos os tempos.

O personagem principal, Tintin, era um repórter investigativo. Criado pelo cartunista belga George Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, surgiu inicialmente nas histórias em quadrinhos, tendo sua estreia em 10 de janeiro de 1929 no jornal Vingtième Siècle.

O traço expressivo e detalhado de Hergé, assim como as tramas envolventes e misteriosas das histórias, tornaram o personagem conhecido e admirado em toda a Europa. O talento do desenhista lhe rendeu a fama de "Walt Disney Europeu". Entre as criações de Hergé estão personagens como Les Aventures de Jo, Zette et Jocke e Quick et Flupke ("Quim e Filipe" no Brasil).

Hergé (1907-1983)

A série As Aventuras de Tintin era publicada em semanários, sendo posteriormente reunida em livros, formando uma coleção de 23 volumes completos. Alguns projetos ficaram inacabados, a exemplo da última história, Un jour d'hiver, dans un aéroport, já que Hergé veio a falecer em 1983. Os demais títulos inacabados são La piste indienne (1958), Nestor et la justice (1958), Les pilules (1960) e Tintin et le Thermozéro (1960). No decorrer dos anos, as histórias foram adaptadas para filmes, peças de teatro e desenhos animados.

O primeiro álbum publicado em 1930 foi Tintin no País dos Sovietes. Dentre outros títulos famosos estão O Caranguejo das Pinças de OuroO Cetro de Ottokar, Rumo à Lua, O Caso Girassol, As Jóias da Castafiore, Tintin e os Pícaros, Tintin no Tibete e O Lótus Azul. Este último foi considerado a primeira obra-prima de Hergé.

Álbuns lançados no Brasil pela Companhia das Letras.

No Brasil, os álbuns foram publicados por várias editoras no decorrer dos anos. Dentre elas estão Record, Globo e, recentemente, Companhia das Letras.

Os títulos adaptados para filmes animados foram O Caso Girassol, de 1964. O Templo do Sol e Os Prisioneiros do Sol, ambos produzidos em 1969. Ainda, Tintin e o Lago dos Tubarões, de 1972. Também houveram filmes live action, como Tintin e o Mistério do Tosão de Ouro (1961) e Tintin e as Laranjas Azuis (1964). Em 2011, ganhou sua primeira adaptação cinematográfica em animação gráfica, intitulado As Aventuras de Tintim, baseado no álbum O Segredo do Licorne.

Capitão Haddock e Tintin no live action Tintin e o Mistério do Tosão de Ouro

Mas, sem dúvida, a produção que mais popularizou o personagem nas últimas décadas, sobretudo no Brasil, foi o desenho animado produzido na década de 1990. A série animada franco-belga, intitulada As Aventuras de Tintin, teve um total de 39 episódios, divididos em três temporadas. Exibidos originalmente pelos canais France 3 (França) e Global TV (Canadá) entre 1991 e 1992. Vários álbuns foram adaptados, rigorosamente, nos episódios de 30 minutos. Cada história era apresentada em episódios de uma à quatro partes.

A produção ficou à cargo dos estúdios Ellipse Animation (França) e Nelvana (Canadá), sob supervisão da Hergé Foundation. Contou com direção de Stéphane Bernascon. Roteiros de Toby Mullally, Eric Rondeaux, Martin Brossolet, Alex Boon, Dennise Fordham e Amelie Aubert. Finalmente, consultoria do especialista em Hergé, Philippe Goddin.

Os episódios apresentavam as aventuras e casos jornalísticos de Tintin. Um destemido repórter belga, sempre acompanhado por seu cão de estimação, da raça Fox Terrier, Milu. O rapaz sempre se envolvia em casos misteriosos e não desistia de buscar pistas para solucioná-los. Em vários casos, contava com a ajuda de seus amigos Capitão Archibald Haddock, um mau humorado ex-capitão de navio. Professor Trifólio Girassol, um cientista bilhante, mas com grave problema de audição. Finalmente, os idênticos e atrapalhados detetives Dupond e Dupont. Por vezes também apareciam a cantora lírica Bianca Castafiore, o mordomo Nestor, o vendedor de seguros Serafim Lampião, entre outros personagens.

Entre os vilões mais lembrados da série, estavam os terríveis criminosos J.W. Müller, um cruel médico alemão. Roberto Rastapopoulos, um crimonoso de fama internacional. Finalmente, Alan, ex-imediato no navio de Haddock que se revelou um traidor.

Cena da icônica saga Rumo à Lua.

Entre os episódios mais lembrados estão O Caranguejo das Tenazes de Ouro, nada menos que a estreia da série, onde Tintin conhece o Capitão Haddock. O Tesouro de Rackham, o Terrível, onde Tintin conhece o Professor Girassol e Haddock herda o Castelo de Moulinsart. O Lótus Azul, baseado em um dos mais aclamados álbuns de Hergé. Finalmente, a icônica saga Rumo à Lua, onde Tintin faz uma fantástica viagem espacial.

Hergé (à esquerda) como figurante na série animada.

Um fato curioso na série é a aparição do autor, Hergé, como figurante nos episódios. Em muitas cenas em que haviam multidões, era possível ver um personegem de cabelos loiros, com as feições do mesmo, como uma homenagem dos produtores ao autor da obra.

A série estreou no Brasil em 1994, pela TV Cultura, com grande sucesso, ganhando várias reprises nas décadas posteriores. Ainda foi exibido outras emissoras como Canal Futura Cartoon Network. Também passou pelos serviços de streaming Netflix e Brasil Paralelo. Foi lançada por completo em box de DVDs pela distribuidora LogOn e ainda em versões com episódios avulsos pela Vídeo Brinquedo. Os filmes animados foram lançados pela Playarte.

A dublagem da série ficou à cargo do extinto estúdio carioca Herbert Richers. Contou com as vozes de Oberdan Júnior como Tintin, Isaac Bardavid como Capitão Haddock, Orlando Drummond como Professor Girassol, Darcy Pedrosa como Dupont, Márcio Simões como Dupond e Geisa Vidal como Castafiore.

No serviço de streaming Netflix, a série foi disponibilizada com uma redublagem realizada em Miami pelo estúdio The Kitchen Inc., contando com as vozes de Sean Andrew Stanley como Tintin, Marcello Silva como Capitão Haddock, Roberto Lobo como Professor Girassol, Alexandre Correia como Dupont, Roberto Colla como Dupond e Edna Mayo como Castafiore.

Tintin (ao centro) e seus amigos.

* O autor desta matéria preferiu utilizar a grafia original do nome "Tintin" no lugar da grafia adotada em alguns lançamentos no Brasil, "Tintim".

==EXTRAS==

Abertura da série animada:

Chamada na TV Cultura:


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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

JERRY LEWIS - DESENHO ANIMADO (1970)

Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down / Filmation (1970)

Um dos maiores nomes do cinema humorístico de todos os tempos, sem sombra de dúvida, é Jerry Lewis. O astro estadunidense começou sua carreira artística ainda criança, tendo feito ao longo dos anos apresentações radiofônicas, teatrais, televisivas e cinematográficas. Ganhou maior destaque no final da década de 1940, quando passou a atuar em filmes de humor ao lado do ator e cantor Dean Martin. Ao final da década de 1950, passou a estrelar filmes solo, mostrando todo o seu talento como ator, roteirista, diretor, cantor e dançarino. É considerado um dos maiores gênios da comédia, tendo grande número de admiradores em países como França e Brasil.

 

Jerry Lewis (1926-2017)
 

Além de ser um um artista completo, Lewis ainda inovou a autodireção em filmes, criando um assistente de vídeo que permitia ver sua atuação, assim como dos demais atores, em tempo real através de um monitor. Este recurso é usado na indústria cinematográfica até os dias de hoje.

Como resultado de tamanho talento e grande sucesso entre os anos 40 e 60, ganhou uma série animada própria, produzida pelo estúdio Filmation, no ano de 1970. Nesta época, vários artistas de sucesso passaram a ganhar séries animadas, como O Gordo e o Magro, Os Três Patetas, The Beatles, Jackson Five, entre outros.

Curiosamente, Lewis não deu voz à sua versão animada, sendo esta feita por David Lander. A única contribuição do astro para sua série animada foi com alguns roteiros. A produção ficou à cargo de Lou Scheimer e Norm Prescott. Os traços e personalidade do protagonista, assim como o tipo de humor pastelão, foram bastante fieis ao que se via nos filmes do ator.

Jerry Lewis e Sr. Barra Funda

 A trama apresentava o atrapalhado Jerry Lewis trabalhando na Agência de Empregos Malucos, de propriedade do rabugento Sr. Barra Funda. Este enviava o rapaz, diariamente, aos mais variados tipos de atividades profissionais, além de estar sempre lhe passando sermões aos gritos. A secretária da empresa era a jovem e serena Ronda, por quem Jerry era apaixonado e tinha grande dificuldade em convidar para ir ao cinema, já que os horários de trabalho e as broncas do chefe sempre dificultavam a situação.

Jerry vivia com seu pai, Professor Lewis, e sua irmã caçula, Geraldine. O Professor vivia de seus inventos, cada um mais maluco que o outro, fazendo com que a casa da família fosse atingida por raios, tempestades, ventanias e coisas do gênero.

Ainda outros personagens recorrentes na série, todos parentes de Lewis, eram o tio detetive Hong Kong Lewis, tio Xaveco, tio Cão do Mar, tio Chicote, tio Ralph e o primo Tonelada. Todos estes tinham a aparência de Jerry Lewis, como se fosse o próprio ator interpretando os personagens ao mesmo tempo, assim como no filme Uma Família Fuleira, escrito, dirigido e protagonizado por Lewis em 1965.

Os vários personagens com a aparência de Jerry Lewis

A série animada foi exibida, originalmente, na televisão americana entre 12 de setembro de 1970 e 2 de setembro de 1972 pela rede ABC, com o título Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down. Rendeu apenas uma temporada com um total de 18 episódios.

Estreou no Brasil, ainda na década de 1970, pela extinta TV Tupi. Na segunda metade dos anos 80 passou a ser exibida pela TV Bandeirantes, como atração do programa infantil O Circo da Alegria. No início dos 90, foi exibida pela extinta Rede Manchete, integrando os programas Clube da Criança e Lulu Limpim Clapa Topo. Desde a segunda metade da década de 1990 não foi mais reprisada na televisão, não ganhando nem mesmo lançamento em VHS, DVD e serviços de streaming.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Mário Monjardim como Jerry Lewis, Sr. Barra Funda, Professor Lewis e demais personagens com as feições do ator, Carmen Sheila como Geraldine e Sônia Ferreira como Ronda.


== EXTRA ==

Abertura e trecho dublado (Tv a Lenha e os Viajantes do Tempo)



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segunda-feira, 3 de julho de 2023

COMANDO DOLBUCK (1983)

 

Um comando especial utilizando Máquinas Mutantes em defesa da Terra!

Dentre os vários gêneros que compõem a animação japonesa, existe um que é tido como um dos mais queridos em seu país de origem, enquanto no Brasil nunca chamou muito a atenção. Este gênero chama-se mecha, cujas séries tem como foco robôs gigantes, geralmente pilotados por humanos. Este estilo de animação gerou várias franquias de sucesso no Japão, como Mazinger Z, Gundam e Patlabor. Já no Brasil, entre os poucos títulos que chegaram, podemos destacar como um grande sucesso apenas o animê O Pirata do Espaço (Groizer X), exibido pela Rede Manchete e TV Gazeta, entre os anos 80 e 90. Porém, para quem costumava alugar fitas VHS no final da década de 1980, um outro animê deste gênero é também lembrado com muito carinho, tanto pelos robôs de combate, quanto por seus protagonistas carismáticos. A série chama-se Comando Dolbuck (Tokusou Kihei Dorvak).

Produzida pela Ashi Productions, foi exibida entre 7 de outubro de 1983 e 6 de julho de 1984 pela rede Fuji Network System (FNS) com um total de 36 episódios, patrocinados pela fabricante de brinquedos Takatoku Toys. Contou com a direção de Masami Anno e roteiros de Shigemitsu Taguchi. Foi uma criação do roteirista e romancista Takeshi Shudo, que posteriormente trabalharia com a franquia Pokémon, criando o monstro Lugia, o personagem central em Pokémon: O Filme 2000.

Os heróis: Pierre, Masato e Louise.

A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1999. A Terra estava ameaçada pela invasão dos edelianos, uma raça alienígena que precisava de um novo lar, já que seu Planeta Edelia havia sido extinto. Seu aspecto era muito parecido com o dos humanos, embora possuíssem pele de cor azulada e cabelos verdes. Viram na Terra o ambiente ideal para sua habitação, tendo assim que entrar em guerra contra os humanos a fim de conquistar o planeta. Seu líder era o Comandante Zeller, uma figura tida como superior e digna de honra por seu povo. Também compõem o alto escalão dos invasores o ambicioso e inescrupulodo jovem Edel, que tomou para si o cargo de Comandante-Chefe, anteriormente ocupado pelo sábio e justo Amoff, pai da jovem Aroma. A moça era apaixonada por Edel, embora não concordasse com seu modo de agir.

Os vilões, oriundos do Planeta Edelia.

Para conter a ameaça alienígena, o Exército Federal Japonês contava com uma subdivisão denominada Comando Triplo Dolbuck. Equipada com poderosos veículos que podiam tornar-se robôs de combate, chamados como Máquinas Mutantes, a equipe liderada pelo rigoroso Coronel Takashi, era composta por três jovens que passaram por um pesado treinamento até se tornarem combatentes.

Estes jovens eram Masato Mugen, um excelente atirador que tinha personalidade forte e pilotava o Jipe Carribar (Mugen Calibur, no original). Pierre Bonaparte, um ex-ladrão nascido na França, sempre alegre e brincalhão, pilotava o Tanque Targus (Bonaparte Tulcas). Louise Ovellon, uma garota doce e corajosa. É secretamente apaixonada por Masato e pilota o Helicóptero Gazette (Ovellon Gazette). Ainda integram a equipe o Comandante-Chefe Fred, seu braço direiro Jonas e os mecânicos Bob e Jack, que contam com a ajuda do robô Peter.

Durante os episódios é descoberto que o povo de Edelia tinha ligação com a Terra, especialmente pelas figuras esculpidas na Ilha de Páscoa. O ser supremo do planeta invasor, chamado Moai, era muito parecido com as mesmas. No passado, a ilha era considerada um local sagrado para os edelianos. Várias reviravoltas acontecem na trama, como edelianos que tornam-se aliados dos humanos com o passar do tempo.

A série era recheada de ação e aventura, embora também houvessem cenas de humor, destacando o relacionamento entre o simpático trio de protagonistas. As cenas de batalha possuiam uma animação bastante fluida, além de contar com uma bela e envolvente trilha sonora, tornando tais momentos ainda mais empolgantes.

Louise, Masato, Coronel Takashi e Stanley com seus novos trajes.

Um fato que marcou a série foi a morte de um dos protagonistas. No episódio 21, intitulado "O Triste Final", Pierre falece durante uma missão.Tal acontecimento pegou o público de surpresa, tendo sua explicação nos bastidores da produção. O patrocinador não estava gostando da postura do personagem que, embora fosse um honrado combatente, era simpático e alegre demais. Foi exigida sua substituição por um personagem mais sério, mesmo que isso custasse a vida do protagonista e deixasse o público chocado. Assim, foi integrado à equipe o oficial Stanley Hilton, cuja personalidade era totalmente oposta a de Pierre, sendo um sujeito frio e extremamente focado em sua missão.

Além de exigir a substituição de Pierre por Stanley, o patrocinador também propôs mudanças no robô pilotado por Masato, Carribar, que ganharia novo visual, a fim de vender mais brinquedos. Também houve alteração nos trajes dos protagonistas, que passaram a usar elegantes jaquetas com golas volumosas. 

As Máquinas Mutantes: Gazette, Targus e Carribar.

O animê chegou ao Brasil em meados de 1986 por intermédio da distribuidora Everest Vídeo, de propriedade do Sr. Toshihiko Egashira. Foi lançado diretamente em fitas VHS, ao lado das icônicas séries tokusatsu, O Fantástico Jaspion e Esquadrão Relâmpago Changeman. À princípio, o animê teve maior aceitação que os citados títulos, mas com o passar do tempo, as locações das séries live-action ultrapassaram as de Dolbuck, culminando em seu cancelamento no décimo terceiro volume, cobrindo até o episódio 26. Infelizmente o animê nunca chegou a ser exibido na televisão brasileira, tornando-se um clássico das fitas VHS nos anos 80.

A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Álamo, contando com as vozes de Eduardo Camarão como Masato, Carlos Laranjeira como Pierre, Rosa Maria Baroli como Louise, Carlos Takehi como Stanley, Flávio Dias como Robô Peter e Edel, Mauro de Almeida como Coronel Takashi, José Carlos Guerra como Bob e Zeller, Lúcia Helena como Jack, Líbero Miguel como Comandante Fred, Marcos Lander como Jonas, Muibo César Cury como Amoff e Denise Simonetto como Aroma. A narração foi feita por Francisco Borges.

== EXTRAS ==

Abertura da série:


 Trilha sonora lançada em LP (Japão):


 

 

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quinta-feira, 15 de junho de 2023

INSPETOR BUGIGANGA (1983)

 

Inspector Gadget/DIC Entertainment
     

Em 1983, o público conheceu um simpático desenho animado que mostrava as aventuras de um agente secreto muito peculiar. Destacava-se por utilizar vários equipamentos instalados em seu corpo, mas principalmente por ser muito atrapalhado. O agente meio homem, meio máquina, atendia pelo nome de Inspector Gadget, ou como foi chamado no Brasil, Inspetor Bugiganga.

A série animada foi criada por Bruno Bianchi, Jean Chalopin e Andy Heyward, sendo uma produção conjunta entre França, Estados Unidos, Canadá e Japão. Produzida pela DiC Entertainment, foi exibida originalmente entre 12 de setembro de 1983 e 1 de fevereiro de 1986 pelo canal France 3, totalizando 86 episódios divididos em 2 temporadas.

Os episódios mostravam os casos a serem solucionados pelo atrapalhado Inspetor Bugiganga (Inspector Gadget). Este vestia sempre um jaleco de cor cinza e utilizava os vários equipamentos instalados em seu corpo como armas nas investigações. Dentre os aparatos estão uma hélice que sai de seu chapéu, uma mão extra, molas que o fazem saltar grandes distâncias, entre outros. Vivia com sua sobrinha, Penny, e o cão de estimação, Crânio (Brain). O Inspetor recebe ordens do Chefe Quimby (Chief Quimby), que estava sempre escondido em latas e outros locais apertados. 

Inspetor Bugiganga, Penny, Chefe Quimby e Crânio.

O principal vilão da série era o misterioso Dr. Garra (Dr. Claw), que nunca teve seu rosto revelado. Sempre aparecia sentado em uma cadeira, onde apenas sua mão era mostrada, por vezes acariciando seu gato de estimação. Era líder da organização criminosa MAD, que possuia capangas espalhados em todas as partes do mundo.

Os casos ocorriam nos mais variados locais e países, sendo que os mistérios eram sempre solucionados por Penny e seu cão Crânio. Bugiganga nunca notava este fato, crendo que sua habilidade e inteligência eram infalíveis. Penny nunca fazia questão de dizer ao tio que ela mesma er quem resolvia os casos, deixando-o crer que fazia tudo sozinho.

A cena mais icônica dos episódios era o momento em que o Chefe Quimby entregava um pequeno pedaço de papel à Bugiganga, explicando a missão do dia. O papel sempre explodia em poucos segundos após a leitura, e o atrapalhado Inspetor o lançava acidentalmente na direção do Chefe. Ainda as cenas em que o protragonista se atrapalhava ao usar seus equipamentos também garatiam boas risadas ao público.

Inspetor Bugiganga ganhou a voz de Don Adams, o Agente 86!

O Inspetor Bugiganga fora claramente inspirado no personagem Agente 86 (Get Smart), da série homônima de 1965. Tal fato nunca foi um segredo, já que o ator Don Adams, que interpretou o atrapalhado personagem na citada série, também deu voz ao protagonista da série animada.

O desenho estreou no Brasil ainda nos anos 80 pela TV Record, onde foi chamado como Inspetor Gandaia. Ganhou dublagem no estúdio carioca Herbert Richers, contando com alterações também em nomes de alguns personagens, como no caso do Chefe Quimby, aqui chamado como Chefe Bigode. As vozes desta versão foram de Cláudio Galvan como Inspetor Gandaia, Fernanda Crispim como Penny, Lauro Fabiano como Chefe Bigode e Luiz Feier Motta como Dr. Sinistro (Dr. Garra).

Posteriormente, a segunda temporada foi adquirida pelo SBT, ganhando dublagem pela MAGA. Esta versão contou com as vozes de Luiz Carlos de Moraes como Inspetor Bugiganga, Márcia Gomes como Penny, Mário Jorge Montini como Chefe Quimby e José Parisi Júnior como Dr. Garra. 

Ganhou lançamento de alguns episódios em fitas VHS e DVD, nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente. Para tais lançamentos ainda ganhou uma terceira dublagem, realizada no estúdio paulista BKS, contando com as vozes de Jorge Pires como Inspetor Bugiganga e Angélica Santos como Penny.

A última passagem da série pela TV aberta brasileira ocorreu em 2012, quando foi exibida pela TV Aparecida, no programa infantil Clubti, com dublagem da Herbert Richers.

 

CURIOSIDADES:

- A série animada nunca mostrou a origem do protagonista, não especificando como tornou-se um homem-máquina. Tal fato só foi explicado em uma coleção de cards lançada nos Estados Unidos, em 1991, mostrando que Gadget era um policial comum. Porém, ao escorregar em uma casca de banana, caiu do alto de uma escada e desmaiou. Ao acordar, estava em uma sala de operação, onde misteriosamente ganharia partes mecânicas.

- No episódio piloto, Bugiganga usava um bigode. Porém, o estúdio de produção recebeu uma crítica, via carta do estúdio MGM, dizendo que o personagem estava muito parecido com o Inspetor Closeau, interpretado pelo ator Peter Sellers no filme The Pink Panther de 1963. Assim, Bugiganga passou a aparecer sem bigode durante todos os demais episódios.

- O personagem foi adaptado para dois filmes live action, em 1999 e 2003, respectivamente. No primeiro o protagonista foi estrelado por Matthew Broderick, enquanto no segundo foi vivido por French Stewart. Ambos foram produções dos estúdios Walt Disney.

- O verdadeiro nome do Inspetor Bugiganga era John Brown. Tal fato fora revelado no filme produzido em 1999.

- Desde a década de 1990, ganhou jogos baseados na série para PC, Super Nintendo, Game Boy e PlayStation. 


== VÍDEO ==

Abertura da série:



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sábado, 3 de junho de 2023

OS TREMENDÕES (1970)

 

Where´s Huddles?/Hanna-Barbera (1970)

Desde a década de 1950, o pioneiro estúdio de animação Hanna-Barbera ficou conhecido por sua técnica de produzir animações boas e baratas para a TV, com séries curtas, como Jambo e Ruivão, Zé Colmeia, Dom Pixote e Pepe Legal. Porém, em 1960, o estúdio lança seu projeto de fazer uma série animada em formato sitcom, com episódios de 30 minutos, estreando Os Flintstones em horário nobre na rede ABC. O sucesso da série foi tão grande que a mesma rendeu 6 temporadas. Assim surgiram vários outros desenhos neste formato, como os sucessos Os Jetsons e Scooby-Doo. Também deve-se destacar aquelas séries que chamaram a atenção na época, mas atualmente são menos lembradas, como Tutubarão, Dinamite, O Bionicão, As Aventuras de Charlie Chan, Os Muzzarelas e o tema desta matéria, Os Tremendões (Where´s Huddles?).

A série animada Os Tremendões apresentava os vizinhos e melhores amigos, Ed Chefe e Buba Mascote. Além de serem muito atrapalhados, eram jogadores profissionais de futebol americano, atuando pela equipe dos Rinocerontes. Ed era casado com Norma e tinha uma filhinha chamada Pompom. Seu mascote era um cachorro chamado Caldo. Buba era casado com Pita, também a melhor amiga de Norma. Outros personagens recorrentes na série são o Treinador e o melhor jogardor do time, chamado Cargueiro

Os episódios giravam em torno das trapalhadas dupla, geralmente envolvendo o vizinho encrenqueiro, Cláudio Perturbado. Este era um sujeito arrogante que vivia com sua mascote, a gata Sardinha, tão esnobe quanto o dono. O vizinho muitas vezes se aproveitava da inocência e bondade dos vizinhos, causando grandes confusões

Foi exibido na televisão estadunidense entre 1 de julho e 2 de setembro de 1970, contando com apenas uma temporada e um total de 10 episódios. Um fato marcante era contar com a voz de Dick Enberg, u famoso locutor esportivo dos Estados Unidos, como narrador das partidas de futebol americano nos episódios. Foi produzido e dirigido por William Hanna, Joseph Barbera, contando também com os nomes de Alex Lovy, na produção, e Charles Nichols, na direção.

Estreou no Brasil em meados de 1978 pela TV Record. As últimas reprises ocorreram no incício dos anos 2000, pelo canal pago Boomerang. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Dublasom Guanabara. As vozes escaladas foram de Antônio Patiño como Ed Chefe, Orlando Drummond como Buba Mascote, Nelly Amaral como Norma, Ruth Schelske como Pita, Mário Monjardim como Cláudio Perturbado, Alberto Perez como Cargueiro, Arthur Costa Filho como Treinador e Waldyr Sant'anna como o Narrador.

 

 

== EXTRA ==

Trecho dublado (créditos: Tv a Lenha e Os Viajantes do Tempo) 


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terça-feira, 9 de maio de 2023

AS AVENTURAS DE BATMAN E ROBIN, O GAROTO PRODÍGIO (1968)

A década de 1960, sem dúvida, foi muito importante para difundir a imagem do super-herói Batman entre o público. Mesmo tendo sido criado na década de 1930 para quadrinhos e ganhado duas minisséries para cinema na década de 1940, foi com a famosa série de TV, estrelada por Adam West e Burt Ward em 1966, que a fama do homem-morcego se expandiu por todo o mundo. Prova disso foram as animações do herói, que durante muitos anos tiveram seus traços baseados na mesma. A primeira série animada produzida após o fim do icônico show da Dupla Dinâmica foi As Aventuras de Batman e Robin, o Garoto Prodígio (Batman with Robin The Boy Wonder).

A trama apresentava o milionário Bruce Wayne e seu jovem pupilo Dick Grayson lutando secretamente contra os excêntricos criminosos de Gotham City. Suas identidades secretas eram conhecidas apenas por seu mordomo, Alfred. Este atendia os chamados de socorro pela Batphone, a linha secreta da polícia com a Batcaverna. Ao receberem o chamado, Bruce e Dick logo dirigem-se à sua tecnologica base secreta subterrânea, onde juntos desvendam as pistas dos casos. Da Batcaverna dirigem-se ao Departamento de Polícia de Gotham City em seu Batmóvel. Por vezes também eram ajudados pela heroina Batgirl, a identidade secreta de Barbara Gordon, filha do famoso Comissário Gordon.

Os heróis: Batman, Robin e Batgirl
    

Os roteiros eram bastante parecidos com a série de 1966, apresentando o vilão do dia com sua respectiva trama maquiavélica, sempre colocando Batman e Robin em situações de perigo, usando armadilhas mirabolantes. O uniforme com tom azulado, de Batman, e o bordão: "Santo..., Batman!", de Robin, ficaram ainda mais fixados na mente do público com esta série animada. O visual dos vilões também era muito fiel ao show de 1966, assim como os cenários fixos, sendo a Batcaverna, a Mansão Wayne e o Departamento de Polícia de Gotham City.

O clima de aventura, misturado a humor leve, era uma marca estabelecida pela citada série, sendo tal padrão perdurou por várias produções do herói nos anos seguintes, até ser quebrado pelo filme Batman de 1989, estrelado por Michael Keaton. Atualmente, muitos fãs do homem-morcego não apreciam esta fórmula. De qualquer forma, é inegável que este estilo de produção fez com que Batman nunca caísse no esquecimento, até ganhar seu primeiro filme mais sombrio nos anos 80.

Os vilões: Pinguim, Charada e Coringa

Estreou na televisão americana em 14 de setembro de 1968 pela rede CBS, sendo produzida pela Filmation. Teve um total de 17 episódios com duração de 22 minutos, que eram divididos em dois segmentos de 11 minutos. Era apresentado ao lado do desenho do mais icônico herói da DC Comics, o Superman, na série animada As Novas Aventuras do Super-Homem (The New Adventures of Superman), no bloco The Batman/Superman Hour.

No Brasil foi exibido inicialmente pela Globo na década de 1970, recebendo dublagem pelo estúdio paulista AIC, assim como a série de 1966. Nesta versão foram mantidas as já conhecidas vozes de Gervásio Marques como Batman e Rodney Gomes como Robin. Na década seguinte o desenho passou a ser exibido pelo SBT, tendo passado por vários programas infantis como o Show Maravilha. Na mesma época, a emissora também exibia a consagrada série estrelada por Adam West. 

Na década de 1990 passou a ser exibido pelo canal pago Cartoon Network, que encomendou uma nova dublagem, desta vez pelo estúdio carioca Herbert Richers, que escalou Márcio Seixas para a voz de Batman e Alexandre Moreno para a voz de Robin. Esta redublagem teve o intuito de manter as vozes do desenho Batman - A Série Animada, de 1992, que fazia grande sucesso naquela época.

Atualmente a série animada está disponível de forma completa, com a redublagem da Herbert Richers, para os assinantes do serviço de streaming HBO Max.

 

== VÍDEOS ==

Abertura do desenho (com redublagem do estúdio Herbert Richers):

 

Trecho com a dublagem original do estúdio AIC (Créditos: Tv a Lenha e os Viajantes do Tempo):
 


 

 

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segunda-feira, 13 de março de 2023

A LENDA DO ZORRO - ANIMÊ (1994)

      

A versão japonesa do famoso justiceiro mascarado!

Na segunda metade da década de 1990 o público brasileiro acompanhou a chegada de vários títulos em animê, tanto na televisão quanto em fitas VHS, devido ao enorme sucesso alcançado pela extinta Rede Manchete com a exibição de Os Cavaleiros do Zodiaco em 1994. À partir de então, as demais emissoras passaram a investir no gênero que havia se tornado mania entre o público infanto-juvenil. Assim conhecemos várias séries de sucesso, como Dragon Ball, Fly - O Pequeno Guerreiro, Shurato, Samurai Warriors, Sailor Moon, Super Campeões, As Guerreiras Mágicas de Rayearth, Yu Yu Hakusho, entre tantas outras. Porém, em meio a tantos consagrados títulos de ação, surgiram também alguns com menos destaque, mas que marcaram quem os acompanhou na época. Este foi o caso de A Lenda do Zorro (Kaiketsu Zorro), exibido pela Rede Record em 1998.

Baseado no personagem ocidental homônimo, criado pelo norte-americano Johnston McCulley em 1919, o animê foi produzido pelo estúdio Toho Company e animado pela Ashi Productions, sob encomenda da produtora italiana Mondo TV. A direção ficou à cargo de Katsumi Minoguchi e os roteiros foram escritos por Sukehiro Tomita. Sendo uma produção ítalo-japonesa, foi exibida primeiramente na Itália no ano de 1994, com todos os seus 52 episódios, pelo canal Itália 1. A exibição na televisão japonesa ocorreu apenas dois anos mais tarde, estreando em 5 de abril de 1996 e tendo seu último episódio exibido em 28 de março de 1997 pela NHK. No Japão foram omitidos seis episódios, já que a série que teve pouca repercussão, adiantando assim seu final. Diferentemente dos países europeus onde o animê fez muito sucesso, sendo lembrado pelo público com muito carinho até os dias de hoje.  

 

Zorro em ação!

A trama apresenta o jovem de 18 anos, Don Diego de la Vega, retornando ao lar na Califórnia após estudar na Espanha durante alguns anos. Antes de retornar foi avisado por seu pai, Alejandro de la Vega, através de uma carta, que o povo local estava sofrendo nas mãos do Exército Espanhol. Este cobrava altos impostos e tratava a todos com crueldade. O exército era liderado pelo Comandante Raymond e seu braço direito, Gabriel. Diego, secretamente, tornou-se campeão de esgrima, decidindo usar sua grande habilidade com espadas para defender seu povo, usando máscara e capa para manter sua identidade secreta, enquanto se fazia passar por um jovem desajeitado e preguiçoso, a fim de não levantar suspeitas.

O simpático trio de protagonistas: Lolita, Diego e Bernardo

O enredo é bastante fiel aos livros originais de McCulley, porém com algumas alterações no que se refere a personagens. A começar pelo protagonista Diego de la Vega, a identidade secreta de Zorro, que nesta versão tem cabelos loiros e não usa bigode. Seu fiel companheiro, Bernardo, aqui é uma criança, que além de não ser mudo como nos livros, logo começa a lutar ao lado do protagonista, sendo chamado como Pequeno Zorro. O interesse amoroso do protagonista é a geniosa jovem Lolita, que aparece originalmente na história "A Maldição de Capistrano", trazendo movimentação e situações interessantes ao animê. O Sargento Garcia ("Gonzalez" na obra original) é o típico vilão que não consegue ser mau, destoando do soldado implacável dos livros. Aqui o personagem mostra simpatia pelo jovem Diego de la Vega, além de ser bastante desajeitado, como na série "Zorro" produzida pela Walt Disney em 1957.

Cena de transformação

A cena mais memorável dos episódios é a transformação de Diego em Zorro, onde o herói veste sua máscara, chapéu, luvas e capa como se montasse uma armadura, com luzes brilhantes ao fundo e uma excelente trilha sonora. As cenas de batalhas com espadas também contam com animação e trilha sonora emocionantes. Os temas de abertura e encerramento são originalmente intepretados por Masaki Endo. Porém, na edição europeia (a mesma exibida no Brasil) mantiveram apenas a faixa instrumental.

Chegou ao Brasil inicialmente em fitas VHS com os primeiros episódios, pelo selo America Kids, no ano de 1997. Estreou na televisão pela Rede Record no ano de 1998, quando a emissora fechou contrato com a Paris Filmes, adquirindo um lote de animações, contendo quatro animês desconhecidos que adaptavam contos e personagens ocidentais como Robin Hood, A Lenda de Branca de Neve, O Flautista de Hamelin e, finalmente, A Lenda do Zorro

Capa do VHS lançado pela America Kids

Foi apresentado nas manhãs de domingo, no programa Domingo Criança, com relativo sucesso, mas saindo do ar em pouco mais de um ano após sua estreia. Infelizmente não exibiram todos os cinquenta e dois episódios, mas apenas cerca de vinte e cinco. Não se sabe se a série foi adquirida incompleta ou se foi estratégia da emissora segurar a segunda metade dos episódios. Ainda teve uma breve reprise no extinto canal pago Cine House e lançamento dos dois primeiros episódios em DVD no início dos anos 2000.

Teve duas dublagens diferentes, sendo a primera realizada no estúdio Alamo (VHS) e a segunda na BKS (televisão). O elenco de vozes na versão Alamo foi: Mauro Eduardo Lima como Zorro/Diego, Marli Bortoletto como Lolita, Thiago Keplmair como Bernardo e Jonas Mello como Sargento Garcia. A versão BKS contou com Wellington Lima como Zorro/Diego, Denise Reis como Lolita, Fábio Lucindo como Bernardo e Flávio Dias como Sargento Garcia.

    

 

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terça-feira, 7 de março de 2023

DESENHOS CLÁSSICOS NAS MANHÃS DA ISTV

    Quem foi criança nas décadas de 1980, 1990 e 2000, sabe como era divertido acordar cedo e ligar a TV  para acompanhar vários desenhos animados até a hora do almoço. Programas como Bozo, Clube da Criança, Show Maravilha, Cometa Alegria e Festolândia garantiam a alegria das crianças, trazendo várias outras atrações e brincadeiras, além dos desenhos. Infelizmente, nos últimos anos, boa parte das grandes emissoras da TV aberta estão abandonando a programação infantil, sendo que o último programa consagrado que restou foi o Bom Dia & Cia, limitado às manhãs de sábado no SBT.

    Em meio a escassez de programas infantis restaram algumas poucas emissoras, mais novas no mercado, que ainda investem neste tipo de atração, porém sem a presença de apresentadores como antigamente. Dentre estas emissoras estão a Rede Brasil de Televisão, NGT e a ISTV, sendo a última o foco desta matéria, por ser uma emissora da baixada santista que tem alcançado todo o país através de seu sinal via internet, contando com aplicativo para smart TVs e smartphones, além de seu site oficial.

     A ISTV apresenta nas manhãs de segunda à sábado uma programação infantil recheada de desenhos animados, no programa Hora Animada, somente com títulos clássicos e raros, que remetem o telespectador às boas lembranças de ligar a TV pela manhã nos anos 80 e 90. Dentre os clássicos mais frescos na memória do público estão He-Man e os Defensores do Universo, Caverna do Dragão, entre outros. Porém, ainda temos atrações que deixaram saudades, por estarem fora da TV há muitos anos, como As Novas Aventuras do Super-Homem (1966), Transformers (1984) e A Família Addams (1973), esta última contando com a clássica dublagem do estúdio Alamo.

    Vale a pena acompanhar a programação de emissoras como a ISTV, que em tempos de streamings, televisores 4K e filmes cheios de efeitos computadorizados, ainda seguem investindo nos clássicos. Tais produções remetem à uma época mais simples, ingênua e divertida. Além dos desenhos a emissora também exibe, durante quase todo o dia, várias séries e filmes que marcaram época.

    Os desenhos citados acima são apresentados no programa Hora Animada, que vai ao ar de segunda à sábado, das 09h00 às 11h00 na ISTV. Para quem está fora da baixada santista é possível acompanhar a programação da emissora ao vivo pela internet, em aplicativo disponível para smart TVs, smartphones e pelo site oficial da emissora: https://www.istv.com.br/

 

 

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sexta-feira, 3 de março de 2023

AS DIFERENÇAS DE EDIÇÃO EM "OS CAVALEIROS DO ZODÍACO" NO BRASIL

O público brasileiro aprendeu a gostar de animações japonesas e mangás com o sucesso de Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya), criação de Masami Kurumada, exibida na extinta e saudosa Rede Manchete à partir de 1994. A saga de Seiya e seus amigos em defesa de Atena, e consequentemente da terra, segue despertando o interesse dos admiradores de animês até os dias de hoje. Porém, alguns detalhes referentes à edição dos episódios em suas exibições na TV, streamings e mídia física muitas vezes passam despercebidos pelos menos atentos. Falaremos sobre estes detalhes à seguir.

Em sua estreia no Brasil o animê contava com a edição exibida na televisão espanhola, sendo que até mesmo o estúdio Gota Mágica usava a dublagem espanhola como base para a primeira versão brasileira da série. A abertura que chegou também havia sido alterada na europa, exibida na França e Espanha, com o tema "Os Guardiões do Universo", cantado originalmente pelo francês Bernad Minet, que interpretava aberturas de vários animês e tokusatsu em seu país. Essa abertura não alterava apenas a música, mas também as imagens, sendo que foram usadas cenas do filme "A Lenda dos Defensores de Atena" de 1988. Tal canção foi dublada em português por Mário Lúcio de Freitas e seu coro, marcando quem conheceu o animê em suas primeiras exibições na Rede Manchete.

Logo da série em espanhol, exibido na estreia pela Rede Manchete

Após o sucesso da série, logo nos primeiros meses de exibição, a emissora carioca tirou a atração do programa Clube da Criança, passando a exibí-la em horário próprio, onde ganhou uma apresentadora mirim, a garota Mitsui, que falava sobre os episódios ao início e nos intervalos, além de um novo tema de abertura feito no Brasil para lançamento em LP. O novo tema, composto por Mário Lúcio de Freitas, chamava-se "Os Cavaleiros do Zodíaco" e marcou a fase de maior sucesso da série na TV, onde batia recordes de audiência e vendas de produtos relacionados à mesma. As imagens usadas nesta eram do próprio animê, mais precisamente da icônica saga das doze casas, com Seiya e seus amigos passando pelas casas protegidas pelos cavaleiros de ouro. O encerramento usava outra faixa do LP, intitulada "Força Astral".

Logo da segunda abertura na Rede Manchete


A Rede Manchete fazia alguns pequenos cortes em cenas consideradas mais violentas, porém apenas em ocasiões pontuais, já que segundo Eduardo Miranda, diretor de programação da emissora na época, todas as lutas da série tinham justificativa e passavam mensagens de amizade e perseverança.

Exibição no Cartoon Network em 2003

A exibição do animê na emissora carioca durou até 1997, quando foi retirado do ar após oito reprises completas, ficando fora da televisão brasileira durante alguns anos. O retorno ocorreu exatamente nove anos após a estreia na Manchete, desta vez pelo canal pago Cartoon Network, em 1 de setembro de 2003, com nova dublagem realizada no estúdio Alamo, contando com quase todas as vozes da versão Gota Mágica e correção de alguns erros. Pela primeira vez a série era apresentada no país com seus respectivos temas de abertura e encerramento originais, com as músicas "Pegasus Fantasy" e "Blue Forever", intepretadas no Japão por Nobuo Yamada, ganhando versões em portugues por Edu Falaschi. Nas duas últimas sagas do animê os temas de abertura e encerramento são "Soldier Dream" e "Blue Dream", respectivamente, interpretados no Japão por Hirobobu Kageyama e em português por Marcelo Almeida Leal.

Cavaleiros do Zodíaco na Band com apresentação de Kelly Key

Já em 2004 o animê voltava a ser apresentado na TV aberta, desta vez pela Band, que aos moldes da extinta Manchete o exibiu em horário próprio aos finais de tarde e contando com uma apresentadora, a cantora Kelly Key. Na ocasião foram realizados vários cortes em cenas violentas por conta do horário, mas ainda assim, com muito sucesso de audiência.

DVD lançado em 2004 pela Playarte

Ainda em 2004 o público teve a oportunidade de ver a série na íntegra, já que a distribuidora Playarte começou a lançá-la em DVD em versão original sem cortes. Foram 21 volumes, cobrindo todos os 114 episódios, com as três sagas da chamada "fase clássica". Porém, um detalhe chamou a atenção nos primeros cinco volumes, o corte dos eye catchs, que são pequenas animações apresentadas antes e depois dos intervalos comerciais na televisão. As mesmas só passaram a aparecer á partir do volume 6 da citada coleção.

Eye Catch apresentado no retorno do intervalo comercial

Durante os anos de 2004 e 2015 o animê foi reprisado em emissoras como Band, Rede 21 e Play TV, sempre aos moldes da exibição no Cartoon Network, por vezes com pequenos cortes. Um detalhe interessante desta edição foi a inserção do logo da série em português na abertura e eye catchs, além de uma imagem padrão dos protagonistas ao ser apresentado o título de cada episódio, com texto também em português, enquanto na versão original japonesa, além dos caracteres locais, usava-se imagens diferentes em cada episódio.

Título do primeiro episódio com imagem padronizada para o Brasil (exibição na Band em 2004)

Em outubro de 2016 foi anunciada a aquisição do animê pela Rede Brasil de Televisão, que exibiria a série juntamente com Dragon Ball Z em suas respectivas versões remasterizadas em HD. Assim, em outubro do citado ano, ambos os títulos estreiam em horário nobre. Nesta ocasião o logo em português na abertura e os títulos em português ganharam nova edição, com fundo em tom azul claro, e os episódios foram exibidos na íntegra.

Título em português na abertura em versão remasterizada (exibição na Rede Brasil em 2016)

 Em 2018 a Playarte relançou o animê em DVD e Blu Ray com a versão remasterizada, assim como na exibição na Rede Brasil, porém com logo e títulos com caracteres originais japoneses. Desta vez a série foi dividida em cinco boxes, contando com cada um dos cinco protagonistas como tema por volume. Outro diferencial da nova coleção foi manter os previews do próximo episódio ao fim do tema de encerramento. Tais previews nunca foram dublados, pois nunca foram exibidos na televisão brasileira e constavam apenas como bônus em alguns volumes da primeira coleção de DVDs lançada no início dos anos 2000. Por tal razão os mesmos aparecem com legendas em português nos novos boxes, mesmo quando ativada a opção com áudio dublado.

Blu ray lançado em 2018 pela Playarte

Infelizmente Os Cavaleiros do Zodíaco está fora da televisão e streaming há algum tempo, porém a nova versão, disponível em DVD e Blu Ray, vale muito a pena para quem quer guardar os episódios em qualidade máxima, sendo este o primeiro material com edição totalmente fiel à original exibida no Japão.

 

 

 

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