segunda-feira, 24 de junho de 2024

OS FLINTSTONES (1960)

Um marco dos estúdios Hanna-Barbera.

No início dos anos 1960, o estúdio de animação estadunidense Hanna-Barbera, fundado em 1957, já havia se consolidado com suas séries animadas de curta duração para a televisão, como Jambo e Ruivão, Tartaruga Touché, Dom Pixote, Pepe Legal, entre outros. Agora chegava o momento de produzir uma série animada aos moldes dos sitcoms da época, trazendo situações hilárias vividas por uma típica família americana. O grande diferencial, é que esta família viveria na "idade da pedra", mas como se estivesse na década de 60, já que a cidade, os automóveis e objetos seriam semelhantes a sua respectiva década de produção, mas tudo feito à partir de pedras, troncos e funcionando através do trabalho de animais, no caso, os dinossauros. Assim nascia: Os Flintstones (The Flintstones).

O desenho seria a primeira série em animação a ter episódios completos com 30 minutos de duração e exibido em horário nobre. A princípio, Os Flintstones seria um desenho voltado ao público adulto, o que era algo bastante incomum até então. Tanto que uma empresa fabricante de cigarros pediu que os personagens aparecessem em suas propagandas. Com o tempo, ao notar a identificação do público infantil com a série, tal prática foi abandonada e Os Flinstones passou a ser considerado um desenho para toda a família.

A criação dos cartunistas William Hanna e Joseph Barbera, à princípio seria chamada como "Os Gladstones", mas logo o título foi alterado para Os Flintstones. A venda de produtos estampados com os personagens foi bastante alta, tornando o desenho em uma das franquias mais rentáveis do estúdio Hanna-Barbera.

Fred e Wilma.
 

A trama girava em torno da família Flintstone, formada pelo casal Fred e Wilma. Tinham um simpático dinossauro, chamado Dino, como mascote. Seus melhores amigos eram seus vizinhos, os Rubble, cuja família era formada pelo casal Barney e Betty. Seu animal de estimação era um cangurú.

Fred era um sujeito trabalhador, mas um tanto atrapalhado. Sempre se metia nas mais variadas confusões, envolvendo seu melhor amigo Barney, um sujeito de baixa estatura mas de grande coração, sempre tentando aconselhar Fred a não se meter em enrascadas. Porém, por sua ingenuidade, acabava se envolvendo nos problemas do vizinho. A dupla era conhecida por alguns bordões, como o grito: "Yabba Dabba Doo" de Fred quando estava feliz e a frase: "Ei, Fred" de Barney quando queria lhe advertir sobre algum problema.

Wilma e Betty eram amigas inseparáveis, sempre conversando pelo muro de divisa em seus respectivos quintais. Estavam sempre unidas para descobrir os segredos de Fred e Barney, quando aprontavam algo ou saiam escondidos para jogar boliche.

O icônico carro dos Flintstones.

Fred e Barney trabalhavam na pedreira do rabugento Senhor Pedregulho e ganhavam seu salário em "lascas", a moeda corrente no tempo fictício do desenho. Fred operava um guindaste, que na verdade era montado acima de um grande dinossauro.

No decorrer da série, sugem novos personagens, como uma família de vizinhos monstruosos, chamada Frankenstones. Um pequeno alienígena de cor verde que tentava ajudar Fred sem sucesso, chamado Grande Gazoo. Finalmente, a filha do casal Flintstone, Pedrita, nascida na terceira temporada, assim como a adoção do filho dos Rubble, Bam-Bam.

Uma característica engraçada e interessante é o fato de os animais que serviam como ferramentas e trabalhavam no funcionamento dos objetos, sempre quebrarem a quarta parede para reclamar de suas funções.

A série foi apresentada originalmente pela rede ABC entre 30 de setembro de 1966 e 1 de abril de 1966, com um total de 166 episódios, divididos em 6 temporadas. Foi o desenho animado com maior número de episódios até o ano de 1997, quando foi superado pela série Os Simpsons.

Cartaz do filme live action de 1994.
 

Ganhou alguns longa-metragens animados entre os anos 60 e 90, sendo o primeiro deles intitulado Um Homem Chamado Flintstone, de 1966. Outras séries spin off também foram criadas, como Pedrita e Bam-Bam, de 1971, e Os Flintstones Kids, de 1986. Ainda dois filmes live action baseados na série foram produzidos em 1994 e 2000.

Estreou na televisão brasileira ainda no início dos anos 60, pela TV Tupi, passando no decorrer das décadas seguintes pela TV Excelsior, TV Record, Globo, SBT, Rede Brasil e ISTV. Nos anos 1990 e 2000 foi apresentado pelos canais pagos Cartoon Network, Boomerang e Tooncast

No início dos anos 2000, foi lançado por completo em 6 boxes de DVD pela Warner com a dublagem original. Atualmente, está disponível para os assinantes do serviço de streaming Max.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio paulista  Gravassom/AIC, contando com as vozes de Marthus Mathias (1ª voz) e Alceu Silveira (2ª voz) como Fred. Rogério Marcico (1ª voz), Waldir Guedes (2ª voz) e Neville George (3ª voz) como Barney. Helena Samara como Wilma. Nícia Soares (1ª voz), Laura Cardoso (2ª voz) e Aliomar de Matos (3ª voz) como Betty. Cristina Camargo como Pedrita. Older Cazarré (1ª voz) e Maria Inês (2ª voz) como Bam-Bam. Finalmente, Amaury Costa como Dino. 

Dino, Wilma, Pedrita, Fred, Barney, Betty e Bam-Bam.

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quarta-feira, 19 de junho de 2024

"SPECTREMAN" EM NOVO HORÁRIO NA VIVAX TV

Em outubro de 2023, noticiamos o retorno da clássica série tokusatsu Spectreman pela Vivax TV. O retorno das aventuras do herói de Nebula 71 pegou o público de surpresa, já que a série não era exibida na televisão brasileira desde o início dos anos 1990, quando teve suas últimas reprises no programa Show Maravilha do SBT.

Spectreman foi criado por Souji Ushio, o criador do estúdio P-Productions. A série foi ao ar no Japão entre 1971 e 1972, com um total de 63 episódios. Mostrava a saga do androide Spectreman, enviado à Terra pelo planeta Nebula 71, a fim de protegê-la dos ataques dos monstros criados pelo simióide (homem-macaco) Dr. Gori. Este usava a poluição, causada pelos humanos, para criar seres terríveis, a fim de conquistar o planeta. Para se infiltrar secretamente entre as pessoas, o herói se apresenta na forma do jovem Kenji, unindo-se ao Grupo Anti-Poluição, onde trabalhava e investigava os planos de Gori.

A série foi lançada há alguns anos em DVD pelos selo World Classics, onde diferente da edição exibida na TV, na década de 1980, apresentava os temas de abertura e encerramento originais japoneses. As emissoras Record e SBT exibiam a versão com edição norte-americana. A Rede Vivax TV está exibindo a versão original japonesa, assim como fora lançada em DVD.

Anteriormente exibida no período da tarde, agora está indo ao ar em novo horário. De segunda à sexta-feira, à partir das 11h30.

A Rede Vivax TV pode ser sintonizada em todo o Brasil através de antena parabólica, no canal 334, ou pelo site oficial: www.vivaxtv.com

 

- Confira um review completo sobre a série Spectreman no Blog Sushi POP, clicando aqui.

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terça-feira, 18 de junho de 2024

MAIS UM EPISÓDIO PERDIDO MUNDIAL DE "CHAPOLIN" ENCONTRADO

 

Cena do episódio "Al robot se le infectaron los transistores", de Chapolin Colorado

No ano de 2023, os fãs brasileiros das séries Chaves e Chapolin Colorado, organizados em vários sites e fóruns, encontraram dois episódios perdidos das famosas séries criadas por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Na série Chapolin Colorado, foi encontrado o episódio intitulado "O Bandido do Hospital" (No por mucho amenazar, nos madrugan más temprano), gravado e exibido originalmente em 1974. Já em Chaves, o episódio "As Trapaças da Chiquinha" (Las Trampas de la Chilindrina), gravado e exibido originalmente em 1978.

Nos últimos anos em que a s séries vinham sendo exibidas, nenhuma emissora em todo o mundo transmitia os citados episódios, já que não eram mais distribuídos pela Televisa após a remasterização dos programas. O arquivo de Chapolin foi encontrado à partir de uma gravação feita em fita VHS no ano de 1985 em Cancún. Já o arquivo de Chaves, foi disponibilizado por um colecionador peruano, tendio sido encontrado à partir de uma gravação feita em fita VHS no ano de 1993, quando o episódio foi exibido pela emissora América Television, do Perú.

A grande novidade deste mês de junho de 2024 foi o encontro de mais um episódio "perdido mundial" da série Chapolin Colorado, intitulado "O Robô" (Al robot se le infectaron los transistores), exibido originalmente no México em 18 de agosto de 1976. 

O episódio trata-se de uma regravação (remake) do episódio "Um Robô Desparafusado" (El hombre que costó 6 pesos), de 1973. A trama apresenta um cientista (Ramón Valdés) que criou um robô com aparência humana (Carlos Villagrán), para que lhe servisse como empregado doméstico. O problema é que o mesmo ficou louco, atacando as pessoas quando menos se espera. Assim, a sobrinha do cientista (Florinda Meza) invoca o Chapolin Colorado (Chespirito) para resolver a situação.

 

A versão mais conhecida no Brasil, gravada em 1979.
 

Tal roteiro é mais conhecido no Brasil por sua terceira regravação, exibida originalmente no México em 1979, onde o cientista é interpretado por Edgar Vivar e o robô por Rúben Aguirre. A dublagem brasileira, realizada pela MAGA nos estúdios da TVS, intitulou o episódio como "O Robô, que pirou" (Al robot se le infectaron los transistores).

Ainda existem muitos episódios perdidos de Chaves, Chapolin e até mesmo do programa Chespirito, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Tais episódios não são distribuídos pela Televisa desde os anos 80. Entre estes estão a primeira parte do episódio em que o ator Héctor Bonilla aparece em Chaves, intitulado "Um Astro Cai na Vila - Parte 1" e a terceira e última parte do episódio "Os Piratas" em Chapolin. 

Curiosamente, no Brasil foram exibidos alguns episódios que não estão disponíveis em nenhuma emissora de outros países, como "Muitas Marteladas - Parte 2" e "Um Festival de Vizinhos - Parte 2" em Chaves e "Aventuras em Vênus" e "Dr. Chapatin e o Contrabando / Com essa pulgas não se brinca de pula-pula!" em Chapolin.

Assista abaixo ao citado episódio de Chapolin, postado no YouTube. O arquivo foi disponibilizado por Claudio Matuc (RETROMAGIA ROSARIO). A gravação foi feita através do Canal 5 de Rosário (Santa Fe, Argentina), em meados de 1983.

 




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segunda-feira, 17 de junho de 2024

"AS AVENTURAS DE TINTIN" E "O MUNDO DE BEAKMAN" DE VOLTA À TV ABERTA

As clássicas séries de grande sucesso na década de 1990, As Aventuras de Tintin e O Mundo de Beakman estão de volta à grade de programação da TV Cultura, em comemoração aos 55 anos da emissora de São Paulo.


As Aventuras de Tintin é uma série animada criada por Hergé, baseada nas histórias em quadrinhos de mesmo nome, publicadas em jornais europeus à partir de 1929. A animação foi produzida pelos estúdios Ellipse Animation (França) e Nelvana (Canadá) entre 1991 e 1992. Mostra as aventuras do repórter investigativo, Tintin, em sua jornada de investigações dos mais mosteriosos casos de polícia. Teve um total de 39 episódios, divididos em 3 temporadas.

O Mundo de Beakman é um programa estadunidense baseado nas tiras de jornal You Can with Beakman and Jax, de Jok Church. Voltado a ensinar ciências e vários tipos de experiências ao público infantil, de um modo extremamente divertido, é apresentado pelo cientista Beakman (Paul Zaloom), o rato de laboratório Lester (Mark Ritts) e suas assistentes Rosie (Alana Ubach), Liza (Eliza Schneider) e Phoebe (Senta Moses). Foi produzido pela Columbia Pictures entre 1992 e 1998, com um total de 91 episódios divididos em 4 temporadas.

A estreia de O Mundo de Beakman acontece hoje (17), sendo que o programa será exibido de segunda à sexta-feira, às 19h00. As Aventuras de Tintin irá ao ar nas noites de quinta-feira, às 19h30.


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terça-feira, 11 de junho de 2024

"SPEED RACER" NA ISTV

A ISTV, emissora conhecida por exibir várias séries, desenhos e filmes clássicos em sua programação, segue trazendo novidades ao público nostálgico, com uma programação de qualidade. A novidade desta semana foi a inserção do clássico animê: Speed Racer.

A série foi uma criação de Tatsuo Yoshida, produzida no Japão pela Tatsunoko Productions e levada ao ar originalmente entre 2 de abril de 1967 e 3 de março de 1968 pela TV Fuji. Teve um total de 52 episódios.

A trama gira em torno do jovem de 18 anos, Speed Racer (Go Mifune), que sonha em tornar-se o maior piloto de corridas do mundo. Para isto, terá que provar a seu pai, o engeheiro Pops Racer (Daisuke Mifune), que tem habilidade e coragem o suficiente para isto. Seu carro é o fabuloso Mach 5, um veículo que conta com diversos acessórios que ajudam Speed nas mais perigosas pistas de corridas.

O animê é considerado um dos maiores sucessos entre as animações japonesas em vários países, como Estados Unidos e Brasil. Passou por várias emissoras, como TV Tupi, TV Record, MTV, Cartoon Network, Boomerang e Rede Brasil de Televisão.

Está sendo exibido todas as manhãs no programa infantil Hora Animada, pela ISTV (emissora sediada na Baixada Santista). O programa é exibido de segunda à sábado das 09h00 às 11h00, sendo que Speed Racer vai ao ar na faixa das 10h20.

A emissora é transmitida via TV aberta na região da Baixada Santista (SP) e pode ser assistida em todo o Brasil através de seu aplicativo disponível para smart TVs e Smartphones, além de seu site oficial: www.istv.com.br/

 

Confira um review completo sobre SPEED RACER no Blog Sushi POP, clicando aqui.

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segunda-feira, 10 de junho de 2024

A DUBLAGEM PERDIDA DE "ZILLION"

 

No final da década d e 1980, o público brasileiro conheceu um dos animês mais simpáticos já exibidos por aqui: Zillion (Akai Kōdan Zillion). Produzido em uma parceria da Sega e Tatsukono Productions, a série foi feita para alavancar as vedas do jogo homônimo para o console Master System, assim como sua respectiva pistola, vendida como acessório para o mesmo. Foi exibida na televisão japonesa pela Nippon Television entre 12 de abril e 13 de dezembro de 1987.

A série, estrelada pelo trio de atiradores da White Nuts, JJ, Champ e Apple, mostrava os humanos no ano de 2387, quando a colonização de outros planetas era realidade. Assim, o planeta Maris passa a ser alvo de invasores alienígenas, liderados pelo terrível Barão Ricks. A única forma de proteger a humanidade era usar três poderosas e misteriosas pistolas chamadas Zillion. Para esta missão, o trio de protagonistas fora escalado, devido a suas brilhantes habilidades como atiradores.

O animê estreou no Brasil no final dos anos 80 pela Globo, passando pela TV Gazeta nos anos 90 e tendo sua última reprise em 2022 pela Rede Brasil de Televisão.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio paulista Alamo, contando com as vozes de Carlos Laranjeira como JJ, Eduardo Camarão como Champ, Neusa Maria Faro como Apple, Cristina Maria Rodrigues como Anne, Jorge Pires como Senhor Gordon e Ricardo Medrado como Dailble. A narração ficou à cargo de Nair Silva.

Curiosamente, foi descoberto há pouco tempo que a versão Alamo trata-se na verdade de uma segunda dublagem, já que uma dublagem de teste, nunca exibida na televisão, foi realizada no estúdio MAGA, de propriedade de Marcelo Gastaldi (dublador do Chaves), que prestava serviços à TVS (atual SBT). Alguns trechos gravados de uma fita com o primeiro episódio foram vazados e disponibilizados no YouTube pelos canais "O COLECIONADOR" e "Beto A.".

Outra curiosidade é o fato da série ter sido trazida inicialmente pela distribuidora Everest Vídeo, de propriedade de Toshihiko Egashira. O mesmo a trazer os sucessos Jaspion e Changeman ao Brasil na mesma época. Acontece que após a realização da primeira dublagem na MAGA, a Everest fechou um acordo com a Alien Internacional, que levou o animê para ser dublado na Alamo, estreando na TV logo em seguida com todos os seus 31 episódios.

O elenco da primeira dublagem contava com Wendel Bezerra como JJ, Fábio Villalonga como Champ, Neusa Maria Faro como Apple, Márcia Gomes como Anne, Gastão Malta como Senhor Gordon e Marcelo Gastaldi como Daible. A narração ficou à cargo de Osmiro Campos.


Confira abaixo a junção dos trechos encontrados no canal Tv a Lenha e Os Viajantes do Tempo:

 

Leia um review completo do animê Zillion no Blog Sushi POP, clicando aqui.

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quinta-feira, 9 de maio de 2024

PERDIDOS NO ESPAÇO (1965)


As aventuras espaciais da família Robinson.
 

A década de 1960 ficou marcada por várias produções televisivas voltadas para a ficção científica, sobretudo pela Corrida Espacial envolvendo americanos e soviéticos no período da Guerra Fria. Um produtor que fez grande fama neste período foi Irwin Allen. Por ser especialista em filmes com temática de catástrofes, foi apelidado como "The Master of Disaster" (O Mestre do Desastre). Seu sucesso com filmes como O Mundo Perdido (1960), Viagem ao Fundo do Mar (1961) e tantos outros, o levaram a produzir também seriados de televisão. Desta forma ganhou maior fama, especialmente por quatro produções: Viagem ao Fundo do Mar (série homônima ao filme de 1961), O Túnel do Tempo, Terra de Gigantes e, finalmente, o tema desta matéria, Perdidos no Espaço (Lost in Space).

Após trabalhar com o tema de monstros submarinos, em Viagem ao Fundo do Mar em 1964, era chegada a hora de utilizar o assunto do momento, a já citada Corrida Espacial. Surge assim a série futurista, Perdidos no Espaço, mostrando as aventuras de uma típica família americana enviada ao espaço para desbravar um novo planeta.

A produção ficou à cargo da 20th Century Fox, rendendo três temporadas e um total de 83 episódios. A exibição original ocorreu entre 15 de setembro de 1965 e 6 de março de 1968 na rede CBS.

O episódio piloto, intitulado "No Place to Ride", chamou a atenção da produtora, assim como da direção da emissora, por tratar do tema mais falado na época e colocar uma família como protagonista, podendo atingir várias faixas etárias. Embora aprovado, o piloto apresenta diferenças do resultado final da série, como não contar com um antagonista na viagem espacial, no caso o Dr. Smith, e ter um tom mais sério de ficção científica ao apresentado no decorrer da temporadas.

Guy Williams (1924-1989)
 

Para o elenco principal foram escolhidos nomes de peso, com destaque para Guy Williams, no papel do pai da família Robinson, conhecido por interpretar o personagem Zorro na série homônima de 1957, produzida por Walt Disney. Ainda o caçula da família, interpretado pelo ator mirim Billy Mumy, que anteriormente havia feito testes para estrelar a série cômica Os Monstros, na ocasião não aceitando o papel devido ao uso excessivo de maquiagem.

A primeira temporada foi filmada em preto e branco, enquanto as duas seguintes foram apresentadas em cores. É notória a diferença do clima do primeiro ano da série, que apresentava roteiros um pouco mais sérios e misteriosos, enquanto os demais eram mais voltados ao humor e cenários coloridos, por influência de outra série de grande sucesso na época: Batman, estrelada por Adam West. 

Major West, Maureen e John (ao fundo). Will, Penny, Dr. Smith, Judy e B-9 (à frente)

A trama, baseada no livro "The Swiss Family Robinson" de 1812, se passava no, até então, futurista ano de 1997, quando a Terra sofria o problema da superpopulação. Deste modo, um grande projeto de colonizar o planeta Alpha Centauri foi colocado em prática, onde uma família com grande coragem e aptidões de verdadeiros pioneiros seria enviada para iniciar a missão. 

Os escolhidos para esta missão foram os membros da família Robinson, formada pelo pai, Professor John Robinson (Guy Williams), a mãe Maureen Robinson (June Lockhart), a filha mais velha Jude Robinson (Marta Kristen), a filha do meio, Penny Robinson (Angela Cartwright) e o caçula Will Robinson (Billy Mumy). Ainda seria enviado para pilotar a nave, Jupiter II, o Major Don West (Mark Goddard) e um robô, chamado B-9, com habilidades especiais para auxiliar na jornada.

A grande surpresa foi o aparecimento do malígno espião, Dr. Zachary Smith (Jonathan Harris), que se disfarçou como membro da equipe avaliadora da família, assim como da nave Jupiter II. O que ele não esperava é que a nave partiria enquanto ele sabotava seu painel de controle. Durante a execução de seu trabalho sujo, a porta se fecha e o mesmo parte rumo ao espaço, mudando a rota da nave devido a seu peso extra. A família Robinson viajava adormecida em cápsulas de suspensão. Em situação de total desespero, Smith desperta a tripulação na tentativa de voltar à Terra.

Assim, a família Robinson, Major West e Dr. Smith ficam literalmente perdidos no espaço, passando por grandes desafios, como desviar de chuvas de meteoros, cair em planetas misteriosos e enfrentar os mais variados tipos de alienígenas que, na maioria das vezes, tentavam sequestrá-los ou, até mesmo, destruí-los. Com o passar do tempo, Smith faz amizade com o garoto Will, sendo este o único membro da família a ver algo de bom no sujeito de caráter questionável.

B-9 e Dr. Smith

Muitas das cenas mais engraçadas dos episódios são protagonizadas por Smith e o robô B-9, que estavam sempre discutindo. Smith chamava-o como "lata de sardinha". Outros bordões do horas vilão, horas aliado, Dr. Smith eram: "Oh, dor!" e "Nada Tema! Com Smith, não há problema!". Já o robô, quando captava algum sinal de alerta dizia: "Perigo! Perigo! Perigo!"

Em vários episódios, o cínico Dr. Smith coloca os Robinson em perigo, já que os mesmos seguiam focados em encontrar Alpha Centauri, enquanto ele tentava voltar à Terra de qualquer maneira. Em muitas ocasiões, chegava a fazer acordos e alianças com os terríveis seres espaciais, mas no final se dava mal e precisava do perdão e ajuda da família. Por tais razões, era o grande desafeto do enérgico Major West.

Curiosamente, o personagem Dr. Smith participaria da série apenas nos cinco primeiros episódios, mas o carisma do ator e suas trapalhadas ao lado do robô chamaram a atenção do público. Assim, seguiu como "ator especialmente convidado" (conforme era citado pelo narrador na abertura) até o final da série.

Em um dos episódios mais marcantes, os tripulantes conseguem voltar à Terra. Porém, percebem que voltaram no tempo, estando na década de 1970, enquanto haviam deixado o planeta, rumo ao espaço, no ano de 1997. 

Al Lewis (à esquerda) como convidado em um dos episódios.
 

Vários atores famosos participaram como convidados, como Kurt Russel (ainda criança), Al Lewis (Vovô em "Os Monstros"), entre outros.

O sucesso da série, fez com que fossem produzidas novas adaptações posteriores, como o filme homônimo para cinema em 1998 e uma série reboot para o serviço de streaming Netflix em 2018.

Perdidos no Espaço, estreou na televisão brasileira em 1966 pela TV Record com grande sucesso, sendo exibida inicialmente nas tardes de domingo. Na década de 1970, teve passagens pela Globo e TV Tupi. Na década de 80 passou a ser exibida pela TV Bandeirantes e, pouco depois, na TV Gazeta. Na década de 90, voltou à TV Record para uma nova reprise. Na TV paga foi exibida entre os anos 90 e início dos 2000 pela Fox e FX. Desde 2007, vem sendo reprisada na TV aberta pela Rede Brasil de Televisão.

Borges de Barros (dublador) e Jonhatan Harris (Dr. Smith).
 

Em 1969, no auge da série no Brasil, o ator Jonhatan Harris (Dr. Smith) fez uma visita ao país, concedendo entrevistas em importantes programas de televisão, como Hebe e Clube do Capitão AZA. Na ocasião, conheceu seu dublador brasileiro, Borges de Barros, ao qual teceu elogios por seu brilhante trabalho, considerando-o seu melhor dublador em todo o mundo.

A dublagem brasileira ficou à cargo do estúdio paulista AIC, contando com as vozes de Astrogildo Filho (1ª voz) e Rebello Neto (2ª voz) como John Robinson, Helena Samara como Maurren Robinson, Ary de Toledo como Don West, Borges de Barros como Dr. Zachary Smith, Neuza Maria (1ª voz) e Áurea Maria (2ª voz) como Judy Robinson, Magali Sanchez (1ª voz) e Maria Inês (2ª voz) como Will Robinson, Cristina Cmargo (1ª voz) e Aliomar de Matos (2ª voz) como Penny Robinson. Finalmente, José Soares (1ª voz), Jorgeh Ramos (2ª voz), Amaury Costa (3ª voz) e Gilberto Baroli (4ª voz) como Robô B-9.

A série foi lançada por completo em em três boxes de DVDs no país pela 20th Century Fox, mantendo a clássica dublagem da AIC e trazendo conteúdos extras, como entrevistas com os atores e o episódio piloto da produção (este apenas com legendas em português).

 

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