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segunda-feira, 10 de junho de 2024

A DUBLAGEM PERDIDA DE "ZILLION"

 

No final da década d e 1980, o público brasileiro conheceu um dos animês mais simpáticos já exibidos por aqui: Zillion (Akai Kōdan Zillion). Produzido em uma parceria da Sega e Tatsukono Productions, a série foi feita para alavancar as vedas do jogo homônimo para o console Master System, assim como sua respectiva pistola, vendida como acessório para o mesmo. Foi exibida na televisão japonesa pela Nippon Television entre 12 de abril e 13 de dezembro de 1987.

A série, estrelada pelo trio de atiradores da White Nuts, JJ, Champ e Apple, mostrava os humanos no ano de 2387, quando a colonização de outros planetas era realidade. Assim, o planeta Maris passa a ser alvo de invasores alienígenas, liderados pelo terrível Barão Ricks. A única forma de proteger a humanidade era usar três poderosas e misteriosas pistolas chamadas Zillion. Para esta missão, o trio de protagonistas fora escalado, devido a suas brilhantes habilidades como atiradores.

O animê estreou no Brasil no final dos anos 80 pela Globo, passando pela TV Gazeta nos anos 90 e tendo sua última reprise em 2022 pela Rede Brasil de Televisão.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio paulista Alamo, contando com as vozes de Carlos Laranjeira como JJ, Eduardo Camarão como Champ, Neusa Maria Faro como Apple, Cristina Maria Rodrigues como Anne, Jorge Pires como Senhor Gordon e Ricardo Medrado como Dailble. A narração ficou à cargo de Nair Silva.

Curiosamente, foi descoberto há pouco tempo que a versão Alamo trata-se na verdade de uma segunda dublagem, já que uma dublagem de teste, nunca exibida na televisão, foi realizada no estúdio MAGA, de propriedade de Marcelo Gastaldi (dublador do Chaves), que prestava serviços à TVS (atual SBT). Alguns trechos gravados de uma fita com o primeiro episódio foram vazados e disponibilizados no YouTube pelos canais "O COLECIONADOR" e "Beto A.".

Outra curiosidade é o fato da série ter sido trazida inicialmente pela distribuidora Everest Vídeo, de propriedade de Toshihiko Egashira. O mesmo a trazer os sucessos Jaspion e Changeman ao Brasil na mesma época. Acontece que após a realização da primeira dublagem na MAGA, a Everest fechou um acordo com a Alien Internacional, que levou o animê para ser dublado na Alamo, estreando na TV logo em seguida com todos os seus 31 episódios.

O elenco da primeira dublagem contava com Wendel Bezerra como JJ, Fábio Villalonga como Champ, Neusa Maria Faro como Apple, Márcia Gomes como Anne, Gastão Malta como Senhor Gordon e Marcelo Gastaldi como Daible. A narração ficou à cargo de Osmiro Campos.


Confira abaixo a junção dos trechos encontrados no canal Tv a Lenha e Os Viajantes do Tempo:

 

Leia um review completo do animê Zillion no Blog Sushi POP, clicando aqui.

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quinta-feira, 25 de abril de 2024

A MARCANTE NARRAÇÃO DE ABERTURA NOS EPISÓDIOS DE "SPECTREMAN"

 

Spectreman, sem dúvida, marcou a infância de quem assistia as aventuras do guerreiro de Nebula 71 nos anos 80, primeiramente na TV Record e em seguida pela TVS (SBT). Dentre os elementos marcantes na série estão suas tramas bem elaboradas, personagens carismáticos, tema de abertura e, por fim, a narração que marcava o início dos episódios em suas partes iniciais, já que a maioria dos arcos são duplos. 

Quem não se lembra da imponente fala:  

"Planeta Terra, cidade Tóquio. Como todas as metrópoles, Tóquio se acha hoje em desvantagem contra o maior inimigo do homem, a poluição. Mas apesar dos esforçoes das autoridades em todo o mundo, pode chegar um dia em que o ar, o mar e a terra, venham se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? Spectreman!"

A versão da série que chegou ao Brasil foi editada nos Estados Unidos, por Richard L. Rosenfeld, ganhando o famoso tema de abertura que conhecemos, além de alguns cortes e inserções de cenas, como é o caso desta icônica narração. 

Cena de Tóquio mostrada durante a narração.
 

Acontece que as imagens de Tóquio exibidas durante a citada fala aparecem apenas no primeiro episódio da série, em sua edição original japonesa. Assim, a versão americana adicionou a narração com a premissa da série nestas cenas, passando a inserí-las em todos os inícios de episódios, até o final da série. 

A narração foi dublada por três vozes no Brasil. A primeira foi de Older Cazarré (dublador do Jaiminho na série Chaves), a segunda não foi identificada até o momento (provavelmente o mesmo, usando um tom ligeiramente diferente e falando de forma pausada) e a terceira de João Ângelo, voz dos Dominantes e diretor de dublagem ao lado de Marcelo Gastaldi

Quem assistir a série através dos DVDs, lançados no Brasil pela distribuidora World Classics, notará que a narração acontecerá apenas no primeiro episódio, já que a versão utilizada para tal lançamento é a original japonesa. Uma boa oportunidade para ver como a série era exibida na TV japonesa (exceto pelos previews dos episódios seguintes, que foram cortados nesta edição).

Apenas materiais gravados da TV na época, por colecionadores, possuem a narração no início de cada episódio.

 

Confira dois vídeos abaixo, com as respectivas vozes na icônica narração:


 

Leia um review completo sobre a série no Blog Sushi POP (de Alexandre Nagado), clicando aqui.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

"CHAVES" E "CHAPOLIN": SUCESSOS QUE CHEGARAM AO BRASIL POR ACIDENTE

 

Chapolin e Chaves

O seriados mexicanos Chaves (El Chavo Del Ocho) e Chapolin (El Chapulin Colorado), sem dúvida figuram entre os maiores sucessos da televisão brasileira em todos os tempos. Exibidos desde 1984 pelo SBT, que na época era chamado como TVS, ficaram no ar, quase que ininterruptamente, até o ano de 2020. O humor simples, porém inteligente, de seu criador e interprete Roberto Gomez Bolaños, conquistou crianças e adultos quase que instantaneamente. Porém, poucos sabem que fatou pouco para que os programas não estreassem na emissora de Silvio Santos.

No ano de 1981, nasce a nova emissora da televisão brasileira, a TVS do empresário e apresentador Silvio Santos, que conseguira a metade da concessão da recém-falida Rede Tupi, sendo a outra parte cedida ao Sr. Adolpho Bloch, que inauguraria a Rede Manchete apenas dois anos mais tarde. Silvio queria preencher a grade com filmes, séries e desenhos norte-americanos, assim como exibir novelas. Para reduzir os custos de produção, preferiu importar novelas mexicanas, fechando contrato com a Televisa e dublando as mesmas em seu próprio estúdio, que funcionava na sede da própria emissora em São Paulo, na Vila Guilherme.

Assim, os pacotes com conteúdos mexicanos começaram a chegar. Porém, em um determinado pacote haviam também dois seriados que não eram esperados, nada menos que Chaves e Chapolin. A direção da TVS estranhou aqueles conteúdos e logo afirmaram que não exibiriam os seriados, por serem antigos e aparentarem pouca qualidade visual. O caso é que para exibir os demais produtos do mesmo pacote, teriam que assinar o contrato com tudo o que ali constava. Assim, o plano inicial era engavetar as séries. Até que um dos diretores assistiu alguns episódios e afirmou que preferia que sua filha assistisse o humor ingênuo de Chaves a outros programas nacionais que usavam de apelação. Dessa forma, convenceu Silvio a dar uma chance de colocar os seriados no ar para um teste.

Com a decisão dos diretores, Chaves e Chapolin tiveram alguns episódios enviados para o núcleo de dublagem, ficando à cargo da empresa MAGA, de Marcelo Gastaldi, que prestava serviços à TVS, cedendo os profissionais de voz e usando as instalações da Vila Guilherme. Gastaldi era também diretor e dublador, assumindo a voz dos protagonistas e escalando o restante do elenco para o trabalho. Estes primeiros episódios dublados são os que apresentam os personagens com vozes mais agudas, como por exemplo o clássico "Seu Madruga Leiteiro" em Chaves e "O Cleptomaníaco" em Chapolin. O seriado Chaves teve mais de 80 episódios dublados para exibição neste primeiro lote, enquanto Chapolin teve menos de 30.

Marcelo Gastaldi, a voz brasileira de Chaves e Chapolin

Assim, em agosto de 1984 os programas foram ao ar, não precisando de muito tempo para ganhar a simpatia dos telespectadores. Passaram por diversos horários e foram exibidos em vários programas da casa, como o TV Poww e Sessão Premiada. Logo, ganharam horários próprios na grade semanal, além de novos lotes de episódios adquiridos em 1988, 1990 e 1992. Na época da dublagem do ultimo lote o estúdio cedido pela TVS já não mais existia, sendo que Gastaldi alugou os estúdios da Marshmallow para realizar os trabalhos. Até mesmo um LP com as músicas dos seriados foi lançado em 1989, contando com as vozes dos dubladores.

As reprises do garoto do barril e do herói atrapalhado marcaram as gerações dos anos 80, 90 e 2000. Mesmo com raras ausências na programação, logo voltavam ao ar, pois o público não queria ficar sem as aventuras e bom humor destes simpáticos personagens. Até mesmo canais pagos adquiriram os programas para exibição no Brasil, sempre com grande sucesso. Infelizmente, em 2020, ambos tiveram seus contratos de exibição bloqueados em todo o mundo, devido a um impasse entre a emissora que os produziu e o grupo que detém os roteiros. Ainda hoje, o público brasileiro sente falta de dar boas gargalhadas com estes programas, que sem querer querendo, chegaram à televisão brasileira.


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