quinta-feira, 15 de junho de 2023

INSPETOR BUGIGANGA (1983)

 

Inspector Gadget/DIC Entertainment
     

Em 1983, o público conheceu um simpático desenho animado que mostrava as aventuras de um agente secreto muito peculiar. Destacava-se por utilizar vários equipamentos instalados em seu corpo, mas principalmente por ser muito atrapalhado. O agente meio homem, meio máquina, atendia pelo nome de Inspector Gadget, ou como foi chamado no Brasil, Inspetor Bugiganga.

A série animada foi criada por Bruno Bianchi, Jean Chalopin e Andy Heyward, sendo uma produção conjunta entre França, Estados Unidos, Canadá e Japão. Produzida pela DiC Entertainment, foi exibida originalmente entre 12 de setembro de 1983 e 1 de fevereiro de 1986 pelo canal France 3, totalizando 86 episódios divididos em 2 temporadas.

Os episódios mostravam os casos a serem solucionados pelo atrapalhado Inspetor Bugiganga (Inspector Gadget). Este vestia sempre um jaleco de cor cinza e utilizava os vários equipamentos instalados em seu corpo como armas nas investigações. Dentre os aparatos estão uma hélice que sai de seu chapéu, uma mão extra, molas que o fazem saltar grandes distâncias, entre outros. Vivia com sua sobrinha, Penny, e o cão de estimação, Crânio (Brain). O Inspetor recebe ordens do Chefe Quimby (Chief Quimby), que estava sempre escondido em latas e outros locais apertados. 

Inspetor Bugiganga, Penny, Chefe Quimby e Crânio.

O principal vilão da série era o misterioso Dr. Garra (Dr. Claw), que nunca teve seu rosto revelado. Sempre aparecia sentado em uma cadeira, onde apenas sua mão era mostrada, por vezes acariciando seu gato de estimação. Era líder da organização criminosa MAD, que possuia capangas espalhados em todas as partes do mundo.

Os casos ocorriam nos mais variados locais e países, sendo que os mistérios eram sempre solucionados por Penny e seu cão Crânio. Bugiganga nunca notava este fato, crendo que sua habilidade e inteligência eram infalíveis. Penny nunca fazia questão de dizer ao tio que ela mesma er quem resolvia os casos, deixando-o crer que fazia tudo sozinho.

A cena mais icônica dos episódios era o momento em que o Chefe Quimby entregava um pequeno pedaço de papel à Bugiganga, explicando a missão do dia. O papel sempre explodia em poucos segundos após a leitura, e o atrapalhado Inspetor o lançava acidentalmente na direção do Chefe. Ainda as cenas em que o protragonista se atrapalhava ao usar seus equipamentos também garatiam boas risadas ao público.

Inspetor Bugiganga ganhou a voz de Don Adams, o Agente 86!

O Inspetor Bugiganga fora claramente inspirado no personagem Agente 86 (Get Smart), da série homônima de 1965. Tal fato nunca foi um segredo, já que o ator Don Adams, que interpretou o atrapalhado personagem na citada série, também deu voz ao protagonista da série animada.

O desenho estreou no Brasil ainda nos anos 80 pela TV Record, onde foi chamado como Inspetor Gandaia. Ganhou dublagem no estúdio carioca Herbert Richers, contando com alterações também em nomes de alguns personagens, como no caso do Chefe Quimby, aqui chamado como Chefe Bigode. As vozes desta versão foram de Cláudio Galvan como Inspetor Gandaia, Fernanda Crispim como Penny, Lauro Fabiano como Chefe Bigode e Luiz Feier Motta como Dr. Sinistro (Dr. Garra).

Posteriormente, a segunda temporada foi adquirida pelo SBT, ganhando dublagem pela MAGA. Esta versão contou com as vozes de Luiz Carlos de Moraes como Inspetor Bugiganga, Márcia Gomes como Penny, Mário Jorge Montini como Chefe Quimby e José Parisi Júnior como Dr. Garra. 

Ganhou lançamento de alguns episódios em fitas VHS e DVD, nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente. Para tais lançamentos ainda ganhou uma terceira dublagem, realizada no estúdio paulista BKS, contando com as vozes de Jorge Pires como Inspetor Bugiganga e Angélica Santos como Penny.

A última passagem da série pela TV aberta brasileira ocorreu em 2012, quando foi exibida pela TV Aparecida, no programa infantil Clubti, com dublagem da Herbert Richers.

 

CURIOSIDADES:

- A série animada nunca mostrou a origem do protagonista, não especificando como tornou-se um homem-máquina. Tal fato só foi explicado em uma coleção de cards lançada nos Estados Unidos, em 1991, mostrando que Gadget era um policial comum. Porém, ao escorregar em uma casca de banana, caiu do alto de uma escada e desmaiou. Ao acordar, estava em uma sala de operação, onde misteriosamente ganharia partes mecânicas.

- No episódio piloto, Bugiganga usava um bigode. Porém, o estúdio de produção recebeu uma crítica, via carta do estúdio MGM, dizendo que o personagem estava muito parecido com o Inspetor Closeau, interpretado pelo ator Peter Sellers no filme The Pink Panther de 1963. Assim, Bugiganga passou a aparecer sem bigode durante todos os demais episódios.

- O personagem foi adaptado para dois filmes live action, em 1999 e 2003, respectivamente. No primeiro o protagonista foi estrelado por Matthew Broderick, enquanto no segundo foi vivido por French Stewart. Ambos foram produções dos estúdios Walt Disney.

- O verdadeiro nome do Inspetor Bugiganga era John Brown. Tal fato fora revelado no filme produzido em 1999.

- Desde a década de 1990, ganhou jogos baseados na série para PC, Super Nintendo, Game Boy e PlayStation. 



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terça-feira, 6 de junho de 2023

"BATMAN" EM NOVO HORÁRIO NA REDE BRASIL

Desde a última quinta-feira (01), a clássica série dos anos 60, Batman, vem sendo exibida um pouco mais cedo na Rede Brasil de Televisão. Desde outubro de 2020, a emissora vem exibindo os episódios com imagem remasterizada em HD. 

Produzida em 1966, a série Batman, estrela por Adam West Burt Ward, popularizou o herói dos quadrinhos da DC Comics, criado em 1939. Apresenta as aventuras da Dupla Dinâmica, Batman e Robin, lutando contra os mais excêntricos criminosos em Gotham City. Para isto, contam com a ajuda da Polícia, através do Comissário Gordon e também do Chefe Ohara. Para suas investigações, utilizam os mais engenhosos equipamentos da Batcaverna, além do Cinto de Utilidades e o super veículo Batmóvel.

Está sendo exibida às quintas-feiras, à partir das 22h00, no bloco RB Aventura da Rede Brasil.



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segunda-feira, 5 de junho de 2023

SHAIDER (1984)

 Fechando a trilogia Policiais do Espaço e abrindo caminho para novos heróis de metal!

Uchuu Keiji Shaider/Toei Company (1984)

Após obter grande sucesso com as séries Policial do Espaço Gavan e Sharivan, o Guardião do Espaço em 1982 e 1983, respectivamente, era chegada a hora da Toei Company trazer mais um policial espacial nos moldes dos heróis anteriores. Assim, estreia em 2 de março de 1984 a série Policial do Espaço Shaider (Uchuu Keiji Shaider). Foi exibida pela TV Asahi até 8 de março de 1985, totalizando 49 episódios. Ainda ganhou dois filmes, com duração média de 25 minutos, como se fossem episódios especiais.

Os roteiros da nova série ficaram totalmente à cargo do experiente Shozo Uehara, que já havia trabalhado nas duas séries antecessoras. O design da armadura também seguiu nas mãos de Katsushi Murakami, resultando em um dos mais bonitos visuais de super-heróis japoneses dos anos 80. A grande mudança foi a escolha do ator que daria vida ao protagonista. Desta vez não escolheram um astro especializado em artes marciais como Kenji Ohba (Gavan) ou Hiroshi Watari (Sharivan), mas um nome mais voltado à interpretação para as cenas civis. Assim, foi convocado o ator Hiroshi Tsuburaya para dar vida ao novo herói. Hiroshi era neto de Eiji Tsuburaya, criador do icônico herói Ultraman.

Outro diferencial foi dar maior destaque à assistente do herói nas cenas de ação. Assim como Gavan contava com a ajuda de Mimi e Sharivan de Lili, Shaider contaria com Annie, intepretada por Naomi Morinaga. Diferente das antecessoras, Annie não se limitava a prestar assistência apenas investigando ou passando informações ao herói, mas também partia para o combate contra os inimigos. 

A trilha sonora seguiu o padrão de qualidade das séries anteriores, tendo excelentes temas de abertura e encerramento com as canções "Uchuu Keiji Shaider" e "Hallo! Shaider", respectivamente. Ambos foram compostos por Watanabe Michiaki e interpretados por Akira Kushida

Dai Sawamura e Annie

A trama tinha início com a Polícia do Espaço em alerta, pois uma nova ameaça surgia de forma aterrorizante. O Império Fuuma chegava com toda a força, colocando em prática seu plano de dominação, devastando muitos planetas. Liderado pelo terrível Imperador Kubilai, uma cabeça gigantesca que dava ordens a seus subordinados em sua base espacial mágica, o império ameaçava agora o planeta Terra. A fim de proteger o planeta, é recrutado o policial Dai Sawamura. Anteriormente um arqueólogo, foi integrado à Policia do Espaço após decifrar as figuras de Nazca, na Ilha de Páscoa, localizada no Perú. Antes de ser enviado à sua missão, pelo Comandante Kom, é apresentado à policial Annie por Mimi, que fora parceira de Gavan em sua missão contra o Império Makuu. Annie era nascida no Planeta Mount, que fora destruído por Fuuma. Agora estava disposta a auxiliar Dai em sua missão na Terra.

Ao chegar na Terra, Dai enfrenta seu primeiro desafio contra o monstro mágico de Fuuma. Nos momentos de perigo diz a palavra: "Sintetizar", recebendo seu traje metálico de cor azul e apresentando-se como o Policial do Espaço Shaider. Durante os combates, Shaider e seu oponente são enviados à outra dimensão por seus inimigos. O lugar é chamado como Templo Espacial Mágico, tornando os monstros de Fuuma mais fortes para enfrentar o herói. Esta dimensão é ativada pela Sacerdotisa Poe, considerada o braço direito de Kubilai. O imperador maligno ainda contava com outros assistentes, como o General Hessler e as garotas 1, 2, 3, 4 e 5.

O Império Mágico Fuuma

Assim como Takeshi Ichojoji e Den Iga, Dai usava um Jeep para fazer suas rondas e investigar em forma civil. Também torna-se amigo do atrapalhado Kojiro, figura presente nas séries anteriores. Aqui, o rapaz era dono de um pet shop e estava sempre tentando conquistar Annie. Como sempre, era o alívio cômico da produção, ganhando a simpatia do público durante os três anos de exibição das séries dos Policiais do Espaço.

Durante o desenrolar da trama é descoberto que o herói era descendente de outro guerreiro, também chamado Shaider, que derrotara Kubilai há 12.000 anos. Da metade para o final da série surgem novos inimigos, assim como o Império Fuuma mostra-se cada vez mais implacável. O desfecho da série é bastante empolgante, apresentando a luta de Shaider contra Kubilai, em sua forma original.

As principais armas de Shaider eram a Espada Multi-Laser, Pistola de Raio e Vídeo e o Shaiderscópio. Seus principais véiculos eram a Nave Babirus, Shaian, Nave Shaian, Sonda Shaian e a moto Skyjet Shaider.

Sharivan, Shaider e Gavan se encontram no episódio final da série.

Mesmo sendo uma sequência das séries de Gavan e Sharivan, os mesmos nunca aparecem durante os 48 episódios que fecham a trama principal da série derraideira. Apenas no episódio 49, considerado não apenas como o desfecho da série Shaider, mas de toda a trilogia dos Policiais do Espaço, ocorre o encontro dos três heróis. Na ocasião recordam os melhores momentos de suas sagas, encerrando com suas respectivas transformações. Após o término da trilogia, a Toei lançou outras séries com heróis de metal (a famosa linhagem Metal Hero), porém sem ligação direta com os três policiais espaciais. A série exibida na TV Asahi após o final de Shaider foi O Fantástico Jaspion.

Chegou ao Brasil em 1990 com o título "Sheider", estreando em 19 de novembro pela TV Gazeta, onde permaneceu até 23 de março de 1991. Entre abril e junho de 1991, passou a ser exibida nas manhãs da Globo, na faixa das 7h35. Ainda em 1991 voltou à Gazeta, sendo exibida ao lado de outras séries japonesas como Space Cop (Gavan) e Bicrossers, no programa infantil Gazetinha. Entre 1992 e 1993 passou a ser exibido como tapa-buraco nas madrugadas da Globo

Curiosamente, a Gazeta exibiu um tema de abertura em português, que é considerado perdido atualmente, enquanto a Globo exibia apenas um trecho da abertura original com a voz padrão da emissora dizendo: "Rede Globo apresenta, Sheider". A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Eduardo Borguert como Shaider e Marisa Leal como Annie. O único produto lançado em nosso mercado foi uma fita VHS com os três primeiros episódios, pelo selo Globo Vídeo.

 

- Leia também:

GAVAN (1982) 

SHARIVAN (1983) 

 

- Leia no Blog Sushi POP (por Alexandre Nagado

Metal Hero: Tecnologia e ação! 

Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos 

Katsushi Murakami: Designer de super-heróis 

 

 

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sábado, 3 de junho de 2023

OS TREMENDÕES (1970)

 

Where´s Huddles?/Hanna-Barbera (1970)

Desde a década de 1950, o pioneiro estúdio de animação Hanna-Barbera ficou conhecido por sua técnica de produzir animações boas e baratas para a TV, com séries curtas, como Jambo e Ruivão, Zé Colmeia, Dom Pixote e Pepe Legal. Porém, em 1960, o estúdio lança seu projeto de fazer uma série animada em formato sitcom, com episódios de 30 minutos, estreando Os Flintstones em horário nobre na rede ABC. O sucesso da série foi tão grande que a mesma rendeu 6 temporadas. Assim surgiram vários outros desenhos neste formato, como os sucessos Os Jetsons e Scooby-Doo. Também deve-se destacar aquelas séries que chamaram a atenção na época, mas atualmente são menos lembradas, como Tutubarão, Dinamite, O Bionicão, As Aventuras de Charlie Chan, Os Muzzarelas e o tema desta matéria, Os Tremendões (Where´s Huddles?).

A série animada Os Tremendões apresentava os vizinhos e melhores amigos, Ed Chefe e Buba Mascote. Além de serem muito atrapalhados, eram jogadores profissionais de futebol americano, atuando pela equipe dos Rinocerontes. Ed era casado com Norma e tinha uma filhinha chamada Pompom. Seu mascote era um cachorro chamado Caldo. Buba era casado com Pita, também a melhor amiga de Norma. Outros personagens recorrentes na série são o Treinador e o melhor jogardor do time, chamado Cargueiro

Os episódios giravam em torno das trapalhadas dupla, geralmente envolvendo o vizinho encrenqueiro, Cláudio Perturbado. Este era um sujeito arrogante que vivia com sua mascote, a gata Sardinha, tão esnobe quanto o dono. O vizinho muitas vezes se aproveitava da inocência e bondade dos vizinhos, causando grandes confusões

Foi exibido na televisão estadunidense entre 1 de julho e 2 de setembro de 1970, contando com apenas uma temporada e um total de 10 episódios. Um fato marcante era contar com a voz de Dick Enberg, u famoso locutor esportivo dos Estados Unidos, como narrador das partidas de futebol americano nos episódios. Foi produzido e dirigido por William Hanna, Joseph Barbera, contando também com os nomes de Alex Lovy, na produção, e Charles Nichols, na direção.

Estreou no Brasil em meados de 1978 pela TV Record. As últimas reprises ocorreram no incício dos anos 2000, pelo canal pago Boomerang. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Dublasom Guanabara. As vozes escaladas foram de Antônio Patiño como Ed Chefe, Orlando Drummond como Buba Mascote, Nelly Amaral como Norma, Ruth Schelske como Pita, Mário Monjardim como Cláudio Perturbado, Alberto Perez como Cargueiro, Arthur Costa Filho como Treinador e Waldyr Sant'anna como o Narrador.

 

 

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quinta-feira, 1 de junho de 2023

O FANTASMA ESCRITOR (1992)

      


Em meados do ano 2000, a TV Cultura passou a exibir uma série que chamou a atenção do público, dentre sua vasta programação infantil na época, por tratar de casos misteriosos, colocando adolescentes como detetives e tendo como elemento principal um ser que os ajudava nas investigações. A série intitulada O Fantasma Escritor (Ghostwriter) figurou entre as atrações mais queridas pelas crianças que acompanhavam a emissora naquele período.

A trama tinha início com o garoto Jamal Jenkins (Sheldon Turnipseed), que certo dia passa a ver misteriosas palavras escritas em seu novo computador, assim como em placas de rua e outros locais. O mesmo acontece com sua amiga Lenni Frazier (Blaze Berdahl). Assustados com o estranho acontecimento, logo os garotos descobrem que tais escritas eram feitas por um ser invisível. Mais precisamente um fantasma bondoso, que ficara preso em um livro durante muitos anos. Agora, somente os garotos em que o Fantasma Escritor tivesse confiança poderiam ver seus escritos, nos mais variados locais em que houvesse letras para juntar e formar palavras.

Alex, Tina, Jamal, Lenni, Gaby e Rob.

O intuito do Fantasma era ajudar na solução de casos misteriosos que aconteciam na cidade. Para isso, recruta, inicialmente, Jamal e Lenni para tornarem-se uma espécie de detetives mirins, sendo isto um segredo. As pistas eram passadas através de palavras e frases que apenas os jovens detetives podiam ver. Logo o Fantasma recruta outros garotos para integrar o time de investigadores, como os irmãos Alex Fernández (David López) e Gaby Fernández (Mayteana Morales), que eram filhos do dono de um pequeno mercado no bairro em que viviam, localizado em Nova York. Logo unem-se à equipe outros garotos, como Tina Nguyen (Tram-Anh Tran) e Rob Baker (Todd Alexander Cohen).

Os episódios eram apresentados em quatro ou cinco partes, prendendo a atenção das crianças até o desfecho do caso. Entre os episódios mais lembrados estão o do caso do veneno enterrado e de uma locadora de vídeo que pirateava fitas VHS. Além de entreter, o intuito da série era ajudar na alfabetização das crianças do primário. A exibição no Brasil contou com o cuidado de converter as palavras e frases para o português, tornando a produção mais proveitosa ao público local.

A série foi criada por Liz Nealon e produzida pela Children's Television Workshop e BBC Television, sendo exibida originalmente entre 4 de outubro de 1992 e 12 de fevereiro de 1995.Teve um total de 74 episódios, com 18 arcos apresentados em episódios divididos em 4 ou 5 partes, sendo finalizado em sua terceira temporada. Ganhou alguns prêmios e teve bons índices de audiência em seu país de origem.

Chegou ao Brasil no início dos anos 2000, inicialmente pelo canal pago Discovery Kids, passando algum tempo depois também na TV aberta, nas tardes da TV Cultura, com grande sucesso. A dublagem nacional foi realizada no estúdio DPN Santos. Foi exibida durante alguns anos pela amissora, porém saiu do ar, nunca mais ganhando novas reprises ou lançamento em DVD, Blu-Ray ou serviço de streaming.



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sexta-feira, 26 de maio de 2023

"SUPER CAMPEÕES" ESTREIA NA PLUTO TV


A plataforma de streaming Pluto TV adicionou mais uma série de animê à sua programação, Super Campeões (Captain Tsubasa). A clássica franquia, criada por Yoichi Takahashi, surgiu inicialmente em mangá nos anos 80. Sua primeira versão em animê estreou no Japão em 1983.

Conta a história do garoto japonês, Tsubasa Ozora, que tem grande talento para jogar futebol. Ao mudar-se para a cidade de Nankatsu, entra para o time do colégio. Em seguida conhece o jogador da Seleção Brasileira, Roberto Hongo, que vai ao país para tratar de um problema nos olhos à convite do pai de Tsubasa. Assim, garoto e seus amigos aprendem novas técnicas com Roberto, iniciando seu sonho de seguir carreira profissional. 

A primeira série da franquia exibida no Brasil foi o remake de 1994, intitulado Captain Tsubasa J. No Brasil chamada como Super Campeões, sendo exibido à partir de 1997 pela Rede Manchete. A versão exibida na Pluto TV é o remake produzido em 2018, intitulado apenas como Captain Tsubasa, assim como a série original de 1983. Curiosamente o guia de programação da plataforma está usando o título adaptado da versão da Manchete. Esta versão possui 52 episódios e teve sua segunda temporada anunciada para 2023.

Super Campeões está sendo exibido no canal Pluto TV Anime (327). Também está disponível para os assinantes da Prime Video e Crunchyroll. A Pluto TV é um serviço de streaming gratuito, contando com dezenas de canais e conteúdo sob demanda. Pode ser assistida através de aplicativo para smartphones, smart TVs ou pelo site: https://pluto.tv

Leia um review completo sobre o animê no Blog Sushi POP: Super Campeões



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quinta-feira, 25 de maio de 2023

"GUERREIRAS MÁGICAS DE RAYEARTH" ESTREIA NA CRUNCHYROLL

O clássico animê Guerreiras Mágicas de Rayearth (Mahō Kishi Reiāsu) está disponível para os assinantes do serviço de streaming Crunchyroll, especializado em animações orientais. Produzido pelo estúdio TMS Entertainment em 1994, foi baseado no mangá homônimo da CLAMP, publicado na revista Nakayoshi entre novembro de 1993 e abril de 1996. Teve um total de 49 episodios.

A série mostra as aventuras das garotas Lucy, Marine e Anne, que durante uma excursão escolar, à Torre de Tóquio, são misteriosamente transportadas ao mundo de Zephir. Descobrem que são a única esperança de salvar a Princesa Esmeralda, que fora raptada pelo feiticeiro Zagard, assim como a esperança daquele mundo. Ao encontrarem-se com Clef, é revelado que são escolhidas para tornarem-se guerreiras que lutariam pela paz. Assim, Lucy torna-se a Guerreira do Fogo, Marine a Guerreira da Água e Anne a Guerreira dos Ventos.

Exibido no Brasil em 1996, pelo SBT, teve um sucesso considerável. Teve alguns episódios lançados em fitas VHS, além de um CD com músicas em português. A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Gota Mágica. Atualmente também está disponível para os assinantes do serviço de streaming Prime Vídeo.

 

Acesse os episódios do animê na Crunchyroll (apenas para assinantes da plataforma)

 

Leia no Blog Sushi POP:

Grandes Antologias de Mangá: NAKAYOSHI 

 

 

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terça-feira, 23 de maio de 2023

O CALHAMBEQUE MÁGICO (1968)

 

Chitty Chitty Bang Bang

Na década de 1960, os musicais para cinema ainda faziam grande sucesso entre o público em geral. Para o público infantil, produções como o premiado longa-metragem Mary Poppins (dos estúdios Walt Disney - 1964), chamavam muito a atenção. Nesta mesma linha, foi lançado em 1968 mais um longa-metragem com enredo fantasioso, personagens carismáticos e canções que marcariam o público para sempre. O Calhambeque Mágico (Chitty Chitty Bang Bang) - (Estados Unidos / Reino Unido). Baseado no livro homônimo de Ian Fleming (criador do agente James Bond), o filme foi produzido por Albert Broccoli, em parceria com os estúdios MGM e United Artists. O roteiro ficou à cargo de Roald Dahl (autor de clássicos como "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Matilda") e Ken Hugues. Este último também dirigiu a produção.

A trama apresenta um excêntrico inventor, chamado Caractacus Potts (Dick Van Dyke), que vive em uma velha casa com seu pai, chamado como Vovô Potts (Lionel Jeffries), e seus dois filhos, Jeremy (Adrian Hall) e Jemima (Heather Ripley). As crianças viviam brincando em um velho calhambeque, que fora incendiado em uma corrida, no ferro velho do Sr. Coggins (Desmond Llewelyn). Até que um dia chega um comprador para o carro que tanto alegrava as crianças. Desanimadas, por não poderem mais brincar no veículo, fazem o velho dono do ferro velho prometer que não o venderá até que falem com seu pai, que sem dúvida cobriria a oferta.

Ao voltarem para casa, correndo, quase sofrem um acidente ao passaram à frente de um carro na estrada. A motorista era a simpática Senhorita Truly Scrumptious (Sally Ann Howes), que após verificar se as crianças estavam bem, as leva para casa em seu carro. Ali chegando, conhece o laboratório do Professor Potts. Porém, ao tentar lhe dar conselhos sobre não deixar seus filhos correrem sozinhos na estrada, acaba criando uma discussão, deixando o inventor muito irritado. Ainda assim, Jeremy e Jemima dizem que gostaram muito da moça, não guardando ressentimentos.

Cena musical na fábrica de doces

Na mesa do jantar, contam ao pai sobre o combinado com o dono do ferro velho, já contando que poderiam comprar o calhambeque. O problema era que não tinham dinheiro para isto. Ainda assim, Potts diz a seus filhos que poderiam trabalhar para ganhar o dinheiro necessário, mantendo a esperança das crianças. À partir de então, vemos Potts usando suas inveções, sem muito sucesso, a fim de arrecadar o dinheiro. Em uma destas tentativas vai a uma fábrica de doces, levar suas balas que apitam para negociar sua produção. O que ele não esperava era encontrar Truly no local, pois seu pai era dono da fábrica. Mesmo após a discussão do primeiro encontro, a simpática moça ainda tenta ajudá-lo, mas sem sucesso.

O Professor volta para casa, um tanto desanimado por não conseguir realizar o sonho de seus filhos. Até que tem a ideia de levar sua máquina automática de cortar cabelos ao parque de diversões, que acabara de chegar à cidade. Ali também não tem muito sucesso, pois sua invenção não funcionou corretamente, deixando o primeiro cliente careca. Ao fugir do homem, que estava furioso, entra por acidente em um camarim de dançarinos, que entrariam em cena para uma apresentação. Acaba participando do número, cantando e dançando por acidente. Ao final do espetáculo, o público jogou muitas moedas ao palco, pois a apresentação havia sido um sucesso. Assim, o Professor Potts consegue o dinheiro necessário para comprar o velho calhambeque para seus filhos, que ficam muito felizes.

Truly, Jemima, Jeremy, Potts e Jeremy no calhambeque reformado

Ao chegar em casa com o veículo, passa dias seguidos em seu laboratório para reformá-lo. Até que, quando Jeremy e Jemima menos esperavam, o pai abre a porta da garagem com o carro totalmente restaurado. Logo saem para um passeio na praia, a fim de estrear o calhambeque, o qual apelidaram de "Chitty", devido ao barulho que seu motor fazia. No caminho acabam encontrando Truly mais uma vez. O carro da moça havia ficado atolado na lama. Assim, as crianças a convidam a passear com eles, com o consentimento do pai.

Chegando à praia as crianças pedem ao pai que lhes conte uma história. Potts vê um barco se aproximando da praia, passando a inventar um conto fantástico, envolvendo a eles mesmos. Na narrativa, o barco pertencia ao Barão Bomburst (Gert Fröbe), que reinava como um tirano na Vulgária e tentava roubar o calhambeque da família, por se tratar de um carro mágico, que podia voar e boiar sobre a água. Assim, inicia-se uma aventura ao reino de Bomburst, que sequestou o Vovô Potts, achando que ele era o inventor do carro maravilhoso. 

Ao chegarem na Vulgária, Potts e sua família descobrem que o reino não possuia crianças, já que todas eram mantidas como prisioneiras. O Barão queria que todos os brinquedos do reino pertencessem somente a ele, obrigando o fabricante do vilarejo (Benny Hill) a se desdobrar em criatividade nos presentes em cada um de seus aniversários. A situação fica ainda mais complicada após Jeremy e Jemima serem sequestrados pelo terrível Caçador de Crianças (Robert Helpmann), a mando do Barão. Assim, Potts e Truly partem em direção ao castelo de Bomburst, a fim de resgatar as crianças e o Vovô Potts.

O terrível Barão Bomburst e seus homens

O filme conta com várias canções marcantes como "Chitty Chitty Bang Bang", "Toot Sweets", "Me 'Ol Bam-Boo", The Roses of Sucess", "Truly Scrumptious", entre outras. A atuação do comediante Dick Van Dyke é brilhante, sobretudo nas cenas em que mostra todo o seu talento como cantor e dançarino. Os cenários são muito bonitos. O roteiro é envolvente e traz uma bela lição sobre o valor da família. A trilha sonora é impecável. Sem dúvida, um dos melhores musicais infantis de todos os tempos. Recomendado para assistir com toda a família.

Foi exibido nos cinemas brasileiros no final da década de 1960, sendo reprisado por diversas vezes na televisão na década seguinte. A dublagem ficou à cargo do estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Newton da Matta como Caractacus Potts, Miriam Ficher como Truly Scrumptious, Magalhães Graça como Vovô Potts e André Luiz "Chapéu" como Barão Bomburst. Atualmente está disponível em DVD, para aluguel no serviço de streaming Prime Video e por vezes reprisado na TV aberta pela Rede Brasil de Televisão.



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quinta-feira, 18 de maio de 2023

PLANETA DOS MACACOS - A SÉRIE (1974)

         

A franquia que marcou o cinema, também ganhou uma série. 

Em 1968, o mundo conheceu um dos maiores clássicos dos filmes de ficção científica, O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes). Baseado no livro francês La Planète des Singes, de Pierre Boulle, publicado em 1963. Mesmo com várias alterações de roteiro e cenários, o filme trouxe uma trama que impactou o público e provou à crítica que filmes fantásticos eram lucrativos e atraiam pessoas das mais variadas faixas etárias. O sucesso do filme, estrelado por Charlton Heston, gerou uma sequência de mais quatro filmes, sendo De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), A Fuga do Paneta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e Batalha do Planeta dos Macacos (1973). Mesmo que nenhum dos outros filmes tenham alcançado o mesmo sucesso de bilheteria do primeiro, ainda assim houve fôlego para a criação de uma série, que estreou em 1974.

A produção ficou à cargo de Stan Hough e Herbert Hirschman, substituindo o recém-falecido Arthur P. Jacobs (1922-1973), que cuidara da produção dos filmes. O conceito ficou à cargo do renomando Rod Serling, criador e produtor da icônica série Além da Imaginação (The Twlight Zone). A nova série era tida como sucesso certo, já que os filmes ainda estavam frescos na memória do público. Também foram convidados os roteiristas Ken Spears e Joe Ruby, especializados em desenhos animados, no intuito de trazer um clima mais leve à trama, chamando assim também a atenção do público infantil. Esta não foi a primeira vez em que os executivos da 20th Century Fox cogitaram priduzir uma série para a franquia, mas apenas após o lançamento do quinto e último filme (da fase clássica) é que o projeto saiu do papel. 

A série estreou na televisão americana em 13 de setembro de 1974 pela rede CBS, com episódios de 50 minutos de duração, estrelando Ron Harper, James Naughton e Roddy McDowall. Este último já havia atuado em quatro dos cinco filmes da franquia. Outros nomes de peso no elenco foram Mark Lenard e Booth Colman. Infelizmente a audiência não atendeu as expectativas da produtora, que também tinha altos custos para realizar as filmagens. Assim, a série foi cancelada com apenas 14 episódios, quando inicialmente estavam planejados 22 para a primeira temporada.

Os heróis: Pete, Galen e Alan

A trama apresentava a chegada dos astronautas Alan Virdon (Ron Harper) e Pete Burke (James Naughton) a um planeta de aparência rústica, dominado por macacos. Tal planeta era na verdade a própria Terra, porém, no futuro, mais precisamente no ano de 3095. A razão da partida dos astronautas a este mundo, que na verdade não passara de uma viagem temporal, era resgatar os astronautas que haviam se perdido ali no primeiro filme da franquia. A chegada da nave ao planeta desperta a ira do governo local, especialmente do General Urko (Mark Lenard) e do Conselheiro Zaius (Booth Colman).

Logo de cara, Alan e Pete recebem a ajuda do chipanzé Galen (Roddy McDowall) que simpatiza com os astronautas por parecerem diferentes dos humanos de seus dias. Assim é descoberto que a raça humana é tida como inferior, pois havia se autodestruído pelas guerras do passado, tornando os macacos em uma raça dominante no planeta. 

Saber desta realidade deixa os astronautas perplexos e em situação de perigo, pois eram os únicos humanos que sabiam ler, podendo desvendar o segredo da dominação humana no passado. Isto era tido como segredo do governo local, que não permitiria um retorno do homem como superior. Além disso, a nave dos astronautas havia sido destruída. Diferente dos filmes, na série os humanos sabiam falar.

Os vilões: Urko e Zaius.

Os primeiros episódios deixam uma ponta a ser desenvolvida no decorrer da série, sobre uma forma de recuperar os dados da viagem espacial dos astronautas através de um disco de dados. Porém, a curta duração da série fez com que este fator ficasse esquecido e sem conclusão. 

A cada semana era apresentado um problema para o trio de protagonistas resolver, enquanto viajavam por várias cidades e fugiam dos soldados enviados por Urko. Alan e Pete eram tidos como ameaças à supremacia dos macacos, enquanto Galen se via em situação difícil, tendo que ajudar seus amigos humanos, indiretamente lutando contra sua própria raça símia. 

Estreou no Brasil no ano de 1976 pela Globo, fazendo grande sucesso. Já nos anos 80 e 90, foi reprisada várias vezes pelo SBT. Nos últimos anos vem sendo exibida pela Rede Brasil de Televisão, no bloco Séries de Ouro. Em 2022, a emissora passou a exibir os episódios com imagem remasterizada em HD. Ainda ganhou lançamento completo em box de DVDs, pelo selo World Classics em 2019. 

A dublagem nacional foi realizada no estúdio carioca Technisom, contando com as vozes de Antônio Patiño como Alan Virdon, Ionei Silva como Pete Burke, Rodney Gomes como Galen, Pietro Mário como Zaius e Milton Luís como Urko.



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sábado, 13 de maio de 2023

THE MONKEES - DA COMÉDIA PARA O SUCESSO MUSICAL

Uma banda divertida na TV e na música dos anos 60.

The Monkees - Atores e músicos de sucesso.


Por Alexandre Nagado [*]

A partir de sua histórica aparição no programa de TV The Ed Sullivan Show em 1964, os Beatles se tornaram um fenômeno de público nos EUA e de lá para o mundo. Seus discos vendiam milhões e isso movimentou o mercado musical, com as gravadoras procurando artistas que seguissem mais ou menos o mesmo estilo consagrado.

Pensando além, executivos Bob Rafelson e Bert Schneider, da emissora americana NBC, bolaram um programa de TV que mostrasse o cotidiano de uma banda muito parecida com os Fab Four, em histórias cheias de humor e aventura que seriam a vitrine para divulgar os singles e álbuns dessa banda imaginária. Surgia o conceito inicial da série de TV The Monkees.

Após muitas audições, chegou-se à formação oficial, que trazia os ex-astros mirins Davy Jones e Micky Dolenz, já experientes como atores, mais os músicos Michael "Mike" Nesmith e Peter Tork. A ideia é que eles seriam apenas atores do programa, e cantariam as músicas compostas, tocadas e produzidas por artistas renomados.

O tema de abertura – e mais um monte de canções do repertório – ficaria a cargo da dupla de compositores Tommy Boyce e Bobby Hart. O icônico tema foi cantado por Micky, com Boyce e Hart fazendo o coro.


Com muita insistência, Mike Nesmith conseguiu que gravassem uma de suas composições estilo country, e Peter só pisou no estúdio para gravar violão em uma faixa, visto que não gostaram de sua voz. Os músicos do grupo ficaram desapontados com o pouco espaço, mas pegaram a oportunidade e se concentraram no trabalho de atuação. Mike seria o único a manter composições próprias em uma base regular. 

The Monkees estreou em 12 de setembro de 1966, mostrando o cotidiano de uma banda de rock tentando o caminho para o estrelato e se metendo em várias confusões. O disco de estreia, que leva apenas o nome da banda, também foi muito bem, sendo seguido no ano seguinte por More of The Monkees. O programa e a banda logo caíram nas graças do público, mas também na mira da crítica musical. Se por um lado, canções como “Last train to Clarksville”, “I´m not your stepping stone”, "Daydream Believer" e outras faziam sucesso, a imprensa logo começou a pegar no pé deles, apontando a armação de gravadora e estúdio de TV. Mas nada abalava sua popularidade. 

Com seu humor infantil e escrachado, logo conquistaram o público, e até John Lennon disse que se divertia com a série. Foram 58 episódios, divididos em duas temporadas que fizeram sucesso mundo afora, inclusive no Brasil.

Os segmentos musicais dos episódios deixavam claro que o baterista e vocalista Micky Dolenz não sabia tocar o instrumento, apenas fingia. Na verdade, todos fingiam tocar, pois os discos foram tocados por músicos de estúdio. Veio o segundo disco, lançado sem que os próprios artistas fossem avisados do dia em que chegaria às lojas.

Com suas canções tocando nas rádios, havia a pressão para apresentações ao vivo. Peter e Mike já sabiam tocar profissionalmente baixo e guitarra, respectivamente. Davy tocava apenas percussões leves, como pandeiros e maracas, coisa que fazia com desenvoltura, mas Micky teve que fazer um curso intensivo de bateria. 

Após um primeiro show experimental no Hawaii, onde qualquer fiasco poderia ser rapidamente abafado, o grupo foi se sentindo mais uma banda de rock e menos um elenco de série de TV. A partir dessa apresentação, vários shows foram sendo agendados. Em alguns, deram chance para que um cantor e guitarrista desconhecido abrisse os shows. Era Jimmy Hendrix, que se tornaria uma lenda do rock. 

Com a série dando audiência, e com a crítica musical desdenhando deles, os Monkees resolveram que já tinham cacife para fazer exigências. Então, conseguiram se organizar para produzir um disco autoral como seu terceiro álbum. Contrataram o baixista e produtor Chip Douglas e se fecharam em um estúdio. Com várias composições próprias e algumas de convidados que escolheram, eles encararam o desafio, tocando em todas as faixas. 

Headquarters foi lançado em 1967 e era um baita disco, com pérolas como "Shades of grey", "You just may be the one" e "For Pete´s sake". Porém, foi lançado quase que ao mesmo tempo em que Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, muitas vezes apontado como o maior álbum de rock de todos os tempos. Mesmo ofuscado pelo ar revolucionário do disco dos Fab Four, o Headquarters conseguiu fazer bonito, ficando 11 semanas em segundo lugar nas paradas.
 
 
Cartaz do filme HEAD (Os Monkees Estão Soltos)

Em 1968, veio o filme HEAD, um título que pegava carona no HELP! dos Beatles. Com roteiro de Jack Nicholson e Bob Rafelson, veio um filme estranho, experimental e sem relação com o clima de diversão que imperava na série de TV. No Brasil, foi batizado de Os Monkees Estão Soltos, sendo exibido diversas vezes. A música principal do filme era "Circle Sky", escrita e cantada por Mike Nesmith. 

Na parte do filme onde a música toca, aparecem imagens terríveis da guerra no Vietnã, inclusive mostrando mulheres e crianças em sofrimento. No final, uma plateia ensandecida invade o palco e desmembra os músicos, numa cena fake e grotesca. O filme dificilmente agradou a quem gostava do clima leve e alegre da série de TV.

A banda continuou de forma mais ou menos regular nos anos seguintes. Mike saiu, depois Peter. Os compositores Boyce e Hart foram oficializados como membros durante um tempo, e a banda nunca parou realmente, pois seu público se mantinha fiel. Sem a formação original completa, vários trabalhos foram lançados, com a banda acomodada no papel de intérpretes, com compositores e músicos convidados. 

The New Monkees - Uma tentativa fracassada de reviver a série com outros atores.


Na metade dos anos 80, as reprises na TV alcançaram grande sucesso e uma nova série, com novo elenco, foi lançada, com o título The New Monkees. Foi um fiasco, e nunca mais tentaram substituir os ícones da década de 1960. 

A formação original e definitiva só se reuniu novamente em 1995, para o álbum Justus (Just us). Pela primeira e única vez sem compositores de fora e sem músicos convidados, o quarteto fez o que seria seu trabalho mais autoral. Um tanto irregular, mas com momentos deliciosos, Justus abre com uma regravação de "Circle Sky", seguida de 11 faixas inéditas, com destaque para a belíssima “It´s not too late”.

De maneira inesperada, os fãs chorariam a morte de Davy Jones em 2012, falecido aos 66 anos após um repentino ataque cardíaco.
 
Para comemorar os 50 anos em 2016, o trio remanescente lançou Good Times, uma produção inspirada que misturava composições deles com a de convidados, incluindo Noel Galagher, do Oasis. Uma canção inédita cantada por Davy foi incluída, para que ele estivesse presente. Peter e Micky, com a eventual participação de Mike, seguiriam com shows sempre com casa lotada, mas Peter Tork faleceria em 2019, aos 77 anos.

Em seguida, Dolenz e Nesmith fizeram uma turnê pelos EUA, intitulada The Monkees Present – The Micky and Mike Show. Ambos continuavam com suas vozes em excelente forma, mas Mike não estava bem de saúde, tendo sido hospitalizado após um dos shows. Em uma gravação que circulou na web, ele é visto se perdendo mais de uma vez em uma canção, fazendo enorme esforço para prosseguir. Infelizmente, Nesmith faleceu no final de 2021, aos 78 anos. 
 
Último integrante vivo, Micky Dolenz iniciou 2023 uma turnê pelos EUA, celebrando o legado dos Monkees.
 
Considerados um verdadeiro fenômeno de seu tempo, foi uma banda que surgiu em uma série de TV e vendeu mais de 75 milhões de discos em todo o mundo. Com honras e sem nenhum demérito pela definição, a melhor e mais divertida banda pré-fabricada de todos os tempos.
 
 
[*] Texto publicado originalmente no antigo blog Reflexo Cultural. O autor do texto, Alexandre Nagado, é cartunista, roteirista de quadrinhos e escritor. Entre seus trabalhos destacam-se os roteiros das HQs Changeman, Flashman e Maskman, pela Editora Abril. Machine Man, Sharivan e Goggle V pela editora Ebal. Street Fighter pela Editora Escala. Matérias na Revista Herói pela Editora ACME. Livros Almanaque da Cultura Pop Japonesa pela Editora Via Letera e Paulo Fukue - O Engenheiro de Papel pela Editora Criativo / Editora GRRR!. Atualmente escreve sobre cultura pop japonesa em seu Blog Sushi POP




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terça-feira, 9 de maio de 2023

AS AVENTURAS DE BATMAN E ROBIN, O GAROTO PRODÍGIO (1968)

A década de 1960, sem dúvida, foi muito importante para difundir a imagem do super-herói Batman entre o público. Mesmo tendo sido criado na década de 1930 para quadrinhos e ganhado duas minisséries para cinema na década de 1940, foi com a famosa série de TV, estrelada por Adam West e Burt Ward em 1966, que a fama do homem-morcego se expandiu por todo o mundo. Prova disso foram as animações do herói, que durante muitos anos tiveram seus traços baseados na mesma. A primeira série animada produzida após o fim do icônico show da Dupla Dinâmica foi As Aventuras de Batman e Robin, o Garoto Prodígio (Batman with Robin The Boy Wonder).

A trama apresentava o milionário Bruce Wayne e seu jovem pupilo Dick Grayson lutando secretamente contra os excêntricos criminosos de Gotham City. Suas identidades secretas eram conhecidas apenas por seu mordomo, Alfred. Este atendia os chamados de socorro pela Batphone, a linha secreta da polícia com a Batcaverna. Ao receberem o chamado, Bruce e Dick logo dirigem-se à sua tecnologica base secreta subterrânea, onde juntos desvendam as pistas dos casos. Da Batcaverna dirigem-se ao Departamento de Polícia de Gotham City em seu Batmóvel. Por vezes também eram ajudados pela heroina Batgirl, a identidade secreta de Barbara Gordon, filha do famoso Comissário Gordon.

Os heróis: Batman, Robin e Batgirl
    

Os roteiros eram bastante parecidos com a série de 1966, apresentando o vilão do dia com sua respectiva trama maquiavélica, sempre colocando Batman e Robin em situações de perigo, usando armadilhas mirabolantes. O uniforme com tom azulado, de Batman, e o bordão: "Santo..., Batman!", de Robin, ficaram ainda mais fixados na mente do público com esta série animada. O visual dos vilões também era muito fiel ao show de 1966, assim como os cenários fixos, sendo a Batcaverna, a Mansão Wayne e o Departamento de Polícia de Gotham City.

O clima de aventura, misturado a humor leve, era uma marca estabelecida pela citada série, sendo tal padrão perdurou por várias produções do herói nos anos seguintes, até ser quebrado pelo filme Batman de 1989, estrelado por Michael Keaton. Atualmente, muitos fãs do homem-morcego não apreciam esta fórmula. De qualquer forma, é inegável que este estilo de produção fez com que Batman nunca caísse no esquecimento, até ganhar seu primeiro filme mais sombrio nos anos 80.

Os vilões: Pinguim, Charada e Coringa

Estreou na televisão americana em 14 de setembro de 1968 pela rede CBS, sendo produzida pela Filmation. Teve um total de 17 episódios com duração de 22 minutos, que eram divididos em dois segmentos de 11 minutos. Era apresentado ao lado do desenho do mais icônico herói da DC Comics, o Superman, na série animada As Novas Aventuras do Super-Homem (The New Adventures of Superman), no bloco The Batman/Superman Hour.

No Brasil foi exibido inicialmente pela Globo na década de 1970, recebendo dublagem pelo estúdio paulista AIC, assim como a série de 1966. Nesta versão foram mantidas as já conhecidas vozes de Gervásio Marques como Batman e Rodney Gomes como Robin. Na década seguinte o desenho passou a ser exibido pelo SBT, tendo passado por vários programas infantis como o Show Maravilha. Na mesma época, a emissora também exibia a consagrada série estrelada por Adam West. 

Na década de 1990 passou a ser exibido pelo canal pago Cartoon Network, que encomendou uma nova dublagem, desta vez pelo estúdio carioca Herbert Richers, que escalou Márcio Seixas para a voz de Batman e Alexandre Moreno para a voz de Robin. Esta redublagem teve o intuito de manter as vozes do desenho Batman - A Série Animada, de 1992, que fazia grande sucesso naquela época.

Atualmente a série animada está disponível de forma completa, com a redublagem da Herbert Richers, para os assinantes do serviço de streaming HBO Max.

 

 

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terça-feira, 2 de maio de 2023

A SUPER MÁQUINA (1982)

Uma das séries mais icônicas dos anos 80!

Em 1982, o público norte-americano conheceu uma das séries mais icônicas de todos os tempos, A Super Máquina (Knight Rider). Com enredo e efeitos especiais inovadores, a série rapidamente conquistou adultos e crianças, que semanalmente acompanhavam as aventuras de um agente e seu super carro, que não era um mero equipamento de trabalho, mas seu parceiro nas missões.

A trama apresentava o policial Michael Arthur Long (Larry Anderson), que foi vítima de uma emboscada durante uma missão em Las Vegas. Ao ser traído por sua parceira de trabalho, é atingido por um tiro no rosto, que mesmo não sendo fatal, o deixa desfigurado. O policial foi resgatado pelo milionário Wilton Knight (Richard Basehart), que lhe concedeu uma cirurgia plástica, a fim de ficar parecido com seu filho renegado. Assim, Michael Arthur Long foi dado como morto, passando a ter uma nova identidade, Michael Knight (David Hasselhoff). 

Desta forma, torna-se um agente da Fundação pela Lei e Governo (FLAG), que passa a ser liderada por Devon Miles (Edward Mulhare) após a morte de Wilton. Antes de morrer, Wilton disse a frase: "um homem pode fazer a diferença", sendo este o lema repetido antes dos créditos finais dos episódios da série.

Para auxiliar o agente Knight em suas missões, a Fundação prepara um super carro que contaria com inteligência artificial, usando uma liga molecular que também o tornaria indestrutível. O modelo usado foi um Pontiac Trans Am. O novo carro passou a ser chamado pelo codinome K.I.T.T. (Knight Industries Two Thousand). Assim, passa a falar e usar suas habilidades para auxiliar o Kight na luta contra o crime. Mesmo em longas distâncias, o agente pode se comunicar com o carro através de um dispositivo preso em seu pulso.

A base de operações móvel.
 

A base de operações do time Knight era um caminhão com equipamentos de alta tecnologia. Além de servir como apoio para o agente, era também uma oficina de reparos para o veículo, que contava com os cuidados da mecânica Bonnie Barstow (Patricia McPherson), sendo substituída mais tarde por April Curtis (Rebecca Holden). Vários momentos de alívio cômico ocorriam neste ambiente, quando Michael fazia piadas com a moça.

No decorrer dos episódios surgem alguns inimigos fixos para K.I.T.T., como sua cópia malígna K.A.R.R. e o caminhão Golias . Este último era dirigido pelo verdadeiro filho de Wilton Knight, sendo apresentado em um marcante episódio duplo que abre a segunda temporada. Os vilões sempre se surpreediam com as habilidades e robustez de K.I.T.T., quando tentavam quebrá-lo com marretas, machados e até granadas. 

A série foi produzida pela Universal Studios e Glen A. Larson, sendo exibida pela rede NBC entre 26 de setembro de 1982 e 8 de agosto de 1986, com um total de 90 episódios de 45 minutos de duração, divididos em 4 temporadas. Devido ao grande sucesso ainda ganhou um filme, intitulado A Super Máquina 2000 (Knight Rider 2000) em 1991 e uma série remake em 2008.




Da esquerda para a direita: Michael Knight, Bonnie Barstow e Devon Miles

Estreou no Brasil em 1983 pela TV Record, que na época tinha Silvio Santos como um dos sócios. Desta forma, logo passou a ser exibida pela TVS (atual SBT) com grande repercussão, a ponto de ganhar o Troféu Imprensa na categoria Filme Seriado, desbancando outro sucesso da época, Esquadrão Classe A.

A repercussão foi tão grande que a fabricante de brinquedos Glasslite lançou uma coleção baseada na série, que também chamava muito a atenção das crianças. Hoje, tais itens são coniderados valiosos itens de colecionador.

Nas décadas seguintes passou por várias outras emissoras, como a Rede 21, quando foi exibida em horário nobre, segunda à sexta-feira no início da noite. Ainda nos anos 2000, teve suas duas primeiras temporadas lançadas em DVD pela Universal, contando apenas com opção de áudio original em inglês e legendas em português. Nos últimos anos, a série vem sendo reprisada pela Rede Brasil de Televisão.

A dublagem nacinal foi realizada pelo estúdio carioca Herbert Richers, contando com as vozes de Júlio Chaves como Michael Knight, Isaac Bardavid como K.I.T.T., José Santa Cruz como Devon Miles, Fátima Mourão como Bonnie e Vera Miranda como April Curtis.



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segunda-feira, 1 de maio de 2023

"MACGYVER" NA PLUTO TV


 Hoje (01), o serviço gratuito de streaming Pluto TV adicionou oito novos canais à plataforma. Entre eles um canal com exibição exclusiva da clássica série Macgyver (também conhecida como Profissão Perigo no Brasil),

Produzida entre 1985 e 1992, com um total de 139 episódios, divididos em 7 temporadas, a série apresenta as aventuras do agente secreto Angus Macgyver (Richard Dean Anderson). Trabalha para a Fundação Phoenix, sob as ordens de Peter Thornton (Dana Elcar). É conhecido por desvendar mistérios usando sua peculiar habilidade de adaptar objetos, como transformar um simples clipe de papel em uma bomba.

Está disponível em canal próprio na plataforma Pluto TV, que pode ser assistida através de aplicativo para smartphones, smart TVs ou pelo site: https://pluto.tv



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KOLCHAK E OS DEMÔNIOS DA NOITE (1974)

  O repórter investigativo Carl Kolchak. Em 11 de janeiro de 1972, a rede americana ABC exibiu um telefilme do gênero investigação/terror, c...