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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

SHARIVAN (1983)


Aventuras cheias de suspense com o Detetive Espacial!
 
Uchuu Keiji Shariban/Toei Company (1983)


Em 1982, a produtora japonesa Toei Company conquistou o público infantil com a série Policial do Espaço Gavan (Uchuu Keiji Gavan), que havia sido uma grande aposta no início daquela década, já que algumas produções, como as séries da franquia Kamen Rider, estavam entrando em hiato. Com o estrondoso sucesso do policial espacial de armadura metálica, logo encomendaram junto à equipe criativa, conhecida pelo pseudônimo Saburo Hatte, uma sequência nos mesmos moldes. Assim surge a série Policial do Espaço Sharivan (Uchuu Keiji Shariban), sendo exibida na TV Asahi à partir de março de 1983.

A grande jogada para prender a atenção do público para a nova série foi adicionar o protagonista nos episódios finais de Gavan, como um patrulheiro florestal que fora admitido à Policia Espacial por sua bravura e coragem. Este era o jovem Den Iga, interpretado por Hiroshi Watari, que além de atuar era também dublê em cenas de ação nas séries da Toei. O novo herói usava uma armadura semelhante a do policial do espaço antecessor, porém agora em cor vermelha e novos detalhes, que fazem do visual de Sharivan um dos mais belos entre os Metal Hero. Assim como em Gavan, o desenho da armadura do herói foi desenvolvido por Katsushi Murakami.

Os roteiros, de grande parte dos episódios, ficaram à cargo do renomado Shozo Uehara, que havia escrito não apenas para Gavan, mas também para outros clássicos do tokusatsu, como O Regresso de Ultraman (1971). A série ficou marcada por tramas cheias de mistérios sombrios e suspense, chamando também a atenção do público mais velho, já que a série era exibida no início da noite. Pode-se dizer que só foi visto algo parecido com o clima da série em Kamen Rider Black, de 1987.

Sharivan em ação

A trama apresentava o policial do espaço Den Iga, que ao entrar em ação contra os inimigos usava um poderoso traje metálico, sendo então chamado como Sharivan. Sua transformação acontecia ao dizer: "Raio Solar!", recebendo a armadura através de raios vindos de sua nave de combate, o Grand Bus (Grand Birth). Den conheceu o policial espacial Gavan quando este estava no final de sua missão na terra, contra o império espacial Makku, tornando-se seu pupilo e sucessor. Agora vemos Gavan como superior de Sharivan, sendo chamado de Capitão Gavan, que além de passar orientações através de um monitor, vez por outra o ajudava nas missões. 

O trabalho de Den se inicia com a chegada de uma nova ameaça espacial à terra, o império Mad (Maddou), liderado pela estátua falante Mao Saiki (Maoh Psycho), que pretende conquistá-la. Durante sua saga, Sharivan conta com a ajuda da policial Lily, que é especialista em disfarces.

O imperador de Mad, Mao Saiki, ainda conta com um vasto time de aliados que o ajudam em seus planos de dominação, como a brilhante cientista Doutora Porter, o destemido General Gailer, as assistentes Akuma 1 e 2, vários soldados rasos e seres monstruosos que davam grande trabalho à Sharivan durante os combates. No decorrer da trama ainda surge um novo e assustador aliado ao império, Leider. Um misterioso feiticeiro, que aos poucos se revela um sujeito em que ninguém pode confiar. Assim como o império Makku, Mad também enviava o herói à outra dimensão para lutar contra seus terríveis monstros.

Integrantes do império Mad

No decorrer da saga, Den descobre ser um descendente do planeta Iga, recebendo uma poderosa espada e conhecendo outros descendentes de sua raça. Após derrotar Mad sua intenção é voltar ao planeta de origem para restaurá-lo. Além de Gavan, o herói ainda conta com outros membros da Polícia Espacial vistos na série anterior, como o Comandante Kom, Mimi e Marin. Ainda outro personagem presente na série, também visto em Gavan, é o atrapalhado Kojiro, que sempre faz amizade com os heróis, sendo uma espécie de alívio cômico nas produções.

Durante as batalhas, Sharivan utiliza de vários recursos contra os inimigos, como armas e ataques. Destaque para a Espada Laser (Laser Blade), Tiro Relâmpago (Crime Buster), Antena Solar, Chute Sharivan (Shariban Kick), Proteror Plasma e Proteção Sharivan. Dentre os veículos do herói estão a nave Grand Bus, Moto Sharian, Mogriran e Tanque Sharinger. As músicas tocadas nos combates tornam tais cenas em momentos épicos, especialmente quando Sharivan executa o golpe final com sua espada, dizendo: "Espada Laser! Choque Fatal Sharivan!".

Sharivan e seus aliados

A série teve um total de 51 episódios, exibidos entre 04 de março de 1983 e 24 de fevereiro de 1984 pela TV Asahi com grande sucesso, consolidando a linhagem dos heróis de metal, assim como a franquia dos Policiais do Espaço (Uchuu Keiji). Assim, no ano seguinte foi lançada a terceira e última série desta sequência, o Policial do Espaço Shaider (Uchuu Keiji Shaider). À partir de 2014 os três heróis ganharam filmes onde passavam o bastão para uma nova gerção de heróis, na série Uchuu Keiji NEXT GENERATION.

Boneco da Apolo Brinquedos / Revista em quadrinhos da editora Ebal

Sharivan chegou ao Brasil em 1990 por intermédio da distribuidora italiana Oro Filmes, que vendo o sucesso dos heróis japoneses, como Jaspion e Changeman, na Rede Manchete, ofereceu algumas séries do gênero à Rede Bandeirantes. Foi lançado ao lado de outros heróis como Machineman e Goggle Five. O trio de heróis era exibido em horário nobre, chamando a atenção das crianças, na época do auge das séries tokusatsu. A série foi chamada por aqui como Sharivan, O Guardião do Espaço

Entre 1993 e 1996, foi reprisada pela Rede Record, sendo que nesta época o herói ganhou maior destaque no cenário nacional, já que haviam menos séries do gênero em exibição nas demais emissoras. Ainda nos anos 90, teve uma reprise completa na TV Guaíba (emissora do estado do Rio Grande do Sul).

A dublagem nacional foi relizada no estúdio paulista Alamo, contando com as vozes de Élcio Sodré como Den Iga/Sharivan, Eleonora Prado (1ª voz) e Rosana Peres (2ª voz) como Lily, Oswaldo Boaretto como Kojiro, Carlos Laranjeira como Capitão Gavan, Jorge Pires como Sr. Shoei, Márcia Gomes como Doutora Porter, Ricardo Medrado como General Gailer e Luiz Antônio Lobue como Mao Saiki.

Quanto a colecionáveis, teve lançamento em fitas VHS que cobriram alguns poucos episódios da fase inicial. Um boneco do herói, fabricado em vinil, pela Apolo Brinquedos. Além de revistas em quadrinhos, que contaram com roteiros de Alexandre Nagado, pela editora Ebal.


- Leia também:

GAVAN: O PRIMEIRO HERÓI DE METAL NO JAPÃO


- Leia no Blog Sushi POP (por Alexandre Nagado

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

BONANZA (1959)

 

Um marco entre as séries de faroeste

Na década de 1950 os filmes de faroeste estavam em alta, com grandes títulos lançados e reconhecidos pelos admiradores do gênero até hoje. Dentre as várias produções, surge em 1959 uma série que se tornaria um dos maiores marcos da televisão mundial, Bonanza. Tendo seu filme piloto escrito por David Dortort, foi exibida pela rede NBC entre 12 de setembro de 1959 e 16 de janeiro de 1973, somando a incrível marca de 430 episódios, divididos em 14 temporadas. Foi gravada em cores, contando com os patrocínios da Chevrolet e televisores RCA. Até a terceira temporada era exibida semanalmente, aos sábados, quase sendo cancelada por baixa audiência, porém os índices passaram a subir quando foi transferida para os domingos. Após o fim na televisão ainda foram produzidos três longa-metragens, intitulados Bonanza: The Next Generation (1988), Bonanza: The Return (1993) e Bonanza: Under Attack (1995).

A ideia original de Dortort era criar um diferencial para o gênero, contando com protagonistas carismáticos, que se preocupassem com o próximo, mas ainda mantendo a bravura e justiça que marcava os mocinhos dos filmes de bang-bang. Assim surge a família Cartwright, que rapidamente ganhou a simpatia do público, não apenas nos Estados Unidos, mas em todos os países onde a série foi exibida. A formação do elenco protagonista contou com grandes nomes, sendo Lorne Greene, Pernell Roberts, Dan Blocker e Michael Landon. Este último também ficou muito conhecido por estrelar grandes séries filmadas posteriormente, como Os Pioneiros (Little House on the Prairie) em 1974 e O Homem que Veio do Céu (Highway to Heaven) em 1984.

Adam, Little Joe, Ben e Hoss

A trama narrava as aventuras dos Cartwirght, uma família de rancheiros, que em plena Guerra Civil lutava diariamente para defender seu lar, o Rancho Ponderosa, situado em Lake Tahor, Nevada. O patriarca era o viúvo Ben Cartwiright (Lorne Greene), um homem justo e de bom coração. Tinha três filhos homens, sendo o mais velho, Adam, um sujeito sério e de grande valentia. O segundo, Eric (Dan Blocker), mais conhecido como "Hoss", embora tivesse grande porte físico, era muito simpático e brincalhão. O caçula chamava-se Joseph (Michael Landon), sendo mais conhecido como "Little Joe", era caracterizado por ser impulsivo e galanteador contumaz. O cozinheiro do rancho era o chinês Hop Sing (Victor Sen Yung), que tinha personalidade forte. Ainda cotavam com a amizade do xerife Roy Coffee (Ray Teal).

Os episódios giravam em torno de defender o rancho contra ataques inimigos, que variavam entre índios e bandidos. Uma característica marcante na trama envolvia os problemas amorosos dos filhos de Ben, que nunca conseguiam se casar, por sempre ocorrer algum problema com suas pretendentes. Ainda haviam vários episódios que se passavam em Virginia City, a cidade mais próxima à Ponderosa, onde os roteiros variavam entre ajuda dos protagonistas a algum amigo, julgamentos, sequestros e negócios da família. Durante as temporadas houveram algumas mudanças no elenco, como a saída de Pernell Roberts durante a sexta temporada e o falecimento de Dan Blocker durante a décima quarta temporada, colaborando com o fim da série. A produção contou com grandes nomes da TV e cinema em participações especiais, como Guy Willians e Jonathan Harris.

Estreou no Brasil em 25 de março de 1963 pela extinta TV Tupi, quando era exibida nas noites de sábado com grande sucesso. No decorrer das décadas passou por outras emissoras, como a TV Bandeirantes e TV Record, entre os anos 70 e 80. A dublagem foi realizada por três estúdios diferentes durante as temporadas, sendo Riosom, AIC e Peri Filmes. As fitas masters com as dublagens originais tornaram-se raras com o passar do tempo, sendo que no início dos anos 2000 foram lançados alguns DVDs com episódios avulsos no mercado, agora com redublagem do estúdio paulista Engedix. Em meados de 2010 estreou no canal pago TCM, onde foi exibida com áudio original e legendas em português. Atualmente vem sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão com a citada redublagem dos anos 2000.





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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

OS MONSTROS (1964)

Uma série assustadoramente divertida!

Em 1964, a rede americana CBS apresentava uma série de cómedia familiar estrelada pelos mais famosos monstros do cinema, que agora eram simpáticos e tentavam levar uma vida normal entre a sociedade. A série Os Monstros (The Munsters) foi criada por Joe Conelly e Bob Mosher no início da década de 60, sendo que apresentaram um piloto de cerca de 15 minutos que não foi aprovado pela emissora. Em 1964 o projeto foi reativado, já que a rede ABC planejava estrear uma série similar, A Família Addams (The Addams Family). Assim um novo piloto foi gravado, já com o elenco que estrelaria os episódios semanais. A CBS tentou apressar as gravações, no intuito de estrear o show antes da concorrente, o que acabou não acontecendo, já que "Os Monstros" estreou em 24 de setembro, exatamente seis dias após "A Família Addams".

No elenco estavam dois grandes atores, Fred Gwynne e Al Lewis, que já haviam trabalhado juntos na série "Car 54, Where Are You?" entre 1961 e 1963, agora intepretando Herman e Vovô respectivamente. Para o papel do garoto Eddie havia sido escolhido o ator mirim Billy Mumy (que interpretou Will Robinson na série "Perdidos no Espaço"), porém seus pais não fecharam contrato devido ao excesso no uso de maquiagem para a série, sendo que Butch Patrick assumiu o personagem. Já a personagem Marilyn foi intepretada inicialmente por Beverley Owen, sendo substituída por Pat Priest à partir do episódio 14. A princípio a produção contava com um bom orçamento, que foi sendo cortado aos poucos durante as gravações. Os cenários e maquiagens eram muito bem feitos, sendo gastas muitas horas diárias na preparação dos atores.

Marilyn, Vovô, Herman, Lily e Eddie

A trama apresentava a família Monstro, que vivia em uma velha e assustadora casa situada à Rua Pássaro Preto (no original "Mockinbird Lane"), número 1313. O pai da família era Herman Monstro (Fred Gwynne), natural da Alemanha e filho do Dr. Frankenstein, que trabalhava no funerária do Sr. Gateman (John Carradine) e era basatante ingênuo. Sua esposa, Lily (Yvonne De Carlo), era filha do Conde Drácula, uma mãe atenciosa e excelente dona de casa. O único filho do casal era Eddie (Butch Patrick), um garoto brincalhão e inteligente, que tinha como animal de estimação um animal parecido com um dragão, chamado Carranca. O pai de Lily também vivia com a família, porém quase nunca sendo chamado de Conde Drácula, mas apenas como Vovô (Al Lewis), um vampiro cientista que estava sempre testando seus experimentos em seu laboratório localizado no porão da casa. Ainda morava com eles a sobrinha de Lily, Marilyn (Beverley Owen / Pat Priest), uma moça gentil e de aparência normal, que faz com que os demais a vejam como o patinho feio, por ser diferente do resto da família. 

Devido ao fato dos Monstros se verem como pessoas normais, ocorriam muitas situações cômicas envolvendo os pretendentes de Marilyn quando chegavam até sua casa para conhecer a família, sendo que muitas vezes os rapazes, assustados com a aparência de Herman, fugiam saltando o portão ou até mesmo saiam escavando a terra. Outras situações marcantes eram as confusões em que Herman e Vovô se envolviam sem perceber, como em uma ocasião que Herman foi confundido com um assaltante de banco, tendo a ideia de devolver o dinheiro arrombando o cofre durante a noite. A série foi filmada em preto e branco, o que acabou combinando com o estilo de humor protagonizado pelos clássicos personagens do cinema de horror.

O programa teve duas temporadas, totalizando 70 episódios, produzidos pela Kayro-Vue Productions e Universal Television, exibidos entre 24 de setembro de 1964 e 12 de maio de 1966 pela rede CBS. Ainda teve um filme em cores, intitulado Monstros, Não Amolem! (Munster, Go Home!) exibido nos cinemas em 1966, onde curiosamente a personagem Marilyn foi intepretada por Debbie Watson

A versão oitentista da série, "The Munsters Today".
 

Em 1988 houve uma nova série intitulada The Munsters Today, onde a família havia hibernado por 22 anos após um experimento do Vovô, tendo que se adaptar a viver nos anos 80. O elenco desta não contava com os atores da série original. Em 1995 ainda houve mais um filme chamado Os Monstros estão de Volta (Here Come The Munsters) que não chamou muito a atenção.

A série estreou no Brasil ainda nos anos 60 passando por várias emissoras, como Globo, TV Record, Bandeirantes e SBT. A dublagem original foi realizada em dois estúdios cariocas, Dublasom e Herbert Richers. Em 2005 estreou na TV a cabo pelo canal Nickelodeon, onde era exibida ao lado de outras comédias clássicas no bloco Nick at Nite, ganhando uma nova dublagem no estúdio paulista Mastersound. Foi lançada em DVD no início dos anos 2000 com a nova dublagem. Atualmente vem sendo reprisada nas madrugadas da Rede Brasil de Televisão com a dublagem clássica.



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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

HOMEM-ARANHA (1977)


A versão setentista do herói aracnídeo.

O Homem-Aranha é um dos maiores heróis dos quadrinhos em todos os tempos. Criado por Stan Lee e publicado pela Marvel Comics, o personagem teve sua primeira aparição em 1 de agosto de 1962 na publicação Amazing Fantasy, durante a era de prata dos quadrinhos, tornando-se um dos grandes títulos de fama internacional, fazendo sucesso até os dias de hoje.

O herói aracnídeo foi adaptado para sua primeira série animada ainda nos anos 60, ganhando ao longo das décadas novas publicações, várias outras séries em animação, jogos para vídeo-games e todos os tipos de produtos que se possa imaginar. Já quanto a filmes e séries live-action, teve sua primeira adaptação nos ano 70, com a série The Amazing Spider-Man (O Espetacular Homem-Aranha), sendo que esta contou com três longa-metragens, incluindo o episódio piloto que mostrava a origem do herói. A série foi produzida pela Columbia Pictures Television e exibida na rede CBS entre 1977 e 1979, contando com duas temporadas. 

Para interpretar o jovem estudante e fotógrafo Peter Parker, a identidade secreta do Homem-Aranha, foi escolhido o ator Nicholas Hammond, que até então era conhecido por ter atuado no filme "A Noviça Rebelde" (The Sound of Music) de 1965, no papel de Friedrich, quando tinha apenas 15 anos de idade. Agora aos 27 anos ganhava sua oportunidade de protagonizar uma grande série, no papel do mais icônico herói da Marvel Comics. A figura do ator ficou tão marcada como Peter Parker que suas feições passaram a servir como base para três séries animadas do herói, sendo duas produzidas em 1981 e uma em 1994. Apenas em 2002 houve uma outra adaptação para cinema, sendo a famosa trilogia dirigida por Sam Raimi e estrelada por Tobey Maguire, que fez com que o público acabasse esquecendo da produção setentista do herói.

Cena do episódio "A Noite dos Clones" da 1ª temporada

A série estreou com seu filme piloto para a televisão em 14 de setembro de 1977 tendo grande sucesso com o público, sendo que os episódios regulares da primeira temporada foram exibidos à partir de 5 de abril de 1978. O piloto foi chamado apenas como "Spider-Man", enquanto a primeira temporada ganhou o já mencionado título de "The Amazing Spider-Man" e a segunda foi novamente chamada apenas como "Spider-Man". No Brasil a série ganhou o título "Homem-Aranha" em ambas as temporadas. Já os filmes, que por aqui foram exibidos nos cinemas por influência do sucesso de "Superman" com Christopher Reeve, ganharam os títulos Homem-Aranha: O Filme (Spider-Man), Homem-Aranha Volta a Atacar (Spider-Man Strickes Back) e Homem-Aranha e o Desafio do Dragão (Spider-Man: The Dragon's Challenge). Curiosamente o segundo filme surgiu de uma junção do episódio duplo "The Deadly Dust" que iniciara a primeira temporada em 1978, enquanto os outros dois abriram em fecharam a produção, respectivamente em 1977 e 1979.

O elenco do filme piloto mostrava algumas diferenças quanto aos episódios regulares da série, por exemplo o ator que intepretava o editor-chefe do jornal Clarim Diário, J. Jonah Jameson, neste era David White (Larry Tate na série "A Feiticeira"), enquanto na série regular e demais filmes foi substituído por Robert F. Simon. O filme também apresentava o personagem Robbie Robertson (Hilly Hicks) como assistente do jornal, enquanto na série foi substituído pela secretária Rita Conway (Chip Fields) que não era uma personagem original dos quadrinhos, assim como o Capitão Barbera (Michael Pataki), que aparecera no filme e em toda a primeira temporada. A Tia May foi interpretada por Jeff Donell no filme, sendo substituída por Irene Tedrow na primeira temporada, onde curiosamente a personagem teve uma única aparição, mais especificamente no episódio 4 intitulado "A noite dos Clones".

No filme piloto conhecemos a origem do herói, assim como o início do trabalho de Parker como fotógrafo em meio período no jornal Clarim Diário. Aqui tudo ocorre de forma bem mais simples que nos quadrinhos, pois Peter fora picado por uma aranha atingida por radiação no laboratório da universidade, percebendo que ganhou grande força e habilidades para escalar paredes em uma ocasião onde seria atropelado por um veículo, decide usar seus novos poderes para combater o crime. Nesta série a morte do Tio Ben, que nos quadrinhos é a motivação para o surgimento do Homem-Aranha, nunca é mencionada. No segundo filme, gravado em 1978, Peter menciona que a motivação da luta contra o mal é sua própria consciência, pois de nada adianta ter poderes se não for para ajudar os outros. 

Enquanto no piloto o jovem Peter ainda morava com sua tia, nos episódios regulares já o vemos morando sozinho em um apartamento, dividindo seu tempo entre estudos, trabalho e luta contra o crime. Os primeiros episódios tem um tom levemente parecido com os quadrinhos, pois apresetavam certo nível de fantasia e ficção, embora esta produção nunca tenha apresentado nenhum dos reais inimigos do aranha, como Duende Verde ou Dr. Octopus, pois aqui ele lutava contra bandidos reais, vez por outra com algum super poder. A segunda temporada apresentou algumas mudanças, por exemplo, Peter já estava formado e segue seu trabalho como fotógrafo, porém agora com maior confiança de seu chefe ranzinza. Ainda neste ano houve a adição da personagem Julie Masters (Ellen Bry), uma fotógrafa de um jornal rival, que passa a ser a melhor amiga de Peter, assim como seu interesse romântico, já que a série nunca apresentou as personagens originais Gwen Stacy e Mary Jane Watson.

Stan Lee e Nicholas Hammond durante as gravações

A proposta da série era apresentar um protagonista maduro, que transmitisse um tom de segurança e responsabilidade ao público, assim como as demais produções da época. Dizem que este fator desagradou o criador do personagem, Stan Lee, já que isso divergia da trajetória dos quadrinhos, onde o jovem Peter tinha que lidar com a responsabilidade na luta contra o crime e administrar seus problemas pessoais, o que muitas vezes o deixava em dúvida de qual caminho trilhar. Nesta produção Lee foi creditado como consultor de roteiros. Pode-se dizer que, dentro da proposta da série, o ator Nicholas Hammond teve uma atuação brilhante, mostrando Peter como um jovem responsavel, consciente de sua missão e com um olhar detetivesco.

O visual e trilha sonora trilha sonora eram bem característicos de sua década, onde os atores usavam roupas e penteados típicos dos anos 70. Na primeira temporada o protagonista sempre usava um elegante terno esportivo, sendo que na segunda variava com calças boca de sino e camisas polo. A trilha de abertura e encerramento foi alterada da primeira para a segunda temporada, porém ambas tinham ritmos bastante animados e combinavam com as cenas de ação e investigação, assim como as demais músicas executadas durante os episódios.

Julie Masters, Peter Parker, J. Jonah Jameson e Rita Conway

O uniforme do herói era bastante fiel aos quadrinhos, porém com duas diferenças, sendo uma espécie de cinto cromado com o desenho de sua máscara no lugar da fivela e o lançador de teias, um aparato bastante chamativo, usado apenas em uma das mãos. Houve uma ligeira mudança no visor da máscara, já que na primeira temporada usava-se uma espécie de tela com furos para enxergar, enquanto na segunda foram colocadas lentes escuras, trazendo maior beleza ao icônico traje vermelho e azul.

Um grande destaque eram as cenas de ação, especialmente quando o herói escalava paredes e lançava teias nos inimigos, que mesmo com os poucos recursos tecnológicos da época apresentavam um resultado bastante satisfatório, ainda que atualmente muitos julguem ultrapassados. Deve-se mencionar o empenho e coragem do dublê Fred Waugh, que ao vestir o uniforme do herói fazia questão de entregar as cenas mais realistas possíveis, sendo que por vezes escalava grandes edifícios pendurado por cabos, caminhava em parapeitos e outros locais perigosos arriscando sua vida.

Infelizmente a produção durou apenas três filmes (sendo dois deles junções de episódios duplos) e nove episódios regulares com duração média de 50 minutos, divididos em duas temporadas. Isso ocorreu por conta da CBS já estar exibindo outras duas séries com temática de super-heróis, sendo "A Mulher Maravilha" (Wonder Woman) estrelada por Lynda Carter e "O Incrível Hulk" (The Incredible Hulk) estrelada por Bill Bixby e Lou Ferrigno. Ao contrário do que muitos pensam, o Homem-Aranha teve ótimos índices de audiência durante sua breve exibição, sendo que mesmo após o encerramento das gravações foi cogitado um filme onde o herói se encontraria com Hulk, projeto que infelizmente acabou ficando engavetado.

Álbum de figurinhas lançado no Brasil pela RGE

No Brasil, a série estreou em meados de 1979 pela Globo, logo após a exibição do filme piloto nos cinemas. Em 1984 foi transferida para a TV Record e em 1986 para a extinta Rede Manchete. Ainda nos anos 80 foi lançado um álbum de figurinhas, alusivo ao segundo filme, pela RGE. A dublagem foi realizada no estúdio carioca Herbert Richers, onde Peter ganhou a voz de Carlos Marques e J. Jonah Jameson de José Santa Cruz, assim como nos desenhos animados do herói. Já nos anos 90 a distribuidora Intermovies lançou os três filmes, assim como alguns episódios da primeira temporada em fitas VHS, agora com nova dublagem realizada no estúdio paulista Gota Mágica, onde o herói foi dublado por Flávio Dias. Em meados de 2010 os três filmes da série foram lançados em um box de DVD's, pertencente à uma coletânea chamada Super-Heróis do Cinema, também com a dublagem da Gota Mágica.



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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

GAVAN (1982)

 O primeiro herói de metal no Japão!

Uchuu Keiji Gavan/Toei Company (1982)

No início da década de 1980, a produtora japonesa Toei Company vivia um período de crise, sendo urgente a criação de novas séries que chamassem a atenção do público, assim como de investidores. As séries da franquia Kamen Rider, produzida desde 1971, estavam entrando em hiato, restando apenas as equipes de heróis com uniformes coloridos na televisão, os Super Sentai, que estavam no ar desde 1975 com a estreia da série Gorenger. Assim a equipe criativa da Toei passou a buscar uma solução que unisse o herói solitário, como em Kamen Rider, e o tema espacial que estava em alta na época, por conta da saga Star Wars nos cinemas. Assim surge, no ano de 1982, a série Policial do Espaço Gavan (Uchuu Keiji Gavan).

A equipe de criação contou com grandes nomes, como o roteirista Shozo Uehara (1937-2020), que havia trabalhado com as primeiras séries da franquia Ultraman, o produtor Susumu Yoshikawa (1935-2020) e o desenhista Katsushi Murakami. Com a grande experiência dos envolvidos no projeto, o resultado final não poderia ser outro senão um grande sucesso. Assim surge o novo herói, com visual incrível para a época, roteiros interessantes e muitos efeitos especiais. Dessa forma, Gavan foi um marco de audiência e comércio, tirando a Toei da crise que até então enfrentara.

O escolhido para estrelar o novo programa foi o experiente ator e dublê Kenji Ohba, que já havia interpretado outros heróis em séries da produtora como Battle Fever J (1979) e Denziman (1980). O carisma e habilidades marciais de Kenji também foram fatores muito importantes para o sucesso da série junto ao público. O marcante tema de abertura foi composto por Michiaki Watanabe e interpretado por Akira Kushida.

Takeshi e Mimi
 

Na trama acompanhamos a saga do policial do espaço Gavan, que foi enviado à terra pela Polícia Galática, através do Comandante Kom, já que era filho de um ex-policial do Planeta Bird e uma mulher do planeta terra. O intuito de sua missão era combater o malígno Império Makuu, que iniciara seu plano de dominação. Liderada pela estátua falante, Don Holler (Don Horror), a gangue malígna ainda contava com aliados como o Caçador Espacial (Hunter Killer). A base secreta de Makku era um castelo que se movia no espaço, enquanto construiam bases secretas na terra e usavam seus monstros disfarçados, agindo como infiltrados em negócios da sociedade japonesa. 

Para manter sua identidade secreta entre os humanos, Gavan usa o nome de Takeshi Ichijoji (Retsu Ichijoji) e passa a trabalhar no clube de equitação Avalon. Sua companheira de investigações é a filha do Comandante Kom, Mimi, que é apaixonada pelo herói e pode se transformar em pássaro.

Durante os episódios também descobrimos que Gavan estava em busca de seu pai, que havia desaparecido. Algumas reviravoltas acontecem durante a trama, assim como surgem novos aliados e vilões. Destaque para o policial do espaço Alan e o patrulheiro florestal Den Iga (que mais adiante se tornaria o Detetive Espacial Sharivan). Do lado inimigo surgem a Bruxa Kiba e Sandorba, respectivamente a esposa e filho de Don Holler. 

A segunda metade da série torna-se ainda mais interessante e movimentada, culminando na luta final entre Gavan e Don Holler. O episódio final deixa uma ponta solta para a série que viria na sequência, Sharivan, O Guardião do Espaço (Uchuu Keiji Shariban), quando Takeshi é promovido a capitão da polícia espacial, passando a missão de proteger a terra para Den Iga.

Nas batalhas de Gavan contra os monstros de Makuu, Don Holler os envia para outra dimensão, com um equipamento de retrocesso temporal. Ali o monstro fica muito mais forte, fazendo com que o herói tenha grande dificuldade em vencê-lo. Para isso, Gavan conta com várias armas e ataques, como o Raio Lazer Z, Visor Lazer, Escudo Lazer, Espada Lazer, o Chute Espiral. Além de veículos, como a moto Cybarian e as naves Dolgiran e Dolu. Esta última em forma de dragão. A trilha tocada durante as lutas é emocionante, tornando tal momento memorável nos episódios.

Gavan vs. Caçador Espacial

Teve um total de 44 episódios, exibidos semanalmente no Japão, entre 5 de março de 1982 e 25 de fevereiro de 1983 pela TV Asahi. Gavan iniciou uma nova linhagem de heróis na televisão, os Metal Hero, sendo o primeiro da trilogia dos Policiais do Espaço (Uchuu Keiji no Japão), sendo sucedido por Sharivan e Shaider

Na série de Sharivan, vemos Gavan participando ativamente nos episódios, agora como seu superior, lutando ao lado de seu pupilo em ocasiões pontuais. Já em Shaider, os três heróis aparecem juntos apenas no último episódio, que marca o fim da trilogia. Após Shaider, a Toei ainda produziu outras séries nos mesmos moldes de Gavan, entre as quais está o herói japonês de maior sucesso no Brasil, O Fantástico Jaspion.

Gavan estreou na televisão brasileira em 1991, quando foi importado pela Globo Vídeo, que observando o sucesso da emissora concorrente, Rede Manchete, com as séries Jaspion, Changeman, Flashman, entre outras, se interessou em trazer algo do gênero para concorrer. Assim a série foi exibida aos finais de tarde, com o título Space Cop, ao lado de outra série japonesa, Bicrossers, na popular "Sessão Aventura". Porém, apenas os 20 primeiros episódios foram exibidos neste horário, sendo que mudaram a série para a faixa matinal, como parte dos programas infantis, onde foi exibida por completo. Após algum tempo foi reprisada pela TV Gazeta, no programa infantil Gazetinha, ao lado das séries Shaider, Bicrossers e do animê Zillion

Ainda teve lançamento em VHS, em apenas um volume, com os 3 primeiros episódios. A dublagem ficou a cargo do estúdio carioca VTI, que escalou Orlando Prado para dar voz ao herói, porém este foi substituído por Marco Ribeiro à partir do episódio 4.

 

Leia conteúdos complementares a esta matéria no Blog Sushi POP:

- Metal Hero: Tecnologia e ação!

- Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos

- Katsushi Murakami: Designer de super-heróis



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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

OS SERIADOS DO "KIKO" EXIBIDOS NO BRASIL

 

El Niño de Papel / Federrico / Kiko Botones

Dentre os personagens do famoso seriado mexicano Chaves (El Chavo Del Ocho), sem dúvida um dos que mais chamam a atenção do público é o Quico (nesta série grafado desta forma), interpretado pelo ator Carlos Villagrán. Contudo, o personagem não aparece na última temporada do programa, gravada em 1979, onde grande parte dos episódios se passa no Restaurante de Dona Florinda. Isso ocorreu pelas saídas de Villagrán e Ramón Valdés (Seu Madruga) do elenco, sendo que Valdés ainda aparece nos primeiros episódios da citada temporada, que se inicia com o episódio intitulado "Vamos ao Cinema", onde a personagem Dona Florinda diz que seu filho, Quico, havia se mudado para a casa de uma tia rica. Há várias versões divulgadas sobre os motivos das saídas dos atores, porém isso não vem ao caso.

Após deixar os seriados Chaves e Chapolin, Villagrán se dedicou à carreira solo, fazendo apresentações, gravando discos e novos seriados, estrelados pelo próprio personagem Quico, que agora passaria a ser grafado como "Kiko", para evitar problemas autorais. Passou por emissoras de três países da América Latina, estrelando os programas El Niño de Papel (1981-1982), Federrico (1982-1983), Las Nuevas Aventuras de Federrico (1984) e Kiko Botones (1986) na televisão venezuelana, El Circo de Monsieur Cachetón (1985) na televisão chilena e ¡Ah que Kiko! (1987-1988) na televisão mexicana. Ramón Valdés participou de dois destes programas, sendo "Federrico" e "¡ Ah que Kiko!".

No ano de 1991, a TV Bandeirantes vendo os sucessos de Chaves e Chapolin no SBT, trouxe três seriados estrelados por Kiko, que no Brasil foram chamados de Kiko, O Menino do Jornal (El Niño de Papel), Kiko (Las Nuevas Aventuras de Federrico) e Kiko Maleta (Kiko Botones). Os três estrearam em março daquele ano, na faixa vespertina da emissora, sendo exibidos até meados de setembro, quando estavam sendo reprisados também na faixa matinal. Os programas foram dublados pela MAGA, assim como Chaves e Chapolin, mantendo no personagem seu icônico dublador, Nelson Machado.

Em Kiko, O Menino do Jornal, vemos o protagonista como um pobre entregador de jornais, sempre se metendo em confusões e trapalhadas com os moradores e comerciantes do bairro. Já em Kiko (Federrico), temos uma realidade mais próxima do personagem visto em Chaves, pois é mimado pelos pais, vivendo em um apartamento, sendo uma típica comédia de situação envolvendo os vizinhos do condomínio. O seriado Kiko Maleta é o mais diferenciado, pois neste o personagem já é um adulto, com os mesmos trejeitos, mas trabalhando como carregador de malas em um luxuoso hotel, vivendo situações engraçadas com os atrapalhados funcionários do local e levando broncas do gerente rabugento.

Kiko e Seu Madruga em "¡Ah que Kiko!"

Infelizmente estes seriados nunca mais foram reprisados no Brasil, tornando-se desconhecidos por grande parte do público. Mas não foram os únicos programas do personagem a serem importados ao país, pois em 2007 a distribuidora Amazonas Filmes, que vinha lançando os seriados Chaves, Chapolin e Chespirito em DVD, trouxe a última produção estrelada por Villagrán, ¡Ah que Kiko!, que por aqui ganhou o título de Kiko e Sua Turma. Na trama vemos Kiko trabalhando em uma venda chamada "Surpresa", de propriedade do Seu Madruga e posteriormente do Senhor Brancelha. Foram lançados três volumes, vendidos em box e também de forma avulsa, totalizando 12 episódios dos mais de 40 que compõem o seriado. A dublagem ocorreu no estúdio paulista Uniarthe, sendo que Nelson Machado mais uma vez assumiu a voz do personagem, além de ficar encarregado da direção do trabalho. Este programa chegou a ser exibido por breve período na TV aberta, em meados de 2010, pela Rede NGT.

 


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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

"OS PANKEKAS": HUMOR NACIONAL INSPIRADO EM "OS TRÊS PATETAS"

Maionese, Mexelin e Feneguetti

No final dos anos 70 a Rede Tupi perdia um de seus programas de maior audiência para a emissora concorrente TV Globo, Os Trapalhões. Assim, em 1978, surge um novo programa humorístico para preencher a lacuna deixada por Renato Aragão e sua trupe, chamado Os Pankekas. Com um humor pastelão, claramente inspirado no trio de humoristas norte-americanos Moe, Larry e Curly, mais conhecidos como Os Três Patetas, a nova atração agradou o público, especialmente o infantil.

O novo trio foi formado pelos experientes atores Mário Alimari, Rony Cócegas e Sandrini, que mostrou uma boa química para o estilo de humor proposto, cheio de quedas, pancadas, tortas na cara e todo tipo de exagero possível. Mesmo contando com baixo orçamento, o programa tinha carisma de sobra, por contar com artistas de alto nível e humor para todas as idades. A trilha de abertura, intitulada "O Mundo é uma Pankeka", era muito divertida, combinando perfeitamente com o tom do seriado.

Os Pankekas era um seriado semanal que apresentava o dia a dia dos amigos Feneguetti (Mário Alimari), Maionese (Rony Cócegas) e Mexelin (Sandrini). O trio sempre se vestia da mesma maneira, geralmente com ternos e camisas de cores chamativas. Tentavam resolver os problemas do cotidiano das formas mais loucas que se pode imaginar. Destaque para a brilhante atuação de Rony Cócegas como Maionese, onde usava seus famosos bordões como "Está na manteiga!", "Ih! Esse era meu medo", entre outros. Devido ao apelo com o público infantil, era comum ver cenas dos protagonistas brincando com crianças. 

Capa do LP "Os Pankekas", gravado em 1979 pela RCA.

Infelizmente o seriado ficou no ar por apenas um ano, sendo exibido nas noites de segunda-feira, no horário das 19h15 e posteriormente reprisado na faixa vespertina, entre 25 de setembro de 1978 e 3 de setembro de 1979. Nesta época a Rede Tupi já estava em crise, que culminaria no encerramento total de suas atividades no ano de 1980. Não se sabe ao certo sobre o destino das fitas masters do programa, sendo que atualmente não se tem registro do número exato de episódios gravados.

Mesmo não sendo um dos programas de humor nacional mais lembrados, o seriado Os Pankekas ficou marcado na memória de quem acompanhava as trapalhadas do trio na Rede Tupi. Na época de sua exibição ganhou um LP com 12 faixas, pela gravadora RCA, além de um longa-metragem para cinema sob o título Os Pankekas e o Calhambeque de Ouro, escrito por Emanoel Rodrigues e dirigido por Antônio Moura Mattos, contando com participações de nomes famosos como Gibe e Mário Benvenutti. Diferente dos episódios, o filme é o único material disponível atualmente, sendo exibido algumas vezes por canais especializados em filmes nacionais na TV por assinatura.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

JEANNIE É UM GÊNIO (1965)


Uma clássica comédia dos anos 60

Ao falar de clássicas séries de comédia é impossível não citar duas produções dos anos 60, A Feiticeira e Jeannie é um Gênio. Ambas foram criadas por Sidney Sheldon, que marcou a TV com o sucesso da primeira. Assim, a rede NBC encomendou uma segunda produção nos mesmos moldes, a fim de atrair audiência. Porém enquanto víamos na primeira uma feiticeira tentando se acostumar a uma vida normal, para não trazer problemas ao marido, James Stevens, a segunda apresentava uma gênia de grande coração, porém que não sabia conter seus poderes para tentar agradar a seu amo, o Capitão Antony Nelson.

A série se iniciava com um astronauta, chamado Anthony Nelson (Larry Hagman), que havia caído com sua cápsula da NASA em uma ilha deserta durante uma missão. Enquanto aguardava seu resgate, encontrou uma bela garrafa, e ao esfregá-la descobriu que alí havia uma gênia presa há dois mil anos. Seu nome era Jeannie (Barbara Eden). Logo o Capitão Nelson deseja que ela o ajude a sair daquele local, fazendo com que o helicópetero de resgate logo surgisse para buscá-lo. Antes de partir, Nelson diz a Jeannie que está livre para seguir sua vida. Porém, a gênia queria servir a seu novo amo, se escondendo em sua bagagem e o acompanhando até sua casa e Cocoa Beach. Assim se inicia a trajetória de Nelson para tentar esconder Jeannie de seus amigos e superiores no trabalho, exceto o Capitão Roger Healey (Bill Daily), que era seu melhor amigo, foi promovido a Major juntamente com ele e logo descobre seu segredo. Ambos sempre estão fugindo do Coronel Alfred Bellows (Haiden Rorke), o psiquiatra da NASA, que está sempre desconfiando que há algo errado com o Major Nelson.

Os episódios eram muito divertidos e movimentados, tendendo em diversas ocasiões para um humor pastelão, com quedas e sequências exageradas, mas ainda assim mantendo o equilíbrio dos roteiros. Destaque para o entrosamento do trio principal, Jeannie, Nelson e Healey, que mostravam grande entrosamento em cena. Barbara Eden mostra sua versatilidade à partir da terceira temporada, ao interpretar também a perversa irmã de Jeannie, o oposto da bondade e ingenuidade da protagonista. Em quase todos os episódios, Nelson sofre quedas muito engraçadas, além de demonstrar o nível de estresse em que vive para esconder sua gênia. Healey tem ótimas nuances entre os momentos de seriedade e comicidade, que marcam o personagem.

Roger Healey, Jeannie e Anthony Nelson

Embora seja lembrada até hoje, Jennie é um Gênio nunca esteve entre as 10 séries mais assistidas da televisão americana. Teve êxito em suas quatro primeiras temporadas, porém fazendo com que o público perdesse o interesse após o tão sonhado casamento de Nelson e Jeannie no quinto e último ano, o que para muitos tornou a série sem sentido, já que a graça era ver o Major tentando esconder sua gênia a qualquer custo. Enquanto isso, a série irmã, A Feiticeira, seguia com bons índices de audiência, finalizando com um total de oito temporadas. Até hoje, as séries costumam ser negociadas juntas para exibição na televisão, assim como nos anos 2000 quando foram reprisadas no Brasil pela, até então, recém lançada RedeTV, sendo atualmente exibidas pela Rede Brasil e Pluto TV.

Foi produzida entre 1965 e 1970, com um total de 139 episódios. A primeira temporada foi gravada originalmente em preto e branco, assim como as temporadas iniciais de "A Feiticeira". Porém nos anos 90, ambas as séries tiveram tais episódios colorizados por computador, deixando assim todas temporadas mais uniformes. Curiosamente nas exibições pelo streaming Pluto TV, as temporadas iniciais voltaram a serem exibidas em preto e branco.

Estreou no Brasil em 1966 pela extinta TV Paulista. Na época o ator Larry Hagman chegou a vir ao Brasil, onde foi entrevistado em programas de TV. Durante as décadas seguintes a série passou por várias outras emissoras como TV Excelsior, TV Record, Bandeirantes, RedeTV, Rede 21, TV Cultura e Rede Brasil. Foi lançada por completo em DVD, mantendo a dublagem original dos anos 60, realizada nos estúdios da AIC.



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