quinta-feira, 21 de setembro de 2023

CHAVES (1973)

 

Chaves e a vizinhança mais querida da televisão!

Em 26 de fevereiro de 1973 estreava na televisão mexicana uma das séries de maior sucesso em toda a América Latina, Chaves (El Chavo Del Ocho). Apresentava as aventuras de um garoto que vivia em uma vila. Embora muito pobre, estava sempre brincando com seus amigos da vizinhança e gostava de se esconder em um barril. O personagem foi criado e interpretado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Embora a série tenha estreado em 1973, a primeira aparição do personagem ocorreu em 1971, dentro do programa Chespirito, onde vários personagens de Bolaños estrelavam seus próprios quadros humorísticos. Dentre estes quadros, dois se destacaram a ponto de chamar a atenção dos executivos da emissora, tornando-se séries independentes, sendo o próprio Chaves e o Chapolin Colorado.

A série apresentava o dia a dia do personagem homônimo, juntamente com os demais moradores da vila de propriedade do bondoso Sr. Barriga (Edgar Vivar). Sempre que este chegava para cobrar os aluguéis dos inquilinos, era recebido acidentalmente com uma pancada pelo garoto Chaves. Dentre os moradores está a rabugenta Dona Florinda (Florinda Meza), conhecida por seu mau humor e por mimar seu único filho. A prestativa Dona Clotilde (Angelines Fernández), mais conhecida pelas crianças como a Bruxa do 71. Finalmente, o simpático, porém preguiçoso, Seu Madruga (Ramón Valdéz). Um homem viúvo que vive com sua filha e está sempre fugindo do Sr. Barriga para não pagar os 14 meses de aluguel que lhe deve.

Quico, Chaves e Chiquinha 

Entre as crianças da vizinhança estava Quico (Carlos Villagrán), o filho de Dona Florinda, que embora não gostasse de emprestar seus brinquedos era o melhor amigo de Chaves. Chiquinha (Maria Antonieta de las Nieves), a esperta filha de Seu Madruga, que sempre pregava peças em Chaves e Quico. Nhonho (Edgar Vivar), filho do Sr. Barriga, que embora não fosse morador da vila, frequentava o local em algumas ocasiões para brincar com as crianças. Pópis (Florinda Meza), a sobrinha de Dona Florinda, conhecida por sua fala fanha e carregar sempre sua boneca, Serafina. Finalmente, Godínez (Horácio Gómez), um garoto de poucas palavras, colega de classe das demais crianças. Não era morador da vila, aparecendo em raras oportunidades.

Outros personagens fixos eram o egocêntrico Professor Girafales (Rúben Aguirre), mestre das crianças na escola que estava sempre visitando a casa de Dona Florinda, por quem apaixonado. A resmungona Dona Neves (Maria Antonieta de las Nieves), bisavó da Chiquinha, que foi morar com a garota após a partida de Seu Madruga. Finalmente, o carteiro Jaiminho (Raúl "Chato" Padilla), sempre tentando "evitar a fadiga" e fazendo questão de que todos saibam que nasceu em Tangamandápio.

Seu Madruga e Sr. Barriga

A maior parte dos episódios se passava no pátio principal da vila, onde ficavam as casas de Dona Florinda, Dona Clotilde e Seu Madruga. Nestes também haviam algumas cenas internas nas casas dos citados personagens, exceto de Dona Clotilde, onde em apenas um episódio é mostrada a parte interior, como se fosse uma casa de bruxa, já que o acontecimento era fruto da imaginação de Chaves, Quico e Chiquinha. Outros episódios se passavam na rua, no segundo pátio e na escola, onde o Professor Girafales tentava ensinar seus alunos da melhor maneira, embora as trapalhadas dos mesmos tornassem tal tarefa praticamente impossível.

Na temporada final, gravada em 1979, boa parte das histórias se passavam no restaurante de propriedade de Dona Florinda. Tal mudança ocorreu em decorrência das saídas dos atores Carlos Villagrán e Ramón Valdéz, interpretes de Quico e Seu Madruga, respectivamente. A solução encontrada por Bolaños foi mudar o ambiente em boa parte dos episódios, tirando o foco das ausências destes personagens tão marcantes.

Dona Clotilde, Professor Girafales e Dona Florinda no restaurante

Ainda houveram episódios específicos que se passavam em outros ambientes no decorrer das temporadas, como uma barbearia no episódio "Confusão no Cabeleireiro" e o terreno da esquina no episódio "O Futebol Americano", ambos de 1976. O parque central no episódio "O Fotógrafo" de 1977. O cinema em "Vamos ao Cinema?" de 1979. E finalmente, o icônico  episódio que se passava no Hotel Continental em Acapulco, na saga "Os Farofeiros" de 1977.

Os episódios geralmente tinham seus roteiros encerrados em uma única parte. Porém, haviam várias sagas marcantes, contendo de duas à quatro partes, que marcaram a memória do público, como a já citada "Os Farofeiros", "Nem Todos os Bons Negócios, São Negócios da China", "A Sociedade" "Os Espíritos Zombeteiros", "O Festival da Boa Vizinhança", entre outros.

Chompiras e Peterete

Nas primeiras temporadas costumava-se apresentar pequenos esquetes dos ladrões Chompiras e Peterete, interpretados por Chespirito e Ramón Valdéz, respectivamente, antes da história principal com a turma do Chaves. Assim como ocorria com as esquetes de Dr. Chapatin na série Chapolin Colorado. Os personagens deste quadro foram chamados no Brasil como Beterraba e Carne Seca.

A série foi exibida na televisão mexicana, pela Televisa, entre 26 de fevereiro de 1973 e 7 de janeiro de 1980, quando deu lugar à nova fase do programa Chespirito. Ainda assim, Chaves seguiu sendo gravado como uma esquete do citado programa, tendo seu último episódio exibido em 1992, exatamente três anos antes do encerramento do programa na emissora.

O título original do programa era El Chavo Del Ocho ("O Chaves do Oito" em português), pois o programa Chespirito foi exibido inicialmente na TV Tim, canal 8 do México, que ainda na primeira metade da década de 1970 uniu-se à Televisa, canal 2. Assim, para justificar o "Ocho" do título, usaram o argumento de que o garoto Chaves vivia na casa número 8 da vila.

Capa do LP nacional da série

Chegou ao Brasil no início da década de 1980, quando a recém inaugurada emissora TVS (atual SBT) adquiriu um pacote de novelas com a Televisa. Neste mesmo pacote vieram as séries Chapolin Colorado e Chaves (ler matéria sobre a chegada das séries ao Brasil no link ao final do post). A princípio foram dublados alguns episódios como teste nos estúdios da própria emissora, que contava com empresas terceirizadas cedendo dubladores para suas produções. No caso de Chaves e Chapolin, a empresa responsável foi a MAGA, de propriedade de Marcelo Gastaldi

Nestes episódios de teste, nota-se uma diferença nas vozes de alguns personagens, como Chaves, Quico e Chiquinha (inicialmente dublada como "Francisquinha"), pois os dubladores ainda não haviam encontrado o timbre ideal que seria mantido até o final da dublagens. Por tal razão, alguns episódios como "O Leiteiro" e "Na escola...Domingo!" apresentam os citados personagens com vozes mais agudas.

Estreou na TVS em 24 de agosto de 1984, tornando-se destaque na programação em poucos meses de exibição. Foi exibida em programas como TV Poww e Sessão Premiada, logo ganhando horário próprio, passando por praticamente todos os horários da grade. O sucesso junto ao público fez com que a encomenda de novos lotes de episódios fossem realizadas em 1988, 1990 e 1992. Ficou no ar, quase que ininterruptamente, entre 1984 e 2020, quando saiu do ar em todo o mundo devido a um impasse de direitos autorais entre a emissora que produziu a série e os detentores dos roteiros e personagens.

Logo da série na abertura exibida pelo SBT até 1993

Durante os anos de exibição, o SBT produziu algumas aberturas alternativas para a série. Sendo que a última alteração ocorreu em 1993, quando foi padronizada a abertura com a contagem regressiva mostrando os rostos dos personagens, ao som da música "Aí Vem o Chaves". Esta canção era o tema principal do LP da série lançado no país em 1989.

A dublagem da MAGA contou com as vozes de Marcelo Gastaldi como Chaves, Nelson Machado como Quico, Carlos Seidl como Seu Madruga, Marta Volpiani como Dona Florinda/Pópis, Sandra Mara (1ª voz) e Cecília Lemes (2ª voz) como Chiquinha/Dona Neves, Potiguara Lopes (1ª voz) e Osmiro Campos (2ª voz) como Professor Girafals, Silton Cardoso (1ª voz) e Élcio Sodré (2ª voz) como Godinez e Older Cazarré como Jaiminho. 

A exibição não se limitou à TV aberta, pois em meados de 2010 foi exibida em alguns canais da TV por assinatura, como Cartoon Network, Boomerang, TBS e Multishow. Este último foi o único a exibir todos os episódios disponíveis, pois além de exibir todos os que possuiam dublagem MAGA, mandou dublar os que ainda estavam inéditos no estúdio Rio Sound. Ainda teve passagem pelo serviço de streaming Prime Video.

Chaves em desenho animado.

Em 2007 ganhou uma adaptação em desenho animado. Na ocasião a personagem Chiquinha não apareceu no desenho por questões de direitos autorais. Atualmente a série animada conta com mais de 130 episódios, divididos em 7 temporadas.

Ganhou vários produtos no mercado nacional como brinquedos, LP, fitas VHS, gibis e álbuns de figurinhas. Em 2005, a distribuidora Amazonas Filmes lançou uma coleção em 8 boxes de DVDs com episódios das séries Chaves, Chapolin e Chespirito. Estes foram lançados com nova dublagem realizada no Studio Gábia, onde o protagonista foi dublado por Táta Guarnieri.

Isso, isso, isso!!!

Leia também:

"CHAVES" E "CHAPOLIN": SUCESSOS QUE CHEGARAM AO BRASIL POR ACIDENTE



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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

TEATRO DOS CONTOS DE FADAS (1982)

Os contos de fadas são histórias que fazem parte da vida das pessoas de modo geral. Desde a infância o contato com este tipo de contos é muito comum através de livros, filmes e até mesmo o fato de ouví-los diretamente dos pais ou avós. Quem nunca ouvir falar em personagens como Chapéuzinho Vermelho, Pinóquio ou Os Três Porquinhos? Estes são protagonistas de alguns dos mais famosos contos de fadas. Ainda existem muitos outros títulos pertencentes ao gênero, até mesmo alguns desconhecidos do público em geral.

Na década de 1980, a atriz norte-americana Shelley Duvall, grande admiradora de tais contos, produziu uma série que popularizou ainda mais o gênero entre crianças e adultos. O programa se chamava Teatro dos Contos de Fadas (Faerie Tale Theatre) e contava com grandes atores e diretores de Hollywood. A produção apresentava os contos mais populares, assim como outros menos conhecidos.

Shelley Duvall no papel de Rapunzel.

Shelley teve a ideia de produzir a série em 1980, durante as gravações do filme live-action do icônico Marinheiro Popeye, onde atuava ao lado de Robin Willians. A atriz estava lendo o conto A Princesa e o Sapo e conversando sobre o mesmo com o citado ator. Curiosamente, a série estreou tendo como seu primeiro episódio justamente o conto lido pela atriz durante as gravações de Popeye, estrelando o próprio Robin Willians como o Príncipe Sapo dois anos mais tarde.

A série de antologia (que conta com elenco e histórias diferentes a cada episódio) estreou na televisão americana pela rede Showtime em 11 de setembro de 1982, contando com produção da Gaylord ProductionLion´s Gate Entertainment Corporation e Platypus Productions. Foi exibida até 14 de novembro de 1987, totalizando 27 episódios com duração de 39 à 58 minutos, divididos em 6 temporadas.

A apresentação das histórias era feita pela própria Shelley Duvall, que também atuava em alguns episódios. A série contou com grandes nomes do cinema para estrelar os contos, como Peter MacNicol, Billy Crystall, Christopher Reeve, Susan Sarandon, Eric Idle, Melissa Gilbert, Leonard Nimoy, entre outros. Entre os diretores dos episódios estiveram nomes como Francis Ford Copola, Eric Idle e Tim Burton.

Cena do episódio "Os Três Porquinhos"

Um fato interessante foi a fidelidade dos roteiros aos contos originais, já que Shelley fazia questão de não fazer muitas adaptações às obras. Diferente do que se vê em adapatações para cinema, como nas animações de Walt Disney, onde muitas vezes até mesmo os finais dos contos são alterados para que sejam sempre felizes. Um bom exemplo é comparar a animação A Pequena Sereia de Disney com o episódio homônimo da série Teatro dos Contos de Fadas, onde vários elementos, especialmente o desfecho, são totalmente opostos.

Dentre os contos mais populares, destacam-se na série os episódios Os Três Porquinhos, João e o Pé de Feijão, Chapéuzinho Vermelho, Pinóquio, Cinderella, O Gato de Botas, entre outros. Há também contos menos populares, como O Dorminhoco (Rip Van Winkle), O Menino Que Saiu de Casa Para Saber O Que Era o Medo, As Princesas Dançarinas, A Polegarzinha, A Princesa que Nunca Sorria e A Rainha da Neve. Ainda há outros considerados quase, ou totalmente, desconhecidos pelo público, como O Rouxinol.

Dentre os episódios, há um especial que não apresenta nenhum conto específico, mas um reecontro dos personagens apresentados nas primeiras temporadas do programa. Ainda neste especial, Shelley é julgada pelos Irmãos Grimm por ter adaptado seus contos para a televisão. Este é o episódio de número 19, intitulado Grimm Party, pertencente à quarta temporada do show. Infelizmente, este foi o único episódio nunca exibido na televisão brasileira.

A ideia de Shelley era trazer um clima realmente teatral para a televisão, o que conseguiu realizar com louvor, já que os cenários e iluminação dos episódios possuíam aspectos que levavam o telespectador a usar sua suspensão de descrença. Assim como ao se assistir uma peça no teatro, a série contava cenários visivelmente longe da realidade, mas que traziam uma sensação fantasiosa e convincente.

Cena do episódio "O Gato de Botas"

Estreou no Brasil em meados da década de 1990 pela TV Cultura, sendo exibida semanalmente com grande sucesso. Retornou à emissora no ano 2000, onde foi apresentada nas tardes de sábado, na faixa das 16h00. Neste período muitos puderam rever, ou até mesmo conhecer o programa. O público aguardava ansiosamente pelo episódio do sábado seguinte que era anunciado durante toda a semana em chamadas especiais pela emissora. Ainda teve uma última reprise entre 2010 e 2012, sendo exibida diariamente na faixa das 12h00.

A dublagem foi realizada inicialmente no estúdio BKS, contando com a voz de Dráuzio de Oliveira como narrador e Cecília Lemes como Shelley Duvall nas apresentações dos contos. A segunda leva de episódios a chegar no país ganhou dublagem no estúdio Álamo, contando com as vozes de Nano Filho como narrador e Neuza Azevedo como Shelley Duvall. Os demais personagens não eram fixos, portanto o elenco de vozes também variava a cada episódio.

Foi lançada no Brasil em DVD em duas ocasiões nos anos 2000. O primeiro lançamento foi pela editora Empire, que disponibilizou todos os episódios da série em volumes avulsos. Posteriormente, a distribuidora Vinyx Multimídia lançou todos os episódios em um único box composto por 5 discos. Em ambos os lançamentos não consta o episódio 19, que permanece inédito no país.

Cena do episódio "Chapéuzinho Vermelho".



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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

"OS MONKEES" E "ZILLION" EM NOVOS HORÁRIOS NA REDE BRASIL

No último sábado (02), a Rede Brasil de Televisão surpreendeu o público, ao divulgar alterações na grade de sábado. Anteriormente o bloco de animês Sessão Oriental, assim como a série Os Monkees, era exibido em horário nobre, na faixa das 18h00.

A emissora vem fazendo várias alterações em sua programação, trazendo novas atrações e retirando outras do ar. Entre as estreias destacam-se os animês Beyblade e Yeloli, que substituíram os clássicos Samurai Warriors e Shurato

Os novos horários da série Os Monkees e do animê Zillion foram 12h00 e 12h30, respectivamente. Resta saber se a mudança será temporária ou definitiva. 


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sábado, 2 de setembro de 2023

"AS AVENTURAS DE SONIC" NA PLAYTV

A primeira série animada de um dos personagens mais famosos e queridos do mundo dos videogames, Sonic, está de volta pela PlayTV. Produzida pela DIC Entertainment entre 1993 e 1996, As Aventuras de Sonic (Adventures od Sonic the Hedgehog), teve uma temporada com um total de 65 episódios.

A trama gira em torno de Sonic e seu amigo Tails, uma pequena raposa. Vivem no planeta Móbius, onde enfrentam o terrível vilão, chamado Dr. Robotnik. A dupla desfaz os planos do inimigo com muito bom humor, sempre se utilizando do poder de Sonic, que pode correr em grande velocidade.

Sonic ainda teve outras adaptações para desenhos animados, como Sonic, o Ouriço (1993), Sonic Underground (1999), o animê Sonic X (2003) e Sonic Boom (2014). Em todas estas o clima dos episódios é mais sério que a primeira adaptação, que apresenta boas doses de humor pastelão.

Estreou no Brasil em meados da década de 1990 pela Globo. Nos últimos anos passou por vários serviços de streming, como NOW, Looke e Vivo Play.

Esta sendo exibido às quintas-feiras, na faixa das 20h30 na PlayTV. A emissora está disponível em várias operadoras de TV por assinatura, como ClaroTV, OiTV, Sky e NossaTV. Também pode ser assistida pelo site oficial: www.playtv.com.br

 

 

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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

"Viagem ao Centro da Terra", publicado pela Editora Hemus em 1972.

[*] Por Alexandre Nagado
 
Um tema recorrente na cultura pop é o da possibilidade de encontrar seres pré-históricos e mundos fantásticos nas profundezas da Terra. Como no clássico O Elo Perdido (1974) e em inúmeras outras produções, o misterioso centro do planeta oferece tanto mistério e fascinação quanto as profundezas do mar ou a imensidão do espaço cósmico.
 
A ideia sobre grandes aventuras em cavernas e vales muito abaixo da superfície do planeta remete a um dos maiores clássicos da literatura juvenil: Viagem ao Centro da Terra (“Voyage au centre de la Terre”, 1864), do francês Júlio Verne, ou melhor, Jules Verne (1828~1905). Histórias sobre mundos subterrâneos envoltos em mistérios e perigo é algo que já existia na literatura bem antes de Júlio Verne, mas foi sua obra que se tornou a grande referência sobre o tema, influenciando autores como J.R.R. Tolkien, Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs. A história é uma aventura leve e extremamente criativa, com boas doses de suspense e mistério.
 
Júlio Verne (1828-1905)
 
Em pleno século XIX, na Alemanha, o excêntrico mineralogista e professor de Geologia Otto Lidenbrock encontra um misterioso manuscrito dentro de um antigo livro que adquiriu. Lá, uma mensagem instigante de um homem chamado Arne Saknussemm dava pistas de um possível caminho para o centro da Terra, a partir da cratera do Sneffels, um vulcão inativo na Islândia. 
 
Empolgado com a possibilidade de descobertas inimagináveis, Lidenbrock resolve partir rumo à Islândia, em busca da passagem misteriosa. Sem muita convicção, seu brilhante, porém nada aventureiro sobrinho Axel (o narrador da história) o acompanha. Para ajudá-los na difícil jornada, o professor contrata o caçador local Hans, um homem quieto, forte e de grande dedicação e lealdade. O trio enfrenta um longo e tortuoso caminho, até que encontram galerias que vão descendo cada vez mais. Sem enfrentar o calor incandescente que se esperava de acordo com as teorias científicas da época, os exploradores vão adentrando um mundo isolado da civilização e cheio de mistérios. 
 
Versão da Editora Principis (2019)

Clássico da ficção científica, Viagem ao Centro da Terra foi publicado originalmente em 1864. De lá para cá, foi editado e republicado incontáveis vezes em vários países, inclusive no Brasil.
 
Versão cinematográfica, produzida pela 20th Century Fox em 1959.

No cinema, ganhou famosas adaptações em 1959 e 2008. Direta ou indiretamente, inspirou quadrinhos, filmes, séries e jogos, sendo uma obra icônica da cultura pop mundial. Repleto de informações sobre mineralogia, botânica e biologia, a obra oferece especulações que fascinaram os leitores da época, e soam instigantes até hoje. Júlio Verne não era apenas um escritor habilidoso e criativo, era também dono de uma cultura colossal, com múltiplos interesses em suas pesquisas.
 
A viagem em si ocupa a maior parte da obra, que se detém pouco nos cenários, criaturas e situações extraordinárias que Lidenbrock, Axel e Hans encontram no centro da Terra, mas a narrativa do autor é envolvente. Os personagens são carismáticos e a química entre o impulsivo, obstinado e temperamental cientista e seu sobrinho prudente ao extremo (para dizer o mínimo) tornam a leitura deliciosa.
 
Viagem ao Centro da Terra é uma das obras mais conhecidas de Júlio Verne, ao lado de clássicos igualmente cultuados como Cinco Semanas em Um Balão, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em 80 Dias. É leitura indicada, não somente para adolescentes, mas para qualquer um disposto a mergulhar em uma obra que tem atiçado a imaginação de muitas gerações, com um genuíno senso de aventura e encantamento. 

 
[*] Alexandre Nagado é autor do Blog Sushi POP




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terça-feira, 29 de agosto de 2023

SEGUNDA TEMPORADA DE "CAPTAIN TSUBASA" PODE CHEGAR EM BREVE AO BRASIL

 

A segunda temporada do remake do animê Captain Tsubasa, iniciado em 2018, mais conhecido no Brasil como Super Campeões, já tem data de estreia definida no Japão. O arco J-Boys Challenge será apresentado em seu país de origem no dia 1º de outubro de 2023. Uma diferença a ser notada neste grande hiato entre a primeira e a segunda temporada é o estilo de animação, já que o estúdio David Production, responsável pela primeira temporada, foi substituído pelo Studio KAI.

A grande novidade é que, em breve, a série poderá chegar a outros países, inclusive ao Brasil, pois já conta com distribuição da VIZ Media. Atualmente a empresa distribui a temporada inicial no Brasil, através dos serviços de streaming Prime Video, Crunchyroll e Pluto TV.

Captain Tsubasa é uma série de mangá, criada por Yoichi Takahashi, lançada no Japão em 1981 na revista Weekly Shonen Jump. Ganhou sua primeira adaptação para animê em 1983, contando com 128 episódios. Ainda teve outros remakes em animê, como Captain Tsubasa J (1994), Captain Tsubasa Road To 2002 (2001) e Captain Tsubasa (2018).

A saga futebolística de Oliver Tsubasa (Ozora Tsubasa no original), chegou ao Brasil em 1997, distribuída pela Samtoy, sendo exibida pela extinta Rede Manchete. Na ocasião foi apresentado o remake de 1994, intitulado Captain Tsubasa J. Porém, no Brasil, ganhou o título de Super Campeões. Em 2006, a série Captain Tsubasa Road To 2002 chegou ao país através do canal pago Cartoon Network, sendo exibida posteriormente na televisão aberta pela RedeTV!

O remake mais recente, produzido em 2018, chegou ao Brasil no mesmo ano, através do canal Cartoon Network. Fica a expectativa de quando a nova temporada chegará ao país e se o elenco de dubladores de 2018 será mantido. Em breve deveremos ter maiores informações.

 

NOTA: Atualmente, a rede de lojas Daiso Japan está promovendo uma ação de marketing para promover a nova temporada de Captain Tsubasa, através de vendas de diversos produtos temáticos da série. Confira mais detalhes em nosso post abaixo:

PRODUTOS OFICIAIS DE "CAPTAIN TSUBASA" NA "DAISO JAPAN"


Confira o trailer da nova temporada de Captain Tsubasa: 




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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

JERRY LEWIS - DESENHO ANIMADO (1970)

Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down / Filmation (1970)

Um dos maiores nomes do cinema humorístico de todos os tempos, sem sombra de dúvida, é Jerry Lewis. O astro estadunidense começou sua carreira artística ainda criança, tendo feito ao longo dos anos apresentações radiofônicas, teatrais, televisivas e cinematográficas. Ganhou maior destaque no final da década de 1940, quando passou a atuar em filmes de humor ao lado do ator e cantor Dean Martin. Ao final da década de 1950, passou a estrelar filmes solo, mostrando todo o seu talento como ator, roteirista, diretor, cantor e dançarino. É considerado um dos maiores gênios da comédia, tendo grande número de admiradores em países como França e Brasil.

 

Jerry Lewis (1926-2017)
 

Além de ser um um artista completo, Lewis ainda inovou a autodireção em filmes, criando um assistente de vídeo que permitia ver sua atuação, assim como dos demais atores, em tempo real através de um monitor. Este recurso é usado na indústria cinematográfica até os dias de hoje.

Como resultado de tamanho talento e grande sucesso entre os anos 40 e 60, ganhou uma série animada própria, produzida pelo estúdio Filmation, no ano de 1970. Nesta época, vários artistas de sucesso passaram a ganhar séries animadas, como O Gordo e o Magro, Os Três Patetas, The Beatles, Jackson Five, entre outros.

Curiosamente, Lewis não deu voz à sua versão animada, sendo esta feita por David Lander. A única contribuição do astro para sua série animada foi com alguns roteiros. A produção ficou à cargo de Lou Scheimer e Norm Prescott. Os traços e personalidade do protagonista, assim como o tipo de humor pastelão, foram bastante fieis ao que se via nos filmes do ator.

Jerry Lewis e Sr. Barra Funda

A trama apresentava o atrapalhado Jerry Lewis trabalhando na Agência de Empregos Malucos, de propriedade do rabugento Sr. Barra Funda. Este enviava o rapaz, diariamente, aos mais variados tipos de atividades profissionais, além de estar sempre lhe passando sermões aos gritos. A secretária da empresa era a jovem e serena Ronda, por quem Jerry era apaixonado e tinha grande dificuldade em convidar para ir ao cinema, já que os horários de trabalho e as broncas do chefe sempre dificultavam a situação.

Jerry vivia com seu pai, Professor Lewis, e sua irmã caçula, Geraldine. O Professor vivia de seus inventos, cada um mais maluco que o outro, fazendo com que a casa da família fosse atingida por raios, tempestades, ventanias e coisas do gênero.

Ainda outros personagens recorrentes na série, todos parentes de Lewis, eram o tio detetive Hong Kong Lewis, tio Xaveco, tio Cão do Mar, tio Chicote, tio Ralph e o primo Tonelada. Todos estes tinham a aparência de Jerry Lewis, como se fosse o próprio ator interpretando os personagens ao mesmo tempo, assim como no filme Uma Família Fuleira, escrito, dirigido e protagonizado por Lewis em 1965.

Os vários personagens com a aparência de Jerry Lewis

A série animada foi exibida, originalmente, na televisão americana entre 12 de setembro de 1970 e 2 de setembro de 1972 pela rede ABC, com o título Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down. Rendeu apenas uma temporada com um total de 18 episódios.

Estreou no Brasil, ainda na década de 1970, pela extinta TV Tupi. Na segunda metade dos anos 80 passou a ser exibida pela TV Bandeirantes, como atração do programa infantil O Circo da Alegria. No início dos 90, foi exibida pela extinta Rede Manchete, integrando os programas Clube da Criança e Lulu Limpim Clapa Topo. Desde a segunda metade da década de 1990 não foi mais reprisada na televisão, não ganhando nem mesmo lançamento em VHS, DVD e serviços de streaming.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Mário Monjardim como Jerry Lewis, Sr. Barra Funda, Professor Lewis e demais personagens com as feições do ator, Carmen Sheila como Geraldine e Sônia Ferreira como Ronda.





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domingo, 20 de agosto de 2023

"SHURATO" FORA DO AR NA REDE BRASIL

Desde 2021, a Rede Brasil de Televisão vinha exibindo o clássico animê Shurato em sua programação, como atração do bloco Sessão Oriental. O retorno da série à televisão aberta foi uma grande surpresa para o público nostálgico, que acompanhou a saga do Rei Shura pela extinta Rede Manchete entre 1996 e 1999. Na mesma época Samurai Warriors, outro sucesso nipônico, outrora também exibido pela Manchete, voltava ao ar pela emissora. 

Ambos os animês vinham sendo exibidos em horários de destaque, como nas tardes de sábado e terças-feiras à noite, na faixa nobre da emissora. O bloco ainda conta com outras consagradas séries nipônicas, como o animê Zillion e a série Comando Estelar Flashman.

Há algumas semanas, o animê Samurai Warriors foi substituído por Beyblade, que passou a ser exibido ao lado de Flashman nas noites de terça-feira. A princípio, o público aguardava que a citada série ganhasse um novo horário na grade. Porém, infelizmente isso não ocorreu e Samurai Warriors foi mesmo retirado do ar. 

No último sábado (19), chegou a vez de Shurato ser sacado da programação, sendo substituído pela animação chinesa Yeloli. Resta saber se a retirada destes clássicos se deve à algum final de contrato ou mesmo um tempo para não desgastá-los junto aos telespectadores, já que ambas estavam em fase de reprise. 


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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ENCURRALADO (1971)


O primeiro grande sucesso de Steven Spielberg.

No início da década de 1970, o jovem cineasta Steven Spielberg, até então desconhecido do grande público, teve sua primeira oportunidade de dirigir um longa-metragem. Tendo experiência com alguns curta-metragens premiados, viu na ocasião sua chance de mostrar todo o seu talento atrás das câmeras, pois o roteiro que tinha em mãos contava com poucos diálogos, sendo que praticamente todo o filme girava em torno de uma perseguição em autoestrada, necessitando de ângulos de câmera e timing perfeitos. O título do longa era Encurralado (Duel).

O filme fora escrito por Richard Matheson, tendo sido inspirado em uma situação real, vivida por ele mesmo. O roteiro era bastante simples, mas com uma boa direção poderia manter o público atento, além de aflito, durante seus 90 minutos de duração. Spielberg cumpriu sua missão de forma excepcional. As filmagens ocorreram em apenas 13 dias, e o resultado final foi espetacular, consagrando Spielberg como um diretor de primeira classe. O longa recebeu nota máxima pela crítica especializada, tornando-se um clássico lembrado até os dias de hoje.

Para interpretar o protagonista da trama, foi convidado o ator Dennis Weaver. Spielberg admirava seu estilo de atuação. Nas poucas cenas com falas, e até mesmo nos momentos de tensão durante a longa perseguição, Weaver demonstrou grande talento, especialmente no que se refere a expressão facial, transmitindo o clima de pânico e medo, de tal forma que o espectador sentisse na pele o drama vivido na tela. 

O nome do personagem principal era David Mann. A pronúncia do sobrenome "Mann" (que possui a mesma sonoridade de man = homem, traduzido para o português) foi escolhida propositalmente, a fim de mostrar que a situação apresentada no roteiro poderia acontecer com qualquer pessoa.

Cartaz do filme, cuja estreia ocorreu em 13 de novembro de 1971 .

A trama tem início com um homem de negócios, chamado David Mann, voltando para casa, após concluir seu trabalho, dirigindo seu Plymouth Valiant em uma estrada deserta. Já cansado da longa viagem, tenta ultrapassar um velho caminhão que andava muito devagar à frente de seu carro. O motorista do caminhão não parecia estar disposto a facilitar a ultrapassagem, o que irritou David e o fez forçar a passagem.

Após passar pelo caminhão, David passou a ser aterrorizado durante todo o restante da viagem, já que o mesmo caminhão voltava a aparecer em sua frente a todo momento, sem uma explicação plausível. Para piorar a situação, o caminhão não apenas aparecia, mas também passou a perseguí-lo, em uma caçada mortal, a fim de matá-lo. O que era um simples retorno para casa, após o trabalho, torna-se um grande pesadelo.

Durante a fuga, David ainda consegue fazer algumas paradas, sempre com o caminhão em seu encalço. O mais estranho de tudo, era o fato do protagonista nunca conseguir identificar o misterioso motorista do caminhão entre as pessoas que o cercavam. A jornada gradativamente torna-se mais desesperadora, pois os ataques do velho caminhão à David e seu veículo, tornavam-se cada vez mais implacáveis.

O simpático Plymouth Valiant e seu algoz.

O filme prende a atenção do público, de tal forma, que é possível sentir o medo, a angústia e a curiosidade em conhecer real identidade do inimigo, além da causa de sua motivação destruidora, juntamente com o protagonista. 

A fase final da trama torna-se ainda mais desesperadora, levando-a a um final intrigante, mas ao mesmo tempo grandioso. "Encurralado" possui um roteiro aparentemente simples, mas que tornou-se um marco na história do cinema, graças a uma excelente atuação de Dennis Weaver, que atua praticamente sozinho em grande parte do tempo, e a uma primorosa direção de Steven Spielberg.

Atualmente, o filme está disponível em DVD, Blu-ray e para aluguel nas plataformas Google Play, Apple TV e YouTube. Por vezes é reprisado na TV aberta, pela Rede Brasil de Televisão, com sua clássica dublagem realizada no extinto estúdio carioca Herbert Richers.

David Mann em sua fuga desesperada.

FICHA TÉCNICA:

Título original: Duel

Companhias produtoras: Universal Studios

Ano: 1971

Duração: 90 minutos

Direção: Steven Spielberg

Roteiro:  Richard Matheson

Classificação: 12 anos


ELENCO:

Dennis Weaver .... David Mann

Jacqueline Scott.... Sra. Mann

Eddie Firestone.... Dono do Café

Lou Frizzell.... Motorista de Ônibus 

Gene Dynarski.... Homem no Café

Tim Herbert.... Frentista

Shirley O'Hara.... Garçonete

Carey Loftin.... Motorista do Caminhão



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sexta-feira, 28 de julho de 2023

TERRA DE GIGANTES (1968)

Uma marcante e inovadora série de ficção científica!

No final da década de 1960, o produtor Irwin Allen, aclamado por seus vários filmes e séries de ficção científica, inicia seu mais novo projeto televisivo, a série Terra de Gigantes (Land of The Giants). O novo show apresentaria uma trama fantástica, envolvendo viagem dimensional, onde os protagonistas chegariam a um mundo muito parecido com a Terra. Porém, doze vezes maior. Este foi considerado o projeto mais ousado de Allen, já que para a produção de cada episódio custaria em média 250 mil dólares. Um valor bastante elevado para os padrões da época.

Alguns dos trabalhos de produção mais marcantes de Allen foram os filmes "O Mundo Perdido" (1960), "Viagem ao Fundo do Mar" (1961), "O Destino do Poseidon" (1972) e "Inferno na Torre" (1978). Porém, suas séries de ficção científica, produzidas na década de 60, sempre estão entre as obras mais lembradas pelo público, sendo "Viagem ao Fundo do Mar" (1964), "Perdidos no Espaço" (1965), "O Túnel do Tempo" (1966) e, finalmente, "Terra de Gigantes" (1968).

O produtor Irwin Allen (1916-1991)

A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1983. Nesta época o uso de naves para voos entre países era algo comum. Em um destes voos estava a nave Spindrift, que partiria de Los Angeles, Estados Unidos, à Londres, Inglaterra. A nave era comandada pelo Capitão Steve Burton (Gary Conway), contando com o co-piloto Dan Erickson (Don Marshall) e a aeromoça Betty Hamilton (Heather Young). Dentre os passageiros estavam o engenheiro Mark Wilson (Don Matheson), a modelo Valerie Scott (Deanna Lund), o trapaceiro Alexander Fitzhugh (Kurt Kasznar) e o garoto órfão Barry Lockridge (Stefan Arngrim).

Durante a viagem, a nave é atingida por uma misteriosa névoa, ocorrida durante uma tempestade magnética, levando-a a uma dimensão paralela. Assim, os tripulantes caem em um mundo de aspecto semelhante à Terra, mas doze vezes maior que a mesma, assim como seus habitantes. Uma das diferenças era a tecnologia daquele mundo, atrasada em cerca de 20 anos, se comparada à Terra dos anos 80. Porém, o que os viajantes não imaginavam era o risco de vida que correriam naquele mundo misterioso, pois seriam caçados pelo governo local, que os chamava como "pequeninos".

A cada episódio o público acompanhava a desesperada fuga da tripulação, comandada pelo Capitão Burton, escapando das armadilhas dos gigantes, tendo que aprender a conviver entre si e trabalhar em equipe. Dentre os gigantes, destaca-se como vilão principal o Inspetor Kobick (Kevin Hagen), um homem frio e calculista que dedica todo seu tempo e energia em busca dos pequenos fugitivos. Trabalhava para o departamento de polícia local, denominado SID (Special Investigation Department), que tratava até mesmo à população de gigantes de forma rude, caso não seguisse suas ordens. 

A icônica nave Spindrift.

O principal temor do departamento de investigação era a avançada tecnologia dos pequeninos, claramente exposta em sua nave, representando uma ameaça ao governo local. Eram oferecidas grandes quantias em dinheiro como recompensa a quem capturasse os pequeninos, tornando ainda mais difícil a sobrevivência da tripulação naquele local. Os pequeninos viviam escondidos em florestas e suas idas à cidade dos gigantes ocorria apenas em ocasiões de extrema necessidade, como resgatar algum membro capturado pelo SID.

Além dos excelentes roteiros, pode-se dizer que os grandes atrativos da série são os cenários e objetos gigantes, construídos com grande fidelidade ao mundo real, passando a impressão de que os atores eram realmente pequenos. Muitas cenas de escaladas em mesas e outros objetos gigantes eram feitas pelos próprios astros do programa, dispensando o uso de dublês, o que tornava os roteiros e drama dos protagonistas ainda mais verossímeis. Até mesmo uma mão humana em tamanho gigante foi construída para as cenas em que os pequeninos eram capturados, tendo um resultado final impecável para a época.

 

Carretel construído em grande escala.

Outro fator que chamava a atenção nos episódios era a realção entre os protagonistas. Liderados pelo enérgico e honrado Capitão Burton, sempre precisavam superar seus medos e proteger o grupo, mesmo que isto lhes custasse a própria vida. Geralmente os problemas eram causados pelo arrogante e trapaceiro Fitzhugh, que sempre pensava apenas em si mesmo. O único que tentava compreende-lo era o garoto Barry, sendo seu melhor amigo. As características e amizade de Fitzhigh e Barry lembram muito os personagens Will Robinson e Dr. Smith da série Perdidos no Espaço, também criada por Allen.

A série foi produzida pela 20th Century Fox, sendo exibida originalmente pela rede ABC entre 22 de setembro de 1968 e 6 de setembro de 1970, totalizando 51 episódios, divididos em duas temporadas. O cancelamento da série, ao final da segunda temporada, se deveu aos altos custos de produção. Ainda assim, Terra de Gigantes será sempre lembrada como uma das melhores e mais inovadoras séries de ficção científica de todos os tempos.

Estreou no Brasil em março de 1969 pela TV Record, fazendo grande sucesso. Nos anos 70 passou a ser exibida pela Globo, sendo reprisada nos anos 80 pela Bandeirantes e nos anos 90 mais uma vez pela TV Record. Nos anos 2000 foi exibida na TV paga pelos canais FX e TCM. Atualmente está sendo reprisada na TV aberta, com imagem remasterizada, pela Rede Brasil de Televisão. Também está disponível em DVD pelo selo World Classics, que lançou a série em boxes de forma completa.

A dublagem foi realizada no extinto estúdio paulista AIC, contando com as vozes de Dráusio de Oliveira como Capitão Steve Burton, João Paulo Ramalho como Mark Wilson, João Ângelo como Dan Erickson, Isaura Gomes como Valerie Scott, Sandra Campos como Betty Hamilton, Aliomar de Matos como Barry Lockridge, José Soares como Alexander Fitzhugh e Osmiro Campos como Inspetor Kobick. 




 

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terça-feira, 11 de julho de 2023

CHiPs (1977)


John Baker e Frank Poncherello, os patrulheiros da Golden State's.

No final da década de 1970, estreava na televisão americana uma das séries mais icônicas de todos os tempos. Apresentando as aventuras de dois simpáticos patrulheiros rodoviários, a série CHiPs tornou-se um dos maiores fenômenos da televisão entre os anos 70 e 80. Produzida pela MGM Television e Rosner Television, foi exibida entre 15 de setembro de 1977 e 1 de maio de 1983 pela rede NBC. Teve um total de 139 episódios, divididos em 6 temporadas.      

Para os papéis dos protagonistas, foram escalados os astros Larry Wilcox e Erik Estrada, interpretando os patrulheiros John Baker e Frank Poncherello, respectivamente. Ambos tinham uma ótima química em cena, já que os personagens possuíam personalidades distintas, mesmo sendo os melhores amigos, trazendo um bom equilíbrio para as situações que enfrentavam nas rodovias e nos momentos mais descontraídos.

Sala de reunião dos patrulheiros.

Os episódios apresentavam a rotina dos policiais rodoviários John Baker e Frank Poncherello, colocando ordem nas estradas americanas e, por vezes, perseguindo criminosos, como ladrões de automóveis, contrabandistas, sequestradores, entre outros. Eram liderados pelo Sargento Getraer (Robert Pine), um oficial honrado e exigente, que estava sempre dando broncas em Poncherello, que por vezes era muito brincalhão e não aparentava ter a seriedade necessária para o trabalho. Ainda integravam a equipe os patrulheiros Barry Barizca (Brodie Greer), Gene Fritz (Lew Saunders), a oficial Bonnie Clark (Randi Oakes) e o mecânico Harlan Arliss (Lou Wagner).

Baker e Poncherello trabalhavam juntos e eram os melhores amigos, embora possuísssem personalidades opostas. Enquanto Baker era calmo, organizado e vivia em um apartamento comum, Poncherello (mais conhecido como "Ponch" pelos amigos), era brincalhão, mulherengo, desorganizado e vivia em um trailer um tanto bagunçado. Ainda assim, nos momentos mais sérios do trabalho, ambos se mostravam bravos patrulheiros, cumprindo suas missões de forma honrada.

Embora a série tratasse de patrulheiros das estradas, o clima dos episódios era bastante leve, podendo ser considerado um programa para toda a família. Os roteiros apresentavam a missão do dia, como desvendar casos de roubos de veículos, mas sempre com uma trama paralela, envolvendo o cotidiano de Baker e Poncherello com muito bom humor. 

As cenas mais marcantes dos episódios eram Geatrer passando a missão do dia na sala de reuniões dos patrulheiros, as perseguições em alta velocidade e os créditos finais, com o marcante tema instrumental da série sendo executado enquanto Baker e Poncherello discutiam  ou faziam algo em tom engraçado, despedindo-se do público de forma agradável e divertida.

Patrulheiros em ação!

Durante os anos de gravação houveram alguns impasses envolvendo os atores, como o fato de Wilcox se incomodar com o estrelismo de Estrada nos bastidores. Tais fatos resultaram no afastamento temporário de Estrada durante sete episódios da quinta temporada e na saída definitiva de Wilcox na sexta e última. Para os lugares dos protagonistas foram escalados Bruce Jenner, substituindo Estrada nos sete episódios em que esteve fora, e Bobby "Hot Dog" Nelson, no papel do patrulheiro Tom Reilly, substituindo Wilcox em todo o último ano da série.

Após o cancelamento da série, em 1983, foram produzidos alguns filmes baseados na série, como CHiPs 99 (1998), produzido pela TNT, e CHiPs: O Filme (2017). 

A série estreou na televisão brasileira ainda no final dos anos 70, pela extinta Rede Tupi, sendo exibida posteriormente pela TVS e TV Record, no início dos anos 80. Bandeirantes e Rede Manchete, entre o final dos anos 80 e início dos 90. TCM e Rede Brasil, nos anos 2000. Atualmente segue em exibição pela já citada Rede Brasil. Foram lançadas em boxes de DVD apenas as duas primeiras temporadas.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio paulista BKS, contando com as vozes de Aníbal Munhoz como John Baker, Ricardo Marigo como Frank Poncherello, Gervásio Marques como Sargento Getraer, Marcelo Belo como Barry Barizca, Ismael Viera como Harlan Arliss e Márcia Gomes como Bonnie Clark.

O sucesso no país foi imenso, até mesmo entre as crianças, resultando no lançamento de uma linha de brinquedos baseados na série, lançados pela icônica Glasslite nos anos 80. Entre os itens estavam motos com os patrulheiros, motorama, carro patrulha, óculos e auto estrada. Tais produtos são, atualmente, bastante raros e considerados valiosos itens de colecionador.




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segunda-feira, 3 de julho de 2023

COMANDO DOLBUCK (1983)

Um comando especial utilizando Máquinas Mutantes em defesa da Terra!

Dentre os vários gêneros que compõem a animação japonesa, existe um que é tido como um dos mais queridos em seu país de origem, enquanto no Brasil nunca chamou muito a atenção. Este gênero chama-se mecha, cujas séries tem como foco robôs gigantes, geralmente pilotados por humanos. Este estilo de animação gerou várias franquias de sucesso no Japão, como Mazinger Z, Gundam e Patlabor. Já no Brasil, entre os poucos títulos que chegaram, podemos destacar como um grande sucesso apenas o animê O Pirata do Espaço (Groizer X), exibido pela Rede Manchete e TV Gazeta, entre os anos 80 e 90. Porém, para quem costumava alugar fitas VHS no final da década de 1980, um outro animê deste gênero é também lembrado com muito carinho, tanto pelos robôs de combate, quanto por seus protagonistas carismáticos. A série chama-se Comando Dolbuck (Tokusou Kihei Dorvak).

Produzida pela Ashi Productions, foi exibida entre 7 de outubro de 1983 e 6 de julho de 1984 pela rede Fuji Network System (FNS) com um total de 36 episódios, patrocinados pela fabricante de brinquedos Takatoku Toys. Contou com a direção de Masami Anno e roteiros de Shigemitsu Taguchi. Foi uma criação do roteirista e romancista Takeshi Shudo, que posteriormente trabalharia com a franquia Pokémon, criando o monstro Lugia, o personagem central em Pokémon: O Filme 2000.

Os heróis: Pierre, Masato e Louise.

A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1999. A Terra estava ameaçada pela invasão dos edelianos, uma raça alienígena que precisava de um novo lar, já que seu Planeta Edelia havia sido extinto. Seu aspecto era muito parecido com o dos humanos, embora possuíssem pele de cor azulada e cabelos verdes. Viram na Terra o ambiente ideal para sua habitação, tendo assim que entrar em guerra contra os humanos a fim de conquistar o planeta. Seu líder era o Comandante Zeller, uma figura tida como superior e digna de honra por seu povo. Também compõem o alto escalão dos invasores o ambicioso e inescrupulodo jovem Edel, que tomou para si o cargo de Comandante-Chefe, anteriormente ocupado pelo sábio e justo Amoff, pai da jovem Aroma. A moça era apaixonada por Edel, embora não concordasse com seu modo de agir.

Os vilões, oriundos do Planeta Edelia.

Para conter a ameaça alienígena, o Exército Federal Japonês contava com uma subdivisão denominada Comando Triplo Dolbuck. Equipada com poderosos veículos que podiam tornar-se robôs de combate, chamados como Máquinas Mutantes, a equipe liderada pelo rigoroso Coronel Takashi, era composta por três jovens que passaram por um pesado treinamento até se tornarem combatentes.

Estes jovens eram Masato Mugen, um excelente atirador que tinha personalidade forte e pilotava o Jipe Carribar (Mugen Calibur, no original). Pierre Bonaparte, um ex-ladrão nascido na França, sempre alegre e brincalhão, pilotava o Tanque Targus (Bonaparte Tulcas). Louise Ovellon, uma garota doce e corajosa. É secretamente apaixonada por Masato e pilota o Helicóptero Gazette (Ovellon Gazette). Ainda integram a equipe o Comandante-Chefe Fred, seu braço direiro Jonas e os mecânicos Bob e Jack, que contam com a ajuda do robô Peter.

Durante os episódios é descoberto que o povo de Edelia tinha ligação com a Terra, especialmente pelas figuras esculpidas na Ilha de Páscoa. O ser supremo do planeta invasor, chamado Moai, era muito parecido com as mesmas. No passado, a ilha era considerada um local sagrado para os edelianos. Várias reviravoltas acontecem na trama, como edelianos que tornam-se aliados dos humanos com o passar do tempo.

A série era recheada de ação e aventura, embora também houvessem cenas de humor, destacando o relacionamento entre o simpático trio de protagonistas. As cenas de batalha possuiam uma animação bastante fluida, além de contar com uma bela e envolvente trilha sonora, tornando tais momentos ainda mais empolgantes.

Louise, Masato, Coronel Takashi e Stanley com seus novos trajes.

Um fato que marcou a série foi a morte de um dos protagonistas. No episódio 21, intitulado "O Triste Final", Pierre falece durante uma missão.Tal acontecimento pegou o público de surpresa, tendo sua explicação nos bastidores da produção. O patrocinador não estava gostando da postura do personagem que, embora fosse um honrado combatente, era simpático e alegre demais. Foi exigida sua substituição por um personagem mais sério, mesmo que isso custasse a vida do protagonista e deixasse o público chocado. Assim, foi integrado à equipe o oficial Stanley Hilton, cuja personalidade era totalmente oposta a de Pierre, sendo um sujeito frio e extremamente focado em sua missão.

Além de exigir a substituição de Pierre por Stanley, o patrocinador também propôs mudanças no robô pilotado por Masato, Carribar, que ganharia novo visual, a fim de vender mais brinquedos. Também houve alteração nos trajes dos protagonistas, que passaram a usar elegantes jaquetas com golas volumosas. 

As Máquinas Mutantes: Gazette, Targus e Carribar.

O animê chegou ao Brasil em meados de 1986 por intermédio da distribuidora Everest Vídeo, de propriedade do Sr. Toshihiko Egashira. Foi lançado diretamente em fitas VHS, ao lado das icônicas séries tokusatsu, O Fantástico Jaspion e Esquadrão Relâmpago Changeman. À princípio, o animê teve maior aceitação que os citados títulos, mas com o passar do tempo, as locações das séries live-action ultrapassaram as de Dolbuck, culminando em seu cancelamento no décimo terceiro volume, cobrindo até o episódio 26. Infelizmente o animê nunca chegou a ser exibido na televisão brasileira, tornando-se um clássico das fitas VHS nos anos 80.

A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Álamo, contando com as vozes de Eduardo Camarão como Masato, Carlos Laranjeira como Pierre, Rosa Maria Baroli como Louise, Carlos Takehi como Stanley, Flávio Dias como Robô Peter e Edel, Mauro de Almeida como Coronel Takashi, José Carlos Guerra como Bob e Zeller, Lúcia Helena como Jack, Líbero Miguel como Comandante Fred, Marcos Lander como Jonas, Muibo César Cury como Amoff e Denise Simonetto como Aroma. A narração foi feita por Francisco Borges.

 

 

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KOLCHAK E OS DEMÔNIOS DA NOITE (1974)

  O repórter investigativo Carl Kolchak. Em 11 de janeiro de 1972, a rede americana ABC exibiu um telefilme do gênero investigação/terror, c...