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quarta-feira, 21 de junho de 2023

O BESOURO VERDE (1966)


Besouro Verde e Kato na luta contra o crime!

Em 1966 a rede norte-americana ABC fazia grande sucesso com a série Batman, produzida pela 20th Century Fox e estrelada por Adam West e Burt Ward. Motivada pela grande aceitação do público, a produtora lançou uma nova série baseada em outro famoso justiceiro das histórias em quadrinhos, o Besouro Verde. Assim como Batman, este era um homem influente na sociedade e contava com um carismático ajudante na luta contra o crime. Assim, estreia em setembro do mesmo ano a série O Besouro Verde (The Green Hornet).

O personagem teve sua origem no ano de 1936 em uma série de rádio, sendo esta transmitida até a década de 1950. Posteriormente também estrelou histórias em quadrinhos. Foi uma criação de George W. Trendle e Fran Striker, também autores do personagem Cavaleiro Solitário (Lone Ranger). Por tal razão foi criada uma ligação entre os personagens, sendo o alter ego do Besouro Verde, Britt Reid, neto de John Reid, o Cavaleiro Solitário.

Os astros Van Williams e Bruce Lee

Para estrelar o personagem título da nova produção, foi escolhido o ator Van Williams, que trouxe um ar bastante sóbrio ao protagonista Britt Reid/Besouro Verde. Porém, o que mais chamou a atenção do público foi o nome escolhido para atuar como Kato, o ajudante oriental do herói. Ninguém menos que o grande astro das artes marciais, Bruce Lee. Os demais nomes do elenco foram Wende Wagner como Lenore Case, Lloyd Gough como Mike Axford e Walter Brooke como Frank Scanlon . Assim como na série Batman, a narração ficou à cargo de William Dozier.

Kato, Besouro Verde e seu arsenal sobre rodas, "Beleza Negra".

A trama apresenta o editor e dono do jornal Sentinela Diária, Britt Reid, um homem rico que escondia um grande segredo. Combatia o crime como o justiceiro mascarado Besouro Verde. Para isto contava com a ajuda de seu chofer, o jovem oriental Kato, que nos momentos de perigo também vestia uma máscara e entrava em ação contra os criminosos. A dupla se locomovia pela cidade com um veículo equipado com várias armas de combate, chamado Beleza Negra

Além de Kato, apenas mais duas pessoas conhecem o segredo de Britt Reid, sendo sua secretária, Lenore Case, e seu amigo promotor, Frank Scanlon. Ambos são considerados aliados do herói, enquanto muitos o consideram uma ameaça, por se tratar de um fora de lei. Seu principal opositor é o repórter Mike Axford, que coincidetemente trabalha no jornal Sentinela Diária e está sempre distorcendo os fatos sobre o justiceiro em suas matérias.

A série foi exibida originalmente entre 9 de setembro de 1966 e 17 de março de 1967, totalizando 26 episódios. Embora a série contesse com episódios bem escritos e um ótimo elenco, acabou sendo ofuscada pelo sucesso de Batman, culminando em seu cancelamento após a primeira temporada. Ainda houveram tantativas para atrair o público, inserindo os personagens Besouro Verde e Kato em participações especiais na série de Batman e Robin, onde lutavam ao lado da Dupla Dinâmica. Porém, nem mesmo este crossover foi suficiente para alavancar a audiência do programa.

Besouro Verde e Kato na série "Batman" (1966)

Embora Van Williams seja lembrado até hoje por sua brilhante atuação como Besouro Verde, o astro não foi o primeiro a interpretar o personagem. Sua primeira versão em carne e osso ocorreu em 1940, em uma série para cinema, composta de 13 episódios filmados em preto e branco. Na ocasião o herói título foi vivido pelo ator Gordon Jones, enquanto Kato foi interpretado por Keye Luke. Esta série foi lançada de forma completa em box de DVD, apenas com áudio original e legendas em português, pela distribuidora Classic Line.

Após o falecimento de Bruce Lee em 1973, foi lançado um filme também intitulado como O Besouro Verde (The Green Hornet). Lançado em 1974, foi produzido através de um compilado de episódios da série de 1966. No ano de 2011 ganhou uma nova adaptação para cinema, estrelando Seth Rogen como Besouro Verde e Jay Chou como Kato.

A série estreou no Brasil em 1970 pela extinta TV Tupi, sendo exibida inicialmente nas tardes de sábado. Na década de 1980 foi reprisada pela TV Record. Ainda passou por canais da TV por assinatura, como a Fox em 1994, e TCM nos anos 2000. A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista AIC, contando com as vozes de José Miziara como Britt Reid/Besouro Verde, Ézio Ramos como Kato, Lucy Guimarães como Lenore Case, Silvio Navas como Frank Scanlon e José Soares como Mike Axford. A narração foi feita por Carlos Alberto Vaccari, a voz padrão para narrações de séries dubladas no estúdio.

 


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segunda-feira, 5 de junho de 2023

SHAIDER (1984)

 Fechando a trilogia Policiais do Espaço e abrindo caminho para novos heróis de metal!

Uchuu Keiji Shaider/Toei Company (1984)

Após obter grande sucesso com as séries Policial do Espaço Gavan e Sharivan, o Guardião do Espaço em 1982 e 1983, respectivamente, era chegada a hora da Toei Company trazer mais um policial espacial nos moldes dos heróis anteriores. Assim, estreia em 2 de março de 1984 a série Policial do Espaço Shaider (Uchuu Keiji Shaider). Foi exibida pela TV Asahi até 8 de março de 1985, totalizando 49 episódios. Ainda ganhou dois filmes, com duração média de 25 minutos, como se fossem episódios especiais.

Os roteiros da nova série ficaram totalmente à cargo do experiente Shozo Uehara, que já havia trabalhado nas duas séries antecessoras. O design da armadura também seguiu nas mãos de Katsushi Murakami, resultando em um dos mais bonitos visuais de super-heróis japoneses dos anos 80. A grande mudança foi a escolha do ator que daria vida ao protagonista. Desta vez não escolheram um astro especializado em artes marciais como Kenji Ohba (Gavan) ou Hiroshi Watari (Sharivan), mas um nome mais voltado à interpretação para as cenas civis. Assim, foi convocado o ator Hiroshi Tsuburaya para dar vida ao novo herói. Hiroshi era neto de Eiji Tsuburaya, criador do icônico herói Ultraman.

Outro diferencial foi dar maior destaque à assistente do herói nas cenas de ação. Assim como Gavan contava com a ajuda de Mimi e Sharivan de Lili, Shaider contaria com Annie, intepretada por Naomi Morinaga. Diferente das antecessoras, Annie não se limitava a prestar assistência apenas investigando ou passando informações ao herói, mas também partia para o combate contra os inimigos. 

A trilha sonora seguiu o padrão de qualidade das séries anteriores, tendo excelentes temas de abertura e encerramento com as canções "Uchuu Keiji Shaider" e "Hallo! Shaider", respectivamente. Ambos foram compostos por Watanabe Michiaki e interpretados por Akira Kushida

Dai Sawamura e Annie

A trama tinha início com a Polícia do Espaço em alerta, pois uma nova ameaça surgia de forma aterrorizante. O Império Fuuma chegava com toda a força, colocando em prática seu plano de dominação, devastando muitos planetas. Liderado pelo terrível Imperador Kubilai, uma cabeça gigantesca que dava ordens a seus subordinados em sua base espacial mágica, o império ameaçava agora o planeta Terra. A fim de proteger o planeta, é recrutado o policial Dai Sawamura. Anteriormente um arqueólogo, foi integrado à Policia do Espaço após decifrar as figuras de Nazca, na Ilha de Páscoa, localizada no Perú. Antes de ser enviado à sua missão, pelo Comandante Kom, é apresentado à policial Annie por Mimi, que fora parceira de Gavan em sua missão contra o Império Makuu. Annie era nascida no Planeta Mount, que fora destruído por Fuuma. Agora estava disposta a auxiliar Dai em sua missão na Terra.

Ao chegar na Terra, Dai enfrenta seu primeiro desafio contra o monstro mágico de Fuuma. Nos momentos de perigo diz a palavra: "Sintetizar", recebendo seu traje metálico de cor azul e apresentando-se como o Policial do Espaço Shaider. Durante os combates, Shaider e seu oponente são enviados à outra dimensão por seus inimigos. O lugar é chamado como Templo Espacial Mágico, tornando os monstros de Fuuma mais fortes para enfrentar o herói. Esta dimensão é ativada pela Sacerdotisa Poe, considerada o braço direito de Kubilai. O imperador maligno ainda contava com outros assistentes, como o General Hessler e as garotas 1, 2, 3, 4 e 5.

O Império Mágico Fuuma

Assim como Takeshi Ichojoji e Den Iga, Dai usava um Jeep para fazer suas rondas e investigar em forma civil. Também torna-se amigo do atrapalhado Kojiro, figura presente nas séries anteriores. Aqui, o rapaz era dono de um pet shop e estava sempre tentando conquistar Annie. Como sempre, era o alívio cômico da produção, ganhando a simpatia do público durante os três anos de exibição das séries dos Policiais do Espaço.

Durante o desenrolar da trama é descoberto que o herói era descendente de outro guerreiro, também chamado Shaider, que derrotara Kubilai há 12.000 anos. Da metade para o final da série surgem novos inimigos, assim como o Império Fuuma mostra-se cada vez mais implacável. O desfecho da série é bastante empolgante, apresentando a luta de Shaider contra Kubilai, em sua forma original.

As principais armas de Shaider eram a Espada Multi-Laser, Pistola de Raio e Vídeo e o Shaiderscópio. Seus principais véiculos eram a Nave Babirus, Shaian, Nave Shaian, Sonda Shaian e a moto Skyjet Shaider.

Sharivan, Shaider e Gavan se encontram no episódio final da série.

Mesmo sendo uma sequência das séries de Gavan e Sharivan, os mesmos nunca aparecem durante os 48 episódios que fecham a trama principal da série derraideira. Apenas no episódio 49, considerado não apenas como o desfecho da série Shaider, mas de toda a trilogia dos Policiais do Espaço, ocorre o encontro dos três heróis. Na ocasião recordam os melhores momentos de suas sagas, encerrando com suas respectivas transformações. Após o término da trilogia, a Toei lançou outras séries com heróis de metal (a famosa linhagem Metal Hero), porém sem ligação direta com os três policiais espaciais. A série exibida na TV Asahi após o final de Shaider foi O Fantástico Jaspion.

Chegou ao Brasil em 1990 com o título "Sheider", estreando em 19 de novembro pela TV Gazeta, onde permaneceu até 23 de março de 1991. Entre abril e junho de 1991, passou a ser exibida nas manhãs da Globo, na faixa das 7h35. Ainda em 1991 voltou à Gazeta, sendo exibida ao lado de outras séries japonesas como Space Cop (Gavan) e Bicrossers, no programa infantil Gazetinha. Entre 1992 e 1993 passou a ser exibido como tapa-buraco nas madrugadas da Globo

Curiosamente, a Gazeta exibiu um tema de abertura em português, que é considerado perdido atualmente, enquanto a Globo exibia apenas um trecho da abertura original com a voz padrão da emissora dizendo: "Rede Globo apresenta, Sheider". A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Eduardo Borguert como Shaider e Marisa Leal como Annie. O único produto lançado em nosso mercado foi uma fita VHS com os três primeiros episódios, pelo selo Globo Vídeo.

 

- Leia também:

GAVAN (1982) 

SHARIVAN (1983) 

 

- Leia no Blog Sushi POP (por Alexandre Nagado

Metal Hero: Tecnologia e ação! 

Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos 

Katsushi Murakami: Designer de super-heróis 

 

 

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quinta-feira, 1 de junho de 2023

O FANTASMA ESCRITOR (1992)

      


Em meados do ano 2000, a TV Cultura passou a exibir uma série que chamou a atenção do público, dentre sua vasta programação infantil na época, por tratar de casos misteriosos, colocando adolescentes como detetives e tendo como elemento principal um ser que os ajudava nas investigações. A série intitulada O Fantasma Escritor (Ghostwriter) figurou entre as atrações mais queridas pelas crianças que acompanhavam a emissora naquele período.

A trama tinha início com o garoto Jamal Jenkins (Sheldon Turnipseed), que certo dia passa a ver misteriosas palavras escritas em seu novo computador, assim como em placas de rua e outros locais. O mesmo acontece com sua amiga Lenni Frazier (Blaze Berdahl). Assustados com o estranho acontecimento, logo os garotos descobrem que tais escritas eram feitas por um ser invisível. Mais precisamente um fantasma bondoso, que ficara preso em um livro durante muitos anos. Agora, somente os garotos em que o Fantasma Escritor tivesse confiança poderiam ver seus escritos, nos mais variados locais em que houvesse letras para juntar e formar palavras.

Alex, Tina, Jamal, Lenni, Gaby e Rob.

O intuito do Fantasma era ajudar na solução de casos misteriosos que aconteciam na cidade. Para isso, recruta, inicialmente, Jamal e Lenni para tornarem-se uma espécie de detetives mirins, sendo isto um segredo. As pistas eram passadas através de palavras e frases que apenas os jovens detetives podiam ver. Logo o Fantasma recruta outros garotos para integrar o time de investigadores, como os irmãos Alex Fernández (David López) e Gaby Fernández (Mayteana Morales), que eram filhos do dono de um pequeno mercado no bairro em que viviam, localizado em Nova York. Logo unem-se à equipe outros garotos, como Tina Nguyen (Tram-Anh Tran) e Rob Baker (Todd Alexander Cohen).

Os episódios eram apresentados em quatro ou cinco partes, prendendo a atenção das crianças até o desfecho do caso. Entre os episódios mais lembrados estão o do caso do veneno enterrado e de uma locadora de vídeo que pirateava fitas VHS. Além de entreter, o intuito da série era ajudar na alfabetização das crianças do primário. A exibição no Brasil contou com o cuidado de converter as palavras e frases para o português, tornando a produção mais proveitosa ao público local.

A série foi criada por Liz Nealon e produzida pela Children's Television Workshop e BBC Television, sendo exibida originalmente entre 4 de outubro de 1992 e 12 de fevereiro de 1995.Teve um total de 74 episódios, com 18 arcos apresentados em episódios divididos em 4 ou 5 partes, sendo finalizado em sua terceira temporada. Ganhou alguns prêmios e teve bons índices de audiência em seu país de origem.

Chegou ao Brasil no início dos anos 2000, inicialmente pelo canal pago Discovery Kids, passando algum tempo depois também na TV aberta, nas tardes da TV Cultura, com grande sucesso. A dublagem nacional foi realizada no estúdio DPN Santos. Foi exibida durante alguns anos pela amissora, porém saiu do ar, nunca mais ganhando novas reprises ou lançamento em DVD, Blu-Ray ou serviço de streaming.



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quinta-feira, 18 de maio de 2023

PLANETA DOS MACACOS - A SÉRIE (1974)

         

A franquia que marcou o cinema, também ganhou uma série. 

Em 1968, o mundo conheceu um dos maiores clássicos dos filmes de ficção científica, O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes). Baseado no livro francês La Planète des Singes, de Pierre Boulle, publicado em 1963. Mesmo com várias alterações de roteiro e cenários, o filme trouxe uma trama que impactou o público e provou à crítica que filmes fantásticos eram lucrativos e atraiam pessoas das mais variadas faixas etárias. O sucesso do filme, estrelado por Charlton Heston, gerou uma sequência de mais quatro filmes, sendo De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), A Fuga do Paneta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e Batalha do Planeta dos Macacos (1973). Mesmo que nenhum dos outros filmes tenham alcançado o mesmo sucesso de bilheteria do primeiro, ainda assim houve fôlego para a criação de uma série, que estreou em 1974.

A produção ficou à cargo de Stan Hough e Herbert Hirschman, substituindo o recém-falecido Arthur P. Jacobs (1922-1973), que cuidara da produção dos filmes. O conceito ficou à cargo do renomando Rod Serling, criador e produtor da icônica série Além da Imaginação (The Twlight Zone). A nova série era tida como sucesso certo, já que os filmes ainda estavam frescos na memória do público. Também foram convidados os roteiristas Ken Spears e Joe Ruby, especializados em desenhos animados, no intuito de trazer um clima mais leve à trama, chamando assim também a atenção do público infantil. Esta não foi a primeira vez em que os executivos da 20th Century Fox cogitaram priduzir uma série para a franquia, mas apenas após o lançamento do quinto e último filme (da fase clássica) é que o projeto saiu do papel. 

A série estreou na televisão americana em 13 de setembro de 1974 pela rede CBS, com episódios de 50 minutos de duração, estrelando Ron Harper, James Naughton e Roddy McDowall. Este último já havia atuado em quatro dos cinco filmes da franquia. Outros nomes de peso no elenco foram Mark Lenard e Booth Colman. Infelizmente a audiência não atendeu as expectativas da produtora, que também tinha altos custos para realizar as filmagens. Assim, a série foi cancelada com apenas 14 episódios, quando inicialmente estavam planejados 22 para a primeira temporada.

Os heróis: Pete, Galen e Alan

A trama apresentava a chegada dos astronautas Alan Virdon (Ron Harper) e Pete Burke (James Naughton) a um planeta de aparência rústica, dominado por macacos. Tal planeta era na verdade a própria Terra, porém, no futuro, mais precisamente no ano de 3095. A razão da partida dos astronautas a este mundo, que na verdade não passara de uma viagem temporal, era resgatar os astronautas que haviam se perdido ali no primeiro filme da franquia. A chegada da nave ao planeta desperta a ira do governo local, especialmente do General Urko (Mark Lenard) e do Conselheiro Zaius (Booth Colman).

Logo de cara, Alan e Pete recebem a ajuda do chipanzé Galen (Roddy McDowall), que simpatiza com os astronautas por parecerem diferentes dos humanos de seus dias. Logo é descoberto que a raça humana é tida como inferior, pois havia se autodestruído pelas guerras do passado, tornando os macacos em uma raça dominante no planeta. Saber desta realidade deixa os astronautas perplexos e em situação de perigo, pois eram os únicos humanos que sabiam ler, podendo desvendar o segredo da dominação humana no passado. Isto era tido como segredo do governo local, que não permitiria um retorno do homem como superior. Além disso, a nave dos astronautas havia sido destruída. Diferente dos filmes, na série os humanos sabiam falar.

Os vilões: Urko e Zaius.

Os primeiros episódios deixam uma ponta a ser desenvolvida no decorrer da série, sobre uma forma de recuperar os dados da viagem espacial dos astronautas através de um disco de dados. Porém, a curta duração da série fez com que este fator ficasse esquecido e sem conclusão. A cada semana era apresentado um problema para o trio de protagonistas resolver, enquanto viajavam por várias cidades e fugiam dos soldados enviados por Urko. Alan e Pete eram tidos como ameaças à supremacia dos macacos, enquanto Galen se via em situação difícil, tendo que ajudar seus amigos humanos, indiretamente lutando contra sua própria raça símia. 

Estreou no Brasil no ano de 1976 pela Globo, fazendo grande sucesso. Já nos anos 80 e 90, foi reprisada várias vezes pelo SBT. Nos últimos anos vem sendo exibida pela Rede Brasil de Televisão, no bloco Séries de Ouro. Em 2022, a emissora passou a exibir os episódios com imagem remasterizada em HD. Ainda ganhou lançamento completo em box de DVDs, pelo selo World Classics em 2019. 

A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Technisom, contando com as vozes de Antônio Patiño como Alan Virdon, Ionei Silva como Pete Burke, Rodney Gomes como Galen, Pietro Mário como Zaius e Milton Luís como Urko.



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sábado, 13 de maio de 2023

THE MONKEES - DA COMÉDIA PARA O SUCESSO MUSICAL

Uma banda divertida na TV e na música dos anos 60.

The Monkees - Atores e músicos de sucesso.


Por Alexandre Nagado [*]

A partir de sua histórica aparição no programa de TV The Ed Sullivan Show em 1964, os Beatles se tornaram um fenômeno de público nos EUA e de lá para o mundo. Seus discos vendiam milhões e isso movimentou o mercado musical, com as gravadoras procurando artistas que seguissem mais ou menos o mesmo estilo consagrado.

Pensando além, executivos Bob Rafelson e Bert Schneider, da emissora americana NBC, bolaram um programa de TV que mostrasse o cotidiano de uma banda muito parecida com os Fab Four, em histórias cheias de humor e aventura que seriam a vitrine para divulgar os singles e álbuns dessa banda imaginária. Surgia o conceito inicial da série de TV The Monkees.

Após muitas audições, chegou-se à formação oficial, que trazia os ex-astros mirins Davy Jones e Micky Dolenz, já experientes como atores, mais os músicos Michael "Mike" Nesmith e Peter Tork. A ideia é que eles seriam apenas atores do programa, e cantariam as músicas compostas, tocadas e produzidas por artistas renomados.

O tema de abertura – e mais um monte de canções do repertório – ficaria a cargo da dupla de compositores Tommy Boyce e Bobby Hart. O icônico tema foi cantado por Micky, com Boyce e Hart fazendo o coro.


Com muita insistência, Mike Nesmith conseguiu que gravassem uma de suas composições estilo country, e Peter só pisou no estúdio para gravar violão em uma faixa, visto que não gostaram de sua voz. Os músicos do grupo ficaram desapontados com o pouco espaço, mas pegaram a oportunidade e se concentraram no trabalho de atuação. Mike seria o único a manter composições próprias em uma base regular. 

The Monkees estreou em 12 de setembro de 1966, mostrando o cotidiano de uma banda de rock tentando o caminho para o estrelato e se metendo em várias confusões. O disco de estreia, que leva apenas o nome da banda, também foi muito bem, sendo seguido no ano seguinte por More of The Monkees. O programa e a banda logo caíram nas graças do público, mas também na mira da crítica musical. Se por um lado, canções como “Last train to Clarksville”, “I´m not your stepping stone”, "Daydream Believer" e outras faziam sucesso, a imprensa logo começou a pegar no pé deles, apontando a armação de gravadora e estúdio de TV. Mas nada abalava sua popularidade. 

Com seu humor infantil e escrachado, logo conquistaram o público, e até John Lennon disse que se divertia com a série. Foram 58 episódios, divididos em duas temporadas que fizeram sucesso mundo afora, inclusive no Brasil.

Os segmentos musicais dos episódios deixavam claro que o baterista e vocalista Micky Dolenz não sabia tocar o instrumento, apenas fingia. Na verdade, todos fingiam tocar, pois os discos foram tocados por músicos de estúdio. Veio o segundo disco, lançado sem que os próprios artistas fossem avisados do dia em que chegaria às lojas.

Com suas canções tocando nas rádios, havia a pressão para apresentações ao vivo. Peter e Mike já sabiam tocar profissionalmente baixo e guitarra, respectivamente. Davy tocava apenas percussões leves, como pandeiros e maracas, coisa que fazia com desenvoltura, mas Micky teve que fazer um curso intensivo de bateria. 

Após um primeiro show experimental no Hawaii, onde qualquer fiasco poderia ser rapidamente abafado, o grupo foi se sentindo mais uma banda de rock e menos um elenco de série de TV. A partir dessa apresentação, vários shows foram sendo agendados. Em alguns, deram chance para que um cantor e guitarrista desconhecido abrisse os shows. Era Jimmy Hendrix, que se tornaria uma lenda do rock. 

Com a série dando audiência, e com a crítica musical desdenhando deles, os Monkees resolveram que já tinham cacife para fazer exigências. Então, conseguiram se organizar para produzir um disco autoral como seu terceiro álbum. Contrataram o baixista e produtor Chip Douglas e se fecharam em um estúdio. Com várias composições próprias e algumas de convidados que escolheram, eles encararam o desafio, tocando em todas as faixas. 

Headquarters foi lançado em 1967 e era um baita disco, com pérolas como "Shades of grey", "You just may be the one" e "For Pete´s sake". Porém, foi lançado quase que ao mesmo tempo em que Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, muitas vezes apontado como o maior álbum de rock de todos os tempos. Mesmo ofuscado pelo ar revolucionário do disco dos Fab Four, o Headquarters conseguiu fazer bonito, ficando 11 semanas em segundo lugar nas paradas.
 
 
Cartaz do filme HEAD (Os Monkees Estão Soltos)

Em 1968, veio o filme HEAD, um título que pegava carona no HELP! dos Beatles. Com roteiro de Jack Nicholson e Bob Rafelson, veio um filme estranho, experimental e sem relação com o clima de diversão que imperava na série de TV. No Brasil, foi batizado de Os Monkees Estão Soltos, sendo exibido diversas vezes. A música principal do filme era "Circle Sky", escrita e cantada por Mike Nesmith. 

Na parte do filme onde a música toca, aparecem imagens terríveis da guerra no Vietnã, inclusive mostrando mulheres e crianças em sofrimento. No final, uma plateia ensandecida invade o palco e desmembra os músicos, numa cena fake e grotesca. O filme dificilmente agradou a quem gostava do clima leve e alegre da série de TV.

A banda continuou de forma mais ou menos regular nos anos seguintes. Mike saiu, depois Peter. Os compositores Boyce e Hart foram oficializados como membros durante um tempo, e a banda nunca parou realmente, pois seu público se mantinha fiel. Sem a formação original completa, vários trabalhos foram lançados, com a banda acomodada no papel de intérpretes, com compositores e músicos convidados. 

The New Monkees - Uma tentativa fracassada de reviver a série com outros atores.


Na metade dos anos 80, as reprises na TV alcançaram grande sucesso e uma nova série, com novo elenco, foi lançada, com o título The New Monkees. Foi um fiasco, e nunca mais tentaram substituir os ícones da década de 1960. 

A formação original e definitiva só se reuniu novamente em 1995, para o álbum Justus (Just us). Pela primeira e única vez sem compositores de fora e sem músicos convidados, o quarteto fez o que seria seu trabalho mais autoral. Um tanto irregular, mas com momentos deliciosos, Justus abre com uma regravação de "Circle Sky", seguida de 11 faixas inéditas, com destaque para a belíssima “It´s not too late”.

De maneira inesperada, os fãs chorariam a morte de Davy Jones em 2012, falecido aos 66 anos após um repentino ataque cardíaco.
 
Para comemorar os 50 anos em 2016, o trio remanescente lançou Good Times, uma produção inspirada que misturava composições deles com a de convidados, incluindo Noel Galagher, do Oasis. Uma canção inédita cantada por Davy foi incluída, para que ele estivesse presente. Peter e Micky, com a eventual participação de Mike, seguiriam com shows sempre com casa lotada, mas Peter Tork faleceria em 2019, aos 77 anos.

Em seguida, Dolenz e Nesmith fizeram uma turnê pelos EUA, intitulada The Monkees Present – The Micky and Mike Show. Ambos continuavam com suas vozes em excelente forma, mas Mike não estava bem de saúde, tendo sido hospitalizado após um dos shows. Em uma gravação que circulou na web, ele é visto se perdendo mais de uma vez em uma canção, fazendo enorme esforço para prosseguir. Infelizmente, Nesmith faleceu no final de 2021, aos 78 anos. 
 
Último integrante vivo, Micky Dolenz iniciou 2023 uma turnê pelos EUA, celebrando o legado dos Monkees.
 
Considerados um verdadeiro fenômeno de seu tempo, foi uma banda que surgiu em uma série de TV e vendeu mais de 75 milhões de discos em todo o mundo. Com honras e sem nenhum demérito pela definição, a melhor e mais divertida banda pré-fabricada de todos os tempos.
 
 
[*] Texto publicado originalmente no antigo blog Reflexo Cultural. O autor do texto, Alexandre Nagado, é cartunista, roteirista de quadrinhos e escritor. Entre seus trabalhos destacam-se os roteiros das HQs Changeman, Flashman e Maskman, pela Editora Abril. Machine Man, Sharivan e Goggle V pela editora Ebal. Street Fighter pela Editora Escala. Matérias na Revista Herói pela Editora ACME. Livros Almanaque da Cultura Pop Japonesa pela Editora Via Letera e Paulo Fukue - O Engenheiro de Papel pela Editora Criativo / Editora GRRR!. Atualmente escreve sobre cultura pop japonesa em seu Blog Sushi POP




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terça-feira, 2 de maio de 2023

A SUPER MÁQUINA (1982)

Uma das séries mais icônicas dos anos 80!

Em 1982, o público norte-americano conheceu uma das séries mais icônicas de todos os tempos, A Super Máquina (Knight Rider). Com enredo e efeitos especiais inovadores, a série rapidamente conquistou adultos e crianças, que semanalmente acompanhavam as aventuras de um agente e seu super carro, que não era um mero equipamento de trabalho, mas seu parceiro nas missões.

A trama apresentava o policial Michael Arthur Long (Larry Anderson), que foi vítima de uma emboscada durante uma missão em Las Vegas. Ao ser traído por sua parceira de trabalho, é atingido por um tiro no rosto, que mesmo não sendo fatal, o deixa desfigurado. O policial foi resgatado pelo milionário Wilton Knight (Richard Basehart), que lhe concedeu uma cirurgia plástica, a fim de ficar parecido com seu filho renegado. Assim, Michael Arthur Long foi dado como morto, passando a ter uma nova identidade, Michael Knight (David Hasselhoff). 

Desta forma, torna-se um agente da Fundação pela Lei e Governo (FLAG), que passa a ser liderada por Devon Miles (Edward Mulhare) após a morte de Wilton. Antes de morrer, Wilton disse a frase: "um homem pode fazer a diferença", sendo este o lema repetido antes dos créditos finais dos episódios da série.

Para auxiliar o agente Knight em suas missões, a Fundação prepara um super carro que contaria com inteligência artificial, usando uma liga molecular que também o tornaria indestrutível. O modelo usado foi um Pontiac Trans Am. O novo carro passou a ser chamado pelo codinome K.I.T.T. (Knight Industries Two Thousand). Assim, passa a falar e usar suas habilidades para auxiliar o Kight na luta contra o crime. Mesmo em longas distâncias, o agente pode se comunicar com o carro através de um dispositivo preso em seu pulso.

A base de operações móvel.
 

A base de operações do time Knight era um caminhão com equipamentos de alta tecnologia. Além de servir como apoio para o agente, era também uma oficina de reparos para o veículo, que contava com os cuidados da mecânica Bonnie Barstow (Patricia McPherson), sendo substituída mais tarde por April Curtis (Rebecca Holden). Vários momentos de alívio cômico ocorriam neste ambiente, quando Michael fazia piadas com a moça.

No decorrer dos episódios surgem alguns inimigos fixos para K.I.T.T., como sua cópia malígna K.A.R.R. e o caminhão Golias . Este último era dirigido pelo verdadeiro filho de Wilton Knight, sendo apresentado em um marcante episódio duplo que abre a segunda temporada. Os vilões sempre se surpreediam com as habilidades e robustez de K.I.T.T., quando tentavam quebrá-lo com marretas, machados e até granadas. 

A série foi produzida pela Universal Studios e Glen A. Larson, sendo exibida pela rede NBC entre 26 de setembro de 1982 e 8 de agosto de 1986, com um total de 90 episódios de 45 minutos de duração, divididos em 4 temporadas. Devido ao grande sucesso ainda ganhou um filme, intitulado A Super Máquina 2000 (Knight Rider 2000) em 1991 e uma série remake em 2008.




Da esquerda para a direita: Michael Knight, Bonnie Barstow e Devon Miles

Estreou no Brasil em 1983 pela TV Record, que na época tinha Silvio Santos como um dos sócios. Desta forma, logo passou a ser exibida pela TVS (atual SBT) com grande repercussão, a ponto de ganhar o Troféu Imprensa na categoria Filme Seriado, desbancando outro sucesso da época, Esquadrão Classe A.

A repercussão foi tão grande que a fabricante de brinquedos Glasslite lançou uma coleção baseada na série, que também chamava muito a atenção das crianças. Hoje, tais itens são coniderados valiosos itens de colecionador.

Nas décadas seguintes passou por várias outras emissoras, como a Rede 21, quando foi exibida em horário nobre, segunda à sexta-feira no início da noite. Ainda nos anos 2000, teve suas duas primeiras temporadas lançadas em DVD pela Universal, contando apenas com opção de áudio original em inglês e legendas em português. Nos últimos anos, a série vem sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão.

A dublagem nacinal foi realizada pelo estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Júlio Chaves como Michael Knight, Isaac Bardavid como K.I.T.T., José Santa Cruz como Devon Miles, Fátima Mourão como Bonnie e Vera Miranda como April Curtis.



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quarta-feira, 22 de março de 2023

CHAPOLIN COLORADO (1973)


O herói mais querido e atrapalhado da televisão!

Em 28 de fevereiro de 1973 estreava na televisão mexicana uma das séries de maior sucesso em toda a América Latina, Chapolin Colorado (El Chapulin Colorado). Apresentava as aventuras do herói atrapalhado, de mesmo nome, criado e interpretado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Embora a série tenha estreado em 1973, a primeira aparição do personagem ocorreu no final de 1970, dentro do programa Chespirito, onde vários personagens de Bolaños estrelavam seus próprios quadros humorísticos. Dentre estes quadros, dois se destacaram a ponto de chamar a atenção dos executivos da emissora, tornando-se séries independentes, Chaves (El Chavo Del Ocho) e Chapolin Colorado.

O Chapolin Colorado era um herói latino-americano que, embora tivesse grande fama, não apresentava características semelhantes aos famosos heróis do cinema e quadrinhos. Era fraco, baixinho, medroso e não tinha superpoderes. Vestia uniforme vermelho e tinha como escudo um coração no peito com as letras "CH". Suas principais armas eram a Marreta Biônica, as Antenas de Vinil, que apitavam ao detectarem a presença de inimigos, e as Pastilhas Encolhedoras. Estas últimas, após ingeridas, deixavam o herói com apenas 20 centímetros de estatura durante alguns minutos, facilitando entrar em locais pequenos e fugir da vista dos vilões. Ainda outras armas esporádicas eram usadas em missões pontuais, como a Corneta Paralisadora, que disparada uma vez em direção ao inimigo o paralisava, e duas vezes o fazia recuperar os movimentos.

Chapolin X Racha Cuca - cena do episódio "O Bandido"

Também era conhecido por seus vários bordões, citados com frequência nas mais variadas situações, como: "Não contavam com minha astúcia!", "Silêncio! Silêncio! Minhas anteninhas de vinil estão detectando a presença do inimigo!", "Palma, palma! Não priemos cânico", "Se aproveitam de minha nobreza!", "Eu acho...", "Suspeitei desde o princípio!", entre outros. Ainda tinha o costume de tentar citar ditados populares, sempre misturando uns com os outros e terminando a frase dizendo algo como: "A ideia é essa..." ou "É quase isso..."

As aventuras do Chapolin possuiam os mais variados temas, com episódios que se passavam em diferentes épocas e locais, como hotéis, velhos armazéns, Velho Oeste, Planeta Vênus, montanhas, navios piratas, casas comuns, etc. O herói chegou a intervir até mesmo em famosos contos, como o romance "Romeu e Julieta" (na ocasião chamados como "Juleu e Romieta"). Em outras ocasiões também usa sua habilidade de contador de histórias para dar exemplos às pessoas que pedem sua ajuda, como nos episódios "A Vendedora de Flores", "Cyrano de Bergerac" e "A Fortuna de Frederic Chopin". Há também episódios especiais em que conta histórias diretamente ao público, como em "Branca de Neve e os Sete Tchuim Tchuim Tchum Claim" e "O Alfaiate Valente".

Quando alguém se encontrava em perigo invocava o herói com a frase: "Oh! E agora, quem poderá me defender?", logo Chapolin aparecia inesperadamente dizendo: "Eu! Não contavam com minha astúcia!". Os casos a serem desvendados variavam entre coisas mínimas, como ajudar nos afazeres domésticos, a enfrentar os mais perigosos criminosos. Seus principais inimigos eram Racha Cuca, Tripa Seca, Quase Nada, Pirata Alma Negra, Botina, entre outros interpretados pelo mesmo elenco da série "Chaves". Também enfrentou ameaças como Frankenstein e o Abominável Homem das Neves. Ainda há episódios em que um herói rival aparece tentando roubar a cena, o norte-americano Super Sam, que tinha como arma um saco de dinheiro e repetia incansavelmente o bordão: "Time is Money!".

Dr. Chapatin

Os episódios tinham duração média de 22 a 25 minutos, sendo que em várias ocasiões a produção cedia alguns minutos para esquetes de outro personagem muito querido de Chespirito, o Doutor Chapatin. Dentre as esquetes mais famosas estão " Doutor Chapatin e o Contrabando" e "O Futebol é Minha Melhor Medicina". Houveram alguns episódios em que o citado médico atrapalhado interagia diretamente com Chapolin, como em "Quer Apostar Como Eu Nunca Mais Entro em Uma Aposta?" e "Fotos no Museu, Não!".

A série foi exibida na televisão mexicana entre 28 de fevereiro de 1973 e 26 de setembro de 1979. O último episódio foi um especial que reunia os atores para lembrar alguns dos melhores momentos do programa. Simultaneamente à exibição no méxico também era transmitida em outros países de fala hispânica, havendo várias turnês dos atores nestes países, apresentando-se como os famosos personagens das séries Chapolin Colorado e Chaves. Durante os anos alguns episódios deixaram de ser distribuídos às emissoras, sendo considerados episódios perdidos mundialmente. Em agosto de 2020 todos os contratos da série foram bloqueados, devido a um impasse entre a Televisa (emissora que produziu a série) e o Grupo Chespirito (detentor dos roteiros e personagens), cancelando as exibições nas emissoras e serviços de streaming em todo o mundo. Até então eram disponibilizados cerca de 250 episódios, divididos em 7 temporadas.

Chegou ao Brasil no início da década de 1980, quando a recém inaugurada emissora TVS (atual SBT) adquiriu um pacote de novelas com a Televisa. Neste mesmo pacote vieram as séries Chapolin Colorado e Chaves (ler matéria sobre a chegada das séries ao Brasil no link ao final do post). À princípio a emissora enviou pouco mais de 20 episódios de Chapolin para dublar em seus estúdios, através da empresa MAGA, sob direção de Marcelo Gastaldi. Estreou em agosto de 1984 com grande sucesso junto ao público, fazendo com que a encomenda de novos lotes de episódios fossem realizadas em 1988, 1990 e 1992. Foi exibida ininterruptamente entre 1984 e 2000, voltando ao ar em várias ocasiões até o ano de 2020.

Cena do episódio "O Presente de Casamento"

A dublagem original MAGA contou com as vozes de Marcelo Gastaldi como Chapolin/Dr. Chapatin, Nelson Machado nos personagens de Carlos Villagrán, Carlos Seidl nos personagens de Ramón Valdés, Marta Volpiani nas personagens de Florinda Meza, Sandra Mara e Cecília Lemes nas personagens de Maria Antonieta de las Nieves, Potiguara Lopes e Osmiro Campos nos personagens de Rúben Aguirre, Silton Cardoso e Élcio Sodré nos personagens de Horácio Gómez e José Soares nos personagens de Raúl "Chato" Padilla. 

A exibição não se limitou à TV aberta, pois em meados de 2010 foi exibida em alguns canais da TV por assinatura, como Cartoon Network, Boomerang, TBS e Multishow. Este último foi o único a exibir todos os episódios disponíveis, pois além de exibir todos os que possuiam dublagem MAGA, mandou dublar os que ainda estavam inéditos no país. Ainda teve passagem pelo serviço de streaming Prime Video.

Ganhou vários produtos no mercado nacional como fitas VHS, gibis, álbuns de figurinhas, jogo para o console Master System e DVDs. Entre os produtos de maior destaque estiveram o jogo Chapolim X Drácula, que ganhou até mesmo propagandas na televisão no início dos anos 90, e os DVDs, inclusos em boxes com volumes das séries Chaves e Chespirito, lançados pela Amazonas Filmes à partir de 2005. Estes foram lançados com nova dublagem realizada no Studio Gábia, onde o protagonista foi dublado por Táta Guarnieri.

   

Leia também:

 - "CHAVES" E "CHAPOLIN": SUCESSOS QUE CHEGARAM AO BRASIL POR ACIDENTE 

 


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quinta-feira, 16 de março de 2023

OS INVASORES (1967)

Uma excelente mistura de suspense e ficção!

Em 1967, estreava na televisão americana uma das maiores e mais influentes séries de ficção científica de todos os tempos, Os Invasores (The Invaders). Criada por Larry Cohen e produzida por Quinn Martin, foi exibida entre 10 de janeiro de 1967 e 26 de março de 1968 pela rede ABC, com um total de 43 episódios, de cerca de 50 minutos, divididos em 2 temporadas.

A trama apresentava o drama vivido pelo arquiteto David Vincent (Roy Thinnes), que em certa madrugada voltava de uma viagem de negócios, dirigindo seu automóvel em uma estrada deserta, quando parou para descansar um pouco. Neste mesmo instante se depara com um acontecimento que mudaria sua vida para sempre, quando avistou uma nave alienígena pousando no local. 

Agora, David, terá que percorrer muitas cidades, tentando provar a todos que a terra está sendo invadida secretamente por seres espaciais. Tal tarefa não é nada fácil, pois quase todos que ouvem sua narrativa fantástica o veem como um lunático. Durante a jornada consegue um pequeno grupo de aliados, com destaque para o empresário Edgar Scoville (Kent Smith).

Cena de investigação (1º episódio)

A emblemática cena das luzes da nave refletindo diante de David, ocorrida no primeiro episódio, é repetida durante todos os seguintes, de forma resumida, como parte do tema de abertura. A narração dos fatos é feita com um tom bastante sombrio e misterioso, mostrando o clima de suspense que percorre por toda a série. Ainda a lenta cena da nave invasora pousando traz todo o clima de suspense ao público, que certamente acompanhava perplexo cada passo de David Vincent em sua infindável jornada para tentar provar que o mundo sofria uma grande ameaça.

A misteriosa narração de abertura dizia: "Como começa um pesadelo? Para David Vincent, um arquiteto, que voltava para casa de uma viagem de negócios, começou alguns minutos depois das quatro horas de uma madrugada de terça-feira. Ele procurava um atalho que nunca foi encontrado. Tudo começou com um cartaz de boas-vindas e a esperança de tomar um café. Tudo começou com um bar fechado e deserto, e um homem cansado demais para poder continuar uma viagem. Nas próximas semanas, David Vincent voltará ao lugar onde tudo começou, muitas vezes..."

Emblemática cena do invasor sucumbindo sob luz vermelha

Um dos fatos mais interessantes da produção é os seres invasores terem aparência idêntica aos humanos. Disfarçavam-se através de mutação para se infiltrar na sociedade. Porém, alguns problemas no processo de mutação ocorriam, podendo-se identificar os invasores por algumas características como não mover os dedos mínimos e, na maioria dos casos, apresentar poucas emoções. Nas cenas em que algum dos invasores era ferido mortalmente usava-se um efeito de luz vermelha piscante, cobrindo-o totalmente até desaparecer.

Infelizmente a série foi cancelada após a segunda temporada sem ter um desfecho para a trama. Em 1995 houve uma continução, em formato de minissérie, onde Roy Thinnes volta a seu papel original de David Vincent, agora como um idoso, passando sua missão de alertar o mundo sobre os invasores ao jovem Nolan Wood, intepretado por Scott Bakula. Os direitos da série clássica, outrora da Worldvision, atualmente pertencem à Paramount.

Estreou no Brasil em meados de 1967 pela extinta TV Tupi, sendo distribuída pela TV Interamericana do Brasil. A dublagem foi realizada no estúdio carioca TV Cinesom, onde o protagonista ganhou a voz de Nilton Valério, dos episódios 1 à 29, e Luiz Carlos de Moraes, dos episódios 30 à 43. À partir de 1973 passou a ser exibida em cores, nas noites de quarta-feira, às 23h00. Esta tornou-se a exibição mais lembrada por quem acompanhava a série nos anos 70. 

Durante as décadas seguintes passou por várias outras emissoras, como Bandeirantes e TV Record. Em meados de 2010 foi exibida pelo canal pago TCM, com áudio original e legendas em português. Nos últimos anos vinha sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão. Foi lançada por completo em boxes de DVD, há alguns anos, pela distribuidora Vynix Multimídia e relançada recentemente pelo selo Screen Vision.




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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

AGENTE 86 (1965)


Comédia e espionagem na medida certa!

Na década de 1960 os filmes de espionagem estavam em alta, sobretudo com a franquia 007, que impulsionou os estúdios a criarem vários outros títulos do gênero. Assim, os produtores Dan Melnick e Leonard Stern, associados a Mel Brooks e Buck Henry, idealizaram uma versão cômica dos filmes de James Bond, porém em formato de seriado com episódios de 30 minutos. O título escolhido para o novo programa foi Get Smart, que no Brasil foi adaptado para Agente 86. Smart (esperto) seria o sobrenome do protagonista em uma espécie de trocadilho, já que tratava-se de um agente atrapalhado.

O escolhido para interpretar o agente Maxwell Smart foi o comediante Don Adams, já que havia interpretado um papel semelhante na série The Bill Dana Show, como um detetive de hotel chamado Byron Glick. Vários bordões e características deste personagem foram reaproveitados e adaptados para Maxwell Smart. O número do agente em sua organização era 86, sendo esta uma ideia de Mel Brooks, que no passado havia trabalhado em um restaurante e tal código indicava a falta de um determinado produto.

Para compor o elenco principal foram os contratados o ator Edward Platt e a modelo Barbara Feldon, nos papéis de Chefe Agente 99, respectivamente. Feldon havia ganhado fama por estrelar um comercial da Revlon e vencer um concurso de TV com perguntas sobre a vida de Willian Shakespeare, fatores que pesaram para sua escolha.

Os agentes 86, 99 e Chefe

O elenco secundário contava com Dave Ketchum como o Agente 13, Robert Karvelas como o agente Larabee, Dick Gautier como o androide Hymie e Bernie Kopell como o agente inimigo Siegfried. Ainda um cachorro chamado Fang, que na série era o agente Canino, mascote e companheiro de 86 e 99 em algumas missões. 

O tema de abertura era muito marcante, combinando perfeitamente com o clima da série, pois a marcha executada lembrava os filmes de espionagem e a sequência de imagens era hilária, com Maxwell Smart estacionando seu veículo conversível em frente a um edifício que possuia uma entrada secreta no subterrâneo. Assim ele passava por várias portas que se abriam, uma após a outra, até chegar a uma cabine telefônica ao final delas, caindo por um alçapão.

A trama apresentava as missões do atrapalhado agente Maxwell Smart, mais conhecido por seu código 86. Era um espião do C.O.N.T.R.O.L.E., um órgão secreto do governo norte-americano, que investigava os planos malígnos da organização criminosa K.A.O.S., cujos agentes trabalhavam infiltrados nos Estados Unidos. Smart recebia as missões através de seu superior, que era chamado apenas como Chefe, embora em um dos episódios da primeira temporada seja revelado que seu verdadeiro nome era Thadeus. A melhor amiga e parceira de Smart nas missões era a Agente 99, que era apaixonada por ele, sendo que muitas vezes solucionava os casos sozinha, mas o deixava com os créditos. Ainda contavam com o invetor de equipamentos Larabee e o mal-humorado Agente 13, que sempre estava escondido nos lugares mais improváveis, como armários, relógios e caixas de correspondência. Dentre os principais inimigos de Smart estava o líder temporário da K.A.O.S., de sotaque alemão, Siegfried.

Smart contava com os mais variados equipamentos, sendo o mais emblemático destes o Sapato-Fone, que permitia ao agente se comunicar com a sede da organização ao retirar a sola de seu sapato. Outro aparato muito interessante e engraçado era o Cone do Silêncio, localizado na sala do Chefe, com aspecto de um aquário que descia do teto à mesa, que em tese possibilitava às pessoas dentro dele conversarem sem que ninguém pudesse ouvi-las, mas nunca funcionava corretamente. Ainda haviam armas como a Dedostola, outras escondidas em gravatas e diferentes acessórios. O Agente 86 também era conhecido por seus característicos bordões como: "Me desculpe por isso, Chefe...", "Errei por um pouquinho assim", "Você acreditaria?", "E vou adorar!", entre outros.

O episódio piloto foi gravado em preto e branco, sendo todos os outros já coloridos. Estreou na TV americana pela rede NBC em 18 de setembro de 1965, permanecendo na emissora por quatro temporadas, até que os índices de audiência começaram a cair. A rede CBS assumiu a série para a gravação da quinta temporada em 1969, trazendo como novidade o casamento dos protagonistas 86 e 99, no intuito de resgatar o interesse do público pelo programa. Porém, a decisão não teve o retorno esperado, sendo cancelado após esta temporada, encerrando com um total de 138 episódios. A exibição do episódio final ocorreu em 15 de maio de 1970. 

Ainda houveram dois longa-metragens baseados na série gravados em 1980 e 1989, além da tentativa de uma nova série em 1995 que não obteve sucesso. Em 2008 foi produzido um novo filme estrelado por Steve Carell, não contando com a participação de Don Adams que havia falecido em 2005.

Coleção de DVDs lançada no Brasil

A série chegou ao Brasil em 1966 pela TV Record, sendo exibida inicialmente nas noites de sábado. Nos anos 70 passou para a TV Bandeirantes. A dublagem da primeira temporada foi realizada no estúdio Cinecastro RJ/SP, da segunda à quarta na AIC-SP e da quinta na Herbert Richers. Para a voz de Smart foi escalado o dublador Bruno Netto, que tinha um tom de voz praticamente idêntico ao de Don Adams. A Agente 99 foi dublada por Ângela Bonatti na primeira temporada, sendo substituída por Aliomar de Mattos nas demais. O Chefe ganhou a voz de Mário Jorge Montini

No início dos anos 2000 a série foi reprisada pelos canais Band e Rede 21, porém apenas a última temporada, já que as dublagens das demais estavam perdidas. Assim, para lançamento completo em DVDs e exibição na TV paga, pelos canais TCM e Nickelodeon, foi encomendada uma redublagem, realizada no estúdio VTI-RJ, onde Smart foi dublado por Mário Tupinambá, Agente 99 por Guilene Conte e Chefe por José Santana. Atualmente a série é exibida pela Rede Brasil de Televisão.



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