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quinta-feira, 1 de junho de 2023

O FANTASMA ESCRITOR (1992)

      


Em meados do ano 2000, a TV Cultura passou a exibir uma série que chamou a atenção do público, dentre sua vasta programação infantil na época, por tratar de casos misteriosos, colocando adolescentes como detetives e tendo como elemento principal um ser que os ajudava nas investigações. A série intitulada O Fantasma Escritor (Ghostwriter) figurou entre as atrações mais queridas pelas crianças que acompanhavam a emissora naquele período.

A trama tinha início com o garoto Jamal Jenkins (Sheldon Turnipseed), que certo dia passa a ver misteriosas palavras escritas em seu novo computador, assim como em placas de rua e outros locais. O mesmo acontece com sua amiga Lenni Frazier (Blaze Berdahl). Assustados com o estranho acontecimento, logo os garotos descobrem que tais escritas eram feitas por um ser invisível. Mais precisamente um fantasma bondoso, que ficara preso em um livro durante muitos anos. Agora, somente os garotos em que o Fantasma Escritor tivesse confiança poderiam ver seus escritos, nos mais variados locais em que houvesse letras para juntar e formar palavras.

Alex, Tina, Jamal, Lenni, Gaby e Rob.

O intuito do Fantasma era ajudar na solução de casos misteriosos que aconteciam na cidade. Para isso, recruta, inicialmente, Jamal e Lenni para tornarem-se uma espécie de detetives mirins, sendo isto um segredo. As pistas eram passadas através de palavras e frases que apenas os jovens detetives podiam ver. Logo o Fantasma recruta outros garotos para integrar o time de investigadores, como os irmãos Alex Fernández (David López) e Gaby Fernández (Mayteana Morales), que eram filhos do dono de um pequeno mercado no bairro em que viviam, localizado em Nova York. Logo unem-se à equipe outros garotos, como Tina Nguyen (Tram-Anh Tran) e Rob Baker (Todd Alexander Cohen).

Os episódios eram apresentados em quatro ou cinco partes, prendendo a atenção das crianças até o desfecho do caso. Entre os episódios mais lembrados estão o do caso do veneno enterrado e de uma locadora de vídeo que pirateava fitas VHS. Além de entreter, o intuito da série era ajudar na alfabetização das crianças do primário. A exibição no Brasil contou com o cuidado de converter as palavras e frases para o português, tornando a produção mais proveitosa ao público local.

A série foi criada por Liz Nealon e produzida pela Children's Television Workshop e BBC Television, sendo exibida originalmente entre 4 de outubro de 1992 e 12 de fevereiro de 1995.Teve um total de 74 episódios, com 18 arcos apresentados em episódios divididos em 4 ou 5 partes, sendo finalizado em sua terceira temporada. Ganhou alguns prêmios e teve bons índices de audiência em seu país de origem.

Chegou ao Brasil no início dos anos 2000, inicialmente pelo canal pago Discovery Kids, passando algum tempo depois também na TV aberta, nas tardes da TV Cultura, com grande sucesso. A dublagem nacional foi realizada no estúdio DPN Santos. Foi exibida durante alguns anos pela amissora, porém saiu do ar, nunca mais ganhando novas reprises ou lançamento em DVD, Blu-Ray ou serviço de streaming.



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terça-feira, 23 de maio de 2023

O CALHAMBEQUE MÁGICO (1968)

 

Chitty Chitty Bang Bang

Na década de 1960, os musicais para cinema ainda faziam grande sucesso entre o público em geral. Para o público infantil, produções como o premiado longa-metragem Mary Poppins (dos estúdios Walt Disney - 1964), chamavam muito a atenção. Nesta mesma linha, foi lançado em 1968 mais um longa-metragem com enredo fantasioso, personagens carismáticos e canções que marcariam o público para sempre. O Calhambeque Mágico (Chitty Chitty Bang Bang) - (Estados Unidos / Reino Unido). Baseado no livro homônimo de Ian Fleming (criador do agente James Bond), o filme foi produzido por Albert Broccoli, em parceria com os estúdios MGM e United Artists. O roteiro ficou à cargo de Roald Dahl (autor de clássicos como "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Matilda") e Ken Hugues. Este último também dirigiu a produção.

A trama apresenta um excêntrico inventor, chamado Caractacus Potts (Dick Van Dyke), que vive em uma velha casa com seu pai, chamado como Vovô Potts (Lionel Jeffries), e seus dois filhos, Jeremy (Adrian Hall) e Jemima (Heather Ripley). As crianças viviam brincando em um velho calhambeque, que fora incendiado em uma corrida, no ferro velho do Sr. Coggins (Desmond Llewelyn). Até que um dia chega um comprador para o carro que tanto alegrava as crianças. Desanimadas, por não poderem mais brincar no veículo, fazem o velho dono do ferro velho prometer que não o venderá até que falem com seu pai, que sem dúvida cobriria a oferta.

Ao voltarem para casa, correndo, quase sofrem um acidente ao passaram à frente de um carro na estrada. A motorista era a simpática Senhorita Truly Scrumptious (Sally Ann Howes), que após verificar se as crianças estavam bem, as leva para casa em seu carro. Ali chegando, conhece o laboratório do Professor Potts. Porém, ao tentar lhe dar conselhos sobre não deixar seus filhos correrem sozinhos na estrada, acaba criando uma discussão, deixando o inventor muito irritado. Ainda assim, Jeremy e Jemima dizem que gostaram muito da moça, não guardando ressentimentos.

Cena musical na fábrica de doces

Na mesa do jantar, contam ao pai sobre o combinado com o dono do ferro velho, já contando que poderiam comprar o calhambeque. O problema era que não tinham dinheiro para isto. Ainda assim, Potts diz a seus filhos que poderiam trabalhar para ganhar o dinheiro necessário, mantendo a esperança das crianças. À partir de então, vemos Potts usando suas inveções, sem muito sucesso, a fim de arrecadar o dinheiro. Em uma destas tentativas vai a uma fábrica de doces, levar suas balas que apitam para negociar sua produção. O que ele não esperava era encontrar Truly no local, pois seu pai era dono da fábrica. Mesmo após a discussão do primeiro encontro, a simpática moça ainda tenta ajudá-lo, mas sem sucesso.

O Professor volta para casa, um tanto desanimado por não conseguir realizar o sonho de seus filhos. Até que tem a ideia de levar sua máquina automática de cortar cabelos ao parque de diversões, que acabara de chegar à cidade. Ali também não tem muito sucesso, pois sua invenção não funcionou corretamente, deixando o primeiro cliente careca. Ao fugir do homem, que estava furioso, entra por acidente em um camarim de dançarinos, que entrariam em cena para uma apresentação. Acaba participando do número, cantando e dançando por acidente. Ao final do espetáculo, o público jogou muitas moedas ao palco, pois a apresentação havia sido um sucesso. Assim, o Professor Potts consegue o dinheiro necessário para comprar o velho calhambeque para seus filhos, que ficam muito felizes.

Truly, Jemima, Jeremy, Potts e Jeremy no calhambeque reformado

Ao chegar em casa com o veículo, passa dias seguidos em seu laboratório para reformá-lo. Até que, quando Jeremy e Jemima menos esperavam, o pai abre a porta da garagem com o carro totalmente restaurado. Logo saem para um passeio na praia, a fim de estrear o calhambeque, o qual apelidaram de "Chitty", devido ao barulho que seu motor fazia. No caminho acabam encontrando Truly mais uma vez. O carro da moça havia ficado atolado na lama. Assim, as crianças a convidam a passear com eles, com o consentimento do pai.

Chegando à praia as crianças pedem ao pai que lhes conte uma história. Potts vê um barco se aproximando da praia, passando a inventar um conto fantástico, envolvendo a eles mesmos. Na narrativa, o barco pertencia ao Barão Bomburst (Gert Fröbe), que reinava como um tirano na Vulgária e tentava roubar o calhambeque da família, por se tratar de um carro mágico, que podia voar e boiar sobre a água. Assim, inicia-se uma aventura ao reino de Bomburst, que sequestou o Vovô Potts, achando que ele era o inventor do carro maravilhoso. 

Ao chegarem na Vulgária, Potts e sua família descobrem que o reino não possuia crianças, já que todas eram mantidas como prisioneiras. O Barão queria que todos os brinquedos do reino pertencessem somente a ele, obrigando o fabricante do vilarejo (Benny Hill) a se desdobrar em criatividade nos presentes em cada um de seus aniversários. A situação fica ainda mais complicada após Jeremy e Jemima serem sequestrados pelo terrível Caçador de Crianças (Robert Helpmann), a mando do Barão. Assim, Potts e Truly partem em direção ao castelo de Bomburst, a fim de resgatar as crianças e o Vovô Potts.

O terrível Barão Bomburst e seus homens

O filme conta com várias canções marcantes como "Chitty Chitty Bang Bang", "Toot Sweets", "Me 'Ol Bam-Boo", The Roses of Sucess", "Truly Scrumptious", entre outras. A atuação do comediante Dick Van Dyke é brilhante, sobretudo nas cenas em que mostra todo o seu talento como cantor e dançarino. Os cenários são muito bonitos. O roteiro é envolvente e traz uma bela lição sobre o valor da família. A trilha sonora é impecável. Sem dúvida, um dos melhores musicais infantis de todos os tempos. Recomendado para assistir com toda a família.

Foi exibido nos cinemas brasileiros no final da década de 1960, sendo reprisado por diversas vezes na televisão na década seguinte. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Newton da Matta como Caractacus Potts, Miriam Ficher como Truly Scrumptious, Magalhães Graça como Vovô Potts e André Luiz "Chapéu" como Barão Bomburst. Atualmente está disponível em DVD, para aluguel no serviço de streaming Prime Video e por vezes reprisado na TV aberta pela Rede Brasil de Televisão.



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quinta-feira, 18 de maio de 2023

PLANETA DOS MACACOS - A SÉRIE (1974)

         

A franquia que marcou o cinema, também ganhou uma série. 

Em 1968, o mundo conheceu um dos maiores clássicos dos filmes de ficção científica, O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes). Baseado no livro francês La Planète des Singes, de Pierre Boulle, publicado em 1963. Mesmo com várias alterações de roteiro e cenários, o filme trouxe uma trama que impactou o público e provou à crítica que filmes fantásticos eram lucrativos e atraiam pessoas das mais variadas faixas etárias. O sucesso do filme, estrelado por Charlton Heston, gerou uma sequência de mais quatro filmes, sendo De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), A Fuga do Paneta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e Batalha do Planeta dos Macacos (1973). Mesmo que nenhum dos outros filmes tenham alcançado o mesmo sucesso de bilheteria do primeiro, ainda assim houve fôlego para a criação de uma série, que estreou em 1974.

A produção ficou à cargo de Stan Hough e Herbert Hirschman, substituindo o recém-falecido Arthur P. Jacobs (1922-1973), que cuidara da produção dos filmes. O conceito ficou à cargo do renomando Rod Serling, criador e produtor da icônica série Além da Imaginação (The Twlight Zone). A nova série era tida como sucesso certo, já que os filmes ainda estavam frescos na memória do público. Também foram convidados os roteiristas Ken Spears e Joe Ruby, especializados em desenhos animados, no intuito de trazer um clima mais leve à trama, chamando assim também a atenção do público infantil. Esta não foi a primeira vez em que os executivos da 20th Century Fox cogitaram priduzir uma série para a franquia, mas apenas após o lançamento do quinto e último filme (da fase clássica) é que o projeto saiu do papel. 

A série estreou na televisão americana em 13 de setembro de 1974 pela rede CBS, com episódios de 50 minutos de duração, estrelando Ron Harper, James Naughton e Roddy McDowall. Este último já havia atuado em quatro dos cinco filmes da franquia. Outros nomes de peso no elenco foram Mark Lenard e Booth Colman. Infelizmente a audiência não atendeu as expectativas da produtora, que também tinha altos custos para realizar as filmagens. Assim, a série foi cancelada com apenas 14 episódios, quando inicialmente estavam planejados 22 para a primeira temporada.

Os heróis: Pete, Galen e Alan

A trama apresentava a chegada dos astronautas Alan Virdon (Ron Harper) e Pete Burke (James Naughton) a um planeta de aparência rústica, dominado por macacos. Tal planeta era na verdade a própria Terra, porém, no futuro, mais precisamente no ano de 3095. A razão da partida dos astronautas a este mundo, que na verdade não passara de uma viagem temporal, era resgatar os astronautas que haviam se perdido ali no primeiro filme da franquia. A chegada da nave ao planeta desperta a ira do governo local, especialmente do General Urko (Mark Lenard) e do Conselheiro Zaius (Booth Colman).

Logo de cara, Alan e Pete recebem a ajuda do chipanzé Galen (Roddy McDowall), que simpatiza com os astronautas por parecerem diferentes dos humanos de seus dias. Logo é descoberto que a raça humana é tida como inferior, pois havia se autodestruído pelas guerras do passado, tornando os macacos em uma raça dominante no planeta. Saber desta realidade deixa os astronautas perplexos e em situação de perigo, pois eram os únicos humanos que sabiam ler, podendo desvendar o segredo da dominação humana no passado. Isto era tido como segredo do governo local, que não permitiria um retorno do homem como superior. Além disso, a nave dos astronautas havia sido destruída. Diferente dos filmes, na série os humanos sabiam falar.

Os vilões: Urko e Zaius.

Os primeiros episódios deixam uma ponta a ser desenvolvida no decorrer da série, sobre uma forma de recuperar os dados da viagem espacial dos astronautas através de um disco de dados. Porém, a curta duração da série fez com que este fator ficasse esquecido e sem conclusão. A cada semana era apresentado um problema para o trio de protagonistas resolver, enquanto viajavam por várias cidades e fugiam dos soldados enviados por Urko. Alan e Pete eram tidos como ameaças à supremacia dos macacos, enquanto Galen se via em situação difícil, tendo que ajudar seus amigos humanos, indiretamente lutando contra sua própria raça símia. 

Estreou no Brasil no ano de 1976 pela Globo, fazendo grande sucesso. Já nos anos 80 e 90, foi reprisada várias vezes pelo SBT. Nos últimos anos vem sendo exibida pela Rede Brasil de Televisão, no bloco Séries de Ouro. Em 2022, a emissora passou a exibir os episódios com imagem remasterizada em HD. Ainda ganhou lançamento completo em box de DVDs, pelo selo World Classics em 2019. 

A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Technisom, contando com as vozes de Antônio Patiño como Alan Virdon, Ionei Silva como Pete Burke, Rodney Gomes como Galen, Pietro Mário como Zaius e Milton Luís como Urko.



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sábado, 13 de maio de 2023

THE MONKEES - DA COMÉDIA PARA O SUCESSO MUSICAL

Uma banda divertida na TV e na música dos anos 60.

The Monkees - Atores e músicos de sucesso.


Por Alexandre Nagado [*]

A partir de sua histórica aparição no programa de TV The Ed Sullivan Show em 1964, os Beatles se tornaram um fenômeno de público nos EUA e de lá para o mundo. Seus discos vendiam milhões e isso movimentou o mercado musical, com as gravadoras procurando artistas que seguissem mais ou menos o mesmo estilo consagrado.

Pensando além, executivos Bob Rafelson e Bert Schneider, da emissora americana NBC, bolaram um programa de TV que mostrasse o cotidiano de uma banda muito parecida com os Fab Four, em histórias cheias de humor e aventura que seriam a vitrine para divulgar os singles e álbuns dessa banda imaginária. Surgia o conceito inicial da série de TV The Monkees.

Após muitas audições, chegou-se à formação oficial, que trazia os ex-astros mirins Davy Jones e Micky Dolenz, já experientes como atores, mais os músicos Michael "Mike" Nesmith e Peter Tork. A ideia é que eles seriam apenas atores do programa, e cantariam as músicas compostas, tocadas e produzidas por artistas renomados.

O tema de abertura – e mais um monte de canções do repertório – ficaria a cargo da dupla de compositores Tommy Boyce e Bobby Hart. O icônico tema foi cantado por Micky, com Boyce e Hart fazendo o coro.


Com muita insistência, Mike Nesmith conseguiu que gravassem uma de suas composições estilo country, e Peter só pisou no estúdio para gravar violão em uma faixa, visto que não gostaram de sua voz. Os músicos do grupo ficaram desapontados com o pouco espaço, mas pegaram a oportunidade e se concentraram no trabalho de atuação. Mike seria o único a manter composições próprias em uma base regular. 

The Monkees estreou em 12 de setembro de 1966, mostrando o cotidiano de uma banda de rock tentando o caminho para o estrelato e se metendo em várias confusões. O disco de estreia, que leva apenas o nome da banda, também foi muito bem, sendo seguido no ano seguinte por More of The Monkees. O programa e a banda logo caíram nas graças do público, mas também na mira da crítica musical. Se por um lado, canções como “Last train to Clarksville”, “I´m not your stepping stone”, "Daydream Believer" e outras faziam sucesso, a imprensa logo começou a pegar no pé deles, apontando a armação de gravadora e estúdio de TV. Mas nada abalava sua popularidade. 

Com seu humor infantil e escrachado, logo conquistaram o público, e até John Lennon disse que se divertia com a série. Foram 58 episódios, divididos em duas temporadas que fizeram sucesso mundo afora, inclusive no Brasil.

Os segmentos musicais dos episódios deixavam claro que o baterista e vocalista Micky Dolenz não sabia tocar o instrumento, apenas fingia. Na verdade, todos fingiam tocar, pois os discos foram tocados por músicos de estúdio. Veio o segundo disco, lançado sem que os próprios artistas fossem avisados do dia em que chegaria às lojas.

Com suas canções tocando nas rádios, havia a pressão para apresentações ao vivo. Peter e Mike já sabiam tocar profissionalmente baixo e guitarra, respectivamente. Davy tocava apenas percussões leves, como pandeiros e maracas, coisa que fazia com desenvoltura, mas Micky teve que fazer um curso intensivo de bateria. 

Após um primeiro show experimental no Hawaii, onde qualquer fiasco poderia ser rapidamente abafado, o grupo foi se sentindo mais uma banda de rock e menos um elenco de série de TV. A partir dessa apresentação, vários shows foram sendo agendados. Em alguns, deram chance para que um cantor e guitarrista desconhecido abrisse os shows. Era Jimmy Hendrix, que se tornaria uma lenda do rock. 

Com a série dando audiência, e com a crítica musical desdenhando deles, os Monkees resolveram que já tinham cacife para fazer exigências. Então, conseguiram se organizar para produzir um disco autoral como seu terceiro álbum. Contrataram o baixista e produtor Chip Douglas e se fecharam em um estúdio. Com várias composições próprias e algumas de convidados que escolheram, eles encararam o desafio, tocando em todas as faixas. 

Headquarters foi lançado em 1967 e era um baita disco, com pérolas como "Shades of grey", "You just may be the one" e "For Pete´s sake". Porém, foi lançado quase que ao mesmo tempo em que Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, muitas vezes apontado como o maior álbum de rock de todos os tempos. Mesmo ofuscado pelo ar revolucionário do disco dos Fab Four, o Headquarters conseguiu fazer bonito, ficando 11 semanas em segundo lugar nas paradas.
 
 
Cartaz do filme HEAD (Os Monkees Estão Soltos)

Em 1968, veio o filme HEAD, um título que pegava carona no HELP! dos Beatles. Com roteiro de Jack Nicholson e Bob Rafelson, veio um filme estranho, experimental e sem relação com o clima de diversão que imperava na série de TV. No Brasil, foi batizado de Os Monkees Estão Soltos, sendo exibido diversas vezes. A música principal do filme era "Circle Sky", escrita e cantada por Mike Nesmith. 

Na parte do filme onde a música toca, aparecem imagens terríveis da guerra no Vietnã, inclusive mostrando mulheres e crianças em sofrimento. No final, uma plateia ensandecida invade o palco e desmembra os músicos, numa cena fake e grotesca. O filme dificilmente agradou a quem gostava do clima leve e alegre da série de TV.

A banda continuou de forma mais ou menos regular nos anos seguintes. Mike saiu, depois Peter. Os compositores Boyce e Hart foram oficializados como membros durante um tempo, e a banda nunca parou realmente, pois seu público se mantinha fiel. Sem a formação original completa, vários trabalhos foram lançados, com a banda acomodada no papel de intérpretes, com compositores e músicos convidados. 

The New Monkees - Uma tentativa fracassada de reviver a série com outros atores.


Na metade dos anos 80, as reprises na TV alcançaram grande sucesso e uma nova série, com novo elenco, foi lançada, com o título The New Monkees. Foi um fiasco, e nunca mais tentaram substituir os ícones da década de 1960. 

A formação original e definitiva só se reuniu novamente em 1995, para o álbum Justus (Just us). Pela primeira e única vez sem compositores de fora e sem músicos convidados, o quarteto fez o que seria seu trabalho mais autoral. Um tanto irregular, mas com momentos deliciosos, Justus abre com uma regravação de "Circle Sky", seguida de 11 faixas inéditas, com destaque para a belíssima “It´s not too late”.

De maneira inesperada, os fãs chorariam a morte de Davy Jones em 2012, falecido aos 66 anos após um repentino ataque cardíaco.
 
Para comemorar os 50 anos em 2016, o trio remanescente lançou Good Times, uma produção inspirada que misturava composições deles com a de convidados, incluindo Noel Galagher, do Oasis. Uma canção inédita cantada por Davy foi incluída, para que ele estivesse presente. Peter e Micky, com a eventual participação de Mike, seguiriam com shows sempre com casa lotada, mas Peter Tork faleceria em 2019, aos 77 anos.

Em seguida, Dolenz e Nesmith fizeram uma turnê pelos EUA, intitulada The Monkees Present – The Micky and Mike Show. Ambos continuavam com suas vozes em excelente forma, mas Mike não estava bem de saúde, tendo sido hospitalizado após um dos shows. Em uma gravação que circulou na web, ele é visto se perdendo mais de uma vez em uma canção, fazendo enorme esforço para prosseguir. Infelizmente, Nesmith faleceu no final de 2021, aos 78 anos. 
 
Último integrante vivo, Micky Dolenz iniciou 2023 uma turnê pelos EUA, celebrando o legado dos Monkees.
 
Considerados um verdadeiro fenômeno de seu tempo, foi uma banda que surgiu em uma série de TV e vendeu mais de 75 milhões de discos em todo o mundo. Com honras e sem nenhum demérito pela definição, a melhor e mais divertida banda pré-fabricada de todos os tempos.
 
 
[*] Texto publicado originalmente no antigo blog Reflexo Cultural. O autor do texto, Alexandre Nagado, é cartunista, roteirista de quadrinhos e escritor. Entre seus trabalhos destacam-se os roteiros das HQs Changeman, Flashman e Maskman, pela Editora Abril. Machine Man, Sharivan e Goggle V pela editora Ebal. Street Fighter pela Editora Escala. Matérias na Revista Herói pela Editora ACME. Livros Almanaque da Cultura Pop Japonesa pela Editora Via Letera e Paulo Fukue - O Engenheiro de Papel pela Editora Criativo / Editora GRRR!. Atualmente escreve sobre cultura pop japonesa em seu Blog Sushi POP




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terça-feira, 9 de maio de 2023

AS AVENTURAS DE BATMAN E ROBIN, O GAROTO PRODÍGIO (1968)

A década de 1960, sem dúvida, foi muito importante para difundir a imagem do super-herói Batman entre o público. Mesmo tendo sido criado na década de 1930 para quadrinhos e ganhado duas minisséries para cinema na década de 1940, foi com a famosa série de TV, estrelada por Adam West e Burt Ward em 1966, que a fama do homem-morcego se expandiu por todo o mundo. Prova disso foram as animações do herói, que durante muitos anos tiveram seus traços baseados na mesma. A primeira série animada produzida após o fim do icônico show da Dupla Dinâmica foi As Aventuras de Batman e Robin, o Garoto Prodígio (Batman with Robin The Boy Wonder).

A trama apresentava o milionário Bruce Wayne e seu jovem pupilo Dick Grayson lutando secretamente contra os excêntricos criminosos de Gotham City. Suas identidades secretas eram conhecidas apenas por seu mordomo, Alfred. Este atendia os chamados de socorro pela Batphone, a linha secreta da polícia com a Batcaverna. Ao receberem o chamado, Bruce e Dick logo dirigem-se à sua tecnologica base secreta subterrânea, onde juntos desvendam as pistas dos casos. Da Batcaverna dirigem-se ao Departamento de Polícia de Gotham City em seu Batmóvel. Por vezes também eram ajudados pela heroina Batgirl, a identidade secreta de Barbara Gordon, filha do famoso Comissário Gordon.

Os heróis: Batman, Robin e Batgirl
    

Os roteiros eram bastante parecidos com a série de 1966, apresentando o vilão do dia com sua respectiva trama maquiavélica, sempre colocando Batman e Robin em situações de perigo, usando armadilhas mirabolantes. O uniforme com tom azulado, de Batman, e o bordão: "Santo..., Batman!", de Robin, ficaram ainda mais fixados na mente do público com esta série animada. O visual dos vilões também era muito fiel ao show de 1966, assim como os cenários fixos, sendo a Batcaverna, a Mansão Wayne e o Departamento de Polícia de Gotham City.

O clima de aventura, misturado a humor leve, era uma marca estabelecida pela citada série, sendo tal padrão perdurou por várias produções do herói nos anos seguintes, até ser quebrado pelo filme Batman de 1989, estrelado por Michael Keaton. Atualmente, muitos fãs do homem-morcego não apreciam esta fórmula. De qualquer forma, é inegável que este estilo de produção fez com que Batman nunca caísse no esquecimento, até ganhar seu primeiro filme mais sombrio nos anos 80.

Os vilões: Pinguim, Charada e Coringa

Estreou na televisão americana em 14 de setembro de 1968 pela rede CBS, sendo produzida pela Filmation. Teve um total de 17 episódios com duração de 22 minutos, que eram divididos em dois segmentos de 11 minutos. Era apresentado ao lado do desenho do mais icônico herói da DC Comics, o Superman, na série animada As Novas Aventuras do Super-Homem (The New Adventures of Superman), no bloco The Batman/Superman Hour.

No Brasil foi exibido inicialmente pela Globo na década de 1970, recebendo dublagem pelo estúdio paulista AIC, assim como a série de 1966. Nesta versão foram mantidas as já conhecidas vozes de Gervásio Marques como Batman e Rodney Gomes como Robin. Na década seguinte o desenho passou a ser exibido pelo SBT, tendo passado por vários programas infantis como o Show Maravilha. Na mesma época, a emissora também exibia a consagrada série estrelada por Adam West. 

Na década de 1990 passou a ser exibido pelo canal pago Cartoon Network, que encomendou uma nova dublagem, desta vez pelo estúdio carioca Herbert Richers, que escalou Márcio Seixas para a voz de Batman e Alexandre Moreno para a voz de Robin. Esta redublagem teve o intuito de manter as vozes do desenho Batman - A Série Animada, de 1992, que fazia grande sucesso naquela época.

Atualmente a série animada está disponível de forma completa, com a redublagem da Herbert Richers, para os assinantes do serviço de streaming HBO Max.

 

 

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terça-feira, 2 de maio de 2023

A SUPER MÁQUINA (1982)

Uma das séries mais icônicas dos anos 80!

Em 1982, o público norte-americano conheceu uma das séries mais icônicas de todos os tempos, A Super Máquina (Knight Rider). Com enredo e efeitos especiais inovadores, a série rapidamente conquistou adultos e crianças, que semanalmente acompanhavam as aventuras de um agente e seu super carro, que não era um mero equipamento de trabalho, mas seu parceiro nas missões.

A trama apresentava o policial Michael Arthur Long (Larry Anderson), que foi vítima de uma emboscada durante uma missão em Las Vegas. Ao ser traído por sua parceira de trabalho, é atingido por um tiro no rosto, que mesmo não sendo fatal, o deixa desfigurado. O policial foi resgatado pelo milionário Wilton Knight (Richard Basehart), que lhe concedeu uma cirurgia plástica, a fim de ficar parecido com seu filho renegado. Assim, Michael Arthur Long foi dado como morto, passando a ter uma nova identidade, Michael Knight (David Hasselhoff). 

Desta forma, torna-se um agente da Fundação pela Lei e Governo (FLAG), que passa a ser liderada por Devon Miles (Edward Mulhare) após a morte de Wilton. Antes de morrer, Wilton disse a frase: "um homem pode fazer a diferença", sendo este o lema repetido antes dos créditos finais dos episódios da série.

Para auxiliar o agente Knight em suas missões, a Fundação prepara um super carro que contaria com inteligência artificial, usando uma liga molecular que também o tornaria indestrutível. O modelo usado foi um Pontiac Trans Am. O novo carro passou a ser chamado pelo codinome K.I.T.T. (Knight Industries Two Thousand). Assim, passa a falar e usar suas habilidades para auxiliar o Kight na luta contra o crime. Mesmo em longas distâncias, o agente pode se comunicar com o carro através de um dispositivo preso em seu pulso.

A base de operações móvel.
 

A base de operações do time Knight era um caminhão com equipamentos de alta tecnologia. Além de servir como apoio para o agente, era também uma oficina de reparos para o veículo, que contava com os cuidados da mecânica Bonnie Barstow (Patricia McPherson), sendo substituída mais tarde por April Curtis (Rebecca Holden). Vários momentos de alívio cômico ocorriam neste ambiente, quando Michael fazia piadas com a moça.

No decorrer dos episódios surgem alguns inimigos fixos para K.I.T.T., como sua cópia malígna K.A.R.R. e o caminhão Golias . Este último era dirigido pelo verdadeiro filho de Wilton Knight, sendo apresentado em um marcante episódio duplo que abre a segunda temporada. Os vilões sempre se surpreediam com as habilidades e robustez de K.I.T.T., quando tentavam quebrá-lo com marretas, machados e até granadas. 

A série foi produzida pela Universal Studios e Glen A. Larson, sendo exibida pela rede NBC entre 26 de setembro de 1982 e 8 de agosto de 1986, com um total de 90 episódios de 45 minutos de duração, divididos em 4 temporadas. Devido ao grande sucesso ainda ganhou um filme, intitulado A Super Máquina 2000 (Knight Rider 2000) em 1991 e uma série remake em 2008.




Da esquerda para a direita: Michael Knight, Bonnie Barstow e Devon Miles

Estreou no Brasil em 1983 pela TV Record, que na época tinha Silvio Santos como um dos sócios. Desta forma, logo passou a ser exibida pela TVS (atual SBT) com grande repercussão, a ponto de ganhar o Troféu Imprensa na categoria Filme Seriado, desbancando outro sucesso da época, Esquadrão Classe A.

A repercussão foi tão grande que a fabricante de brinquedos Glasslite lançou uma coleção baseada na série, que também chamava muito a atenção das crianças. Hoje, tais itens são coniderados valiosos itens de colecionador.

Nas décadas seguintes passou por várias outras emissoras, como a Rede 21, quando foi exibida em horário nobre, segunda à sexta-feira no início da noite. Ainda nos anos 2000, teve suas duas primeiras temporadas lançadas em DVD pela Universal, contando apenas com opção de áudio original em inglês e legendas em português. Nos últimos anos, a série vem sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão.

A dublagem nacinal foi realizada pelo estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Júlio Chaves como Michael Knight, Isaac Bardavid como K.I.T.T., José Santa Cruz como Devon Miles, Fátima Mourão como Bonnie e Vera Miranda como April Curtis.



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segunda-feira, 3 de abril de 2023

EPISÓDIOS DE "MIGUELITO" SÃO ENCONTRADOS

Miguelito, o "Chaves" brasileiro

No ano 2000, a recém-inaugurada emissora, RedeTV, trazia como novidade um programa infantil que chamou a atenção por sua grande semelhança com a consagrada série mexicana, Chaves (El Chavo Del Ocho). A produção nacional chamava-se Miguelito, sendo que até este ano de 2023 poucos se lembravam dela, já que esteve no ar por apenas uma semana e nunca mais foi reprisada.

A produção realizada pela Gugu Produções Merchandising (GPM) e Câmera 5, estava prevista para estrear na Rede Record ainda no ano 2000. Porém, alguns impasses, como custos de produção, fizeram com que a emissora cancelasse a estreia. Desta forma, o seriado foi oferecido à mais nova emissora da televisão brasileira, a RedeTV, que havia substituido a consagrada Rede Manchete há menos de um ano. À princípio foi fechado um acordo para uma exibição em caráter experimental. A estreia ocorreu em de julho de 2000.

Marquinho, Lilica, Miguelito e Bolão

Os episódios apresentavam o dia a dia dos moradores da Vila Generosa, tendo o garoto pobre, Miguelito (Eduardo Estrela) como protagonista das trapalhadas da vizinhança. Assim como Chaves vivia escondido em um barril, Miguelito vive em uma caixa localizada no pátio da vila. Entre os melhores amigos do personagem estão Lilica (Ana Andreatta), Marquinho (Davi Taui) e Bolão (David Fantazzini). Outros personagens são Dona Tita (Lara Córdula), Seu Flodoaldo (Luiz Baccelli), Seu Picoco (Hélio Cícero), e Dona Leopoldina (Luah Galvão).

Foram gravados 22 episódios. Porém, devido à baixa audiência e comparação com o seriado Chaves, a exibição foi cancelada após uma semana de estreia, sendo que apenas 5 episódios foram ao ar entre 17 e 22 de julho. Até o mês de março de 2023 a série era tida como "perdida", já que o único material disponível na internet era a chamada de estreia da mesma. Nos últimos dias, o neto do ator Luiz Baccelli, que atuou na série como Seu Flodoaldo, encontrou as gravações dos episódios exibidos e as postou no YouTube, gerando grande alarde no público, principalmente fãs da série Chaves, devido às comparações.

Seria uma ótima surpresa ter a série de volta à televisão com todos os 22 episódios. Talvez a movimentação dos fãs na internet gere interesse em alguma emissora. É esperar para ver.

 

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quarta-feira, 22 de março de 2023

CHAPOLIN COLORADO (1973)


O herói mais querido e atrapalhado da televisão!

Em 28 de fevereiro de 1973 estreava na televisão mexicana uma das séries de maior sucesso em toda a América Latina, Chapolin Colorado (El Chapulin Colorado). Apresentava as aventuras do herói atrapalhado, de mesmo nome, criado e interpretado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Embora a série tenha estreado em 1973, a primeira aparição do personagem ocorreu no final de 1970, dentro do programa Chespirito, onde vários personagens de Bolaños estrelavam seus próprios quadros humorísticos. Dentre estes quadros, dois se destacaram a ponto de chamar a atenção dos executivos da emissora, tornando-se séries independentes, Chaves (El Chavo Del Ocho) e Chapolin Colorado.

O Chapolin Colorado era um herói latino-americano que, embora tivesse grande fama, não apresentava características semelhantes aos famosos heróis do cinema e quadrinhos. Era fraco, baixinho, medroso e não tinha superpoderes. Vestia uniforme vermelho e tinha como escudo um coração no peito com as letras "CH". Suas principais armas eram a Marreta Biônica, as Antenas de Vinil, que apitavam ao detectarem a presença de inimigos, e as Pastilhas Encolhedoras. Estas últimas, após ingeridas, deixavam o herói com apenas 20 centímetros de estatura durante alguns minutos, facilitando entrar em locais pequenos e fugir da vista dos vilões. Ainda outras armas esporádicas eram usadas em missões pontuais, como a Corneta Paralisadora, que disparada uma vez em direção ao inimigo o paralisava, e duas vezes o fazia recuperar os movimentos.

Chapolin X Racha Cuca - cena do episódio "O Bandido"

Também era conhecido por seus vários bordões, citados com frequência nas mais variadas situações, como: "Não contavam com minha astúcia!", "Silêncio! Silêncio! Minhas anteninhas de vinil estão detectando a presença do inimigo!", "Palma, palma! Não priemos cânico", "Se aproveitam de minha nobreza!", "Eu acho...", "Suspeitei desde o princípio!", entre outros. Ainda tinha o costume de tentar citar ditados populares, sempre misturando uns com os outros e terminando a frase dizendo algo como: "A ideia é essa..." ou "É quase isso..."

As aventuras do Chapolin possuiam os mais variados temas, com episódios que se passavam em diferentes épocas e locais, como hotéis, velhos armazéns, Velho Oeste, Planeta Vênus, montanhas, navios piratas, casas comuns, etc. O herói chegou a intervir até mesmo em famosos contos, como o romance "Romeu e Julieta" (na ocasião chamados como "Juleu e Romieta"). Em outras ocasiões também usa sua habilidade de contador de histórias para dar exemplos às pessoas que pedem sua ajuda, como nos episódios "A Vendedora de Flores", "Cyrano de Bergerac" e "A Fortuna de Frederic Chopin". Há também episódios especiais em que conta histórias diretamente ao público, como em "Branca de Neve e os Sete Tchuim Tchuim Tchum Claim" e "O Alfaiate Valente".

Quando alguém se encontrava em perigo invocava o herói com a frase: "Oh! E agora, quem poderá me defender?", logo Chapolin aparecia inesperadamente dizendo: "Eu! Não contavam com minha astúcia!". Os casos a serem desvendados variavam entre coisas mínimas, como ajudar nos afazeres domésticos, a enfrentar os mais perigosos criminosos. Seus principais inimigos eram Racha Cuca, Tripa Seca, Quase Nada, Pirata Alma Negra, Botina, entre outros interpretados pelo mesmo elenco da série "Chaves". Também enfrentou ameaças como Frankenstein e o Abominável Homem das Neves. Ainda há episódios em que um herói rival aparece tentando roubar a cena, o norte-americano Super Sam, que tinha como arma um saco de dinheiro e repetia incansavelmente o bordão: "Time is Money!".

Dr. Chapatin

Os episódios tinham duração média de 22 a 25 minutos, sendo que em várias ocasiões a produção cedia alguns minutos para esquetes de outro personagem muito querido de Chespirito, o Doutor Chapatin. Dentre as esquetes mais famosas estão " Doutor Chapatin e o Contrabando" e "O Futebol é Minha Melhor Medicina". Houveram alguns episódios em que o citado médico atrapalhado interagia diretamente com Chapolin, como em "Quer Apostar Como Eu Nunca Mais Entro em Uma Aposta?" e "Fotos no Museu, Não!".

A série foi exibida na televisão mexicana entre 28 de fevereiro de 1973 e 26 de setembro de 1979. O último episódio foi um especial que reunia os atores para lembrar alguns dos melhores momentos do programa. Simultaneamente à exibição no méxico também era transmitida em outros países de fala hispânica, havendo várias turnês dos atores nestes países, apresentando-se como os famosos personagens das séries Chapolin Colorado e Chaves. Durante os anos alguns episódios deixaram de ser distribuídos às emissoras, sendo considerados episódios perdidos mundialmente. Em agosto de 2020 todos os contratos da série foram bloqueados, devido a um impasse entre a Televisa (emissora que produziu a série) e o Grupo Chespirito (detentor dos roteiros e personagens), cancelando as exibições nas emissoras e serviços de streaming em todo o mundo. Até então eram disponibilizados cerca de 250 episódios, divididos em 7 temporadas.

Chegou ao Brasil no início da década de 1980, quando a recém inaugurada emissora TVS (atual SBT) adquiriu um pacote de novelas com a Televisa. Neste mesmo pacote vieram as séries Chapolin Colorado e Chaves (saiba mais sobre a chegada das séries ao Brasil aqui). A princípio, a emissora enviou pouco mais de 20 episódios de Chapolin para dublar em seus estúdios, através da empresa MAGA, sob direção de Marcelo Gastaldi. Estreou em agosto de 1984 com grande sucesso junto ao público, fazendo com que a encomenda de novos lotes de episódios fossem realizadas em 1988, 1990 e 1992. Foi exibida ininterruptamente entre 1984 e 2000, voltando ao ar em várias ocasiões até o ano de 2020.

Cena do episódio "O Presente de Casamento"

A dublagem original MAGA contou com as vozes de Marcelo Gastaldi como Chapolin/Dr. Chapatin, Nelson Machado nos personagens de Carlos Villagrán, Carlos Seidl nos personagens de Ramón Valdés, Marta Volpiani nas personagens de Florinda Meza, Sandra Mara e Cecília Lemes nas personagens de Maria Antonieta de las Nieves, Potiguara Lopes e Osmiro Campos nos personagens de Rúben Aguirre, Silton Cardoso e Élcio Sodré nos personagens de Horácio Gómez e José Soares nos personagens de Raúl "Chato" Padilla. 

A exibição não se limitou à TV aberta, pois em meados de 2010 foi exibida em alguns canais da TV por assinatura, como Cartoon Network, Boomerang, TBS e Multishow. Este último foi o único a exibir todos os episódios disponíveis, pois além de exibir todos os que possuiam dublagem MAGA, mandou dublar os que ainda estavam inéditos no país. Ainda teve passagem pelo serviço de streaming Prime Video.

Ganhou vários produtos no mercado nacional como fitas VHS, gibis, álbuns de figurinhas, jogo para o console Master System e DVDs. Entre os produtos de maior destaque estiveram o jogo Chapolim X Drácula, que ganhou até mesmo propagandas na televisão no início dos anos 90, e os DVDs, inclusos em boxes com volumes das séries Chaves e Chespirito, lançados pela Amazonas Filmes à partir de 2005. Estes foram lançados com nova dublagem realizada no Studio Gábia, onde o protagonista foi dublado por Táta Guarnieri.

   

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quinta-feira, 16 de março de 2023

OS INVASORES (1967)

Uma excelente mistura de suspense e ficção!

Em 1967, estreava na televisão americana uma das maiores e mais influentes séries de ficção científica de todos os tempos, Os Invasores (The Invaders). Criada por Larry Cohen e produzida por Quinn Martin, foi exibida entre 10 de janeiro de 1967 e 26 de março de 1968 pela rede ABC, com um total de 43 episódios, de cerca de 50 minutos, divididos em 2 temporadas.

A trama apresentava o drama vivido pelo arquiteto David Vincent (Roy Thinnes), que em certa madrugada voltava de uma viagem de negócios, dirigindo seu automóvel em uma estrada deserta, quando parou para descansar um pouco. Neste mesmo instante se depara com um acontecimento que mudaria sua vida para sempre, quando avistou uma nave alienígena pousando no local. 

Agora, David, terá que percorrer muitas cidades, tentando provar a todos que a terra está sendo invadida secretamente por seres espaciais. Tal tarefa não é nada fácil, pois quase todos que ouvem sua narrativa fantástica o veem como um lunático. Durante a jornada consegue um pequeno grupo de aliados, com destaque para o empresário Edgar Scoville (Kent Smith).

Cena de investigação (1º episódio)

A emblemática cena das luzes da nave refletindo diante de David, ocorrida no primeiro episódio, é repetida durante todos os seguintes, de forma resumida, como parte do tema de abertura. A narração dos fatos é feita com um tom bastante sombrio e misterioso, mostrando o clima de suspense que percorre por toda a série. Ainda a lenta cena da nave invasora pousando traz todo o clima de suspense ao público, que certamente acompanhava perplexo cada passo de David Vincent em sua infindável jornada para tentar provar que o mundo sofria uma grande ameaça.

A misteriosa narração de abertura dizia: "Como começa um pesadelo? Para David Vincent, um arquiteto, que voltava para casa de uma viagem de negócios, começou alguns minutos depois das quatro horas de uma madrugada de terça-feira. Ele procurava um atalho que nunca foi encontrado. Tudo começou com um cartaz de boas-vindas e a esperança de tomar um café. Tudo começou com um bar fechado e deserto, e um homem cansado demais para poder continuar uma viagem. Nas próximas semanas, David Vincent voltará ao lugar onde tudo começou, muitas vezes..."

Emblemática cena do invasor sucumbindo sob luz vermelha

Um dos fatos mais interessantes da produção é os seres invasores terem aparência idêntica aos humanos. Disfarçavam-se através de mutação para se infiltrar na sociedade. Porém, alguns problemas no processo de mutação ocorriam, podendo-se identificar os invasores por algumas características como não mover os dedos mínimos e, na maioria dos casos, apresentar poucas emoções. Nas cenas em que algum dos invasores era ferido mortalmente usava-se um efeito de luz vermelha piscante, cobrindo-o totalmente até desaparecer.

Infelizmente a série foi cancelada após a segunda temporada sem ter um desfecho para a trama. Em 1995 houve uma continução, em formato de minissérie, onde Roy Thinnes volta a seu papel original de David Vincent, agora como um idoso, passando sua missão de alertar o mundo sobre os invasores ao jovem Nolan Wood, intepretado por Scott Bakula. Os direitos da série clássica, outrora da Worldvision, atualmente pertencem à Paramount.

Estreou no Brasil em meados de 1967 pela extinta TV Tupi, sendo distribuída pela TV Interamericana do Brasil. A dublagem foi realizada no estúdio carioca TV Cinesom, onde o protagonista ganhou a voz de Nilton Valério, dos episódios 1 à 29, e Luiz Carlos de Moraes, dos episódios 30 à 43. À partir de 1973 passou a ser exibida em cores, nas noites de quarta-feira, às 23h00. Esta tornou-se a exibição mais lembrada por quem acompanhava a série nos anos 70. 

Durante as décadas seguintes passou por várias outras emissoras, como Bandeirantes e TV Record. Em meados de 2010 foi exibida pelo canal pago TCM, com áudio original e legendas em português. Nos últimos anos vinha sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão. Foi lançada por completo em boxes de DVD, há alguns anos, pela distribuidora Vynix Multimídia e relançada recentemente pelo selo Screen Vision.




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segunda-feira, 13 de março de 2023

A LENDA DO ZORRO - ANIMÊ (1994)

      

A versão japonesa do famoso justiceiro mascarado!

Na segunda metade da década de 1990 o público brasileiro acompanhou a chegada de vários títulos em animê, tanto na televisão quanto em fitas VHS, devido ao enorme sucesso alcançado pela extinta Rede Manchete com a exibição de Os Cavaleiros do Zodiaco em 1994. À partir de então, as demais emissoras passaram a investir no gênero que havia se tornado mania entre o público infanto-juvenil. Assim conhecemos várias séries de sucesso, como Dragon Ball, Fly - O Pequeno Guerreiro, Shurato, Samurai Warriors, Sailor Moon, Super Campeões, As Guerreiras Mágicas de Rayearth, Yu Yu Hakusho, entre tantas outras. Porém, em meio a tantos consagrados títulos de ação, surgiram também alguns com menos destaque, mas que marcaram quem os acompanhou na época. Este foi o caso de A Lenda do Zorro (Kaiketsu Zorro), exibido pela Rede Record em 1998.

Baseado no personagem ocidental homônimo, criado pelo norte-americano Johnston McCulley em 1919, o animê foi produzido pelo estúdio Toho Company e animado pela Ashi Productions, sob encomenda da produtora italiana Mondo TV. A direção ficou à cargo de Katsumi Minoguchi e os roteiros foram escritos por Sukehiro Tomita. Sendo uma produção ítalo-japonesa, foi exibida primeiramente na Itália no ano de 1994, com todos os seus 52 episódios, pelo canal Itália 1. A exibição na televisão japonesa ocorreu apenas dois anos mais tarde, estreando em 5 de abril de 1996 e tendo seu último episódio exibido em 28 de março de 1997 pela NHK. No Japão foram omitidos seis episódios, já que a série que teve pouca repercussão, adiantando assim seu final. Diferentemente dos países europeus onde o animê fez muito sucesso, sendo lembrado pelo público com muito carinho até os dias de hoje.  

 

Zorro em ação!

A trama apresenta o jovem de 18 anos, Don Diego de la Vega, retornando ao lar na Califórnia após estudar na Espanha durante alguns anos. Antes de retornar foi avisado por seu pai, Alejandro de la Vega, através de uma carta, que o povo local estava sofrendo nas mãos do Exército Espanhol. Este cobrava altos impostos e tratava a todos com crueldade. O exército era liderado pelo Comandante Raymond e seu braço direito, Gabriel. Diego, secretamente, tornou-se campeão de esgrima, decidindo usar sua grande habilidade com espadas para defender seu povo, usando máscara e capa para manter sua identidade secreta, enquanto se fazia passar por um jovem desajeitado e preguiçoso, a fim de não levantar suspeitas.

O simpático trio de protagonistas: Lolita, Diego e Bernardo

O enredo é bastante fiel aos livros originais de McCulley, porém com algumas alterações no que se refere a personagens. A começar pelo protagonista Diego de la Vega, a identidade secreta de Zorro, que nesta versão tem cabelos loiros e não usa bigode. Seu fiel companheiro, Bernardo, aqui é uma criança, que além de não ser mudo como nos livros, logo começa a lutar ao lado do protagonista, sendo chamado como Pequeno Zorro. O interesse amoroso do protagonista é a geniosa jovem Lolita, que aparece originalmente na história "A Maldição de Capistrano", trazendo movimentação e situações interessantes ao animê. O Sargento Garcia ("Gonzalez" na obra original) é o típico vilão que não consegue ser mau, destoando do soldado implacável dos livros. Aqui o personagem mostra simpatia pelo jovem Diego de la Vega, além de ser bastante desajeitado, como na série "Zorro" produzida pela Walt Disney em 1957.

Cena de transformação

A cena mais memorável dos episódios é a transformação de Diego em Zorro, onde o herói veste sua máscara, chapéu, luvas e capa como se montasse uma armadura, com luzes brilhantes ao fundo e uma excelente trilha sonora. As cenas de batalhas com espadas também contam com animação e trilha sonora emocionantes. Os temas de abertura e encerramento são originalmente intepretados por Masaki Endo. Porém, na edição europeia (a mesma exibida no Brasil) mantiveram apenas a faixa instrumental.

Chegou ao Brasil inicialmente em fitas VHS com os primeiros episódios, pelo selo America Kids, no ano de 1997. Estreou na televisão pela Rede Record no ano de 1998, quando a emissora fechou contrato com a Paris Filmes, adquirindo um lote de animações, contendo quatro animês desconhecidos que adaptavam contos e personagens ocidentais como Robin Hood, A Lenda de Branca de Neve, O Flautista de Hamelin e, finalmente, A Lenda do Zorro

Capa do VHS lançado pela America Kids

Foi apresentado nas manhãs de domingo, no programa Domingo Criança, com relativo sucesso, mas saindo do ar em pouco mais de um ano após sua estreia. Infelizmente não exibiram todos os cinquenta e dois episódios, mas apenas cerca de vinte e cinco. Não se sabe se a série foi adquirida incompleta ou se foi estratégia da emissora segurar a segunda metade dos episódios. Ainda teve uma breve reprise no extinto canal pago Cine House e lançamento dos dois primeiros episódios em DVD no início dos anos 2000.

Teve duas dublagens diferentes, sendo a primera realizada no estúdio Alamo (VHS) e a segunda na BKS (televisão). O elenco de vozes na versão Alamo foi: Mauro Eduardo Lima como Zorro/Diego, Marli Bortoletto como Lolita, Thiago Keplmair como Bernardo e Jonas Mello como Sargento Garcia. A versão BKS contou com Wellington Lima como Zorro/Diego, Denise Reis como Lolita, Fábio Lucindo como Bernardo e Flávio Dias como Sargento Garcia.

    

 

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