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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

"Viagem ao Centro da Terra", publicado pela Editora Hemus em 1972.

[*] Por Alexandre Nagado
 
Um tema recorrente na cultura pop é o da possibilidade de encontrar seres pré-históricos e mundos fantásticos nas profundezas da Terra. Como no clássico O Elo Perdido (1974) e em inúmeras outras produções, o misterioso centro do planeta oferece tanto mistério e fascinação quanto as profundezas do mar ou a imensidão do espaço cósmico.
 
A ideia sobre grandes aventuras em cavernas e vales muito abaixo da superfície do planeta remete a um dos maiores clássicos da literatura juvenil: Viagem ao Centro da Terra (“Voyage au centre de la Terre”, 1864), do francês Júlio Verne, ou melhor, Jules Verne (1828~1905). Histórias sobre mundos subterrâneos envoltos em mistérios e perigo é algo que já existia na literatura bem antes de Júlio Verne, mas foi sua obra que se tornou a grande referência sobre o tema, influenciando autores como J.R.R. Tolkien, Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs. A história é uma aventura leve e extremamente criativa, com boas doses de suspense e mistério.
 
Júlio Verne (1828-1905)
 
Em pleno século XIX, na Alemanha, o excêntrico mineralogista e professor de Geologia Otto Lidenbrock encontra um misterioso manuscrito dentro de um antigo livro que adquiriu. Lá, uma mensagem instigante de um homem chamado Arne Saknussemm dava pistas de um possível caminho para o centro da Terra, a partir da cratera do Sneffels, um vulcão inativo na Islândia. 
 
Empolgado com a possibilidade de descobertas inimagináveis, Lidenbrock resolve partir rumo à Islândia, em busca da passagem misteriosa. Sem muita convicção, seu brilhante, porém nada aventureiro sobrinho Axel (o narrador da história) o acompanha. Para ajudá-los na difícil jornada, o professor contrata o caçador local Hans, um homem quieto, forte e de grande dedicação e lealdade. O trio enfrenta um longo e tortuoso caminho, até que encontram galerias que vão descendo cada vez mais. Sem enfrentar o calor incandescente que se esperava de acordo com as teorias científicas da época, os exploradores vão adentrando um mundo isolado da civilização e cheio de mistérios. 
 
Versão da Editora Principis (2019)

Clássico da ficção científica, Viagem ao Centro da Terra foi publicado originalmente em 1864. De lá para cá, foi editado e republicado incontáveis vezes em vários países, inclusive no Brasil.
 
Versão cinematográfica, produzida pela 20th Century Fox em 1959.

No cinema, ganhou famosas adaptações em 1959 e 2008. Direta ou indiretamente, inspirou quadrinhos, filmes, séries e jogos, sendo uma obra icônica da cultura pop mundial. Repleto de informações sobre mineralogia, botânica e biologia, a obra oferece especulações que fascinaram os leitores da época, e soam instigantes até hoje. Júlio Verne não era apenas um escritor habilidoso e criativo, era também dono de uma cultura colossal, com múltiplos interesses em suas pesquisas.
 
A viagem em si ocupa a maior parte da obra, que se detém pouco nos cenários, criaturas e situações extraordinárias que Lidenbrock, Axel e Hans encontram no centro da Terra, mas a narrativa do autor é envolvente. Os personagens são carismáticos e a química entre o impulsivo, obstinado e temperamental cientista e seu sobrinho prudente ao extremo (para dizer o mínimo) tornam a leitura deliciosa.
 
Viagem ao Centro da Terra é uma das obras mais conhecidas de Júlio Verne, ao lado de clássicos igualmente cultuados como Cinco Semanas em Um Balão, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em 80 Dias. É leitura indicada, não somente para adolescentes, mas para qualquer um disposto a mergulhar em uma obra que tem atiçado a imaginação de muitas gerações, com um genuíno senso de aventura e encantamento. 

 
[*] Alexandre Nagado é autor do Blog Sushi POP




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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

JERRY LEWIS - DESENHO ANIMADO (1970)

Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down / Filmation (1970)

Um dos maiores nomes do cinema humorístico de todos os tempos, sem sombra de dúvida, é Jerry Lewis. O astro estadunidense começou sua carreira artística ainda criança, tendo feito ao longo dos anos apresentações radiofônicas, teatrais, televisivas e cinematográficas. Ganhou maior destaque no final da década de 1940, quando passou a atuar em filmes de humor ao lado do ator e cantor Dean Martin. Ao final da década de 1950, passou a estrelar filmes solo, mostrando todo o seu talento como ator, roteirista, diretor, cantor e dançarino. É considerado um dos maiores gênios da comédia, tendo grande número de admiradores em países como França e Brasil.

 

Jerry Lewis (1926-2017)
 

Além de ser um um artista completo, Lewis ainda inovou a autodireção em filmes, criando um assistente de vídeo que permitia ver sua atuação, assim como dos demais atores, em tempo real através de um monitor. Este recurso é usado na indústria cinematográfica até os dias de hoje.

Como resultado de tamanho talento e grande sucesso entre os anos 40 e 60, ganhou uma série animada própria, produzida pelo estúdio Filmation, no ano de 1970. Nesta época, vários artistas de sucesso passaram a ganhar séries animadas, como O Gordo e o Magro, Os Três Patetas, The Beatles, Jackson Five, entre outros.

Curiosamente, Lewis não deu voz à sua versão animada, sendo esta feita por David Lander. A única contribuição do astro para sua série animada foi com alguns roteiros. A produção ficou à cargo de Lou Scheimer e Norm Prescott. Os traços e personalidade do protagonista, assim como o tipo de humor pastelão, foram bastante fieis ao que se via nos filmes do ator.

Jerry Lewis e Sr. Barra Funda

A trama apresentava o atrapalhado Jerry Lewis trabalhando na Agência de Empregos Malucos, de propriedade do rabugento Sr. Barra Funda. Este enviava o rapaz, diariamente, aos mais variados tipos de atividades profissionais, além de estar sempre lhe passando sermões aos gritos. A secretária da empresa era a jovem e serena Ronda, por quem Jerry era apaixonado e tinha grande dificuldade em convidar para ir ao cinema, já que os horários de trabalho e as broncas do chefe sempre dificultavam a situação.

Jerry vivia com seu pai, Professor Lewis, e sua irmã caçula, Geraldine. O Professor vivia de seus inventos, cada um mais maluco que o outro, fazendo com que a casa da família fosse atingida por raios, tempestades, ventanias e coisas do gênero.

Ainda outros personagens recorrentes na série, todos parentes de Lewis, eram o tio detetive Hong Kong Lewis, tio Xaveco, tio Cão do Mar, tio Chicote, tio Ralph e o primo Tonelada. Todos estes tinham a aparência de Jerry Lewis, como se fosse o próprio ator interpretando os personagens ao mesmo tempo, assim como no filme Uma Família Fuleira, escrito, dirigido e protagonizado por Lewis em 1965.

Os vários personagens com a aparência de Jerry Lewis

A série animada foi exibida, originalmente, na televisão americana entre 12 de setembro de 1970 e 2 de setembro de 1972 pela rede ABC, com o título Will The Real Jerry Lewis Please Sit Down. Rendeu apenas uma temporada com um total de 18 episódios.

Estreou no Brasil, ainda na década de 1970, pela extinta TV Tupi. Na segunda metade dos anos 80 passou a ser exibida pela TV Bandeirantes, como atração do programa infantil O Circo da Alegria. No início dos 90, foi exibida pela extinta Rede Manchete, integrando os programas Clube da Criança e Lulu Limpim Clapa Topo. Desde a segunda metade da década de 1990 não foi mais reprisada na televisão, não ganhando nem mesmo lançamento em VHS, DVD e serviços de streaming.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Mário Monjardim como Jerry Lewis, Sr. Barra Funda, Professor Lewis e demais personagens com as feições do ator, Carmen Sheila como Geraldine e Sônia Ferreira como Ronda.





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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ENCURRALADO (1971)


O primeiro grande sucesso de Steven Spielberg.

No início da década de 1970, o jovem cineasta Steven Spielberg, até então desconhecido do grande público, teve sua primeira oportunidade de dirigir um longa-metragem. Tendo experiência com alguns curta-metragens premiados, viu na ocasião sua chance de mostrar todo o seu talento atrás das câmeras, pois o roteiro que tinha em mãos contava com poucos diálogos, sendo que praticamente todo o filme girava em torno de uma perseguição em autoestrada, necessitando de ângulos de câmera e timing perfeitos. O título do longa era Encurralado (Duel).

O filme fora escrito por Richard Matheson, tendo sido inspirado em uma situação real, vivida por ele mesmo. O roteiro era bastante simples, mas com uma boa direção poderia manter o público atento, além de aflito, durante seus 90 minutos de duração. Spielberg cumpriu sua missão de forma excepcional. As filmagens ocorreram em apenas 13 dias, e o resultado final foi espetacular, consagrando Spielberg como um diretor de primeira classe. O longa recebeu nota máxima pela crítica especializada, tornando-se um clássico lembrado até os dias de hoje.

Para interpretar o protagonista da trama, foi convidado o ator Dennis Weaver. Spielberg admirava seu estilo de atuação. Nas poucas cenas com falas, e até mesmo nos momentos de tensão durante a longa perseguição, Weaver demonstrou grande talento, especialmente no que se refere a expressão facial, transmitindo o clima de pânico e medo, de tal forma que o espectador sentisse na pele o drama vivido na tela. 

O nome do personagem principal era David Mann. A pronúncia do sobrenome "Mann" (que possui a mesma sonoridade de man = homem, traduzido para o português) foi escolhida propositalmente, a fim de mostrar que a situação apresentada no roteiro poderia acontecer com qualquer pessoa.

Cartaz do filme, cuja estreia ocorreu em 13 de novembro de 1971 .

A trama tem início com um homem de negócios, chamado David Mann, voltando para casa, após concluir seu trabalho, dirigindo seu Plymouth Valiant em uma estrada deserta. Já cansado da longa viagem, tenta ultrapassar um velho caminhão que andava muito devagar à frente de seu carro. O motorista do caminhão não parecia estar disposto a facilitar a ultrapassagem, o que irritou David e o fez forçar a passagem.

Após passar pelo caminhão, David passou a ser aterrorizado durante todo o restante da viagem, já que o mesmo caminhão voltava a aparecer em sua frente a todo momento, sem uma explicação plausível. Para piorar a situação, o caminhão não apenas aparecia, mas também passou a perseguí-lo, em uma caçada mortal, a fim de matá-lo. O que era um simples retorno para casa, após o trabalho, torna-se um grande pesadelo.

Durante a fuga, David ainda consegue fazer algumas paradas, sempre com o caminhão em seu encalço. O mais estranho de tudo, era o fato do protagonista nunca conseguir identificar o misterioso motorista do caminhão entre as pessoas que o cercavam. A jornada gradativamente torna-se mais desesperadora, pois os ataques do velho caminhão à David e seu veículo, tornavam-se cada vez mais implacáveis.

O simpático Plymouth Valiant e seu algoz.

O filme prende a atenção do público, de tal forma, que é possível sentir o medo, a angústia e a curiosidade em conhecer real identidade do inimigo, além da causa de sua motivação destruidora, juntamente com o protagonista. 

A fase final da trama torna-se ainda mais desesperadora, levando-a a um final intrigante, mas ao mesmo tempo grandioso. "Encurralado" possui um roteiro aparentemente simples, mas que tornou-se um marco na história do cinema, graças a uma excelente atuação de Dennis Weaver, que atua praticamente sozinho em grande parte do tempo, e a uma primorosa direção de Steven Spielberg.

Atualmente, o filme está disponível em DVD, Blu-ray e para aluguel nas plataformas Google Play, Apple TV e YouTube. Por vezes é reprisado na TV aberta, pela Rede Brasil de Televisão, com sua clássica dublagem realizada no extinto estúdio carioca Herbert Richers.

David Mann em sua fuga desesperada.

FICHA TÉCNICA:

Título original: Duel

Companhias produtoras: Universal Studios

Ano: 1971

Duração: 90 minutos

Direção: Steven Spielberg

Roteiro:  Richard Matheson

Classificação: 12 anos


ELENCO:

Dennis Weaver .... David Mann

Jacqueline Scott.... Sra. Mann

Eddie Firestone.... Dono do Café

Lou Frizzell.... Motorista de Ônibus 

Gene Dynarski.... Homem no Café

Tim Herbert.... Frentista

Shirley O'Hara.... Garçonete

Carey Loftin.... Motorista do Caminhão



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sexta-feira, 28 de julho de 2023

TERRA DE GIGANTES (1968)

Uma marcante e inovadora série de ficção científica!

No final da década de 1960, o produtor Irwin Allen, aclamado por seus vários filmes e séries de ficção científica, inicia seu mais novo projeto televisivo, a série Terra de Gigantes (Land of The Giants). O novo show apresentaria uma trama fantástica, envolvendo viagem dimensional, onde os protagonistas chegariam a um mundo muito parecido com a Terra. Porém, doze vezes maior. Este foi considerado o projeto mais ousado de Allen, já que para a produção de cada episódio custaria em média 250 mil dólares. Um valor bastante elevado para os padrões da época.

Alguns dos trabalhos de produção mais marcantes de Allen foram os filmes "O Mundo Perdido" (1960), "Viagem ao Fundo do Mar" (1961), "O Destino do Poseidon" (1972) e "Inferno na Torre" (1978). Porém, suas séries de ficção científica, produzidas na década de 60, sempre estão entre as obras mais lembradas pelo público, sendo "Viagem ao Fundo do Mar" (1964), "Perdidos no Espaço" (1965), "O Túnel do Tempo" (1966) e, finalmente, "Terra de Gigantes" (1968).

O produtor Irwin Allen (1916-1991)

A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1983. Nesta época o uso de naves para voos entre países era algo comum. Em um destes voos estava a nave Spindrift, que partiria de Los Angeles, Estados Unidos, à Londres, Inglaterra. A nave era comandada pelo Capitão Steve Burton (Gary Conway), contando com o co-piloto Dan Erickson (Don Marshall) e a aeromoça Betty Hamilton (Heather Young). Dentre os passageiros estavam o engenheiro Mark Wilson (Don Matheson), a modelo Valerie Scott (Deanna Lund), o trapaceiro Alexander Fitzhugh (Kurt Kasznar) e o garoto órfão Barry Lockridge (Stefan Arngrim).

Durante a viagem, a nave é atingida por uma misteriosa névoa, ocorrida durante uma tempestade magnética, levando-a a uma dimensão paralela. Assim, os tripulantes caem em um mundo de aspecto semelhante à Terra, mas doze vezes maior que a mesma, assim como seus habitantes. Uma das diferenças era a tecnologia daquele mundo, atrasada em cerca de 20 anos, se comparada à Terra dos anos 80. Porém, o que os viajantes não imaginavam era o risco de vida que correriam naquele mundo misterioso, pois seriam caçados pelo governo local, que os chamava como "pequeninos".

A cada episódio o público acompanhava a desesperada fuga da tripulação, comandada pelo Capitão Burton, escapando das armadilhas dos gigantes, tendo que aprender a conviver entre si e trabalhar em equipe. Dentre os gigantes, destaca-se como vilão principal o Inspetor Kobick (Kevin Hagen), um homem frio e calculista que dedica todo seu tempo e energia em busca dos pequenos fugitivos. Trabalhava para o departamento de polícia local, denominado SID (Special Investigation Department), que tratava até mesmo à população de gigantes de forma rude, caso não seguisse suas ordens. 

A icônica nave Spindrift.

O principal temor do departamento de investigação era a avançada tecnologia dos pequeninos, claramente exposta em sua nave, representando uma ameaça ao governo local. Eram oferecidas grandes quantias em dinheiro como recompensa a quem capturasse os pequeninos, tornando ainda mais difícil a sobrevivência da tripulação naquele local. Os pequeninos viviam escondidos em florestas e suas idas à cidade dos gigantes ocorria apenas em ocasiões de extrema necessidade, como resgatar algum membro capturado pelo SID.

Além dos excelentes roteiros, pode-se dizer que os grandes atrativos da série são os cenários e objetos gigantes, construídos com grande fidelidade ao mundo real, passando a impressão de que os atores eram realmente pequenos. Muitas cenas de escaladas em mesas e outros objetos gigantes eram feitas pelos próprios astros do programa, dispensando o uso de dublês, o que tornava os roteiros e drama dos protagonistas ainda mais verossímeis. Até mesmo uma mão humana em tamanho gigante foi construída para as cenas em que os pequeninos eram capturados, tendo um resultado final impecável para a época.

 

Carretel construído em grande escala.

Outro fator que chamava a atenção nos episódios era a realção entre os protagonistas. Liderados pelo enérgico e honrado Capitão Burton, sempre precisavam superar seus medos e proteger o grupo, mesmo que isto lhes custasse a própria vida. Geralmente os problemas eram causados pelo arrogante e trapaceiro Fitzhugh, que sempre pensava apenas em si mesmo. O único que tentava compreende-lo era o garoto Barry, sendo seu melhor amigo. As características e amizade de Fitzhigh e Barry lembram muito os personagens Will Robinson e Dr. Smith da série Perdidos no Espaço, também criada por Allen.

A série foi produzida pela 20th Century Fox, sendo exibida originalmente pela rede ABC entre 22 de setembro de 1968 e 6 de setembro de 1970, totalizando 51 episódios, divididos em duas temporadas. O cancelamento da série, ao final da segunda temporada, se deveu aos altos custos de produção. Ainda assim, Terra de Gigantes será sempre lembrada como uma das melhores e mais inovadoras séries de ficção científica de todos os tempos.

Estreou no Brasil em março de 1969 pela TV Record, fazendo grande sucesso. Nos anos 70 passou a ser exibida pela Globo, sendo reprisada nos anos 80 pela Bandeirantes e nos anos 90 mais uma vez pela TV Record. Nos anos 2000 foi exibida na TV paga pelos canais FX e TCM. Atualmente está sendo reprisada na TV aberta, com imagem remasterizada, pela Rede Brasil de Televisão. Também está disponível em DVD pelo selo World Classics, que lançou a série em boxes de forma completa.

A dublagem foi realizada no extinto estúdio paulista AIC, contando com as vozes de Dráusio de Oliveira como Capitão Steve Burton, João Paulo Ramalho como Mark Wilson, João Ângelo como Dan Erickson, Isaura Gomes como Valerie Scott, Sandra Campos como Betty Hamilton, Aliomar de Matos como Barry Lockridge, José Soares como Alexander Fitzhugh e Osmiro Campos como Inspetor Kobick. 




 

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terça-feira, 11 de julho de 2023

CHiPs (1977)


John Baker e Frank Poncherello, os patrulheiros da Golden State's.

No final da década de 1970, estreava na televisão americana uma das séries mais icônicas de todos os tempos. Apresentando as aventuras de dois simpáticos patrulheiros rodoviários, a série CHiPs tornou-se um dos maiores fenômenos da televisão entre os anos 70 e 80. Produzida pela MGM Television e Rosner Television, foi exibida entre 15 de setembro de 1977 e 1 de maio de 1983 pela rede NBC. Teve um total de 139 episódios, divididos em 6 temporadas.      

Para os papéis dos protagonistas, foram escalados os astros Larry Wilcox e Erik Estrada, interpretando os patrulheiros John Baker e Frank Poncherello, respectivamente. Ambos tinham uma ótima química em cena, já que os personagens possuíam personalidades distintas, mesmo sendo os melhores amigos, trazendo um bom equilíbrio para as situações que enfrentavam nas rodovias e nos momentos mais descontraídos.

Sala de reunião dos patrulheiros.

Os episódios apresentavam a rotina dos policiais rodoviários John Baker e Frank Poncherello, colocando ordem nas estradas americanas e, por vezes, perseguindo criminosos, como ladrões de automóveis, contrabandistas, sequestradores, entre outros. Eram liderados pelo Sargento Getraer (Robert Pine), um oficial honrado e exigente, que estava sempre dando broncas em Poncherello, que por vezes era muito brincalhão e não aparentava ter a seriedade necessária para o trabalho. Ainda integravam a equipe os patrulheiros Barry Barizca (Brodie Greer), Gene Fritz (Lew Saunders), a oficial Bonnie Clark (Randi Oakes) e o mecânico Harlan Arliss (Lou Wagner).

Baker e Poncherello trabalhavam juntos e eram os melhores amigos, embora possuísssem personalidades opostas. Enquanto Baker era calmo, organizado e vivia em um apartamento comum, Poncherello (mais conhecido como "Ponch" pelos amigos), era brincalhão, mulherengo, desorganizado e vivia em um trailer um tanto bagunçado. Ainda assim, nos momentos mais sérios do trabalho, ambos se mostravam bravos patrulheiros, cumprindo suas missões de forma honrada.

Embora a série tratasse de patrulheiros das estradas, o clima dos episódios era bastante leve, podendo ser considerado um programa para toda a família. Os roteiros apresentavam a missão do dia, como desvendar casos de roubos de veículos, mas sempre com uma trama paralela, envolvendo o cotidiano de Baker e Poncherello com muito bom humor. 

As cenas mais marcantes dos episódios eram Geatrer passando a missão do dia na sala de reuniões dos patrulheiros, as perseguições em alta velocidade e os créditos finais, com o marcante tema instrumental da série sendo executado enquanto Baker e Poncherello discutiam  ou faziam algo em tom engraçado, despedindo-se do público de forma agradável e divertida.

Patrulheiros em ação!

Durante os anos de gravação houveram alguns impasses envolvendo os atores, como o fato de Wilcox se incomodar com o estrelismo de Estrada nos bastidores. Tais fatos resultaram no afastamento temporário de Estrada durante sete episódios da quinta temporada e na saída definitiva de Wilcox na sexta e última. Para os lugares dos protagonistas foram escalados Bruce Jenner, substituindo Estrada nos sete episódios em que esteve fora, e Bobby "Hot Dog" Nelson, no papel do patrulheiro Tom Reilly, substituindo Wilcox em todo o último ano da série.

Após o cancelamento da série, em 1983, foram produzidos alguns filmes baseados na série, como CHiPs 99 (1998), produzido pela TNT, e CHiPs: O Filme (2017). 

A série estreou na televisão brasileira ainda no final dos anos 70, pela extinta Rede Tupi, sendo exibida posteriormente pela TVS e TV Record, no início dos anos 80. Bandeirantes e Rede Manchete, entre o final dos anos 80 e início dos 90. TCM e Rede Brasil, nos anos 2000. Atualmente segue em exibição pela já citada Rede Brasil. Foram lançadas em boxes de DVD apenas as duas primeiras temporadas.

A dublagem nacional ficou à cargo do estúdio paulista BKS, contando com as vozes de Aníbal Munhoz como John Baker, Ricardo Marigo como Frank Poncherello, Gervásio Marques como Sargento Getraer, Marcelo Belo como Barry Barizca, Ismael Viera como Harlan Arliss e Márcia Gomes como Bonnie Clark.

O sucesso no país foi imenso, até mesmo entre as crianças, resultando no lançamento de uma linha de brinquedos baseados na série, lançados pela icônica Glasslite nos anos 80. Entre os itens estavam motos com os patrulheiros, motorama, carro patrulha, óculos e auto estrada. Tais produtos são, atualmente, bastante raros e considerados valiosos itens de colecionador.




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segunda-feira, 3 de julho de 2023

COMANDO DOLBUCK (1983)

 

Um comando especial utilizando Máquinas Mutantes em defesa da Terra!

Dentre os vários gêneros que compõem a animação japonesa, existe um que é tido como um dos mais queridos em seu país de origem, enquanto no Brasil nunca chamou muito a atenção. Este gênero chama-se mecha, cujas séries tem como foco robôs gigantes, geralmente pilotados por humanos. Este estilo de animação gerou várias franquias de sucesso no Japão, como Mazinger Z, Gundam e Patlabor. Já no Brasil, entre os poucos títulos que chegaram, podemos destacar como um grande sucesso apenas o animê O Pirata do Espaço (Groizer X), exibido pela Rede Manchete e TV Gazeta, entre os anos 80 e 90. Porém, para quem costumava alugar fitas VHS no final da década de 1980, um outro animê deste gênero é também lembrado com muito carinho, tanto pelos robôs de combate, quanto por seus protagonistas carismáticos. A série chama-se Comando Dolbuck (Tokusou Kihei Dorvak).

Produzida pela Ashi Productions, foi exibida entre 7 de outubro de 1983 e 6 de julho de 1984 pela rede Fuji Network System (FNS) com um total de 36 episódios, patrocinados pela fabricante de brinquedos Takatoku Toys. Contou com a direção de Masami Anno e roteiros de Shigemitsu Taguchi. Foi uma criação do roteirista e romancista Takeshi Shudo, que posteriormente trabalharia com a franquia Pokémon, criando o monstro Lugia, o personagem central em Pokémon: O Filme 2000.

Os heróis: Pierre, Masato e Louise.

A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1999. A Terra estava ameaçada pela invasão dos edelianos, uma raça alienígena que precisava de um novo lar, já que seu Planeta Edelia havia sido extinto. Seu aspecto era muito parecido com o dos humanos, embora possuíssem pele de cor azulada e cabelos verdes. Viram na Terra o ambiente ideal para sua habitação, tendo assim que entrar em guerra contra os humanos a fim de conquistar o planeta. Seu líder era o Comandante Zeller, uma figura tida como superior e digna de honra por seu povo. Também compõem o alto escalão dos invasores o ambicioso e inescrupulodo jovem Edel, que tomou para si o cargo de Comandante-Chefe, anteriormente ocupado pelo sábio e justo Amoff, pai da jovem Aroma. A moça era apaixonada por Edel, embora não concordasse com seu modo de agir.

Os vilões, oriundos do Planeta Edelia.

Para conter a ameaça alienígena, o Exército Federal Japonês contava com uma subdivisão denominada Comando Triplo Dolbuck. Equipada com poderosos veículos que podiam tornar-se robôs de combate, chamados como Máquinas Mutantes, a equipe liderada pelo rigoroso Coronel Takashi, era composta por três jovens que passaram por um pesado treinamento até se tornarem combatentes.

Estes jovens eram Masato Mugen, um excelente atirador que tinha personalidade forte e pilotava o Jipe Carribar (Mugen Calibur, no original). Pierre Bonaparte, um ex-ladrão nascido na França, sempre alegre e brincalhão, pilotava o Tanque Targus (Bonaparte Tulcas). Louise Ovellon, uma garota doce e corajosa. É secretamente apaixonada por Masato e pilota o Helicóptero Gazette (Ovellon Gazette). Ainda integram a equipe o Comandante-Chefe Fred, seu braço direiro Jonas e os mecânicos Bob e Jack, que contam com a ajuda do robô Peter.

Durante os episódios é descoberto que o povo de Edelia tinha ligação com a Terra, especialmente pelas figuras esculpidas na Ilha de Páscoa. O ser supremo do planeta invasor, chamado Moai, era muito parecido com as mesmas. No passado, a ilha era considerada um local sagrado para os edelianos. Várias reviravoltas acontecem na trama, como edelianos que tornam-se aliados dos humanos com o passar do tempo.

A série era recheada de ação e aventura, embora também houvessem cenas de humor, destacando o relacionamento entre o simpático trio de protagonistas. As cenas de batalha possuiam uma animação bastante fluida, além de contar com uma bela e envolvente trilha sonora, tornando tais momentos ainda mais empolgantes.

Louise, Masato, Coronel Takashi e Stanley com seus novos trajes.

Um fato que marcou a série foi a morte de um dos protagonistas. No episódio 21, intitulado "O Triste Final", Pierre falece durante uma missão.Tal acontecimento pegou o público de surpresa, tendo sua explicação nos bastidores da produção. O patrocinador não estava gostando da postura do personagem que, embora fosse um honrado combatente, era simpático e alegre demais. Foi exigida sua substituição por um personagem mais sério, mesmo que isso custasse a vida do protagonista e deixasse o público chocado. Assim, foi integrado à equipe o oficial Stanley Hilton, cuja personalidade era totalmente oposta a de Pierre, sendo um sujeito frio e extremamente focado em sua missão.

Além de exigir a substituição de Pierre por Stanley, o patrocinador também propôs mudanças no robô pilotado por Masato, Carribar, que ganharia novo visual, a fim de vender mais brinquedos. Também houve alteração nos trajes dos protagonistas, que passaram a usar elegantes jaquetas com golas volumosas. 

As Máquinas Mutantes: Gazette, Targus e Carribar.

O animê chegou ao Brasil em meados de 1986 por intermédio da distribuidora Everest Vídeo, de propriedade do Sr. Toshihiko Egashira. Foi lançado diretamente em fitas VHS, ao lado das icônicas séries tokusatsu, O Fantástico Jaspion e Esquadrão Relâmpago Changeman. À princípio, o animê teve maior aceitação que os citados títulos, mas com o passar do tempo, as locações das séries live-action ultrapassaram as de Dolbuck, culminando em seu cancelamento no décimo terceiro volume, cobrindo até o episódio 26. Infelizmente o animê nunca chegou a ser exibido na televisão brasileira, tornando-se um clássico das fitas VHS nos anos 80.

A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Álamo, contando com as vozes de Eduardo Camarão como Masato, Carlos Laranjeira como Pierre, Rosa Maria Baroli como Louise, Carlos Takehi como Stanley, Flávio Dias como Robô Peter e Edel, Mauro de Almeida como Coronel Takashi, José Carlos Guerra como Bob e Zeller, Lúcia Helena como Jack, Líbero Miguel como Comandante Fred, Marcos Lander como Jonas, Muibo César Cury como Amoff e Denise Simonetto como Aroma. A narração foi feita por Francisco Borges.

 

 

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quarta-feira, 21 de junho de 2023

O BESOURO VERDE (1966)


Besouro Verde e Kato na luta contra o crime!

Em 1966 a rede norte-americana ABC fazia grande sucesso com a série Batman, produzida pela 20th Century Fox e estrelada por Adam West e Burt Ward. Motivada pela grande aceitação do público, a produtora lançou uma nova série baseada em outro famoso justiceiro das histórias em quadrinhos, o Besouro Verde. Assim como Batman, este era um homem influente na sociedade e contava com um carismático ajudante na luta contra o crime. Assim, estreia em setembro do mesmo ano a série O Besouro Verde (The Green Hornet).

O personagem teve sua origem no ano de 1936 em uma série de rádio, sendo esta transmitida até a década de 1950. Posteriormente também estrelou histórias em quadrinhos. Foi uma criação de George W. Trendle e Fran Striker, também autores do personagem Cavaleiro Solitário (Lone Ranger). Por tal razão foi criada uma ligação entre os personagens, sendo o alter ego do Besouro Verde, Britt Reid, neto de John Reid, o Cavaleiro Solitário.

Os astros Van Williams e Bruce Lee

Para estrelar o personagem título da nova produção, foi escolhido o ator Van Williams, que trouxe um ar bastante sóbrio ao protagonista Britt Reid/Besouro Verde. Porém, o que mais chamou a atenção do público foi o nome escolhido para atuar como Kato, o ajudante oriental do herói. Ninguém menos que o grande astro das artes marciais, Bruce Lee. Os demais nomes do elenco foram Wende Wagner como Lenore Case, Lloyd Gough como Mike Axford e Walter Brooke como Frank Scanlon . Assim como na série Batman, a narração ficou à cargo de William Dozier.

Kato, Besouro Verde e seu arsenal sobre rodas, "Beleza Negra".

A trama apresenta o editor e dono do jornal Sentinela Diária, Britt Reid, um homem rico que escondia um grande segredo. Combatia o crime como o justiceiro mascarado Besouro Verde. Para isto contava com a ajuda de seu chofer, o jovem oriental Kato, que nos momentos de perigo também vestia uma máscara e entrava em ação contra os criminosos. A dupla se locomovia pela cidade com um veículo equipado com várias armas de combate, chamado Beleza Negra

Além de Kato, apenas mais duas pessoas conhecem o segredo de Britt Reid, sendo sua secretária, Lenore Case, e seu amigo promotor, Frank Scanlon. Ambos são considerados aliados do herói, enquanto muitos o consideram uma ameaça, por se tratar de um fora de lei. Seu principal opositor é o repórter Mike Axford, que coincidetemente trabalha no jornal Sentinela Diária e está sempre distorcendo os fatos sobre o justiceiro em suas matérias.

A série foi exibida originalmente entre 9 de setembro de 1966 e 17 de março de 1967, totalizando 26 episódios. Embora a série contesse com episódios bem escritos e um ótimo elenco, acabou sendo ofuscada pelo sucesso de Batman, culminando em seu cancelamento após a primeira temporada. Ainda houveram tantativas para atrair o público, inserindo os personagens Besouro Verde e Kato em participações especiais na série de Batman e Robin, onde lutavam ao lado da Dupla Dinâmica. Porém, nem mesmo este crossover foi suficiente para alavancar a audiência do programa.

Besouro Verde e Kato na série "Batman" (1966)

Embora Van Williams seja lembrado até hoje por sua brilhante atuação como Besouro Verde, o astro não foi o primeiro a interpretar o personagem. Sua primeira versão em carne e osso ocorreu em 1940, em uma série para cinema, composta de 13 episódios filmados em preto e branco. Na ocasião o herói título foi vivido pelo ator Gordon Jones, enquanto Kato foi interpretado por Keye Luke. Esta série foi lançada de forma completa em box de DVD, apenas com áudio original e legendas em português, pela distribuidora Classic Line.

Após o falecimento de Bruce Lee em 1973, foi lançado um filme também intitulado como O Besouro Verde (The Green Hornet). Lançado em 1974, foi produzido através de um compilado de episódios da série de 1966. No ano de 2011 ganhou uma nova adaptação para cinema, estrelando Seth Rogen como Besouro Verde e Jay Chou como Kato.

A série estreou no Brasil em 1970 pela extinta TV Tupi, sendo exibida inicialmente nas tardes de sábado. Na década de 1980 foi reprisada pela TV Record. Ainda passou por canais da TV por assinatura, como a Fox em 1994, e TCM nos anos 2000. A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista AIC, contando com as vozes de José Miziara como Britt Reid/Besouro Verde, Ézio Ramos como Kato, Lucy Guimarães como Lenore Case, Silvio Navas como Frank Scanlon e José Soares como Mike Axford. A narração foi feita por Carlos Alberto Vaccari, a voz padrão para narrações de séries dubladas no estúdio.

 


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quinta-feira, 15 de junho de 2023

INSPETOR BUGIGANGA (1983)

 

Inspector Gadget/DIC Entertainment
     

Em 1983, o público conheceu um simpático desenho animado que mostrava as aventuras de um agente secreto muito peculiar. Destacava-se por utilizar vários equipamentos instalados em seu corpo, mas principalmente por ser muito atrapalhado. O agente meio homem, meio máquina, atendia pelo nome de Inspector Gadget, ou como foi chamado no Brasil, Inspetor Bugiganga.

A série animada foi criada por Bruno Bianchi, Jean Chalopin e Andy Heyward, sendo uma produção conjunta entre França, Estados Unidos, Canadá e Japão. Produzida pela DiC Entertainment, foi exibida originalmente entre 12 de setembro de 1983 e 1 de fevereiro de 1986 pelo canal France 3, totalizando 86 episódios divididos em 2 temporadas.

Os episódios mostravam os casos a serem solucionados pelo atrapalhado Inspetor Bugiganga (Inspector Gadget). Este vestia sempre um jaleco de cor cinza e utilizava os vários equipamentos instalados em seu corpo como armas nas investigações. Dentre os aparatos estão uma hélice que sai de seu chapéu, uma mão extra, molas que o fazem saltar grandes distâncias, entre outros. Vivia com sua sobrinha, Penny, e o cão de estimação, Crânio (Brain). O Inspetor recebe ordens do Chefe Quimby (Chief Quimby), que estava sempre escondido em latas e outros locais apertados. 

Inspetor Bugiganga, Penny, Chefe Quimby e Crânio.

O principal vilão da série era o misterioso Dr. Garra (Dr. Claw), que nunca teve seu rosto revelado. Sempre aparecia sentado em uma cadeira, onde apenas sua mão era mostrada, por vezes acariciando seu gato de estimação. Era líder da organização criminosa MAD, que possuia capangas espalhados em todas as partes do mundo.

Os casos ocorriam nos mais variados locais e países, sendo que os mistérios eram sempre solucionados por Penny e seu cão Crânio. Bugiganga nunca notava este fato, crendo que sua habilidade e inteligência eram infalíveis. Penny nunca fazia questão de dizer ao tio que ela mesma er quem resolvia os casos, deixando-o crer que fazia tudo sozinho.

A cena mais icônica dos episódios era o momento em que o Chefe Quimby entregava um pequeno pedaço de papel à Bugiganga, explicando a missão do dia. O papel sempre explodia em poucos segundos após a leitura, e o atrapalhado Inspetor o lançava acidentalmente na direção do Chefe. Ainda as cenas em que o protragonista se atrapalhava ao usar seus equipamentos também garatiam boas risadas ao público.

Inspetor Bugiganga ganhou a voz de Don Adams, o Agente 86!

O Inspetor Bugiganga fora claramente inspirado no personagem Agente 86 (Get Smart), da série homônima de 1965. Tal fato nunca foi um segredo, já que o ator Don Adams, que interpretou o atrapalhado personagem na citada série, também deu voz ao protagonista da série animada.

O desenho estreou no Brasil ainda nos anos 80 pela TV Record, onde foi chamado como Inspetor Gandaia. Ganhou dublagem no estúdio carioca Herbert Richers, contando com alterações também em nomes de alguns personagens, como no caso do Chefe Quimby, aqui chamado como Chefe Bigode. As vozes desta versão foram de Cláudio Galvan como Inspetor Gandaia, Fernanda Crispim como Penny, Lauro Fabiano como Chefe Bigode e Luiz Feier Motta como Dr. Sinistro (Dr. Garra).

Posteriormente, a segunda temporada foi adquirida pelo SBT, ganhando dublagem pela MAGA. Esta versão contou com as vozes de Luiz Carlos de Moraes como Inspetor Bugiganga, Márcia Gomes como Penny, Mário Jorge Montini como Chefe Quimby e José Parisi Júnior como Dr. Garra. 

Ganhou lançamento de alguns episódios em fitas VHS e DVD, nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente. Para tais lançamentos ainda ganhou uma terceira dublagem, realizada no estúdio paulista BKS, contando com as vozes de Jorge Pires como Inspetor Bugiganga e Angélica Santos como Penny.

A última passagem da série pela TV aberta brasileira ocorreu em 2012, quando foi exibida pela TV Aparecida, no programa infantil Clubti, com dublagem da Herbert Richers.

 

CURIOSIDADES:

- A série animada nunca mostrou a origem do protagonista, não especificando como tornou-se um homem-máquina. Tal fato só foi explicado em uma coleção de cards lançada nos Estados Unidos, em 1991, mostrando que Gadget era um policial comum. Porém, ao escorregar em uma casca de banana, caiu do alto de uma escada e desmaiou. Ao acordar, estava em uma sala de operação, onde misteriosamente ganharia partes mecânicas.

- No episódio piloto, Bugiganga usava um bigode. Porém, o estúdio de produção recebeu uma crítica, via carta do estúdio MGM, dizendo que o personagem estava muito parecido com o Inspetor Closeau, interpretado pelo ator Peter Sellers no filme The Pink Panther de 1963. Assim, Bugiganga passou a aparecer sem bigode durante todos os demais episódios.

- O personagem foi adaptado para dois filmes live action, em 1999 e 2003, respectivamente. No primeiro o protagonista foi estrelado por Matthew Broderick, enquanto no segundo foi vivido por French Stewart. Ambos foram produções dos estúdios Walt Disney.

- O verdadeiro nome do Inspetor Bugiganga era John Brown. Tal fato fora revelado no filme produzido em 1999.

- Desde a década de 1990, ganhou jogos baseados na série para PC, Super Nintendo, Game Boy e PlayStation. 



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segunda-feira, 5 de junho de 2023

SHAIDER (1984)

 Fechando a trilogia Policiais do Espaço e abrindo caminho para novos heróis de metal!

Uchuu Keiji Shaider/Toei Company (1984)

Após obter grande sucesso com as séries Policial do Espaço Gavan e Sharivan, o Guardião do Espaço em 1982 e 1983, respectivamente, era chegada a hora da Toei Company trazer mais um policial espacial nos moldes dos heróis anteriores. Assim, estreia em 2 de março de 1984 a série Policial do Espaço Shaider (Uchuu Keiji Shaider). Foi exibida pela TV Asahi até 8 de março de 1985, totalizando 49 episódios. Ainda ganhou dois filmes, com duração média de 25 minutos, como se fossem episódios especiais.

Os roteiros da nova série ficaram totalmente à cargo do experiente Shozo Uehara, que já havia trabalhado nas duas séries antecessoras. O design da armadura também seguiu nas mãos de Katsushi Murakami, resultando em um dos mais bonitos visuais de super-heróis japoneses dos anos 80. A grande mudança foi a escolha do ator que daria vida ao protagonista. Desta vez não escolheram um astro especializado em artes marciais como Kenji Ohba (Gavan) ou Hiroshi Watari (Sharivan), mas um nome mais voltado à interpretação para as cenas civis. Assim, foi convocado o ator Hiroshi Tsuburaya para dar vida ao novo herói. Hiroshi era neto de Eiji Tsuburaya, criador do icônico herói Ultraman.

Outro diferencial foi dar maior destaque à assistente do herói nas cenas de ação. Assim como Gavan contava com a ajuda de Mimi e Sharivan de Lili, Shaider contaria com Annie, intepretada por Naomi Morinaga. Diferente das antecessoras, Annie não se limitava a prestar assistência apenas investigando ou passando informações ao herói, mas também partia para o combate contra os inimigos. 

A trilha sonora seguiu o padrão de qualidade das séries anteriores, tendo excelentes temas de abertura e encerramento com as canções "Uchuu Keiji Shaider" e "Hallo! Shaider", respectivamente. Ambos foram compostos por Watanabe Michiaki e interpretados por Akira Kushida

Dai Sawamura e Annie

A trama tinha início com a Polícia do Espaço em alerta, pois uma nova ameaça surgia de forma aterrorizante. O Império Fuuma chegava com toda a força, colocando em prática seu plano de dominação, devastando muitos planetas. Liderado pelo terrível Imperador Kubilai, uma cabeça gigantesca que dava ordens a seus subordinados em sua base espacial mágica, o império ameaçava agora o planeta Terra. A fim de proteger o planeta, é recrutado o policial Dai Sawamura. Anteriormente um arqueólogo, foi integrado à Policia do Espaço após decifrar as figuras de Nazca, na Ilha de Páscoa, localizada no Perú. Antes de ser enviado à sua missão, pelo Comandante Kom, é apresentado à policial Annie por Mimi, que fora parceira de Gavan em sua missão contra o Império Makuu. Annie era nascida no Planeta Mount, que fora destruído por Fuuma. Agora estava disposta a auxiliar Dai em sua missão na Terra.

Ao chegar na Terra, Dai enfrenta seu primeiro desafio contra o monstro mágico de Fuuma. Nos momentos de perigo diz a palavra: "Sintetizar", recebendo seu traje metálico de cor azul e apresentando-se como o Policial do Espaço Shaider. Durante os combates, Shaider e seu oponente são enviados à outra dimensão por seus inimigos. O lugar é chamado como Templo Espacial Mágico, tornando os monstros de Fuuma mais fortes para enfrentar o herói. Esta dimensão é ativada pela Sacerdotisa Poe, considerada o braço direito de Kubilai. O imperador maligno ainda contava com outros assistentes, como o General Hessler e as garotas 1, 2, 3, 4 e 5.

O Império Mágico Fuuma

Assim como Takeshi Ichojoji e Den Iga, Dai usava um Jeep para fazer suas rondas e investigar em forma civil. Também torna-se amigo do atrapalhado Kojiro, figura presente nas séries anteriores. Aqui, o rapaz era dono de um pet shop e estava sempre tentando conquistar Annie. Como sempre, era o alívio cômico da produção, ganhando a simpatia do público durante os três anos de exibição das séries dos Policiais do Espaço.

Durante o desenrolar da trama é descoberto que o herói era descendente de outro guerreiro, também chamado Shaider, que derrotara Kubilai há 12.000 anos. Da metade para o final da série surgem novos inimigos, assim como o Império Fuuma mostra-se cada vez mais implacável. O desfecho da série é bastante empolgante, apresentando a luta de Shaider contra Kubilai, em sua forma original.

As principais armas de Shaider eram a Espada Multi-Laser, Pistola de Raio e Vídeo e o Shaiderscópio. Seus principais véiculos eram a Nave Babirus, Shaian, Nave Shaian, Sonda Shaian e a moto Skyjet Shaider.

Sharivan, Shaider e Gavan se encontram no episódio final da série.

Mesmo sendo uma sequência das séries de Gavan e Sharivan, os mesmos nunca aparecem durante os 48 episódios que fecham a trama principal da série derraideira. Apenas no episódio 49, considerado não apenas como o desfecho da série Shaider, mas de toda a trilogia dos Policiais do Espaço, ocorre o encontro dos três heróis. Na ocasião recordam os melhores momentos de suas sagas, encerrando com suas respectivas transformações. Após o término da trilogia, a Toei lançou outras séries com heróis de metal (a famosa linhagem Metal Hero), porém sem ligação direta com os três policiais espaciais. A série exibida na TV Asahi após o final de Shaider foi O Fantástico Jaspion.

Chegou ao Brasil em 1990 com o título "Sheider", estreando em 19 de novembro pela TV Gazeta, onde permaneceu até 23 de março de 1991. Entre abril e junho de 1991, passou a ser exibida nas manhãs da Globo, na faixa das 7h35. Ainda em 1991 voltou à Gazeta, sendo exibida ao lado de outras séries japonesas como Space Cop (Gavan) e Bicrossers, no programa infantil Gazetinha. Entre 1992 e 1993 passou a ser exibido como tapa-buraco nas madrugadas da Globo

Curiosamente, a Gazeta exibiu um tema de abertura em português, que é considerado perdido atualmente, enquanto a Globo exibia apenas um trecho da abertura original com a voz padrão da emissora dizendo: "Rede Globo apresenta, Sheider". A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Eduardo Borguert como Shaider e Marisa Leal como Annie. O único produto lançado em nosso mercado foi uma fita VHS com os três primeiros episódios, pelo selo Globo Vídeo.

 

- Leia também:

GAVAN (1982) 

SHARIVAN (1983) 

 

- Leia no Blog Sushi POP (por Alexandre Nagado

Metal Hero: Tecnologia e ação! 

Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos 

Katsushi Murakami: Designer de super-heróis 

 

 

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sábado, 3 de junho de 2023

OS TREMENDÕES (1970)

 

Where´s Huddles?/Hanna-Barbera (1970)

Desde a década de 1950, o pioneiro estúdio de animação Hanna-Barbera ficou conhecido por sua técnica de produzir animações boas e baratas para a TV, com séries curtas, como Jambo e Ruivão, Zé Colmeia, Dom Pixote e Pepe Legal. Porém, em 1960, o estúdio lança seu projeto de fazer uma série animada em formato sitcom, com episódios de 30 minutos, estreando Os Flintstones em horário nobre na rede ABC. O sucesso da série foi tão grande que a mesma rendeu 6 temporadas. Assim surgiram vários outros desenhos neste formato, como os sucessos Os Jetsons e Scooby-Doo. Também deve-se destacar aquelas séries que chamaram a atenção na época, mas atualmente são menos lembradas, como Tutubarão, Dinamite, O Bionicão, As Aventuras de Charlie Chan, Os Muzzarelas e o tema desta matéria, Os Tremendões (Where´s Huddles?).

A série animada Os Tremendões apresentava os vizinhos e melhores amigos, Ed Chefe e Buba Mascote. Além de serem muito atrapalhados, eram jogadores profissionais de futebol americano, atuando pela equipe dos Rinocerontes. Ed era casado com Norma e tinha uma filhinha chamada Pompom. Seu mascote era um cachorro chamado Caldo. Buba era casado com Pita, também a melhor amiga de Norma. Outros personagens recorrentes na série são o Treinador e o melhor jogardor do time, chamado Cargueiro

Os episódios giravam em torno das trapalhadas dupla, geralmente envolvendo o vizinho encrenqueiro, Cláudio Perturbado. Este era um sujeito arrogante que vivia com sua mascote, a gata Sardinha, tão esnobe quanto o dono. O vizinho muitas vezes se aproveitava da inocência e bondade dos vizinhos, causando grandes confusões

Foi exibido na televisão estadunidense entre 1 de julho e 2 de setembro de 1970, contando com apenas uma temporada e um total de 10 episódios. Um fato marcante era contar com a voz de Dick Enberg, u famoso locutor esportivo dos Estados Unidos, como narrador das partidas de futebol americano nos episódios. Foi produzido e dirigido por William Hanna, Joseph Barbera, contando também com os nomes de Alex Lovy, na produção, e Charles Nichols, na direção.

Estreou no Brasil em meados de 1978 pela TV Record. As últimas reprises ocorreram no incício dos anos 2000, pelo canal pago Boomerang. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Dublasom Guanabara. As vozes escaladas foram de Antônio Patiño como Ed Chefe, Orlando Drummond como Buba Mascote, Nelly Amaral como Norma, Ruth Schelske como Pita, Mário Monjardim como Cláudio Perturbado, Alberto Perez como Cargueiro, Arthur Costa Filho como Treinador e Waldyr Sant'anna como o Narrador.

 

 

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